Fanfics Brasil - Modificando meu status de relacionamento: chega de ser a vizinha que aluga a va/gina O safado do 105 (ADAPTADA)

Fanfic: O safado do 105 (ADAPTADA) | Tema: Rebelde


Capítulo: Modificando meu status de relacionamento: chega de ser a vizinha que aluga a va/gina

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Quando eu disse que as coisas não seriam mais as mesmas eu não estava mentindo ou
exagerando. A primeira semana pós-redenção do safado foi marcada por mudanças muito bruscas (assustadoras até) e detalhes bem sutis (que não deixei passarem despercebidos).
Tudo começou na manhã de segunda-feira, quando fui acordada na hora certa para ir trabalhar.



Entretanto, não foi o meu despertador horroroso que fez o serviço sujo, e sim o Calvin, que me
acordou com beijos ardentes e suaves. Percebi que estava em seu quarto, enlaçada entre seus braços e os lençóis que continham os nossos cheiros. Tem coisa melhor que isso?
Descobri que não. Acordar com ele era uma emoção por si só, nem precisava de mais nada. O
problema é que o Calvin não se contenta com pouco: fez questão de preparar o café da manhã da gente. Devo acrescentar que essa rotina se estendeu durante toda a semana. Ora comíamos na casa mdele, ora na minha, dependendo da cama que escolhíamos para dormir.



O bom-dia oficial, que geralmente acontecia no jardim (enquanto ele soltava frases dúbias,
empunhava o regador e exibia seu corpo em uma Calvin Klein), passou a acontecer na varanda (minha ou dele, novamente dependendo de onde acontecia o desjejum). E o momento era bem especial, pois ficava óbvio que nenhum dos dois queria se separar um do outro. Bom, eu ia trabalhar nas nuvens, e demorava séculos para cair na real. Meu chefe me pegou viajando na maionese muitas vezes.


Eu estaria fodida se não fosse a minha capacidade de inventar histórias mirabolantes para justificar meus “apagões”.
Percebi que o Calvin passou a usar mais roupas. Não enquanto estávamos entre quatro paredes, claro, porém percebi que não se exibia excessivamente no jardim, como fazia em quase todas as manhãs. Achei sua atitude muito digna, e morri de orgulho de seu empenho.



Não havia sido uma questão discutida em conjunto. Na verdade, não cheguei a discutir questão alguma com ele, deixei-o completamente a vontade para mudar, ou não, o que julgasse necessário. Era o mais certo a ser feito, e fiquei feliz por ele estar mesmo disposto a ser o homem ideal para mim. Tudo o que fazia por nós era tão lindo que me deixava constantemente emocionada.



Minha varanda foi mais enfeitada que carro alegórico em pleno sambódromo. As flores mais
lindas do quintal foram colocadas ali, e o Calvin cuidou delas como ninguém (ele disse que a minha única obrigação era admirá-las e tentar sentir o que ele sente quando me admira. Muito fofo, né?). Nem preciso dizer o quanto estava adorando cada palavra carinhosa que me dizia. E não foram poucas, acredite se quiser.



Nunca pensei que um homem safado pudesse ser um romântico incorrigível, entretanto, evitei
falar de novo que o amava. Estava decidida a não pressionar uma resposta. Christopher precisava dizer quando se sentisse à vontade e preparado. Tentei não ter pressa, embora todo o meu metabolismo e relógio cronológico tivessem acelerado de uma vez por todas.



Dormimos juntos durante todas as noites. Assim que o Calvin chegava do trabalho, comíamos
alguma coisa e conversávamos sobre besteiras. Chegamos a ler algumas páginas de “A Paixão Segundo G.H.”, mas não queríamos diminuir o tempo que tínhamos para fazer amor (ou sexo, já que a velocidade do nosso créu dependia do humor dele).



Eu não estava acostumada com aquele ritmo diário acelerado, mas até que me adaptei bem.
Afinal, como não desejá-lo todos os dias? Seria esquisito se eu não estivesse a fim de mais sexo, não o contrário. Minha consciência sabia que em algum dia eu ia estar cansada ou dolorida, mas meu corpo implorava para que eu descobrisse qual era o seu limite. Calvin testava a profundidade do meu desejo a cada toque.



Na sexta-feira, o trabalho já estava na minha lista de coisas que eu não deveria fazer com
frequência (o que seria impossível, haja vista a fatura do meu cartão de crédito e a conta de luz). Todavia, a minha mais nova rotina era agradável demais, por isso cheguei a minha casa com um sorriso no rosto. Liguei as luzes do jardim em meio a suspiros, admirei as flores da minha varanda por alguns minutos (devo ter suspirado mais umas duzentas vezes) e entrei, pronta para esperá-lo. Fui direto ao meu quarto e, de repente, ouvi barulhos esquisitos no quarto ao lado. Congelei no tempo.



– Calvin? – Os barulhos cessaram assim que a minha voz se fez presente. O silêncio reinante
me deixou irritada e igualmente tensa. – Calvin?



Nada. Fiquei preocupada porque tinha certeza de que ouvi barulhos de passos e gavetas
batendo na casa ao lado. Busquei na memória e constatei que o carro dele não estava no lugar de sempre quando estacionei. Era cedo ainda.



Comecei a sentir medo de verdade. E se fosse um assaltante? Calvin tinha mania de deixar a
casa aberta. Droga! Eu já o tinha alertado tantas vezes! Seria preciso que acontecesse algo assim para que parasse de dar vacilo?



Pensei em ligar para polícia, por isso peguei o meu celular. Digitei o 1, o 9 e parei. No último
instante, resolvi ligar primeiro para o próprio Calvin. Não estava a fim de pagar um mico daqueles, atrapalhando o trabalho da polícia por causa de uma besteira.



Mas, e se não fosse? Merda! A dúvida me corroía, porém eu precisava ser rápida.
Nunca havia ligado para o Calvin até então, e fazê-lo na hora de seu expediente me causou
vergonha infundada. Seu celular chamou, chamou, e ninguém atendeu. Liguei mais umas três vezes, e nada. Desliguei tudo e voltei ao quarto, tentando reparar se escutava algum ruído de novo.



Estava morrendo de medo, com o coração acelerado, as mãos trêmulas e o ouvido esmagado contra a parede da Clarice. Fiz um esforço absurdo para escutar alguma coisa. Quando aconteceu, levei um susto que quase me fez bater a cabeça no teto. Ouvi uma das portas da casa dele se fechando ruidosamente. O barulho foi meio distante, fazendo-me constatar que não havia sido a porta do quarto, e sim a da frente.


Com os nervos em frangalhos, corri até a minha sala. Atravessei o tapete da Sra. Klein e
verifiquei pela minha janela. Não podia sair de casa e me colocar indefesa para um assaltante, por isso me esgueirei até conseguir ver alguma coisa (ou alguém) do lado de fora.



Juro pelo que é mais sagrado que vi as costas de uma mulher. A luz acesa do jardim facilitou
bastante a minha vida, e agradeci aos céus por ter feito daquele ato a minha rotina. Pelos cabelos pretos, lisos e longos da mulher, além das pernas (e a polpa da bunda) expostas por um short mínimo, supus se tratar da Karen-quenga.



Meus nervos se inflamaram de vez. O que aquela vagabunda estava fazendo na casa do Calvin? Tentei ver se segurava alguma coisa (vai que ela fosse uma assaltante batedora de carteira), mas não havia nada em suas mãos.



Saí do transe, recuperando-me do susto inicial, quando a maldita alcançou o portãozinho de
madeira e se enroscou para abrir o ferrolho. Achei que fosse a minha deixa, embora não soubesse direito o que fazer. Só circulava pela minha mente a ideia de que não devia deixar por aquilo mesmo.



Precisava tirar satisfação com aquelazinha.



Abri a minha porta e corri na direção dela.



– Ei! – berrei, e ela se virou com espanto, colocando as mãos no peito siliconado. Tinha os
olhos esbugalhados. – O que pensa que está fazendo?



Sua expressão assustada deu lugar a um sorriso de deboche. Devo ter feito cara de nojo. Era
isso mesmo o que ela me causava: verdadeira repulsa. Não entendo como o Calvin tinha coragem de f/oder com ela e outras mulheres, que deviam ser igualmente loucas por aceitarem um ménage com a vadia.



– Oi, Dulce! – Falsidade lhe definiu.



– “Oi” nada, o que faz aqui?



– Não é da sua conta.



Empurrei-a, indignada, e ela deu alguns passos para trás. O sorriso de deboche morreu assim
que percebeu que eu podia, sem problema algum, terminar o que tinha começado na festa de
aniversário do Christopher. Daquela vez, não teria ninguém para nos separar. Eu ia matar aquela vaca no c/acete.



– Melhor me dizer o que estava fazendo, Karen. Melhor para você.



A ridícula riu da minha cara.



– Nada.



– Vou chamar a polícia! Invasão domiciliar é crime, sabia? – Dei alguns passos para frente só
para intimidá-la. A maldita foi recuando conforme eu avançava.



– Não invadi nada – desdenhou. Tirou um molho de chaves do próprio bolso. Chacoalhou-o na
minha cara. – Você é tão bobinha que não consigo deixar de sentir pena, Dulce. Eu tenho as chaves desta casa há anos. Deli me deixa entrar quando eu quiser!



Arregalei os olhos, estupefata. Filha de uma mãe!



– Devolva esta chave! – Ergui a mão de um jeito afetado. – Ele não quer mais saber de você!



Cara de pau de uma figa... Como tem coragem de aparecer aqui depois do que fez?Ela guardou as chaves no bolso de novo. Senti meu rosto se esquentando de pura raiva.


– Acha que uma amizade como a nossa vai acabar assim? – Bufou. – Eu o conheço, Dulce,
você só pensa que o conhece. Não sei o que Deli pretende contigo, mas não vejo a hora de ele se cansar da sua chatice.



– Não vai acontecer – resmunguei em defesa. A verdade era que eu não fazia ideia. Calvin
podia se cansar fácil da minha chatice. – Agora, dê-me a droga da chave!



Empurrei-a novamente, usando mais força, e Karen quase perdeu o equilíbrio. Para a minha
surpresa, a quenga-mor decidiu revidar pela primeira vez; voou para cima de mim e me puxou os cabelos. Gritei tanto de susto quanto de dor. Segurei suas mãos com ódio, e ela acabou me largando. Afastamo-nos.



– Eu conheço muita gente, Dulce– rosnou, ofegante. A cachorra colocou todas as garras para
fora. Parecia puta de raiva, e eu não estava diferente. – Melhor tomar cuidado por onde anda. Um acidente pode acontecer contigo.



Agora ferrou mesmo. Era só o que me faltava!



– Está me ameaçando?



Ergueu as mãos e voltou a sorrir.



– Longe de mim, querida. – Começou a rir, do nada. – Ai, Dulce, está tão apaixonada que ficou
cega de vez. Espero que esteja se iludindo bastante... Sua queda vai ser memorável, e eu faço questão de assistir.
Virou as costas e foi cruzando o portão. Assim, como se tivesse saído vencedora. Aquilo me
irritou tanto que corri até ela. Puxei-lhe os cabelos, trazendo-a para mim, e enfiei minha mão no seu bolso. Roubei as chaves da casa do Calvin e a empurrei com força. Ela caiu no chão da calçada, provocando um barulho esquisito. Acho que bateu os joelhos com força, por isso soltou um urro de dor.



– Seu veneno não me atinge, cobra – falei com a frieza de quem acabava de engolir um cubo de gelo. – Suas ameaças não me põem medo.



Karen tentou se levantar, mas não estava conseguindo. Gemia de dor, ainda de costas para
mim. Não esperei a sua recuperação. Voltei para casa a passos largos, sem olhar para trás. Tranquei a porta e só então caí no choro.



Sério, pareço forte, mas é só uma máscara, um escudo protetor. Estava morrendo de medo do
mal que aquela louca podia nos fazer. E eu sabia que não devia negligenciar suas ameaças. Tinha assistido a muitos filmes para ter certeza de que gente como ela é capaz de fazer qualquer coisa.



Christopher me ligou meia hora depois. Ficou espantado quando viu três ligações minhas (e pedindo mil desculpas por não ter atendido, pois não costuma andar com o celular no bolso quando está trabalhando); veio logo perguntando o que havia acontecido. Achei por bem não dizer nada por telefone, sendo assim, passei um tempão esperando que chegasse do trabalho para que eu pudesse desabafar o aperto que havia se instalado em meu peito desde que aquela vaca foi embora.



Tentei me distrair com outras coisas. Foi difícil, confesso. Meu chefe tinha passado mais
tarefas de casa para o fim de semana, contudo eu só conseguia olhar para a tela do computador e me sentir absolutamente perdida. A verdade era que eu tentava engolir que a minha vida podia estar em risco, e que isso era o mesmo que descumprir a promessa que tinha feito para o Christopher: eu não podia bater as botas tão cedo.



Ele chegou quando eu não sabia mais o que pensar. Como todos os dias daquela mágica
semana (pelo menos até surgir uma bruxa periguete para quebrar o encanto do meu conto de fadas), Calvin bateu na minha porta antes mesmo de atravessar a dele. Seu sorriso lindo, que contracenou assim que a abri, foi capaz de trazer luz aos meus pensamentos obscuros. No entanto, o mesmo sorriso foi embora rápido, e me vi perdida na escuridão novamente.



– O que aconteceu, Dulce? – Puxou-me para si, e o abracei forte. Prendi os lábios para não cair no choro, pois precisava mostrar que a situação tinha me atingido menos do que de fato atingiu.



– Aquela filha de uma p/uta... – murmurei, inalando seu cheiro. – Aquela vaca que você
escolheu para chamar de amiga...



Caio segurou os meus ombros e me afastou no susto. A expressão alarmada me encheu de dó.



– O que a Karen fez desta vez? Ela esteve aqui?



– Estava na sua casa, bisbilhotando suas coisas! Pensei que fosse um assaltante, mas era ela... – Algumas lágrimas se formaram em meus olhos, e o Caio me olhou com ainda mais desespero, segurando-me firme nos ombros. – A maldita tem a chave da sua casa. Mandei que me entregasse, mas ficou soltando graça. Falou tanta merda que deve ter adubado nosso jardim!



Eu mesma ri um pouco do que falei, mas o pequeno esforço fez as lágrimas caírem. Christopher não me acompanhou na risadinha sem graça. Balançou a cabeça em descrença, começando a ficar com raiva.



– Me desculpa, Dulce... – quase não conseguiu falar. Sua respiração começou a ficar ruidosa, e os braços subiam e desciam sem pausas. Achei que o meu homem lindo teria um troço.



– A culpa não é sua. A louca que é uma ridícula. Ela até me ameaçou! Disse para que eu
tomasse cuidado, pois um acidente podia acontecer comigo.



– O quê?



Ai, meu Deus. Calvin se transformou totalmente. A cara de indignação e do “sei-lá-mais-oquê”
que fez me deixou espantada.



– Ela é muito cara de... – continuei, mas fui interrompida.



– Por que não me disse antes? Por isso que me ligou, não foi? – rosnou alto. – Essa merda não vai ficar assim.



Deu passos para trás e retirou do bolso as chaves de seu carro. Ele ia procurá-la. Meu Deus,
será que bateria na nojenta? Eu tinha que impedi-lo. Ele não podia cometer uma loucura, podia?



Sua cara respondeu por mim. Eu nem precisei usar os meus poderes de mãe Diná para
adivinhar: Caio ia mesmo cometer uma loucura.



– Christopher... – Fui até ele, usando a minha voz mais doce e convincente. – Christopher... Meu amor, não se esquente. Recuperei as chaves à força. Estão comigo. – Sorri e pisquei o olho para ver se o clima tenso se dissipava. Não adiantou muita coisa.



Ele bufou alto. Por um instante achei que, apesar de estar me olhando, não conseguia me
enxergar de verdade.



– Entre em casa e tranque a porta. Não saia até eu voltar, Dulce.



– O que vai fazer? – Voei no pescoço dele. Christopher me abraçou forte, e percebi que estava
trêmulo.



– Faça isso. Por favor – disse de um jeito frio que não condizia com o seu abraço quente.



– Não. Vou contigo.



– Dulce...



– Não vou deixar que faça merda, Calvin! – Nem me dei o trabalho de corrigir seu nome.
Escapuliu mesmo. Ele também não corrigiu, mas tentou se afastar. Não o soltei por nada.



– Ninguém vai te ameaçar assim. Ninguém ameaça a minha namorada. Vou fazer com que ela
entenda quem é que precisa tomar cuidado.



O que falou foi capaz de me deixar mole. Acabei o soltando por completa falta de força. Tipo,
ele não havia me pedido em namoro nem nada. Estávamos vivendo uma relação diferenciada que ainda não tinha nome (quem liga para nomes?). Perceber que me considerava uma namorada me fez esquecer tudo, inclusive a quenga ameaçadora vilã de novela.



Encarei-o demoradamente, de queixo caído. Christopher ainda estava nervoso, muito inquieto, e meio envergonhado também. Acho que a palavra escapuliu de sua boca tanto quanto o seu apelido tinha escapulido da minha.


– Apenas faça uma ligação, se te fizer melhor – propus. – Não quero que a veja. Não
precisamos disso. Karen só quer aparecer. Vai ser pior se dermos ibope.



Ele prendeu os lábios e segurou o meu rosto. Pareceu refletir muito. Apertou-me um pouco,
mas foi soltando devagar. Deu-me um beijinho bem gostoso, porém rápido demais para o meu gosto.



– Tem razão. Eu a conheço... Sei como é explosiva, mas nunca fez mal a uma mosca.



Eu não tinha tanta certeza assim da benevolência da louca, mas se o Calvin tinha... Só me
restava confiar. Com os olhos bem abertos, claro.



– Exatamente.



– Não está chateada? – perguntou, voltando a apertar o meu rosto. Seus olhos escuros
pareceram ter se acalmado um pouco. Fiquei satisfeita com sua capacidade de sempre me escutar.



– Claro que estou. Odeio aquela idiota.



Continuou sério mesmo depois que eu ri.



– Não está chateada comigo?



Franzi o cenho.



– Claro que não, meu bem. Por que estaria?



– Porque a Karen tinha a chave da minha casa. Fui eu que dei acesso a ela, Dulce.



– Está no passado. Já foi corrigido.



– Nunca devia ter feito isso... Ter dado a ela o direito de invadir a minha vida. – O coitado se
reprimia mesmo, deu para ver a dor em seu olhar.



– Ei... Sem estresse.



Calvin sorriu e foi segurando os meus cabelos aos poucos, até que todo ele estava preso por
uma só mão. Puxou-os para baixo, obrigando-me a erguer a cabeça a fim de vê-lo de perto.



– Nunca achei que encontraria alguém que aceitasse tanto os meus defeitos. – Oh, Senhor.
Aquela carinha de menino apaixonado me mataria um dia.



Sorri porque o que disse era verdade. Eu aceitava coisas que nem todo mundo aceitaria, mas só porque faço uma coisa rara: reflito sobre os motivos e os “porquês” das pessoas serem como são. Um defeito acaba se tornando apenas uma consequência, e é mais fácil lidar com elas.



– Quem seria você sem seus defeitos? – questionei.


– Um cara bem melhor, eu acho.



– Não. – Balancei a cabeça. – Seria um cara bem longe de ser você. E eu não o amaria tanto.
Riu um pouco, cortando de vez o clima tenso.



– “Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que
sustenta nosso edifício inteiro” – murmurou sorrindo, visivelmente orgulhoso. Ele gostava quando eu deixava o meu amor tão evidente, embora não conseguisse sequer chegar perto da palavra amor.



– Clarice?



– Sempre.



Eu tinha cada vez mais orgulho da nossa trilha literária (trilha sonora é para os fracos).



– Vamos... Vamos pôr esta na nossa parede. – Peguei suas mãos e lhe puxei na direção da
minha porta. A nossa noite podia facilmente terminar como todas as outras. Eu não me importaria.



Ah, antes que me pergunte, usei a palavra “nossa” de propósito, porque naquela altura já não
existiam diferenças entre o 104 e o 105. Os números se transformaram em detalhes, bem como os nomes haviam se tornado desde que nos conhecemos.


 


__________________________


Ranço da Karen - quengaaaa {#emotions_dlg.yell}



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Autor(a): luvondul

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– Bom dia, vizinha... – Já estava ficando mal acostumada. Aquela voz rouca sussurrando no meu ouvido se tornou obrigatória para as minhas manhãs, virou parte da rotina do mesmo modo como fazer xixi ou escovar os dentes. Mas a melhor parte mesmo foi nunca mais ouvir o meu despertador chato de novo.Sorri de leve. Mesmo sendo segunda- ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 41



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  • aucker Postado em 17/12/2020 - 23:29:30

    Como essa fic pode ter poucos comentários gente? Sério msm amei a história

  • dudinhah Postado em 16/11/2018 - 01:59:46

    Essa é a única web ,que eu li que não tem os outros rbds

  • manu_morais Postado em 28/12/2016 - 20:27:20

    https://m.fanfics.com.br/fanfic/55689/never-gonna-be-alone-vondy estou começando a escrever essa fanfic passem-lá

  • manu_morais Postado em 28/12/2016 - 20:25:24

    Simplesmente perfeita essa fanfic, amei d+ a história

  • stellabarcelos Postado em 06/04/2016 - 14:13:33

    Amei amei amei amei! Uma das histórias Hot mais incríveis que eu já li! Nunca ia esperar por isso

  • luvondul Postado em 24/03/2016 - 21:42:19

    Christopher Uckermann é um renomado advogado criminalista apaixonado pelo que faz. Além do sucesso inquestionável na carreira jurídica, também usufrui do impacto devastador que provoca nas mulheres a sua volta. E com a sua nova estagiária Dulce Maria não seria diferente. Recém-chegada de uma temporada fora do país, quando acompanhou o então namorado e cantor pop Dereck Mayer em turnê pelo mundo, a estudante de Direito está determinada a cumprir as horas de estágio para finalmente ganhar o diploma, nem que para isso tenha de resistir aos hipnotizantes olhos azuis do dr. Uckermann. Assim como o seu chefe, a jovem leva uma vida descompromissada, curtindo o sexo oposto sem romantismo ou grandes demonstrações de afeto. Passem lá na minha nova fic meninas ;) http://fanfics.com.br/?q=capitulo&fanfic=53091&capitulo=1

  • hanna_ Postado em 22/03/2016 - 15:46:44

    Foi tudo muito lindo ao modo safado dele mas foi hahahah...fiquei muito feluz de acompanhar essa fic. Cada frase da Clarice q tbm falou com nós leitoras. Ansiosa para sua próxima adaptação. Obrigada vc, bjôooo ;)

  • danihponnyvondyrbd Postado em 20/03/2016 - 21:13:55

    O comentário abaixo e meu

  • Postado em 20/03/2016 - 21:11:41

    N acredito q é o ultimo (to chorando um balde de água) n pode acaber é muito boa por favor não faça isso comigo o meu coração não aguenta. Postao próximo capítulo :-):-):-)

  • hanna_ Postado em 20/03/2016 - 01:06:00

    Q lindos! Ah eu amei a Clarice e o Ck tbm <3 ...Tá acabando :(




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