Fanfic: Amor Platônico | Tema: Vondy

Dulce

As vezes, sentada em um bar com meus amigos, me pego pensando: Tenho saudade da época em que éramos puros e inocentes. O que aconteceu com a criança que existia dentro de nós? Morreu? Evaporou? Talvez tenha sido tirada ás forças por uma substância tóxica chamada amor.

Quem nunca teve seu amor platônico, não é mesmo? Amor platônico é aquele que você ama em silêncio... Observa a pessoa de longe e sonha que um dia ela finalmente irá te notar. Mas amigo, eu não quero construir um castelinho de areia para você. Elas nunca notam.

Talvez tenha sido por isso que virei a pessoa que sou hoje: Louca, simpática, palhaça e sem noção - isso de acordo com as pessoas que eu falo.

Mas mudando não tão completamente de assunto, eu também tive meu amor platônico. Para ser sincera, ainda tenho. Por anos amei uma pessoa que (a): Nunca soube desse sentimento; (b): É casado e tem duas lindas filhas. 

Pois é. Eu devia me sentir culpada por isso. Mas quer saber? Eu não sinto. E daí que ele é casado? E daí que ele tem duas filhas? Eu o amo e pronto. Estou errada? Talvez. Mas nada acontece por acaso, meu caro. Vamos ás circunstâncias...

Christopher Uckermann: Um rapaz bonito, charmoso. Meu melhor amigo. Há um tempo atrás ele era completamente diferente... um bocó, mas ainda assim, meu melhor amigo. E aí, do nada, ele resolveu ser o príncipe encantado. 

Eu nunca acreditei em príncipes. Quando minha mãe dizia "Dulce quando seu príncipe chegar, você tem que contar pra mamãe, tá?", eu retrucava dizendo "Príncipe? Príncipes não existem. Estou bem sozinha. Esse príncipe que fique bem longe de mim!". Sim... Eu era bem sapequinha... 

Príncipes não existem. Se você encontrar um, fica a dica: É uma fantasia. E em alguma hora, a pessoa cansa de ficar fantasiada.

Mas minha opinião mudou quando completei quatorze anos. Christopher estava chegando do acampamento de música para minha festa de aniversário, e ele estava... Diferente. Mais forte, mais bonito... Não sei. Só sei que durante toda festa, eu me mordia de raiva por causa das minhas primas que ficavam em cima dele.

Me apaixonei.

Ficamos juntos? Não. Nos beijamos no escurinho do cinema? Não. Ele se declarou para mim? Não. Tudo ficou como era antes. Eu a chata preguiçosa e ele o motivador das manhãs. 

E desde então eu mantenho essa queda pelo meu melhor amigo. Difícil não? Experimenta ver o homem que você ama, casado com uma mulher linda, com duas filhas maravilhosas e que faz questão de publicar textinhos fofos para elas no Facebook.

Que barra.

Mas não fique triste por mim. Eu sei lhe dar com isso. Com o tempo, me vi obrigada a saber. Christopher e eu trabalhamos na mesma empresa de revista. Irônico? Talvez. De propósito? Quem sabe...

O amor pode surgir da mais simples amizade ou do ódio mais forte e perigoso.