Fanfics Brasil - O último suspiro antes do cruel mergulho O safado do 105 (ADAPTADA)

Fanfic: O safado do 105 (ADAPTADA) | Tema: Rebelde


Capítulo: O último suspiro antes do cruel mergulho

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Acordei com um sorriso no rosto ao constatar, por meio da janela do meu quarto, que o domingo estava ensolarado. Esperei por aquele dia com paciência (mentira, quase surtei para que chegasse depressa), fazendo mil planos mirabolantes para que o meu encontro com o Christopher fosse perfeito. No fim, constatei que a perfeição estaria na simplicidade: comeríamos churrasco (eu mais do que ele),tomaríamos caipirinha (ele mais do que eu), conversaríamos e faríamos as mesmas coisas que sempre fazemos aos domingos. Nossa rotina era perfeita, e seria demais pedir além.



Vesti o biquíni, preparei a famosa caipirinha e fui ao encontro do meu amado. A saudade não
cabia mais no meu peito. Eu estava tão mal acostumada que não encarei muito bem a nossa terceira semana. Tudo porque o Christopher modificou seus horários no trabalho devido à promoção (sim, ele foipromovido para chefe de cozinha! Que orgulho!): agora saía mais tarde, precisamente às duas da manhã, todos os dias.



Segundo ele, valia muito a pena. Tinha mais responsabilidades, porém menos trabalhos manuais (colocava todo mundo para fazer o que quisesse), além de que ganhava o triplo do que ganhava antes, como um simples cozinheiro. Feliz era apelido para o que eu estava sentindo com tudo aquilo, afinal, havia um dedo meu por ali, mas nenhuma felicidade está livre de consequências.



Passamos a semana inteira sem nos ver. Christopher chegava em casa tão tarde que eu já tinha ingressado no décimo primeiro sono, e eu saía tão cedo que ele não conseguia mais acordar no horário certo. Decidimos por unanimidade que nos veríamos apenas no domingo, pelo menos naquela semana conturbada, em que ele ainda tentava se adaptar ao novo cargo e horário. Depois, veríamos o que fazer: provavelmente eu tentaria dormir mais cedo para ser acordada por ele durante a madrugada, ou algo assim.



Nem preciso dizer o quanto aquela dura semana havia sido tediosa. Quanto mais o tempo
passava, mais percebia a minha dependência daquele homem. O entendimento sobre a minha nova condição me deixou assustada, pois não fazia ideia do quanto gostava dele, apesar de, desde o início,compreender que não era pouco.



Trocamos mensagens o tempo todo, de uma forma exagerada que só os apaixonados conseguem fazer. Sempre que ele dava uma pausa, para ir ao banheiro ou beber água, mandava uma mensagem diferente. Eu adorava, claro, e respondia na mesma hora. Ai de mim se não respondesse. Teve uma vez que o Christopher quase me matou com tantas ligações só porque não respondi a uma mensagem que mandou quando eu estava em reunião com os desenvolvedores da empresa.



Sim, o meu namorado era um cara sufocante, mas eu estava gostando, apesar de não dever.
Sério, não me incomodou nem por um instante. Amo ser paparicada, adoro me sentir protegida,
mesmo que no fundo estivesse com um pouco de receio. Tentava retirar de mim o sentimento de culpa e viver a felicidade que era ter o que conquistei a duras penas.



Na sexta-feira, quando já não me aguentava mais de tanta solidão, decidi acatar a ideia quando alguns colegas de trabalho me chamaram para um happy hour em um barzinho. Foi a primeira vez quesaí com eles, e até que me diverti bastante. Prometi que faria mais vezes. Não era saudável viveresperando para ver alguém; precisava manter outros círculos e, por mais que eu fosse adversa a amizades, entendia que ninguém podia ficar sem amigos, nem que fossem apenas colegas.



Lilian ainda me chamou para sair no sábado, porém recusei. Não ia sair com aquela louca mais
nunca. Daria um gelo tão grande que faria com que se ligasse e compreendesse que não era mais bem vinda na minha vida, mesmo sendo da família. Pode parecer forte dizer isso, mas sou assim: quando alguém me decepciona com relação a amizade, é difícil me fazer voltar atrás. Deve ser por isso que não acredito em amigos: eles sempre me decepcionam. Ou sou eu que dou valor demais a eles? Bom, não sei. Nunca aprendi a gostar de ninguém pela metade.



Invadi o quintal do Sr. Klein pai cautelosamente. Christopher estava abanando a churrasqueira com a tampa de alguma vasilha, de costas para mim. Trajava a velha sunga vermelha e, pelo laço amarrado na cintura, supus que também usava o avental. Meu coração se encheu de júbilo ao vê-lo. O sentimento foi tão forte que meus olhos se encheram de lágrimas. Dei alguns passos para frente, adiando o momento do encontro só para dar tempo para eu me recompor.
Silenciosamente, coloquei a garrafa térmica com a caipirinha em cima da mesa de madeira.


Não sei como ele não me viu. Como sempre, estava distraído, observando a brasa e a fumaça como se fosse a coisa mais interessante do mundo. Retirei a minha canga e a dobrei em cima do banco. Ajustei o laço lateral do biquíni e, quando olhei para o Caio de novo, ele já estava me olhando.



O sorriso que me ofereceu foi de tirar qualquer fôlego. Fui derretida como margarina em fogo
alto: em questão de segundos. Fiquei absolutamente parada, estarrecida e pasma com a minha própria capacidade de estar louca por aquele homem delicioso. Não soube lhe devolver o sorriso, muito menos lhe falar alguma coisa interessante. Meu papel de boba foi ensaiado com êxito.



Calvin retirou o avental, depositando-o em algum ponto da mesa. Meu olhar foi desviado para o
seu corpo esculturado pelos deuses. Demorei-me um pouco contando os gominhos de seu abdômen, e depois voltei para o sorriso, que ainda se fazia presente. Ele lambeu os lábios e, de imediato, modificou o tal sorriso. O resultado final foi uma careta pura de cafajeste. Aí sim, ferrou tudo. Eu, que já estava alucinada, quase morri diante do sujeito.



– Oi, vizinha... Veio provar da minha picanha? – disse sensualmente, aproximando-se devagar.
Meu Deus, diga-me que ele não vai começar do zero, quando a gente só trocava frases dúbias.



– Da sua picanha, do seu tomate, da farofa... De tudo que eu tenho direito. Quero ver se você
sabe fazer um churrasco, vizinho. Ele riu bastante. Não o acompanhei. Ainda me encontrava hipnotizada, e ainda mais por causa de seu riso safado. Sabia que estava na frente de um bicho selvagem prestes a atacar, mas e daí? Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. E bem, a minha única vontade real era a de ser comida. Muito bem comida, do jeitinho que só ele sabia comer.



Calvin parou bem na minha frente. Arquejei, mal podendo aguentar a curta espera para que
começasse a me tocar. Aconteceu no instante seguinte: ele depositou as duas mãos nas laterais da minha cintura e me puxou para si, encostando nossos corpos. Seus lábios pararam a centímetros dos meus.



Pensei que me beijaria, mas ficou apenas me analisando de perto. Seus olhos atravessaram a
minha alma, infiltrando-se no meu ser como se já fizesse parte dele. Senti suas mãos firmes desceram até as minhas nádegas. Apertou-as com forças, separando-as. Meu corpo foi projetado ainda mais para ele, e envolvi meus braços em seu pescoço. Gemi baixinho.



– Seu filé é de primeira, vizinha... Qualquer churrasco fica perfeito com uma carne tão saborosa.



Gemi mais uma vez, pois o maldito fez um movimento excitante demais na minha bunda.
Caramba, eu só queria dar, nada mais. Minha vontade foi facilmente manipulada pela sua presença. Sua boca foi tocando levemente a minha pele até parar no meu ouvido. Uma língua foi passada por ali, e me vi pirando geral. Os arrepios que soltei foram parar diretamente no meio das minhas pernas,como se tivesse um canal que ligasse cada região do meu corpo à minha va/gina.



– Safado – murmurei, gemendo. Comecei a sentir sua ereção já firme sendo esfregada em mim.



Christopher riu de leve, provocando-me mais arrepios


.
– Vou te comer até me fartar... E depois que já estiver farto, vou te comer de novo, porque tudo
que é bom merece bis... E porque nunca terei o suficiente de você.



Devo ter morrido e ressuscitado em questão de segundos, porque meu corpo sofreu um baque
horrendo só para constatar que meu coração ainda batia, e mais do que nunca. Fui beijada com tanta intensidade que pude sentir com total nitidez o tamanho do desejo que ele sentia. Era tão grande que não cabia dentro de nós; aquilo ia explodir a qualquer momento.



– Quase morri de saudade, Dulce... – murmurou rápido, mal dando tempo de concluir a frase.
Iniciou outro beijo, que mais me pareceu a continuação do primeiro.
Nem consegui responder que tinha praticamente enlouquecido de tanta saudade. Não queria
perder tempo separando os nossos lábios.



Christopher puxou uma das minhas pernas, equilibrando-a na lateral de sua cintura. Senti ainda mais a sua excitação. O beijo que misturava tesão e saudade só fazia se intensificar, e decidi pular em seus braços totalmente; abracei-o com as minhas duas pernas, terminando pendurada em seu corpo. Christopher me levou até a mesa de madeira, buscando apoio. Obrigou-me a sentar nela, mas não achou o bastante.



Empurrou-me até me fazer deitar, projetando seu corpo na minha direção para não deixar nossos lábios pararem de trabalhar.



Apertei-lhe a nuca com as minhas duas mãos. Ele arfou e começou a me tocar por inteira. As
mãos experientes, que juntavam safadeza e suavidade, atravessaram a minha pele até se perderem abaixo do meu umbigo. A boca ávida desceu para os meus seios com selvageria, e vi a parte de cima do biquíni ser afastada nos dentes. Gemi alto, totalmente entregue às sensações.



Calvin empurrou a parte interna das minhas coxas, obrigando-me a abrir bem as pernas. Meus
pés descalços se apoiaram na beirada da mesa, e as mesmas mãos urgentes voltaram a me atiçar por cima do biquíni. Meus seios começaram a ser sugados sem pena, na medida em que alguns dedos se aventuravam lá embaixo, conferindo a minha excitação e me fazendo ainda mais excitada.



Foi duro manter as pernas bem abertas, mas tentei ficar imóvel, apenas absorvendo cada toque. Minha cabeça estava nas nuvens, e piorou quando o Christopher decidiu puxar as cordinhas do biquíni a fim de me tirar dele. A exposição a qual fui submetida não foi incômoda; muito pelo contrário, quase morri de vontade de dar até o meu limite.



– Que saudade dessa b/oceta molhada... – rosnou com a boca ainda trabalhando nos meus seios. – P/uta m/erda, eu amo essa b/oceta, Dulce...
Poxa, Calvin, só a bo/ceta? Aí você me quebra! Não conseguia entender a sua facilidade em dizer que ama tal parte do meu corpo, e nem a tamanha dificuldade em dizer que me ama.



Um dedo escorreu para dentro sem rodeios. Eu estava tão lubrificada que era capaz de passar umelefante por ali (eu sei, às vezes ultrapasso o limite do exagero). Gemi o seu nome enquanto sentia um segundo dedo me penetrando com cuidado.



Calvin parou tudo o que estava fazendo só para me observar de perto. Analisou os meus olhos e depois conferiu o que acontecia entre as minhas pernas. Lambeu os lábios e voltou a olhar no fundo dos meus olhos. Sei que eu estava fazendo uma careta desesperada, mas não tinha como ser diferente.



Seus dedos se moveram dentro de mim, e soltei um gemido alto, seguido por vários espasmos.
Eu não sei como aquele safado conseguia, mas parecia conhecer o meu corpo tão bem que era capaz de atingir um ponto dentro de mim que me levava ao extremo êxtase. Com a outra mão, ele puxou a minha nuca, fazendo-me voltar a sentar. Agarrou os meus cabelos e me beijou com força, quase machucando nossos lábios.



O movimento com os dedos foi retomado, e desta vez na maior velocidade. A boca dele abafou omeu primeiro grito, mas o segundo preencheu o quintal em cheio. A constância de sua invasão foi calculadamente obtida, e cada choque me trazia um novo espasmo. Olhei para baixo na maior dificuldade, pois a mão dele ainda agarrava meus cabelos pelo couro cabeludo, e fiquei observando o trabalho de seus dedos.



Minha nossa... Era incrível. E foi mais incrível ainda quando, depois de um minutinho metido a
besta, atingi um orgasmo louco e ruidoso. Chamei seu nome repetidas vezes, até não conseguir falarmais nada. Retomei o silêncio quando percebi que Christopher não ia parar. Meu desespero se tornou evidente através dos meus olhos. Ele não teve dó. Não sei como a mão dele não doía, certamente sairia dali com uma tendinite de tanto que agitava aqueles dedos dentro de mim.



Novos espasmos foram se apossando do meu corpo. Não acreditei que estivesse tão perto de um segundo orgasmo, e mal tinha feito trinta segundos do anterior. Ele voltou a me beijar com selvageria, tirando-me o fôlego e o juízo de uma só vez. Ofegante e desestabilizada, um arrepio intenso cruzou aúltima fibra do meu ser, trazendo-me o êxtase.



G/ozei como uma louca, sentindo que estava expelindo mais líquido do que o primeiro clímax.
Caio me largou só para voltar a analisar a minha v/agina. Fiz o mesmo. Percebi que, sim, havia saído bastante líquido, porém nada parecido como a vez em que nos “despedimos” (aquela maldita despedida me parece bem idiota depois de tudo o que aconteceu).



Um segundo foi necessário para que eu tivesse certeza de que, sim, Christopher estava mesmo a fim de sair dali com uma bela tendinite.



– Não... Não... – implorei aos murmúrios, totalmente desesperada. – Não consigo...



Tentei fechar a perna para expeli-lo, mas o cretino não permitiu.



– Consegue! – rosnou brutalmente. Observei seu braço com os músculos enormes quase
explodindo, a pele chegou a ficar vermelha por causa do esforço.



Fechei os olhos com força.



– Não consigo... – Arfei.



Um espasmo inacreditável fez minha cintura retesar. Acho que o Christopher sentiu aquilo, pois me respondeu com um risinho malicioso, provando-me que, sim, eu conseguiria atingir o terceiro, e não demoraria nada.



Comecei a gemer muito quando meu corpo soltou mais daqueles espasmos. Os gemidos viraram gritos assim que senti o poder do terceiro êxtase. Ele bateu à minha porta em um ritmo acelerado, fazendo-me abri-la no auge do desespero. Eu sabia que seria intenso. Sabia que viria com ainda mais força, por menos provável que fosse.



– Christopher! – gritei em um rosnado animalesco, e g/ozei com tanta intensidade que senti como se estivesse fazendo xixi. A curiosidade me fez ver o exato instante em que tive uma ejaculação. Calvin não tirava os olhos dali, parecia encantado e satisfeito. Melequei sua mão inteira, e boa parte do braço, mas o maldito não parou. Minhas pernas amoleceram, a fraqueza me atingiu e um filete de suor escapuliu pela lateral do meu rosto.



Quase morri de alívio quando ele finalmente foi desacelerando, até que parou por completo.
Retirou os dedos de mim e os lambeu como se fosse doce. Por um instante achei que teria descanso, mas estava bem enganada. Calvin me empurrou de volta para mesa, e me deitei sem entender direito oque ainda queria comigo.



Estava desnorteada.



O maldito se curvou diante de mim e, segurando os meus seios com as duas mãos, mergulhou aboca na minha v/agina como se ela não tivesse feito nada até então. Fechei os olhos e tentei buscar tranquilidade. Foi difícil, confesso. Meu mundo ainda girava loucamente diante de mim, porém continuaria girando até que, como prometido, ele se fartasse.



Fui experimentada como se fosse uma sobremesa. Se bem que, do jeito que ele me lambia e
sugava, eu parecia mesmo era o prato principal. Ele deve ter tomado o meu go/zo por inteiro, pois mepercebi quase seca depois que cansou de me chupar. Demorou pacas. Eu mesma me recusei a g/ozar, pois não aguentaria a pressão que viria depois. Tentei me controlar e usar o momento apenas para deixar a chama acesa e o coração calmo, pronto para novas investidas.



Só depois percebi que a ideia foi idiota. Christopher não deve ter gostado muito do fato de eu não ter go/zado, pois me ergueu e me colocou ajoelhada em um dos bancos, com o corpo projetado na mesa. Achei que finalmente começaria a me f/oder, mas me surpreendi quando senti novamente a sua língua, desta vez fazendo dueto com um dedo afoito que instigava a minha segunda abertura. Resultado: muitos gemidos.



Ainda achava estranho até demais ser invadida por ali, mas ele me deixava tão à vontade que não fui capaz de recuar. Christopher começou só instigando, atiçando e provocando (e aí senti uma nunca conhecida vontade de dar por trás), só depois que penetrou um dedo e tornou a coisa tão mais deliciosa que a minha única opção foi deixar o quarto orgasmo dar as caras.



Terminei morta com farofa (literalmente, pois havia uma vasilha com farofa bem ao meu lado),
jogada na mesa de qualquer jeito, toda suada, acabada e já satisfeita. Mas eu sabia que tinha muito mais, portanto não adiantava dar uma de fracote. Precisava aguentar o tranco insaciável do meu homem, pois fazia pacote com todo o restante que escolhi para mim.



Calvin me ergueu e me girou até me deixar em pé novamente, de frente para ele. Beijou-me com um pouco mais de suavidade, e me surpreendi ao perceber o seu p/au ainda duro. Caramba... Geralmente os caras amolecem quando estão apenas dando prazer, mas o filho de uma mãe era impressionante.



– Vou te mostrar como é que se faz um churrasco, Dulce.



Como se ele já não tivesse me mostrado...



Christopher abaixou a sunga até a metade de suas coxas, deixando sua ereção livre. Toquei-a com firmeza, fazendo com que preenchesse a minha mão. Estava pulsante, meio melada e linda como sempre. Pensei em chupá-la, mas ele não queria muita conversa: tomou-me em seus braços e ergueu as minhas duas pernas simultaneamente.



Fez um movimento para me penetrar fundo. Gritei, apoiando-me em seus ombros. Por mais que
eu achasse que pudesse passar um elefante, aquela semana foi o bastante para me fazer desacostumada com o seu tamanho e largura. Enterrei a minha cabeça em seu pescoço, meio sem forças, relaxei e deixei que coordenasse tudo. Calvin nem pestanejou, começou a me chacoalhar em cima dele como se eu nada pesasse.



A velocidade ganhou o selo de qualidade Calvin Klein em menos de um minuto. Nossos sexos se chocavam tão depressa e provocavam um ruído tão grande que achei que os vizinhos estivessem escutando tudo. Tudo aquilo somado com os meus gemidos e os gemidos dele, então, ferrou tudo.



Christopher me abraçou de jeito e, impressionante, começou a mexer os quadris com habilidade. Meu único trabalho foi manter as pernas bem abertas e me concentrar na sensação maravilhosa que era a sua invasão em alta velocidade. Mordi um ponto de seu ombro enquanto observava cada músculo daquele corpo perfeito trabalhando em prol do nosso prazer.



Depois de dois minutos, eu já não era a única pessoa suada no recinto.



– C/aralho, Dulce... Não posso goz/ar rápido... – Christopher me afastou depressa, devolvendo-me ao chão. Sua respiração ofegante foi colocada bem perto do meu ouvido, e foi seguida por uma língua que estava a fim de me provocar: recebi outra lambida na orelha. – Às vezes eu não sei nem por onde começo a te comer... – sussurrou. – Vem comigo.



Calvin terminou de tirar a sunga, e também de arrancar a parte de cima do meu biquíni (por
incrível que pareça, ela ainda estava lá). Segurou a minha mão e foi me guiando rumo ao
desconhecido. Deixamos a palhoça e atravessamos parte do gramado até chegarmos perto da piscina.



Havia uma toalha já aberta na grama verdinha, e foi diante dela que paramos.
Olhou para mim sob a luz forte do sol e fez uma careta esquisita.



– Passou protetor solar?



Aquiesci.



– Ótimo, vamos passar de novo. – Apanhou o tubo de protetor que vivia entre a toalha e a
piscina. Revirei os olhos, mas não fiz nenhum comentário. Christopher exagerava na proteção, mas era melhor que exagerasse do que me ver tostada como da outra vez.



Fez questão de espalhar o produto em todo meu corpo, e de uma forma visivelmente erótica.
Fiquei com aquele cheiro característico que nunca gostei tanto, mas acho que ele não ligou, pois às vezes parava só para cheirar a minha pele branca, que queimava mais por causa do desejo do que pelo sol.



Eu sabia que já tinha passado protetor, mas fui tão exagerada quanto ele e comecei a espalhar o produto em sua pele também (mesmo sabendo que os raios solares não costumam castigar tanto as peles que têm aquela cor morena incrível). Christopher não reclamou, recebeu cada carícia provocante com um sorrisinho bobo nos lábios. A verdade é que ele também gostava de ser mimado.



De qualquer forma, aquela pausa foi muito bem-vinda para mim. Senti-me revigorada e pronta
para mais quando fomos aos finalmentes. Christopher se sentou na toalha e me levou junto, fazendo-me ficar por cima. Aproveitei a deixa para empurrá-lo até que se deitasse.


Quem manda vacilar e me dar o comando de bandeja? Claro que precisava aproveitar. Comecei lhe beijando a boca avidamente, depois fui descendo do mesmo jeito como tinha feito comigo. Lambi os biquinhos duros de seus peitos, ouvindo seus arquejos excitantes. Suas mãos repousaram na minha bu/nda e lá ficaram.



Seu corpo perfeito sob o sol ficava ainda mais esplêndido e, usando as palavras dele, pude me
fartar à vontade. Suguei cada parte daquela pele, que me fez tanta falta, até chegar ao seu p/au. Estava mlouca para chupá-lo, mas ainda fiz charminho, atiçando a região ao redor sem pressa.



Christopher não pareceu tão calmo assim. Seu desespero pela minha boca só fazia crescer, e
infelizmente não consigo demorar em atender seus apelos. Sempre foi assim. Abocanhei-o com gula, e o chupei com rapidez logo de cara. Ele se esforçou para não comandar a velocidade durante algunsminutos, mas as mãos que prenderam os meus cabelos foram intencionais: começou a puxá-los e soltá-los, ajudando-me a entrar em seu ritmo.



– Que saudade dessa boca faminta, vizinha... – soltou aquele rosnado repleto de tesão, que era capaz de me deixar arrepiada. – Adoro o seu apetite... Vai, gostosa... Come o meu p/au!



O mais engraçado é que, depois de um período de silêncio, Calvin voltou a ser falante. Sério, até achei que nunca mais o veria no modo supersafado de novo. Quero dizer, ele ainda fodia com força e tudo mais, só que havia mudado (maneirado) aqueles palavreados canalhas durante o sexo. Será que alguma coisa havia mudado? Será que voltamos, sem perceber, à estaca zero?



A única coisa que sei dizer é que, quanto mais ele gemia e falava putaria, mais louca de tesão eu ficava. De repente, Christopher puxou meus cabelos com força, fazendo com que me distanciasse. Pareceu tomar fôlego, e só então compreendi que ele estava tentando evitar entrar no clímax.



Fui puxada para cima dele pelo queixo (juro que foi pelo queixo, e dane-se o sentido). Abri as
minhas pernas ao seu redor, já nos encaixando. Gemi baixinho assim que tudo que pertencia a ele estava dentro de mim. Comecei a cavalgar devagarzinho, ajudada pelas suas mãos, que me tomaram pela cintura.



Calvin respeitou o meu ritmo. Comandei o movimento durante um longo tempo; ora ia devagar,
ora rápido, ora parava para rebolar e sentir seu p/au tremelicando sob mim. Em dado instante, apoiei meus pés na toalha e me inclinei para trás, deixando as mãos sobre suas coxas. Continuei em um ritmo acelerado que fez nossos sexos se chocarem com força, fazendo um barulho delicioso de ser escutado (sou maluca demais por me excitar até com os ruídos?).



Calvin começou a querer interferir. Apoiou as pernas e chacoalhou o quadril, intensificando o
nosso ritmo. Sentia-me absolutamente repleta, envolta no vai e vem, relaxada e pronta para receber mais um orgasmo. Ele deve ter sentido que eu estava vindo, pois se sentou na toalha e, apoiando uma mão atrás e a outra na minha cintura, acelerou drasticamente a velocidade da entrega. O resultado não podia ter sido diferente: entrei em um êxtase tão louco quanto todos os outros.



– Argh! G/oza no meu p/au, cachorra! – urrou alto. Era oficial: os vizinhos ouviram. Não é
possível que ninguém no raio de um quilômetro não tenha escutado aquele grito selvagem vindo do quintal.



O pior foi que eu gemi ainda mais alto.



Atirei o meu corpo para frente assim que voltei ao planeta terra. Abracei-o com fervor,
beijando-lhe a boca. O beijo foi retribuído com muita suavidade. Ele aproveitou para tocar os meus seios e descer as mãos, apertando minhas carnes até me dar um tapa dolorido em uma nádega. Vibrei, principalmente porque ainda estávamos dentro um do outro.



Christopher me depositou meio de lado na toalha. Como uma marionete, e não era novidade, fui manuseada por aquele homem. Ele veio por trás de mim, meio de lado também, e ergueu uma das minhas pernas até me deixar bem exposta. Penetrou-me profundamente.



Pensei que começaríamos do zero e com calma, mas devia aprender a não esperar que ele fosse paciente. Com as costas um pouco arqueadas e a pele do Christopher encostada a minha, deliciei-me com o seu p/au insistente voltando a me atiçar. O sujeito era tão bom no que fazia que não importava a posição, sempre encontrava uma maneira de ser brutal, decisivo e absurdamente provocador. Um safado de marca maior, fazendo o que faz de mais perfeito.



A sensação de preenchimento voltou a me tirar do sério. Os choques constantes foi um
diferencial, e vi as minhas vontades serem reascendidas de novo. O que mais me deixava pasma era que ele havia dito, com todas as letras, que nunca teria o suficiente de mim. Ou seja, nada que eu fizesse seria o bastante, aquele desejo renasceria das cinzas para todo o sempre, e morreríamos querendo um ao outro de forma insaciável.



Muito intenso.



Cometi o erro de gemer para que ele me f/odesse. Calvin virou bicho, sério. O maldito começou a rosnar e a se movimentar ainda mais depressa, como se já não estivéssemos indo rápido o bastante. Juro que eu já estava quase go/zando de novo, até que fui empurrada contra a toalha. Meu rosto e os meus seios conseguiram sentir a grama abaixo dela, e no outro seguinte eu só podia sentir um corpo másculo, grande e suado em cima de mim, bem na retaguarda. Calvin me deixou parecida com uma formiguinha indefesa enquanto me fo/dia e me protegia quase totalmente da luz do sol.



Puxou os meus cabelos e cheirou o meu pescoço diversas vezes. Fechei os olhos, mantendo-me atenta às sensações. O orgasmo que não tinha vindo na posição anterior resolveu bater na porta de novo. Deixei-o entrar.



– Vou g/ozar, Christopher...



– G/oza... Vou também... – murmurou, ofegante. Parecia mais amansado. – Agora... Dulce!
Acabei indo um segundo depois. Foi um momento incrível. Só lamentei não poder ver seu rosto, mas senti cada partícula dele cedendo. Terminamos parecendo um hot dog, em que o recheio era a salsicha dele. Meu corpo cansado permaneceu quieto, só esperando o safado sair de cima. Ele não saiu.



– Nunca mais vamos passar tanto tempo sem nos ver, Dulce. Isso não existe... Eu fiquei louco
sem você. – Sua voz saiu bem ofegante.



– Concordo... Idem – balbuciei, sem forças.



Sua boca explorou o meu pescoço em alguns pontos. Achei que ele não fosse sair dali tão cedo, por isso relaxei de vez. Não era uma posição incômoda, muito pelo contrário. Acho que o Christopher estava apoiando seu corpo em algum lugar que não era em mim, pois não estava tão pesado.



– Onde esteve na sexta-feira? – perguntou com a voz diferente. Assim, do nada. Fiquei logo em
alerta.



– Eu te avisei... Mandei uma mensagem, não viu?



– Claro que vi. Quero saber onde esteve e com quem esteve, só isso.



Demorei um pouco a responder.



– Qual a parte de “no bar, com uns colegas de trabalho” você deixou de entender? – Só depois
que falei foi que percebi que havia sido meio grossa.



Ele bufou, meio contrariado.



– Em que bar e com quais colegas, Christopher... Foi isso que perguntei.



– Um que tem perto do trabalho – falei com a voz mais suave. Não sabia bem os motivos de ter
ficado tão na defensiva. – E bem... Você não conhece meus colegas, não adianta citar nomes.



– Gostaria de saber os nomes dos colegas que te deixaram fora de casa até quase quatro da
manhã.



Congelei. Pensei em sair da posição, mas sabia que seria inútil. Tinha um trambolho enorme em cima de mim, com um p/au gigantesco ainda me penetrando.



– Marcou a hora que cheguei? – Nem eu mesma fazia ideia. Realmente, procurei me divertir.
Conversei, tomei uns drinks, até dancei um pouquinho. Pela primeira vez na vida, sequer me importei com horários.



– Claro.



– Pensei que estivesse dormindo.



– Eu estava. Você me acordou ao fazer tanto barulho para pegar suas roupas no armário. Estava bêbada?



– Claro que não. – E era verdade. Só bebi um pouco.



– Bebeu?



– Sim.



– Bebeu e depois pegou o carro?



Droga. Aquela conversa ia dar em merda.



– Foi. Qual é, nunca fez isso? Vai me multar?



– É incrível como uma mulher tão inteligente possa ser tão irresponsável – falou com a voz
comedida. – Eu gostaria de participar de suas decisões, Dulce.



– Que decisões? – Fiz uma careta.



– A decisão idiota de sair, se embebedar e dirigir perigosamente por aí.



– Ei, espera aí, eu...



– Isso não pode se repetir – foi taxativo.



Sua arrogância me fez ao menos tentar me afastar. Consegui, acredite se quiser. Sentei na toalha tropegamente, e ele se ajoelhou sobre ela. Ficou me observando com seriedade. Na moral, trocaram o cara com quem eu estava transando. Não era o mesmo. Certeza absoluta.



Abri a boca para falar alguma coisa, porém nada saiu. Ainda estava refletindo sobre a situação.
Tudo bem, bebida e direção era uma mistura perigosa e irresponsável. Neste ponto, Christopher tinha total razão, ainda mais porque morre de medo que alguma coisa aconteça comigo. Contudo, ele não tinha o direito de querer controlar a minha vida. Se eu quiser sair novamente com os meus colegas, não vejo problema algum em fazê-lo.



– O quê não pode se repetir? – questionei.



– Essa sua despreocupação consigo mesma. Acha que pode me mandar uma mensagem e pronto, tudo ficará bem... Que pode sair com quem quiser, chegar a hora que quiser...



– Eu posso sair com quem quiser e chegar a hora que quiser.



Ele me olhou como se eu fosse louca.



– Ah, então posso fazer o mesmo. Certo?



Bufei, indignada.



– É diferente. Não tenho a mesma maldade que você tem. Não saí para transar, saí para
espairecer.



– Por que acha que eu só saio para transar?



– Porque você é um safado! – Deixei escapulir. Nem sabia de onde vinha tanta indignação. Ele
estava sendo sufocante, certo, mas será que eu estava ajudando?



O problema é que não podia acreditar que estava sendo alvo de desconfiança, nem que seja
mínima. Poxa vida, já tinha provado tantas vezes que não era uma qualquer.
Christopher se assustou um pouco com as minhas reações e ficou parado, mudo, com os olhos bem abertos.



– É o que acha de mim. – Não foi uma pergunta.



Christopher foi se levantando devagar, totalmente intrigado. Levantei-me também.



– Desculpa... – murmurei. – Mas só por isso. Não vou pedir desculpas pela sua desconfiança.



Você tem razão, não devia ter bebido e dirigido... Mas o direito de sair continua sendo meu.



Christopher deu de ombros.



– Certo, Dulce... Deixa pra lá. Não quero discutir. – Obviamente, ele ainda estava bem chateado. Seria pior se não resolvêssemos aquilo de uma vez. As coisas precisavam ser transparentes para nós dois.



– Não... Espere.



– Chega. Está vendo? – Abriu os braços. – Não sirvo pra isso.



– Christopher... Pare.



– P/uta me/rda, eu tento, mas só consigo fazer besteira. Olha... Saia com quem quiser, transe com quem quiser, faça o que quiser, Dulce. Só me deixe em paz.



Engoli em seco. Balancei a cabeça em negativa. Minha nossa... Aquilo não ia dar certo. Não
dava para chegarmos ao nosso limite em cada discussão. Ele não tinha maturidade para discernir as coisas. Para ele, qualquer erro, qualquer diferença de opinião, significava o fim. Era como se acordos sequer existissem.



– É o que você quer? – Já estava com lágrimas nos olhos, sentindo-me derrotada. – Sem acordos, sem conversa? É o que quer?



Encarou-me com o olhar bem distante. De repente, pareceu desesperado. Sua expressão fria
mudou da água para o vinho.



– Não... Não é – disse com a voz embargada, passando as mãos nervosamente pelos cabelos. – Eu não quis dizer aquilo, não quero que... Por que essa merda é tão difícil?



Estava nervosa, mas precisava me acalmar. A madura da situação era eu, precisava agir com
paciência.



– Na próxima sexta, quando você sair do trabalho, encontre-me no bar. Irei te apresentar a todos os colegas, e então, quando eu quiser sair de novo, você saberá exatamente onde estou e com quem estou. A regra serve para você... Quando quiser sair, apresente-me a pessoa e o local antes. Combinado?


Christopher concordou prontamente, ainda meio desesperado. Parecia um moleque. Mas ele era, enfim.



– Sem bebidas e direções – completou.



– Sem bebidas e direções. Prometo.



– E você vai me desculpar por ser tão imbecil?



Sorri de leve. Ele também.



– Vou te desculpar por ser tão imbecil... Desde que nunca mais diga que não serve para isso. E que nunca mais desconfie de mim. – Ele balançou a cabeça como forma de entendimento. – Christopher, eu sou apenas sua. Não preciso de mais ninguém... Não quero ninguém além de você.



– Eu sei, é que...



– Não sabe. Não faz ideia. Não me dê uma liberdade que eu não quero. Só preciso da liberdade de transar contigo. Da liberdade de te amar sem medo, sem desconfiança, sem ciúmes...



– Ah, não. – Riu nervosamente. – É impossível, eu sou ciumento. Descobri isso contigo,
acredite. Não sabia que podia ser tão possessivo, tão chato...



Aproximei-me devagar, e ele me puxou pela cintura.



– Também sou ciumenta, mas tudo tem limite. Não podemos deixar o ciúme nos destruir.
Caio não respondeu nada, apenas beijou a minha boca com tanta leveza que tive a sensação de que podia voar.



– Me perdoa?



– Uhum.



– Está com fome?



– Uhum. – Rimos.



– Você me ama?



Pensei um pouco, só para fazer suspense.



– Uhum.



Ganhei um beijo. Depois outro, e mais outro... E mais um bocado durante todo o dia. E
incontáveis quando nos encontramos na cama dele, depois do churrasco e de uma limpeza, que ajudei a fazer, em sua casa.



Eu estava radiante na segunda-feira. Depois de uma noite incrível, encontrava-me mais do que
pronta para uma semana cansativa. As coisas com o Christopher precisavam melhorar, mas eu tentava manter a positividade. Ele me pediu tantas desculpas que cheguei até a ficar envergonhada. Tratou-me tão bem durante o tempo que passamos juntos que busquei esquecer as duras palavras que proferiu.



Aquele menino podia dar aula na cama, mas fora dela era o meu dever lhe ensinar. Não podia
conquistá-lo e me dar o luxo de deixá-lo perdido, sem direcionamento. Se ter um relacionamento é algo que ele não sabe fazer, eu, como pessoa que o ama e que quer esse tal relacionamento com ele, tenho o dever de coordenar as situações. Né não?



Meu chefe me chamou para sua sala no finzinho do expediente. Procurei na memória alguma
coisa errada que eu tivesse feito, para ir logo pensando em uma justificativa afiada. Toda vez que o maldito me chamava em horários incomuns era para me dar alguma notícia deprimente. A última foi o rompimento de um contrato com um cliente importante, que ainda bem não havia sido culpa minha.



– Sente-se, Dulce – pediu, e foi se sentando à sua mesa. Sentei-me do outro lado. O assunto era mesmo sério. Normalmente ele me deixava em pé. – Vou direto ao ponto. Tudo bem?



– Por favor. – Cruzei as pernas e fiz cara de intelectual.



– Seu rendimento tem caído muito, Dulce. Não sei por onde anda a sua cabeça, mas desde a
morte de sua avó que as coisas vêm mudando...



– É... Foi um baque. Estou tentando me ajustar.



O idiota piscou os olhos excessivamente. Ih, rapaz... Não era nada bom.



– O fato é que a empresa está cortando gastos. Não podemos esperar que você se ajuste. A
situação não é boa, Dulce... A crise está aí, batendo à nossa porta.



Tudo era culpa da crise. Faltava água para os funcionários por causa da crise. Não tinha vaga no estacionamento por causa da crise. Se um desenvolvedor derrama café é por causa da crise, e é por causa dela que um gato miou no telhado. Sério, aquele cara só podia estar de brincadeira comigo.



– Estou aqui há cinco anos. Sempre mantive o...



– Sabemos, e foi por isso que esperamos tanto. Mas não dá, Dulce. Você não está atendendo às expectativas da empresa.



A empresa não atende às minhas expectativas há anos, e nem por isso estou dando piti. Que
raiva! De repente, levei um susto. C/aralho! O que aquele maldito estava tentando me dizer?



– Estou sendo demitida, é isso?



– Infelizmente.



Choveu partículas de Dulce por todo chão daquele escritório. Cheguei até a olhar para os lados para ver se não tinha me cortado, porque o meu vidro interno se espatifou de uma só vez.


– Mas... O... O senhor não me advertiu e...



Bufou de um jeito desdenhoso.



– Venho te dando mil advertências. Você sempre inventa uma desculpa.



– Eu... Não... Não eu só...



– Iremos pagar pelo seu aviso prévio, pois não estamos interessados na sua permanência. Passe no setor financeiro e verifique seus documentos, as contas e toda a papelada necessária.



– Mas... O senhor...



– Agora, se me der licença, tenho uma reunião daqui a pouco. – Levantou-se em um pulo,
praticamente me enxotando. – Junte suas coisas e passe no financeiro, sim?



Enxotada. Fui enxotada. Sem nenhuma consideração. Sem uma justificativa cabível. P/uta
merda... O que eu ia fazer?



Comecei arrumando as minhas coisas, que basicamente eram um estojo com canetas coloridas, um espelho pequeno, uma agenda e um batom. O restante pertencia à empresa. Peguei a minha bolsa e, sem acreditar no que havia acabado de acontecer, fui ao departamento financeiro.



A mulher que trabalhava lá me tratou muito melhor. Foi bem compreensiva (na verdade a
maldita estava morrendo de dó de mim) e me explicou como funcionavam todos os direitos que eu tinha. Uma quantia muito bacana seria depositada na minha conta. Adorei ver aqueles números girando na minha frente, porém saber que eu não teria mais nada depois que ele se transformasse em zero, fez com que eu percebesse o quanto estava f/odida.



Só sobreviveria por uns dois ou três meses. Nada mais que isso.



Mas tudo bem, eu só precisava de um emprego novo. Numa empresa nova e, de preferência, com um chefe mais agradável. Era isso. Eu ia arranjar um emprego. Tudo ficaria bem. As coisas se arrumariam. Não era difícil encontrar alguma coisa na minha área. Quase toda empresa precisa de um analista.



Atravessei as portas da empresa sem me despedir de ninguém. Não precisava pagar aquele mico. Sério, estava me sentindo derrotada, com que cara iria falar com os colegas? Tudo bem que tínhamos passado uma noite agradável na sexta-feira, mas nenhum deles era meu amigo.



Para ser bem sincera, ninguém era meu amigo. Só me dei conta disso quando entrei no meu
carro e afundei o rosto no volante. Não tinha ninguém para ligar e dar a notícia. Opa... Tinha sim. Christopher. Ah... Mas ele estava trabalhando àquela hora. Não podia incomodá-lo com os meus problemas, podia?



Pensei em outro número, e logo veio o de casa. Não da minha casa, o da casa dos meus pais.
Mamãe ia surtar quando soubesse. Papai ia me fazer voltar a morar com eles, certeza absoluta.



Caramba... Não podia dizer nada a minha família. Precisava arrumar outro emprego antes que
soubessem da demissão.



Comecei a chorar em um momento desconhecido. Comecei a berrar como uma louca no instante seguinte. Por fim, iniciei uma espécie de choro misturado com soluços e balbucios que maldiziam o mundo inteiro. A sensação de derrota, de fracasso, de vergonha e de tudo de ruim me fez entrar em um estado depressivo de imediato.



O pior era que aquilo tudo podia ter sido evitado. Se eu não fosse tão louca... Tão perturbada...



Poxa, precisava descontar minhas angústias no trabalho? Eu sabia que a culpa daquilo não havia sido da minha avó. A morte dela me abalou muito, sem dúvidas, mas meu novo comportamento foi minuciosamente criado pela paixão adolescente. Aquela montanha-russa de emoções que se tornou a minha vida acabou me prejudicando mais do que podia calcular.



No entanto, não podia culpar o Christopher. O coitado não seria responsabilizado pela minha falta de senso. Por falar nele, acabei tomando uma decisão: precisava de um abraço com urgência. Sei que ficaria todo preocupado, mas não dava para adiar, e também não podia dar a notícia por telefone.



Tentando manter a calma, dirigi até um endereço inusitado: o restaurante em que o Christopher trabalhava. Eu conhecia o lugar de nome, mas nunca havia frequentado. Fiquei empolgada quando percebi que era um estabelecimento bem grande e chique, com direito a estacionamento com manobristas trajando ternos. Um luxo!



Estacionei (sem a ajuda dos manobristas, pois avisei que seria rápido) em um lugar bem
distante da entrada, pois o restaurante se encontrava bem cheio. Liguei o meu mais novo alarme e agradeci por estar trajando roupas legais. O ambiente era mesmo bem fino. Fiquei impressionada!



Alcancei uma pequena calçada e fui andando lentamente, desta vez praguejando por estar usando um salto alto demais. Meus pés começaram a doer na metade do caminho, e acho que a minha vida é ter os meus pés com problemas e ser surpreendida com um casal aos beijos.



Entre uma porta, que achei ser a dos fundos da cozinha, e uma parede alta que dividia um espaço para agregar caminhões de descarga, um casal se esfregava no maior entusiasmo. A iluminação estava boa o bastante para me fazer ter certeza do que via: Christopher estava beijando uma garota. Abri a boca, estupefata, prestes a gritar, mas me contive quando identifiquei a sujeita. Era a Lilian. Minha prima. 


Minha odiosa prima vadia.



Esfreguei os olhos. Vai que estivesse tendo uma ilusão? Chacoalhei a cabeça com força,
mandando os fantasmas pararem de me assombrar e de me fazer ver coisas, porém não adiantou. Christopher continuava lá, beijando a Lilian com empolgação. Tentei ver algum resquício de... Sei lá, vai que ela estivesse forçando a barra, né? Enfim, não encontrei. Christopher estava a beijando porque queria.


Aquela mão agarrando seus cabelos, enquanto a outra lhe apertava a cintura, não me deixava negar. Abafei um soluço e voltei para o carro correndo. Tranquei-me em um segundo, quase
enlouquecendo. Minha mente não quis raciocinar, muito menos justificar. Meu coração só quis
sangrar. Meu corpo explodiu em lágrimas infindáveis, e foi assim que o meu mundo desmoronou de vez.



Eu podia fugir, podia dirigir sem rumo como da última vez, mas só queria ir pra casa. O que não
fazia sentido, já que a minha casa guardava lembranças que eu só queria esquecer. Sim, esquecer. O esquecimento total e imediato foi a última saída oferecida a uma esperança cansada de entrar em coma.



Dirigi perigosamente pela cidade até chegar ao meu destino. Confesso que ultrapassei sinais
vermelhos, tranquei alguns carros, fiz curvas que eu nunca conseguiria fazer sem o efeito do ódio e estacionei de qualquer jeito no lugar de sempre. Passei pelo jardim arrancando algumas folhas na mão, e me cortando em algumas delas, até chegar à varanda.



Chutei um vaso. Depois outro. E mais outro. Arranquei os sapatos e chutei tudo o que via pela
frente. Com as mãos trêmulas, tentei abrir a porta. Os soluços e as lágrimas me acompanharam durante todo o percurso.



Caí em um pranto intenso quando vi o tapete da Sra. Klein. Quase sem forças, arrastei-me até o meu quarto. A minha cabeça começou a doer forte. Achei que fosse desmaiar ou vomitar, ou os dois ao mesmo tempo.



– Acabou... – sussurrei para o vento, até que parei diante da parede da Clarice. – Acabou! – gritei alto. – Acabou! Droga!



Peguei alguns pincéis atômicos e comecei a rabiscar a parede. O ódio que me invadiu foi tão
grande que acabei aplicando força demais: os pincéis começaram a ceder contra a parede até se espatifarem em minhas mãos. Consegui riscar metade das frases, enquanto chorava, gemia, gritava e, por vezes, urrava como uma louca.



Nunca senti uma dor tão absurda. Nunca me senti tão perdida, tão sozinha, acabada...


Destruída.



O maldito havia me destruído. Acabou comigo, com a minha esperança, com a minha sanidade. Tirou me um emprego, uma vida, uma capacidade de amar e de respeitar o próximo.
Ele me tirou tudo, até eu mesma.



Peguei o meu celular e, aos tropeços, abri uma gaveta da cabeceira. Estava com uma ideia em
mente; colocaria em ação o quanto antes. As coisas não podiam ficar assim. Não podiam. Eu precisava sair da inércia. Precisava corrigir os erros que cometi na minha ânsia de acertar. Sim, eu sei, isso é uma frase da Clarice, mas ela não estava mais na parede. Em seu lugar, havia apenas um rabisco grotesco.



Achei o número que eu queria e digitei. A pessoa atendeu no segundo toque.



– Carlos? – choraminguei. – É a Dulce. Preciso da sua ajuda. É urgente.



Quase não consegui ouvir a voz que me respondeu. Encarei a parede, agora sim pichada, e foi
impossível não fazer uma comparação com a minha própria alma.
Alguém havia me virado do avesso e destruído toda a essência que outrora existia em mim


 


____________________________________


 


Aii genteeee, muito tristeee {#emotions_dlg.cry}


Estamos na reta final da fic :/


Beijinhos {#emotions_dlg.cry}{#emotions_dlg.kiss}


 



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Autor(a): luvondul

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 41



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  • aucker Postado em 17/12/2020 - 23:29:30

    Como essa fic pode ter poucos comentários gente? Sério msm amei a história

  • dudinhah Postado em 16/11/2018 - 01:59:46

    Essa é a única web ,que eu li que não tem os outros rbds

  • manu_morais Postado em 28/12/2016 - 20:27:20

    https://m.fanfics.com.br/fanfic/55689/never-gonna-be-alone-vondy estou começando a escrever essa fanfic passem-lá

  • manu_morais Postado em 28/12/2016 - 20:25:24

    Simplesmente perfeita essa fanfic, amei d+ a história

  • stellabarcelos Postado em 06/04/2016 - 14:13:33

    Amei amei amei amei! Uma das histórias Hot mais incríveis que eu já li! Nunca ia esperar por isso

  • luvondul Postado em 24/03/2016 - 21:42:19

    Christopher Uckermann é um renomado advogado criminalista apaixonado pelo que faz. Além do sucesso inquestionável na carreira jurídica, também usufrui do impacto devastador que provoca nas mulheres a sua volta. E com a sua nova estagiária Dulce Maria não seria diferente. Recém-chegada de uma temporada fora do país, quando acompanhou o então namorado e cantor pop Dereck Mayer em turnê pelo mundo, a estudante de Direito está determinada a cumprir as horas de estágio para finalmente ganhar o diploma, nem que para isso tenha de resistir aos hipnotizantes olhos azuis do dr. Uckermann. Assim como o seu chefe, a jovem leva uma vida descompromissada, curtindo o sexo oposto sem romantismo ou grandes demonstrações de afeto. Passem lá na minha nova fic meninas ;) http://fanfics.com.br/?q=capitulo&fanfic=53091&capitulo=1

  • hanna_ Postado em 22/03/2016 - 15:46:44

    Foi tudo muito lindo ao modo safado dele mas foi hahahah...fiquei muito feluz de acompanhar essa fic. Cada frase da Clarice q tbm falou com nós leitoras. Ansiosa para sua próxima adaptação. Obrigada vc, bjôooo ;)

  • danihponnyvondyrbd Postado em 20/03/2016 - 21:13:55

    O comentário abaixo e meu

  • Postado em 20/03/2016 - 21:11:41

    N acredito q é o ultimo (to chorando um balde de água) n pode acaber é muito boa por favor não faça isso comigo o meu coração não aguenta. Postao próximo capítulo :-):-):-)

  • hanna_ Postado em 20/03/2016 - 01:06:00

    Q lindos! Ah eu amei a Clarice e o Ck tbm <3 ...Tá acabando :(




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