Fanfic: O safado do 105 (ADAPTADA) | Tema: Rebelde
– Dulce? – Pisquei os olhos, meio atônita. – Dulce, você já acordou?
Por um instante não soube nem quem me chamava.
– Hum... Não – respondi mesmo assim, e então comecei a entender quem eu era e o que estava acontecendo. – O que houve, Christopher?
– Você está demorando a acordar...
– Que horas são?
– Dez pras nove.
– Isso é considerado tarde? Credo... Estou desempregada, esqueceu?
– Não por muito tempo. Bom, é que eu fiz um café da manhã pra gente... – Eu ia reclamar, mas
ele logo me cortou: – Um simples e inocente café da manhã, prometo.
Simples e inocente? Minha nossa... Juro que imaginei exatamente o oposto: um café da manhã
completo, regado a sexo em cima da mesa. Hunft. Não tenho culpa se aquele cara aflora tudo o que há de mais pervertido em mim.
– Estou indo – foi o que me restou responder. Eu que não negaria uma proposta indecente logo pela manhã. Não fiquei louca e estava morrendo de carência. Uma ótima mistura para uma recaída. – Meu Deus, tenho que parar com isso – resmunguei baixinho, mas ele ouviu.
– Parar com o quê?
– Nada não. Chego já.
Soltei mil bocejos até ficar realmente pronta. Foi difícil. Meu cabelo não queria acordo, por isso
acabei o prendendo. Saí de casa quase sem suportar a luz solar prejudicando os meus olhos, parecia uma mulher das cavernas. Parei um pouquinho para admirar a minha varanda (não conseguia passar por ela sem dedicar um tempinho), e cruzei a varanda do 105.
Bati a porta. Não queria ser indelicada. Tudo bem que tínhamos acesso à casa um do outro antes, mas... Bom, enfim. Eu bati a maldita porta. Atire pedras em mim se quiser.
Não recebi respostas. Depois da quarta tentativa, desisti e abri logo de uma vez. Claro que estava aberta. Procurei o Christopher pela cozinha, mas ele não estava. Contudo, um cheiro delicioso incensava o ambiente. Não deu outra: minha barriga roncou alto.
Percebi a porta da varanda aberta. Suspirei fundo antes de invadir o quintal. Christopher me esperava de pé, escorado em uma das pilastras de madeira da palhoça. A mesa estava magnificamente posta. Sorri.
Impossível não se sentir feliz com uma visão do paraíso como aquela.
Meu sorriso durou um segundo, pois no outro soltei um grito de susto. Foi alto e desesperado,
pois demorei demais a entender que dois cachorrinhos haviam surgido do além para subir em minhas pernas. Ouvi o Christopher se aproximando e gargalhando, certamente achando muito divertida aquela cena deprimente.
Tentei me afastar dos bichos, mas os loucos insistiam em ter a minha atenção. Soltei mais um
bocado de gritos. Christopher ria cada vez mais alto do meu desespero. Aproximou-se de vez e segurou os dois nos braços, salvando a minha vida.
Aliviada, levei uma mão ao peito e o encarei com ar de surpresa. Os cachorros começaram a lhe lamber, alvoroçados. Eca!
– De quem são esses bichos, Christopher? Enlouqueceu de vez?
– Não gosta?
Olhei para eles. Eram bonitinhos, eu acho. Um tinha a coloração marrom, e o outro, preta. Eram filhotes ainda... Muito ouriçados e agitados.
– Eu... Não sei...
Christopher ergueu uma sobrancelha, fazendo um olhar debochado.
– Não acredito que você tem medo de cachorro, Dulce! Claro que não. Só nunca me esqueci da vez em que um vira-lata me atacou na rua, quando eu tinha onze anos. Mas eu não tenho medo de cachorro, certo?
– Claro que não!
– Ah, bom... – Ele se aproximou mais de mim, oferecendo-me um deles, o marrom. Pestanejei,
mas tentei tomar coragem para não pagar outro mico. Segurei o cachorro totalmente sem jeito (talvez do mesmo em que eu seguraria um recém-nascido). – Esse aí é o macho.
O cãozinho quis escalar o meu corpo, mas o prendi desesperadamente. Ele parou de repente.
Depois, começou a lamber o meu braço. Deixei. Fazer o quê? Devo ter feito cara feia, pois o Christopher desatou a rir de mim.
– De qual raça são? – Eu não entendia nada sobre cães.
– Vira-lata.
Congelei. Ai, meu Deus...
– São... Seus?
– Esta, sim. – Virou o focinho do cãozinho preto para mim. – Se chama Clarice. Clarice
Lispector.
Encarei-o. Logo em seguida, gargalhamos juntos.
– E este?
– Seu.
Fo/deu de vez.
– Me... Meu? – O cachorro ainda lambia os meus braços como se eu fosse um pedaço de carne. – Por... Por quê?
Christopher ficou meio sério.
– Estava indo ao mercado comprar itens para o nosso café. Uma garotinha estava os oferecendo, dizendo que havia os achado na rua ontem e os pais não queriam ficar com eles... – Fez cara de órfão. Ele tinha de saber que aquela carinha de amolecer corações era golpe baixo! – Não pude deixá-los. Sei lá, lembrei de nós.
– Nós não somos parecidos com eles, somos? Quero dizer, você nem é tão peludo...
Christopher gargalhou alto. Estava com ótimo humor.
– Não, mas a gente podia canalizar um pouco nossas carências. Somos tão solitários... Cães são bons amigos, vamos nos dar bem com eles. – Sorriu de um jeitinho lindo. – Além de que me lembrei da Clarice também: “e quando acaricio a cabeça do meu cão, sei que ele não exige que eu faça sentido ou me explique”.
Olhei para o cãozinho em meus braços.
– Gostei. É bom não precisar se explicar, às vezes.
Tentei acariciar a cabeça do bicho. Ele me olhou pela primeira vez. Juro que só me veio um
nome à mente: Calvin Klein Savinõn Uckermann, mais conhecido como CK. Sério, o cachorro fez a mesma cara de abandonado que o Christopher tinha feito há um segundo.
– Dulce?
Acordei do transe. Ai, Senhor, eu já estava batizando o cãozinho com os nossos sobrenomes?
Ferrou total!
– Eu... Não sei cuidar de um... Não posso ficar com ele.
CK sentiu minha agitação, por isso começou a tentar escalar o meu corpo de novo. Comecei a rir da agonia dele, pois era bem parecida com a minha. Certo, eu tinha gostado do bicho. Admito. Ele era fofo. E alegre.
Christopher me observava com olhos apaixonados. Clarice se comportava como uma mocinha nos braços dele. Acho que aqueles cãezinhos pareciam mesmo com a gente. Suspirei fundo.
– Comprei ração, coleiras, brinquedos... Amanhã vou levá-los a um veterinário. Tomarão
vacinas e um bom banho. – Acho que o Christopher não ouviu o que eu falei, só pode.
Balancei a cabeça em negativa. – O quintal é grande, o jardim também... Podemos ficar com eles, Dulce.
Suspirei mais uma vez. Christopher fez a maldita cara de abandonado de novo, exatamente a mesmaque o CK me oferecia. Ri dos dois.
– Podemos ficar com eles, vai!
Rimos juntos durante um tempo. Christopher pôs a Clarice no chão e segurou o CK, colocando-o lá também. Os dois começaram a correr pela grama verdinha.
– Já escolheu um nome para ele?
– Sim. CK, de Calvin Klein.
Christopher gargalhou até dobrar a barriga. Entrei na onda totalmente, porque juízo pouco eu tenho muito. Ele me abraçou, de repente. Sequer me importei. Abraçamo-nos forte, e assim ficamos durante alguns minutos. Afundei meu rosto em seu peito, aspirando-lhe o cheiro de homem bom. Do meu homem bom.
– Excruciante... – murmurou.
– Hã?
– Nada. Vamos comer alguma coisa, meu bem. – Beijou a minha testa antes de nos afastar, e
prometi me lembrar de procurar a palavra “excruciante” no dicionário.
Clarice e CK se davam superbem. Acho que eram irmãos ou algo assim. Passaram todo o tempo do café da manhã empolgados com a mangueira. Acho que pensavam que era uma cobra. O CK era todo bobão e atrapalhado, e a Clarice exibia elegância até na hora de brincar.
Fiquei reparando neles porque não queria olhar o Christopher tão de perto. Era uma tortura tê-lo bem na minha frente. Fiquei monossilábica, travada, inquieta (comendo feito uma porca).
Totalmente diferente do que sou (exceto pela comilança), e isso me irritou tanto que eu já não sabia mais o que fazer.
– Suponho que, agora que já arranjou um emprego, não vá precisar vender a casa... – Christopher falou dentre as tantas coisas que matraqueou sozinho naquela manhã. Dei de ombros, balançando a colherinha dentro da xícara de café. – Carlos me falou sobre suas pretensões...
– E o que disse a ele? – Carlos havia sumido a semana inteira.
Meu vizinho ficou bem sério, observando-me como se a minha presença o chateasse.
– Que eu ia comprar a casa. – Desviei os olhos, surpresa. Droga... Aquilo ia dar em merda. – Vou comprar e colocá-la no seu nome, Dulce.
Voltei a encará-lo. Bufei.
– Não faz sentido.
– O que não faz sentido é você não estar mais aqui. Não percebe que este é o seu lar? –
Gesticulou na direção do jardim como se elefizesse parte da casa em questão. De fato, morar no 104 sempre significou morar no 105.
– Podemos mudar de assunto?
– Vai fugir até quando? – Ficou bem chateado mesmo.
– Vai respeitar ou não o meu tempo? – rebati.
Ele se calou. Passou as mãos pelo cabelo e suspirou, buscando calma. Perdi o clima. Já tinha
comido bastante, portanto parei de vez. Só dei um último gole no café, e nem me pergunte como passou pela minha garganta.
– Só queria saber o que falta para você... – murmurou.
Levantei-me.
– O que me falta deveria estar em mim, não em você. Christopher, não sou idiota, sei que está tentando, mas...
Ele se levantou também.
– Não tem jeito, é isso? Nada que eu fizer vai te fazer mudar de ideia?
Senti meus olhos ficarem marejados. Merda... Estraguei tudo. Minha mania teimosa de ser e eu, friends forever. Nem eu sabia o que estava faltando, só sabia que faltava.
– Eu não disse isso.
– Então, há esperança. – Sorriu de um modo triste.
– Há esperança onde há amor. Sempre houve os dois – proferi. – Bom dia, vizinho. Obrigada
pelo café... E pelo CK.
Por um instante, achei que o Christopher fosse me impedir de ir embora, mas não. Ficou plantado rente à mesa, enquanto eu pensava se levava ou não o CK comigo. Foi ele quem fez a escolha: correu até mim desesperadamente. Peguei-o em meus braços e o levei, rezando para que não fizesse cocô no meu sofá.
Tentei me distrair brincando com o CK até perceber que o Christopher havia ido ao trabalho. Só então voltei a dar as caras no jardim; ele tinha deixado uma coleira e dois potes, um com ração e o outro com água. O pobre do CK comeu quase tudo. Coloquei a coleira nele, disposta a passear, quando vi a Clarice na varanda do 105. Estava rodeada de brinquedos, presa por uma coleira dupla. CK ficou louco quando a viu. Decidi levar ambos ao passeio, e não me arrependi. Eles secomportaram muito bem, além de que foi uma atividade ótima para pensar. Voltei para casa com algumas decisões tomadas. Deixei os bichinhos na varanda do 105 e entrei em casa já digitando o número do Carlos em meu celular.
Ele atendeu prontamente:
– Oi, Dulce! Como está?
– Oi... Bem, e você?
– Ótimo! Tem alguma notícia boa para me dar?
– Não quero mais vender a casa.
Carlos riu e assoviou.
– Foi rápido, não?
– Argh, para! Não vem com essa de “eu te avisei”. – Ri também.
– Já se acertaram?
– Não. – Voltei a ficar séria.
– Ué... Por que a mudança, então?
– Aqui é o meu lar. Não importa o que aconteça.
Ele ficou calado por uns instantes, depois soltou:
– Sejam felizes, Dulce. Eu ia passar por aí, mas nem vou mais. Sei que se acertarão, essa casa é de vocês. Sugiro que arranquem as paredes provisórias, se casem e me deem vários sobrinhos.
– Ei, ei! Não viaja! – Rimos bastante daquilo, mas meu cérebro pirou só de imaginar a cena.
Caramba... Seria mágico! – Obrigada, Carlos... Pelo que fez por nós.
– Não há de quê, cunhada. – Revirei os olhos. – Eu nunca vi o meu irmão idiota realmente feliz.
Algo me diz que verei em breve.
Sorri. Consegui sentir a fibra da esperança dentro de mim.
– Será?
– Com certeza. Até o dia do casamento, Dulce!
– Até. – Ignorei sua piadinha.
Aquele telefonema me deixou reflexiva por horas. Tentava encontrar o que estava faltando...
Precisava achar com urgência. Christopher estava sendo tão apaixonante, tão decidido... Será que todas as dúvidas finalmente haviam ido embora? Será que, enfim, aquele relacionamento estaria seguro? Como acreditar nisso? Que espécie de mudança drástica de rumo era aquela? Pouco mais de uma semana era o suficiente?
Até quando podíamos esperar? Eu precisava mesmo daquele tempo tão cruel longe dele?
Retirei todas as coisas que tinha encaixotado. Adiei a minha partida, ou cancelei, sei lá. Foi aí
que me lembrei de avisar a mamãe: liguei para ela e lhe falei sobre o emprego novo, além do
cancelamento da mudança. Como o Carlos, também perguntou se o Christopher e eu havíamos nos acertado, e ficou meio triste em saber que não.
Christopher não deu as caras durante toda a sexta-feira. Como eu havia deixado o CK com a Clarice na varanda dele, tomou a liberdade de deixá-los em um pet shop. Um bilhete na varanda avisou que eu deveria pegá-los no fim do dia. O recado foi bem sucinto, apenas informativo.
Passei o dia todo me sentindo um pouco abandonada. As coisas só ficaram melhores quando
busquei nossos bichinhos. Eles me fizeram companhia como ninguém; brinquei até me cansar,
voltando a ser criança mesmo. Nunca quis ter um animal de estimação (provavelmente por causa do ataque que sofri), mas aquele dia fez com que eu me perguntasse como tinha conseguido viver sem um durante tantos anos.
Antes de dormir, reuni alguns lençóis velhos e preparei um cantinho para eles dormirem na
varanda do 105. Com o tempo, aposto que não precisariam mais ficar com as coleiras. Eles eram tão comportados, quase não latiam, e ficaram de bom grado. Clarice foi a primeira a entender que era a hora de dormir: deitou-se nos lençóis e começou a ignorar as investidas do CK.
Este é o meu problema: às vezes é preciso muito para me apegar a alguma coisa, e às vezes não é preciso nada.
Era sábado e eu estava quase pronta para visitar os meus pais quando ouvi batidas na minha
porta. Era o Christopher, recém-tomado banho (que cheiro bom!) e vestido como se fosse sair também.
Estava segurando o CK e a Clarice pelas coleiras, ambos distraídos com um dos vasos da minha varanda.
– Bom dia, vizinha. Acha que devemos levá-los?
– Levá-los? Quem? Para onde? – Esqueci até de saudá-lo.
– Clarice e CK. Para casa dos seus pais.
– Posso levar sim. – Ergui a mão para pegar as coleiras, mas o Christopher não se mexeu. Ficou me olhando até eu me sentir completamente envergonhada.
– Está pronta? – perguntou.
– Sim. Pode deixá-los comigo. – Minha mão ainda estava erguida.
– Vamos ter que ir em dois carros, pois só vou poder ficar até o almoço. Não consegui trocar o
meu dia de folga.
Não demonstrei reação alguma além de abaixar a minha mão. Só consegui imaginar aqueles
lábios nos meus e a gente se atrasando porque paramos para transar loucamente no meu sofá.
– Certo – falei baixo.
Christopher sorriu. Acho que pensou que seria mais difícil me convencer a deixá-lo ir. Bom, quem sou eu para impedi-lo? Minha família é apaixonada por ele, e vice-versa. Jamais negaria aquele encontro, não importava se estávamos juntos ou não.
Seguimos em carros separados, mas o Christopher não saiu da minha cola. Estacionou atrás de mim e correu para dar tempo de abrir a minha porta. Ofereceu sua mão para me ajudar a sair do carro. Aceitei e comecei a rir daquilo.
– Seu bobo, o que está tentando fazer?
– Provando que eu vejo bastante felicidade pra gente, sua boba.
Foi um negócio combinado, só pode. Assim que ele falou aquela frase, olhamos para boca um do outro. Ele deu um passo para frente e eu avancei, pronta para beijá-lo ali mesmo, no meio da rua. Só que, no mesmo instante, Guilherme apareceu no portão.
– Pai! Mãe! Eles chegaram! Estão se amassando antes de entrar!
“Puta que p/ariu”, foi o que consegui ler nos olhos frustrados do Christopher. Os meus não ficaram nadinha diferentes. Depois, claro, a gente riu muito daquilo.
Christopher puxou as duas coleiras com uma mão e, com a outra, segurou a minha. Chegar de mãos dadas com ele foi sensacional para mim, mas o acontecimento passou despercebido. Todo mundo ficou encantado com os bichos, sobretudo a Clarinha. Viraram os mais novos xodós da família em menos de um segundo.
A felicidade ficou evidente nos olhos do Christopher, foi lindo de ver. A recepção para ele também foi bem calorosa. Embora não tivesse entendido nada, mamãe se animou bastante com sua presença.
Papai lhe deu um sermão de quase uma hora sobre o fato de ser errado brigar com o próprio irmão. Foi engraçado, confesso. Christopher ouviu tudo com tanto respeito que só consegui ficar ainda mais apaixonada, se é que era possível.
Foi no meio da conversa que eu decidi ser a hora certa para dar o comunicado à família:
finalmente contei sobre o verdadeiro nome do Christopher. Tive que enrolar todo mundo, inventando mil situações e desculpas, mas deu certo. Quero dizer, mais ou menos. A verdade é que ninguém, além do papai (que não pareceu feliz com aquilo), se deu o trabalho de chamá-lo por outro nome que não Calvin. Como o christopher não pareceu se importar, deixei quieto. O importante era que soubessem.
Fizemos de tudo para não atrasar o almoço, visto que o Christopher ainda tinha que seguir para o trabalho. Dentre muitas conversas, risadas e o velho clima familiar que eu não me via sem (tirando algumas conversas constrangedoras, uma delas envolvendo os meus pais preocupados com os métodos contraceptivos que eu estaria usando... Eu sei, acho que eles, enfim, descobriram que eu não era mais virgem ou algo assim... Devem ter percebido que ninguém podia ser virgem estando com um homem como o Christopher), passamos uma manhã agradabilíssima.
Eu estava colocando a mesa com a ajuda do papai quando a campanhia tocou. Guilherme foi
atender e, adivinhe quem havia resolvido dar o ar de sua graça?
Lilian.
Todos vieram cumprimentá-la na maior animação, mas eu fiquei parada, com um prato nas
mãos, imaginando uma deixa perfeita para atirá-lo na cabeça da mocreia (ou para introduzi-lo em seu ânus). Não consegui reagir quando ela veio toda alegrinha para o meu lado, dando-me um abraço mais falso que seios siliconados. Depositei o prato na mesa antes que alguém precisasse chamar uma ambulância.
Christopher veio da cozinha com uma travessa de arroz nas mãos. Olhou para Lilian, que
cumprimentava a mamãe, depois para mim. Sua chateação lhe fez cerrar o maxilar. Ele se aproximou de mim, colocando o arroz na mesa. Encarou-me como se pedisse socorro.
Eu tinha algumas opções diante de mim:
a) Usar a ideia do prato no rabo. Ia ser difícil retirá-lo da bunda dela. Talvez doesse mais do
que a dor que nos provocou nos últimos meses;
b) Armar o barraco. Faria o maior escândalo, chamaria a vadia de tudo, menos de bonita, e
encenaríamos algo próximo a novela mexicana;
c) Eu podia jogar aquele arroz no cabelo dela. Ia demorar alguns dias para sair tudo, certeza. E
a cada grão ela se lembraria de nunca mais mexer com o que é meu;
d) Voadoras sempre funcionam. Socos, pontapés e uma boa puxada nos cabelos também. Meus dedos até coçaram, loucos para usar a força.
Entretanto, em vez de tudo aquilo, resolvi me utilizar da última opção:
e) Esbanjar a minha felicidade na cara do recalque, no maior clima “beijinho no ombro”.
Encarei o Christopher de volta e sorri. Ele estava tenso, muito nervoso mesmo, coitado. Mamãe tinha puxado a Lilian para uma conversa sobre a minha tia, o que acabou nos dando um tempo. Simplesmente o abracei. Quero dizer, meio que grudei no sujeito como chiclete. Christopher estranhou muito, porém envolveu seus braços ao redor de mim.
Virei o rosto para conferir o momento em que a louca perceberia que ele estava presente.
Aconteceu. Lilian meio que se espantou, e o rosto ficou todo vermelho. Christopher permaneceu olhando para mim, mas eu não desviei os meus olhos dela.
– Christopher! Tudo bem? – berrou, e se aproximou de nós.
Meu coração disparou. Como a maldita sabia o nome dele? Put/a merda... Ele tinha lhe dito?
Inacreditável! Demais para mim. Passei um tempão sem saber, e o infeliz simplesmente lhe disse? Ah, não, chega!
Finquei minhas unhas nas costas dele, criando forças para não largá-lo. Eu estava puta, mas o
meu ódio pela prima do capeta era maior. Christopher se veria comigo, mas depois. Enquanto isso, bastava que sentisse um pouco da dor que eu estava sentindo, mesmo que fosse nas costas, e não no coração.
Lilian parou de se aproximar quando percebeu que eu não ia lhe dar qualquer chance de encostar nele.
– E aí? – Christopher respondeu sem emoção.
– Não sabia que estaria por aqui hoje.
– Pois é.
Achei legal ele ter começado a mexer nos meus cabelos de uma forma bem carinhosa. Beijou me o topo da cabeça. Visualizei a Lilian reparando nos nossos gestos, mas disfarçando bem a irritação.
Desviou a atenção de nós porque a Sara veio cumprimentá-la.
Empurrei o Christopher para sala de estar, ainda sem largá-lo. Não queria esperar para saber como a Lilian sabia o nome dele. Do contrário não conseguiria almoçar ou fazer qualquer coisa que não fosse pensar sobre isso.
Larguei-o assim que ficamos sozinhos.
– Você disse o seu nome para ela? – resmunguei.
Ele abriu bem os olhos.
– Não!
– Então, como...?
– Ela descobriu quando me procurou no restaurante. Eu juro, Dulce, acredite em mim! – Nossa,
ele ficou mesmo desesperado.
Espalmei minhas mãos para frente.
– Certo. Calma. Eu acredito.
– Dulce... Por favor, não deixe ela nos separar.
Balancei a cabeça.
– Não vai. Não foi ela quem nos separou.
– Eu sei.
Sabe? Como? Se ele sabe o que nos separou, será que daria um jeito nas coisas? Além de todas as tentativas de me conquistar, havia uma mudança realmente significativa?
– Não saia de perto de mim – falei em tom de ordem.
– Nunca, meu amor.
Acho que o meu rosto corou bastante.
– O rango está na mesa, filhotes! Venham antes que esfrie! – Mamãe gritou com a voz bem
estridente.
Christopher me abraçou forte, e voltamos agarrados, prontos para exorcizar a minha prima querida. Acredito que tenha funcionado. Sentamos à mesa com as cadeiras quase coladas de tão unidas que ficaram. Ele serviu a minha comida pessoalmente, e ficou me olhando daquele jeito apaixonado que eu adorava. Até o Guilherme fez um comentário sobre as nossas caras de bocós, e a família inteira riu da gente (menos a vadia, que sorriu amarelo).
Christopher ficava me tocando o tempo todo. Colocava meus cabelos para trás, alisava minha bochecha, segurava minha mão quando ela ficava livre... A cena romântica foi tão bem configurada que acabei achando tudo um exagero. Porém, por saber que não era forçado (ele realmente estava feliz fazendo aquilo), fiquei mesmo muito emocionada com o tamanho do seu carinho por mim.
CK e Clarice fizeram a festa embaixo da mesa, recebendo pedacinhos de carne da família toda,
por mais que Christopher e eu não concordássemos com aquilo. Ia ser dureza acostumá-los a não ficar pedindo comida enquanto estivermos à mesa.
Depois da sobremesa, e de muito grude, Christopher avisou a todos que precisaria ir, pedindo desculpas por não poder ficar mais tempo e elogiando a comida da mamãe. Todos se levantaram para cumprimentá-lo, e ele circulou a mesa para não deixar ninguém de fora do cumprimento. Quase gargalhei quando o Christopher simplesmente pulou a Lilian, que ficou com a cara feia. A família inteira percebeu, mas ninguém comentou nada.
Quando ele voltou para mim de novo, agarrou-me pela cintura e me puxou. A outra mão segurou a minha nuca com fervor e, sem que eu conseguisse raciocinar, deu-me um selinho molhado. Foi instantâneo: um fogo definitivo cresceu dentro de mim. Meu Deus... Como eu o queria! Como era enorme aquela saudade!
– Tchau, meu amor... – murmurou, encostando nossas testas.
Sorri.
– Tchau, meu lindo.
Ele também sorriu, emocionado.
– A gente se vê mais tarde?
Aquiesci. Oh, sim, definitivamente nos veríamos mais tarde. Sério, aquele homem precisava ser
meu de novo. E que esse tal de “mais tarde” chegasse logo, fazendo favor.
As coisas ficaram bem vazias depois que ele foi embora. Ofereci-me para lavar os pratos mesmo sendo a vez da Sara, pois queria me livrar da presença da Lilian. Entretanto, a filha de uma mãe se ofereceu para enxugá-los. Eu sabia que viria treta. Estava só esperando a maldita colocar as garrinhas de fora.
Juro que só demorou um segundo. Foi mamãe nos deixar sozinhas na cozinha e pronto.
– Então... Você e o Christopher, hein? Quem diria...
Prendi os lábios.
– Pois é.
Tentei não imaginar a cena imunda dos dois atracados em uma cama. Cara... Aquilo doía. Era um tormento, mas infelizmente eu precisava vencer o meu ciúme, pela minha própria saúde mental.
– Preciso falar uma coisa séria contigo, Dul.
Continuei espalhando detergente nos pratos com uma esponja. Meu coração acelerou bastante, porém eu prometi a mim mesma que não me abalaria. Não podia engolir o veneno dela.
– Pode falar.
– É muito sério. – Aproximou-se ainda mais. Por um instante, imaginei aquele tubo de
detergente enfiado na boca dela.
– Desembucha.
– Então... Sei que estão juntos há algum tempo... Eu... Poxa, é muito difícil dizer isso, Dul, mas
eu gosto muito de você e não quero que se machuque.
Parei o que estava fazendo e olhei para sua cara de cínica. Caramba, como a gente se engana
com as pessoas! Eu esperava aquele tipo de comportamento vindo de alguém como a Karen, e não da minha prima, alguém que convivi durante anos.
O mundo pareceu ter virado do avesso. Karen havia nos apoiado, contra toda a minha lógica
preconceituosa, e agora eu sentia o veneno da Lilian tentando ser espalhado. Fiquei triste por nós. É uma pena perder alguém que você considerava.
– Diga.
– É o Christopher, ele... Anda te traindo.
Queimei de raiva.
– Sério?
– Sim, Dul... Eu vi...
– Quando?
– Faz um tempo, mas ele já estava contigo. Sara me disse. Eu o vi com outra garota...
Perdi a paciência.
– Está mentindo. Poupe-me, Lilian.
Voltei a lavar os pratos. Acho que a louca se desesperou.
– Ele não presta, Dulce, acredite em mim! Ele tentou me beijar à força!
Joguei o detergente dentro da pia e quase não enxerguei nada ao olhar para cara da sujeita.
– Mentirosa.
– Juro! Nós... Ai, não acredito que vou dizer isso, mas... Eu não sabia que ele estava contigo,
juro... – A idiota era tão fingida que seus olhos marejaram. – Nós dormimos juntos, Dulce . Me
desculpe... Eu não sabia. Quando soube de vocês, tentei tirar satisfações... Foi então que ele me beijou à força!
Super à força. Aham. Eu vi a força que ela tinha colocado para sair dos braços dele. De tanta
força, ela podia virar a mais nova mulher-maravilha, se quisesse.
Eu tinha outras opções diante de mim:
a) Acreditar nela e duvidar do Christopher. Opção riscada. Nem acredito que cogitei colocá-la aqui.
Vamos à opção “a” de verdade:
a) Pegar o tubo de detergente e enfiá-lo na garganta profunda da vadia. Depois, apertaria o tubo até vê-la morrendo afogada em detergente;
b) Quebrar um prato na cabeça dela ainda era uma opção. Ia ser ótimo se tivesse uma amnésia
com o golpe (quem sabe assim esquecesse de uma vez que eu existo?);
c) Armar o barraco sempre está na lista. Podíamos nos atracar e destruir a cozinha inteira. Eu
só ia parar quando ela estivesse inerte no chão;
d) Desarmá-la. Acabar com aquela putaria definitivamente.
Escolhi a letra d: a opção mais inteligente e eficaz. Além de que a mamãe jamais me perdoaria
se eu destruísse sua cozinha mesmo...
– Eu sei de tudo, Lilian – falei seriamente. – Sei a história inteira. Sei que dormiram juntos antes de assumirmos um compromisso. Sei das suas chantagens e ameaças. Christopher me contou tudo.
Ela arregalou os olhos, ficando ainda mais desesperada.
– Não sei o que ele te disse, mas...
– Você é uma mentirosa. Uma cretina da pior espécie.
– Dulce, eu...
– Conheço várias formas de te destruir, Lilian. Conheço você há anos, sei de todos os seus
podres.
Ela fez cara afetada de animal selvagem tentando não se deixar acuar. Não me meteu nem um
pingo de medo.
– Também conheço os seus.
Sorri.
– Não há nada que os meus pais não saibam ou não possam saber. Aposto que a titia ia amar
saber que você ficou grávida no ano passado e abortou voluntariamente depois de tomar um chá que conseguiu com uma amiga da faculdade.
Por aquela a Lilian não esperava. Eu sabia de tantas doideiras que ela havia aprontado na vida que, se eu resolvesse espalhar tudo, ninguém da família iria querer olhar para sua cara. O lance do aborto foi uma coisa de que me lembrei de última hora, mas havia muito mais, e ela sabia. Desde as tantas vezes que mentiu para titia que ia dormir lá em casa (e eu sempre encobria suas escapulidas), encontros com homens casados, até aquela vez que ela, bêbada, aceitou fazer sexo oral em um cara por cinquenta reais, no banheiro de uma boate.
Pensando bem, eu que estava cega o tempo todo. Aquela mulher nunca prestou mesmo. Talvez por isso não tivesse lhe contado sobre a minha mudança. No fundo, eu também queria me distanciar dela.
– Você não ousaria...
– Ousaria, sim. Acho bom parar com essas merdas e nos deixar em paz – falei de um jeito tão
tranquilo que até me surpreendi. – Nós nos amamos. Você nunca vai conseguir o que quer.
– Só queria te abrir os olhos, Dulce...
– Oh, sim, estão bem abertos. Agora sei a vadia que você é.
– Vadia é a... – gritou.
Interrompi-a usando o meu dedo indicador contra a sua boca. Usei tanta força que meu dedo
ficou doendo, mas ela deve ter sentido dor também, pois deu vários passos para trás.
– Cale a sua boca – respondi baixo, mantendo o nível. – Vadia é você mesmo, sua imunda. Não venha armar barraco não, que eu só não quebrei a sua cara ainda porque tenho pena do que vou usar para quebrá-la. Qualquer coisa vale mais do que ela – desdenhei. – Quero que saia desta casa agora, e nunca mais volte. Deixe a minha família em paz, isso inclui o Christopher. Eu juro que vou acabar contigo se não levar em consideração o que estou dizendo.
Ela se afastou, toda ofendida. Sua expressão exalava raiva.
– Vocês se merecem!
– Sim, nos merecemos. – Sorri. – Agora, faça-me o favor de nunca mais deixar que eu olhe para essa sua cara de vagabunda de novo.
Dulce 1000 x 0 Lilian.
A otária saiu da cozinha batendo o pé. Voltei a lavar os pratos. Fiquei escutando ela se
despedindo do pessoal na sala, alegando que precisaria ir também. O alívio total se instalou no meu corpo quando ela finalmente se foi. Já podia recolher a cruz e a água benta, pois o demônio havia sido exorcizado com sucesso.
Só me restava deixar o dia passar. Confesso que foi difícil manter a calma. Tentei me distrair,
mas não parava de pensar no encontro com o Christopher. Ia sair faíscas, com certeza. Só de pensar eu já ficava excitada. Não via a hora de tudo entre nós voltar a ficar bem. Aquele tempo, mesmo necessário, estava me matando. E, se era para morrer, eu queria que fosse de tanto tesão, com seu corpo em mim, e não por causa daquela ausência insuportável.
Cheguei a minha casa bem cansada. Até o CK e a Clarice estavam mortos (pudera, não pararam de brincar nem por um segundo), logo se deitaram em um canto da sala e por lá ficaram. Tratei de cuidar de mim: tomei um banho completo, sequei os cabelos e vesti uma camisola simples de algodão, sem calcinha. Deitei na minha cama e esperei pelo Christopher enquanto, olhando para o teto, pensava em tudo.
Eu não podia mais ter medo. Mesmo que não déssemos certo, cada segundo valeria a pena. Claro que não ficaria com ele pensando no fim, é só que eu saberia aproveitar a intensidade de cada instante ao seu lado. Ele tem razão: há muita felicidade para nós dois. Foi o destino que me levou até ali, e eu acredito no meu futuro.
As linhas que Deus escreve são perfeitas, como um livro repleto de altos e baixos,
aprendizagens, erros, consertos, lágrimas, sorrisos, porém com um fim emocionante. Eu acredito no felizes para sempre.
Olhando para o passado, vejo que eu faria exatamente o que fiz. Não há arrependimentos. Minha consciência anda de bem comigo, e a felicidade que eu mereço está a caminho. E não pode chegar nada diferente do que ela na vida de quem ouve a voz do coração sem perder a cabeça.
Sorri quando ouvi o barulho da porta do 105 se abrindo. Enxuguei algumas lágrimas e me sentei na cama. Encarei a parede, esperando pacientemente. Acho que o Christopher foi direto ao chuveiro, pois demorou uma eternidade. Já não podia mais suportar a expectativa quando finalmente senti sua presença no quarto.
– Dulce? – Fechei os olhos e voltei a sorrir. Eu amo aquele homem. Acho que já nasci o
amando, mesmo ele não estando no mundo. “Já era amor antes de ser”.
– Christopher – choraminguei.
– O que houve, meu bem? Por que está chorando? – Só então percebi que eu chorava e sorria ao mesmo tempo. – Foi a Lilian, não foi?
– Não... Não. Ela está fora de nossas vidas. Não se preocupe. Ninguém vai nos separar.
– Você... Bateu nela?
Credo. Minha suposta fama de barraqueira estava tão enraizada assim?
– Não foi preciso.
– O que fez, então?
– Quer mesmo falar sobre ela?
– Não, é que... Fico preocupado. Seus pais...
– Confie em mim.
– Eu confio a minha vida a você, Dulce – falou de um jeito apaixonado. Meu corpo vibrou de
desejo, e o coração se aqueceu como se tivessem jogado óleo quente nele.
– Uma frase – pedi.
Christopher ficou em silêncio. Quando ouvi sua voz de novo, quase morri do coração:
– Eu te amo.
Foi impossível não começar a chorar como uma criança.
– Na minha... casa ou... na sua? – quase não consegui perguntar.
– Na nossa, Dulce. Vou repetir a frase olhando em seus olhos.
Ouvi ruídos estranhos, e depois o silêncio se fez presente. Fiquei esperando ele bater na minha porta, por isso me levantei da cama. Não entendi nada quando percebi que o Christopher tinha voltado para o quarto. Ainda chorava de tanta emoção.
– Afaste-se da parede, vizinha!
Olhei ao redor. A cama ainda estava do outro lado desde que pintei a ex-parede da Clarice.
– O que vai fazer?
– O que eu devia ter feito há muito tempo. Afastou?
– Si... Sim.
Meu Deus! Ele não ia fazer o que eu achava que... É, ele fez. Uma explosão foi ouvida, e pedaços da parede fina de gesso voaram. Um buraco do tamanho de uma bola de futebol foi aberto. Afastei-me ainda mais.
O doido não parou. Continuou investindo contra a parede, arrancando mais pedaços do gesso e aumentando o buraco. Percebi que estava usando uma enxada de jardim. Caramba!
Christopher só ficou satisfeito quando a abertura ficou maior do que ele. Coloquei a mão na boca, estupefata. Vi quando largou a enxada e atravessou a parede, mantendo os olhos escuros fixos em mim.
Alcançou-me depressa. Puxou-me para si, e fui sem demora, já no modo marionete. Seus olhos
ficaram a centímetros dos meus. Senti seu corpo grande e quente em mim, coberto apenas pela inconfundível cueca boxer.
– Eu preciso de você. Eu te amo. – Colocou os pontos finais nos lugares certos de cada frase. – Eu te amo, Dulce... “Já era amor antes de ser”.
Ele não me deu tempo para responder ou chorar. Juntou nossos lábios com o tal sentimento
urgente enraizado. Beijou-me tão loucamente que tive certeza de que estava no paraíso. Tomei a liberdade de pular em seus braços, e o Christopher me segurou pelas coxas, sem parar de me beijar daquele jeito incrível.
Assanhei seus cabelos, arranhei suas costas, puxei-o para mim como pude. Christopher me jogou na cama e veio com tudo. Minha camisola subiu quando abri as pernas ao seu redor. Ele não demorou nada a descobrir que eu estava sem calcinha, com más intenções desde o princípio.
Sorriu entre os meus lábios.
– Safada!
Olha quem fala!
– Aprendi com o meu vizinho do 105.
As promessas daquela noite foram seladas assim que ele me encarou com olhos maliciosos e
sorriso cafajeste.
– Vou f/oder tanto essa boc/eta gostosa que o meu p/au vai derreter dentro dela.
Fazer o quê? Uma vez safado, sempre safado.
_________________________________
Aiiin que lindos né ? <3
O que foi a Dul sambando na cara da vagabunda?
Próximo capítulo é o último
Comentem gatas,mais tarde eu posto
Autor(a): luvondul
Este autor(a) escreve mais 2 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
(4 meses depois) Dulce andava meio triste. Dava para ver em seus olhos que faltava alguma coisa, e saber dissome deixava levemente desesperado. Tentei de tudo naquele domingo; como em todos os outros, fizemos nosso conhecido churrasco, com direito a farofa, tomates, carnes de primeira e sua inigualável caipirinha, que ela sempre faz questão de preparar.Fo ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 41
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aucker Postado em 17/12/2020 - 23:29:30
Como essa fic pode ter poucos comentários gente? Sério msm amei a história
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dudinhah Postado em 16/11/2018 - 01:59:46
Essa é a única web ,que eu li que não tem os outros rbds
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manu_morais Postado em 28/12/2016 - 20:27:20
https://m.fanfics.com.br/fanfic/55689/never-gonna-be-alone-vondy estou começando a escrever essa fanfic passem-lá
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manu_morais Postado em 28/12/2016 - 20:25:24
Simplesmente perfeita essa fanfic, amei d+ a história
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stellabarcelos Postado em 06/04/2016 - 14:13:33
Amei amei amei amei! Uma das histórias Hot mais incríveis que eu já li! Nunca ia esperar por isso
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luvondul Postado em 24/03/2016 - 21:42:19
Christopher Uckermann é um renomado advogado criminalista apaixonado pelo que faz. Além do sucesso inquestionável na carreira jurídica, também usufrui do impacto devastador que provoca nas mulheres a sua volta. E com a sua nova estagiária Dulce Maria não seria diferente. Recém-chegada de uma temporada fora do país, quando acompanhou o então namorado e cantor pop Dereck Mayer em turnê pelo mundo, a estudante de Direito está determinada a cumprir as horas de estágio para finalmente ganhar o diploma, nem que para isso tenha de resistir aos hipnotizantes olhos azuis do dr. Uckermann. Assim como o seu chefe, a jovem leva uma vida descompromissada, curtindo o sexo oposto sem romantismo ou grandes demonstrações de afeto. Passem lá na minha nova fic meninas ;) http://fanfics.com.br/?q=capitulo&fanfic=53091&capitulo=1
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hanna_ Postado em 22/03/2016 - 15:46:44
Foi tudo muito lindo ao modo safado dele mas foi hahahah...fiquei muito feluz de acompanhar essa fic. Cada frase da Clarice q tbm falou com nós leitoras. Ansiosa para sua próxima adaptação. Obrigada vc, bjôooo ;)
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danihponnyvondyrbd Postado em 20/03/2016 - 21:13:55
O comentário abaixo e meu
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Postado em 20/03/2016 - 21:11:41
N acredito q é o ultimo (to chorando um balde de água) n pode acaber é muito boa por favor não faça isso comigo o meu coração não aguenta. Postao próximo capítulo :-):-):-)
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hanna_ Postado em 20/03/2016 - 01:06:00
Q lindos! Ah eu amei a Clarice e o Ck tbm <3 ...Tá acabando :(