Fanfics Brasil - Correr riscos é a melhor opção para quem realmente quer ser feliz O safado do 105 (ADAPTADA)

Fanfic: O safado do 105 (ADAPTADA) | Tema: Rebelde


Capítulo: Correr riscos é a melhor opção para quem realmente quer ser feliz

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Acordamos supertarde naquele domingo. Na verdade, foi um dia bem preguiçoso: despertávamos sonolentos e voltávamos a dormir. Isso aconteceu pelo menos umas três vezes. Na primeira, decidimos migrar para cama, pois o tapete estava nos deixando meio quebrados.



Mudávamos de posição esporadicamente, parecíamos dois loucos que não decidiam como
iriam ficar. A regra era uma só: precisávamos ficar colados um no outro o máximo possível (deve ser por isso que a gente mexia tanto, pois dormir grudado com alguém às vezes pode se tornar desconfortável para o corpo, embora não seja para alma).



O meu sono foi regenerador. Sério, acho que não dormia tão bem desde que a vovó morreu.
Estava curando cada dor sentida, cada angústia, sofrimento, solidão... A pele quente do meu vizinho reparava cada cicatriz (algumas que ele mesmo havia aberto, então nada mais justo que estivesse ajudando a fechá-las), livrava-me do medo e me trazia conforto, segurança e felicidade. Eram quase três horas da tarde no meu relógio de cabeceira quando despertei de vez. Calvin já estava acordado, alisando-me os cabelos suavemente. Acreditei que tivesse despertado há algum tempo. Sorriu quando me viu de olhos abertos.



– Bom dia, vizinha linda. – Deu-me um selinho com direito a lábios secos, tanto os meus
quanto os dele. Mas não foi ruim. Quando existe sentimento, qualquer beijo, qualquer toque, qualquer palavra é bem-vinda e significativa.



O amor transforma tudo em magia.



– Bom dia, vizinho – respondi depois de me afastar um pouco, pois não queria que ele sentisse
o meu bafo de leão matinal (que, naquelas condições, não era mais tão matinal assim). – Está melhor?



Conferi sua temperatura. Nem sinal da febre.



– Você me curou – disse sorrindo.



Calvin impediu o meu distanciamento. No entanto, virou-me de costas para si e me abraçou.
Envolveu-me por inteira com o seu corpo grande.



– Hoje não vai ter churrasco? – Juro que estava com despretensão, mas acredito que o Christopher  achou que eu estava a fim de uma B.L. (boca livre).



– Não tem problema. A gente pode transformar o almoço em um jantar... É isso aí, um jantar! –
Ficou empolgado, de repente. – O que acha?



– Acho perfeito.



Seus braços me seguraram com ainda mais força.



– Com você, tudo fica.



Sorri de orelha a orelha, mas ele não viu por estar atrás de mim. Espreguicei-me, meio
dengosa, e fui me levantando devagar. Ele me soltou a contragosto e se levantou junto, meio que se mantendo perto. Acho que não estava pronto para me soltar.



Parei para olhar a parede da Clarice. Meus olhos seguiram diretamente para a única frase que
ele tinha escrito nela: “E foi tão corpo que foi puro espírito”. Suspirei ruidosamente, sorrindo de novo, e senti as mãos dele massageando as minhas costas. Puxei meus cabelos para cima, fechando os olhos.



Parecia um sonho, mas era a realidade construída com tantos sacrifícios quanto qualquer sonho merece que a gente passe para conseguirmos realizá-los.



– Uma frase para a nossa noite... – sussurrei, ainda concentrada em sua pequena massagem.



– Hum... Deixa-me ver... – Demorou alguns segundos para murmurar: – “Mas há a vida que é
para ser intensamente vivida. Há o amor...” – Encostou os seus lábios ao meu ouvido. Arrepiei-me. Na moral, a palavra amor saindo daquela boca era uma coisa digna de ser filmada. – “Que tem que ser vivido até a última gota. Sem nenhum medo. Não mata.”



Acho que levei um minuto completo para me recompor. Não queria abrir o berreiro e estragar
o momento romântico. Esgueirei-me e peguei um pincel atômico na cabeceira. Entreguei-o. Calvin entendeu o recado; ajoelhou-se na cama e foi preenchendo mais um espaço que ainda existia na parede da Clarice.



Fiquei apenas admirando o seu bundão de academia enquanto escrevia com a letra horrorosa de sempre.



– Ainda bem que não mata – comentei, e ri um pouco. – Eu já estaria enterrada.



Ele se virou e me olhou com pavor evidente. Ops. Esqueci que não podia brincar com aquelas
coisas. O coitado realmente tinha medo que eu batesse as botas. Por um segundo, pedi a vida para que me desse tempo o bastante para fazê-lo entender que amar não é perder. Eu queria viver muito ainda e, se possível, que ele morresse antes de mim. Não agora, claro. Nem nos próximos sessenta anos.



Certo, já estou ficando perturbada (ainda mais). Preciso parar de fazer planos a longo prazo.
Acredito que não é saudável querer viver o resto da vida ao lado de alguém que conheceu há... Uns três meses? Menos que isso, acho. Bom, como diz a Clarice, e ela sabe de tudo, já era amor antes de ser.



Então, quanto tempo devo esperar para ter certeza de que encontrei o amor da minha vida? Tenho pressa. Christopher (já não sei mais como me referir ao sujeito, perdoe-me a troca constante de termos) guardou o pincel quando terminou de rabiscar a parede. Levantou-se de vez da cama e me fez levantar também. Abraçou-me. Foi um abraço de urso panda, uma coisa apertada e gostosa, de estalar os ossos.



– Irei preparar o nosso jantar. Preciso de uns ingredientes, acho que vou ao mercado.



– Quer ajuda?



– Não... Não, quero te fazer uma surpresa. Pode?



– Claro que pode. – Ele já tinha me feito tantas surpresas que não sei como ainda não o
coloquei dentro de um Kinder Ovo. Christopher não queria desfazer o nosso abraço.



– Ótimo. Coma alguma coisa agora, o que pretendo vai demorar um pouco.



Ai, Senhor. O que será que o meu vizinho safado delícia apaixonado estava planejando? Juro
que a minha mente sem-noção imaginou um pedido de casamento com direito a aliança dentro da taça de champagne. Doideira, eu sei. Estou colocando muito mais do que carros na frente dos bois. E fantasiando também. E sonhando acordada com uma coisa que nunca foi prioridade para mim. Jamais fiz parte da turma de mulheres que sonham com marcha nupcial, véu e grinalda. A liberdade que eu supostamente desejava não me permitia pensar em me prender a ninguém. Por isso sequer tinha amigos. Por isso havia planejado a minha fuga da família durante anos.



Entretanto, lá estava eu, mudando mais um conceito interno e repensando a minha vida, tudo
por causa dele. Calvin finalmente ficou pronto para me largar.



– Melhor eu ir logo... Senão é capaz de demorarmos um pouco mais na cama.



Ri de leve. Safado!



– Eu não reclamaria...



– Ah, não? – Sorriu com o modo malicioso online.



– Não mesmo.



Segurou a minha cintura exposta. Olhou para o meu corpo, parecendo perceber pela primeira
vez que eu estava nua desde sempre.



– Nunca vi mulher mais provocante... Acho que você vai me matar de desejo, Dulce.



O que veio a seguir você já sabe. Quero dizer, dá para imaginar o que acontece quando eu atiço o bicho feroz com vara curta. Christopher voltou mesmo para cama, seguindo minhas recomendações, porém a lentidão da madrugada havia cessado. Nosso sexo foi absolutamente selvagem, com batidas na parede, gritos e orgasmos loucos.



E eu nem tinha escovado os dentes ainda.



Ficamos cansados pra caramba (eu podia voltar a dormir, facinho), e ainda deu tempo para um
banho rápido. Convenci-o a tomar um copo de suco e a comer algumas bolachas antes de ir ao
mercado, e ele acabou aceitando. Foi engraçado tê-lo nu na minha cozinha, enquanto ríamos e
mastigávamos em pé mesmo.



Marcamos um horário de encontro. Pelo que entendi, ele queria mesmo fazer uma espécie de
jantar especial lá no quintal do Sr. Klein pai. Sequer questionei, estava envolvida de corpo e alma em nossa mais nova situação romântica.



Eu tinha alguns trabalhos para fazer (presentinho de fim de semana que o chefe me deu), mas
não consegui me concentrar nem por um segundo. Só suspirava e sorria sozinha como uma
adolescente morta e amores. Olha, eu já me apaixonei diversas vezes, mas aquela estava superando.



Por incrível que pareça, não estava com medo de me magoar, ou de alguma coisa ruim acontecer no futuro. A minha confiança estava nas alturas, e todas as minhas fichas haviam sido apostadas. Passei o finzinho da tarde e inicio da noite apenas preocupada em ficar bonita. Não usei nadaexagerado, afinal, estávamos em casa; vesti um short preto, bata lilás bem soltinha e sandálias rasteiras. Soltei os cabelos, molhei os lábios com gloss e pronto. Investi pesado apenas no cheiro: passei óleo hidratante no corpo inteiro, além do perfume de sair (e de ficar com o Calvin) em pontos estratégicos.



Cheguei ao quintal no horário combinado: nove horas da noite. A casa de número 105 estava
toda aberta, como o previsto. Encontrei o Calvin terminando de acender as tantas velas que enfeitavam a mesa de madeira, levando ao ambiente uma meia-luz confortável e serena. Pirei o cabeção. Os vasos com plantas e flores, junto com a grama, deram um efeito romântico ideal.


Os pratos, as taças e o cheiro de comida boa, que me atraía tanto quando o corpo daquele homem, foram fundamentais para a perda irreparável do meu juízo.
Calvin usava o velho avental por cima de uma bermuda preta e uma camiseta branca, que
deixava seus braços à mostra. Estava bem simples, como eu. Seus cabelos molhados de banho recém tomado me chamaram a atenção, mas não tanto quanto os lábios que sorriram ao notar a minha presença.



– Jantar à luz de velas? Não sabia que curtia clichês, Cal... Christopher!



Gargalhou. Caramba, só então percebi o quanto senti falta daquela risada sarcástica. Ela era
diferente das outras.



– Nem eu! – Retirou o avental.



Ri também. Ele me puxou pela cintura como se eu já o pertencesse e, sem pedir licença,
beijou-me rápido.



– Você é muito cheirosa, vizinha... Puta que pa/riu!



– Obrigada, você também. – E não estava mentindo. O safado tinha a capacidade de sempre
exalar cheiro de homem gostoso. Não faço ideia de como ele consegue fazer essa magia.
Calvin lambeu os lábios e fez careta, estranhando o sabor de morango do meu gloss. Era um
gosto meio forte mesmo, mas bem docinho. Creio que foi de propósito que me beijou de novo, desta vez com mais intensidade. Retirou tudo o que havia sobrado do gloss em menos de dez segundos.



Ouvi uma musiquinha irritante ao longe, parecendo tocar em outra dimensão. Só recobrei a
consciência e escutei, de fato, a tal música, quando ele se separou de mim e sacou o celular do bolso. Olhou a tela e me encarou. Seu rosto ficou todo vermelho. Droga! Era uma vadia a fim de fo/der, sem dúvida.



Fiquei toda errada enquanto esperava pelo que ele iria fazer. Dei alguns passos para trás e
comecei a admirar a mesa posta (ele colocou guardanapo de tecido enfeitando o prato, produção?) só para lhe dar espaço. Não queria forçar a barra mais do que já tinha forçado ao confessar os meus sentimentos.



Um ruído me chamou a atenção, e acabei o olhando. Christopher conseguiu retirar a bateria do celular, colocando as carcaças no outro extremo da mesa, o que provavelmente a gente não ia usar.



Sorri de orgulho. Ele me olhou sério no início, mas, por fim, sorriu também.



Ergueu sua mão em um gesto cavalheiresco e me fez sentar no banco de madeira. Encarei as
taças, os talheres grandes e o prato branco com o maldito guardanapo de linho enfeitando. Ai, Senhor. Calvin pegou uma garrafa de vinho branco, que estava fincada em um balde de gelo. Abriu-a com um saca-rolha e nos serviu.



– Vou buscar o nosso jantar. Aguente firme – murmurou no meu ouvido, por trás de mim.
Bom, aguentar eu ia, mas aguentar firme já era pedir demais.
Caio trouxe várias travessas diferentes; uma com salada, outra com a farofa que eu tanto
amava, arroz soltinho, uma coisa que parecia torta de frango,ou algo da espécie, e uma com carnes fatiadas, regadas a um molho branco que supus ser de queijo.



Meu prato foi servido com homogeneidade. Na moral, eu nunca que conseguiria deixá-lo tão
organizado, nem se eu quisesse. Senti-me paparicada, e meio dengosa também. Aquele homem estava me estragando para vida toda.



Christopher fez o seu prato do mesmo jeito e, para minha surpresa, sentou-se bem ao meu lado no banco. Achei que ele fosse se sentar no banco que tinha do outro lado da mesa, até porque ela estava posta sugerindo isso. Acredito que mudou de ideia, pois acabou trazendo tudo para perto.



Chocamos nossas taças, mesmo que eu já tivesse tomado vários goles enquanto ele trazia o
jantar (eu sei, sou apressada e ansiosa, devia tê-lo esperado).



– Ao quê? – questionei, querendo que a proposta do brinde partisse dele.



– À liberdade... À felicidade... E a nós dois.



Sorri amplamente. Dei um gole tão grande que parecia que eu ia tomar os três itens do brinde,
não somente o vinho.



Começamos a comer com calma. Quero dizer, eu apenas fingi não estar louca para devorar
tudo como um animal. A torta, que depois descobri ser de frango mesmo, estava divina, bem como todo restante.



Perguntei-me como ele havia conseguido preparar tudo em poucas horas. Eu jamais conseguiria. Ou talvez conseguisse, só não ficaria tão saboroso e variado quanto aquele jantar perfeito diante de mim. Christopher devia estar acostumado a trabalhar com o tempo apertado, afinal, em um restaurante é necessário fazer maravilhas no menor tempo que for possível.



Meu vizinho deve considerar a hora de comer como sendo sagrada, pois quase nunca fala nada enquanto come. Permanecemos em silêncio, apenas nos deliciando e nos olhando o tempo todo. Eu estava tão feliz que a sensação me trazia alívio, antes de qualquer coisa.



O prazer de saber que estive certa e fiz as melhores escolhas me fez ter a consciência de que
havia amadurecido muito com aquela história. Fiz por merecer o fruto que estava colhendo da forma mais deliciosa possível.



– Sei no que está pensando, Dulce – Christopher disse após nossos pratos estarem vazios. – Tem sobremesa, sim.



Ri alto, e ele também. Poxa vida, o maluco acha que sou uma morta de fome, só pode!



– Na verdade, não estava pensando na sobremesa... Embora tenha ficado mais contente agora!



– No que pensava, então?



– Em você...



Sorriu, meio sem graça. Alisou um pouco a minha bochecha.



– Não me olha assim – pediu.



– Assim como?



– Assim. Eu me sinto perdido dentro dos seus olhos. É uma coisa estranha que aperta o meu
coração... Fico sem ar. – Levou a mão até o peito. Ai, que lindo, gente! Eu ia abrir a boca para dizer que aquela coisa estranha se chamava amor, mas ele se levantou em um salto. – M/erda! Esqueci de ligar o som! Nosso silêncio é tão bom que parece música... Desculpa, vizinha.



P/uta m/erda... Calvin, pare de me deixar ainda mais apaixonada, por favor! O negócio daqui a
pouco vira questão patológica. Porque, sério, meus quatro pneus já estavam devidamente arriados por ele.


Analisei-o enquanto ligava o aparelho de som. Uma música bacana começou a tocar. Era o Lulu Santos. Caio sorriu e se aproximou com a mão erguida. Toquei-a de leve, e ele me puxou de vez, fazendo-me levantar. Abraçou-me.



“Ela me faz tão bem” (este é o nome da música mesmo?) começou a ser cantada pela voz
absolutamente reconhecível do Lulu. Achei que fosse morrer. A ideia de não bater as botas antes dele foi difícil demais de ser mantida.



– Foi de propósito? Digo, a música? – perguntei, pois a coincidência da letra era gritante.



– Claro que sim. Escuto essa música para pensar em você. Ou, sei lá, penso em você e escuto
essa música. – Achei que começaríamos a dançar, mas só estávamos abraçados, estáticos. Afundei o meu rosto em seu peito. – Já não sei mais qual é a ordem... Você não sai da minha cabeça, Dulce.



Ergui o meu rosto só para beijá-lo. Ele correspondeu prontamente, deixando os lábios leves para aumentar a suavidade do beijo.



– Ainda está com medo? – perguntei baixinho entre seus lábios.



Calvin riu um pouco.



– Muito. Tenho medo de tudo... São tantos medos... – Suspirou. – Não tem medo algum?



– Não.



– Você é corajosa. Queria ter a metade da sua coragem e ousadia, Dulce. Sabe, eu... Neste
momento, estou morrendo de medo de não ser o que você precisa. Ou de não saber ser. – Suspirou de novo.



– Confio em você. Por isso não tenho medo.



– E se eu te decepcionar? Juro que não quero, mas... Não sei como agir. – Calvin me soltou
depressa. Distanciou-se de repente, fechando as expressões. – Não quero...



Droga. Eu não devia ter tocado naquele assunto.



– O que não quer? – Fiz careta feia.



– Te decepcionar.



– Ah... – Resfoleguei. Por um instante, achei que ele estava dizendo que não me queria.
Voltei a me sentar no banco, desviando a atenção para cima dele. Fechei os olhos. Um cansaço esquisito tomou conta de mim.



Senti mãos quentes na minha nuca. Ele se sentou ao meu lado e me puxou para si. Fui. Somente fui.



– Tenha paciência comigo, como sempre teve – pediu em um murmúrio. – Eu vou tentar... Vou
tentar porque, pior que a ideia de te decepcionar, é a ideia de te perder.



Olhei-o. Ele estava sério. Eu também. Lulu terminava a música com maestria, e eu só tinha uma conclusão sobre ela: aquele homem me fazia bem, e eu queria fazer exatamente a mesma coisa por ele.



– Se me permitir tentar, é claro – concluiu. – Espero que sim. Você me dá mais chances do que
eu dou a mim mesmo. Não há quem acredite em mim além de você, Dulce. Não confio em mim, mas confio em você como nunca confiei em alguém... Só me resta acreditar que posso ser bom o bastante para ficar contigo.



Achei o que ele disse tão bonitinho que me faltou palavras. No entanto, Christopher não ficou satisfeito com o meu silêncio. Ganhei um selinho bem triste.



– Vou buscar a sobremesa...



Não consegui responder. Juro que não. Eu havia arriscado tudo, seria muito burra de desistisse logo após ter conseguido. Entendia as consequências. Não sabia se as suportaria, mas o medo não me atingia. Eu era mais teimosa do que qualquer medo que pudesse me assustar.



Calvin deixou o quintal meio abatido. Lulu Santos me disse para que eu fosse pelo coração e
que, se era loucura, então era melhor não ter razão. E foi o que fiz; dei adeus à razão, que havia minimamente apertado meu freio interno, e saí do jardim.



Meu caminho já estava traçado. Alcancei o quarto do Calvin e estaquei. Retirei as sandálias, o
short e a bata, ficando apenas de calcinha e sutiã brancos.
Esperei que ele me procurasse. Depois de alguns minutos, chamou o meu nome com certo
receio. Acredito que ele achou que eu tivesse desistido e ido embora.
Mas, se tivesse feito isso, eu não seria eu.



– Aqui! – chamei.



Christopher entrou no quarto devagar, segurando uma vasilha com algo que supus ser sorvete. Sorriu daquele jeito safado quando me viu, contudo sua safadeza ficava linda por causa dos olhos brilhando.
Não me cansaria jamais de admirá-lo.



– Você é a minha sobremesa – falei sensualmente, ajoelhando-me na cama. – Eu sou a sua.
Deu alguns passos para frente. Depositou a vasilha sobre um dos móveis e voltou a atenção para mim. O olhar já estava modificado pelo desejo. Safado incansável! E o pior era que eu estava ficando igualzinha a ele.



– “Sou um coração batendo no mundo...” – sussurrou antes de praticamente se atirar em mim.
Fiquei em dúvida se o que disse era mesmo uma frase, achei que sim. Nós dois e Clarice
Lispector tínhamos tudo a ver. Acabei me lembrando de outra, que havia se tornado o meu mantra, e que acabei sussurrando enquanto beijava aqueles lábios deliciosos:



“A felicidade aparece para aqueles que choram. Para aqueles que se machucam. Para aqueles que buscam e tentam sempre.”



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Autor(a): luvondul

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 41



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  • aucker Postado em 17/12/2020 - 23:29:30

    Como essa fic pode ter poucos comentários gente? Sério msm amei a história

  • dudinhah Postado em 16/11/2018 - 01:59:46

    Essa é a única web ,que eu li que não tem os outros rbds

  • manu_morais Postado em 28/12/2016 - 20:27:20

    https://m.fanfics.com.br/fanfic/55689/never-gonna-be-alone-vondy estou começando a escrever essa fanfic passem-lá

  • manu_morais Postado em 28/12/2016 - 20:25:24

    Simplesmente perfeita essa fanfic, amei d+ a história

  • stellabarcelos Postado em 06/04/2016 - 14:13:33

    Amei amei amei amei! Uma das histórias Hot mais incríveis que eu já li! Nunca ia esperar por isso

  • luvondul Postado em 24/03/2016 - 21:42:19

    Christopher Uckermann é um renomado advogado criminalista apaixonado pelo que faz. Além do sucesso inquestionável na carreira jurídica, também usufrui do impacto devastador que provoca nas mulheres a sua volta. E com a sua nova estagiária Dulce Maria não seria diferente. Recém-chegada de uma temporada fora do país, quando acompanhou o então namorado e cantor pop Dereck Mayer em turnê pelo mundo, a estudante de Direito está determinada a cumprir as horas de estágio para finalmente ganhar o diploma, nem que para isso tenha de resistir aos hipnotizantes olhos azuis do dr. Uckermann. Assim como o seu chefe, a jovem leva uma vida descompromissada, curtindo o sexo oposto sem romantismo ou grandes demonstrações de afeto. Passem lá na minha nova fic meninas ;) http://fanfics.com.br/?q=capitulo&fanfic=53091&capitulo=1

  • hanna_ Postado em 22/03/2016 - 15:46:44

    Foi tudo muito lindo ao modo safado dele mas foi hahahah...fiquei muito feluz de acompanhar essa fic. Cada frase da Clarice q tbm falou com nós leitoras. Ansiosa para sua próxima adaptação. Obrigada vc, bjôooo ;)

  • danihponnyvondyrbd Postado em 20/03/2016 - 21:13:55

    O comentário abaixo e meu

  • Postado em 20/03/2016 - 21:11:41

    N acredito q é o ultimo (to chorando um balde de água) n pode acaber é muito boa por favor não faça isso comigo o meu coração não aguenta. Postao próximo capítulo :-):-):-)

  • hanna_ Postado em 20/03/2016 - 01:06:00

    Q lindos! Ah eu amei a Clarice e o Ck tbm <3 ...Tá acabando :(


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