Fanfic: NASCER DE UM SENTIMENTO - PORTIÑON | Tema: Rebelde; RBD; AyD

POV ALMA

Nunca me sentir tão nervosa e sem saída como eu estava agora. Não sabia se dizia a verdade pra minha filha ou se teria que mentir. Eu conhecia a Roberta e sabia que ela desconfiaria, ela me conhecia o suficiente para saber que estava mentindo. E eu sabia mais ainda como ela ficaria se eu omitisse o que estava acontecendo, ficaria revoltada e com raiva. E não tinha como tirar a sua razão.  Olhei para Franco e acabei suspirando pesadamente, acho que ele entendeu o que eu ia fazer e fez um gesto com a cabeça dizendo “não”.

- Não vou poder esconder isso dela – Falei colocando a mão no celular, pra Roberta não escutar -

- Alma não vá alarmar eles agora – Ele diz preocupado – Pelo amor de Deus!

- Franco eu conheço a Roberta, preciso dizer a ela – Falei seria – Mas cedo ou mais tarde ela vai ter que saber. E é melhor ser sincera com ela agora do que ela descobrir isso depois, pelo acaso.

- Você que sabe – Fala frustrado – Vou procurar pelo Miguel – Sai da sala rapidamente -

Alma fica perdida olhando para onde Franco acabava de sair, só se deu conta que estava ao telefone quando escutou os chamados gritantes de Roberta.

- Oi minha filha, desculpa – Suspira – Estava falando com o Franco

- Está acontecendo alguma coisa mamãe? - Fala ela desconfiada -

- Ai minha filha – Solta um suspiro cansado – As coisas aqui estão um pouquinho complicadas

- E o que foi? - Pergunta preocupada – O que tem de errado?

Alma começa a ficar com os olhos marejados e sua voz começava a dar sinal de quem estava se controlando para não começar a chorar.

- Mamãe o que foi que aconteceu? - A voz de Roberta saiu trêmula -

- A .. a Mia meu amor – Voz embargada -

- O … o que houve com ela? - A voz falha e seu coração erra uma batida ao escutar o nome de Mia -

- A Mia passou mal, desmaiou – Suas lágrimas já tinham começado a descer pelo rosto – Estamos no hospital, tivemos que trazer elas as pressas pra cá.

- Mas, mas o que ela tem? - Voz embargada – O que a Mia tem mamãe? - Nervosa -

- Ainda não sabemos – Suspirou – O médico suspeita de algo – Voz embarga – Mas não temos confirmação ainda.

- E do que ele suspeita? - Pergunta temerosa com o coração acelerado –

- A Mia pode – Voz falha, Alma toma folego e continua – Pode estar com leucemia – Começa a chorar -

O mundo de Roberta para naquele instante. Leucemia! A Mia pode estar com leucemia.

- O que? - Ela grita – Diz que isso é mentira mamãe – Pedi desesperada – Ela pode não pode estar assim, ela não tem isso mamãe – Chorando -

- Calma meu amor, por favor – Alma tenta acalmá-la – Se Deus quiser, isso não vai passar apenas de suspeitas. Vai ficar tudo bem!

- Eu vou falar com o pessoal – Fala afoita – Vou pedir para gente voltar, quero ficar ai com vocês. Quero estar ao lado da Mia.

- Meu amor, vamos esperar o resultado do exame sair – Tenta convencê-la – Vamos ver o que ela tem, dependendo do resultado vocês voltam.

- Mas mãe – Voz chorosa -

- Você pode contar aos meninos o que está acontecendo – Ela explica calmamente – E quando eu tiver alguma notícia eu ligo, aviso a vocês e vocês decidem. Mas, espera o resultado sair, não vamos fazer tumulto sem antes saber do que se trata.

- Eu quero estar com a Mia mamãe – Soluça – Eu preciso ver ela. Aqui dentro estar tudo apertado e só vou conseguir ficar bem, tranquila se eu estiver ai, ao lado dela. Tenho medo, muito medo do que possa chegar a acontecer.

- Eu sei meu anjo, estamos nos sentindo assim também – Voz embargada – Sei o quanto vocês se aproximaram, sei o quanto se gostam e são importantes na vida da outra. Mas, espera por favor, não vamos nos precipitar tanto, vocês estão em outro país Roberta e não aqui do lado.

- Ok – Aceita a contragosto – Mas, assim que souber do resultado me ligue. Por favor – chorosa -

- Certo meu amor – suspira – Se acalma ok? Daqui a pouco te ligo. Amo você!

- Também te amo – Desliga o celular -

Alma se senta cansada, colocando sua cabeça encostada na parede.

- Meu Deus, cuida da Mia – Pedi de olhos fechados –

POV ROBERTA

Sabe quando você sente seu coração partir ao meio? Em mil pedacinhos? Era como eu estava me sentindo depois da minha mãe ter dito o que disse sobre Mia. Ouvir tudo o que ouvi, não foi nem um pouco fácil. Eu queria chorar, queria gritar, colocar pra fora tudo que eu estava sentindo. Assim que minha mãe desligou eu me sentei na cama, com um olhar perdido. Escutava Josy me chamar, mas eu não tinha reação. Meu pensamento estava totalmente em outro lugar, minha memória estava repleta de imagens, de um sorriso e um olhar que me faz tanta falta. Sentir uma lágrima cair pelo rosto e duas mãos me sacudir desesperada. Olhei para Josy que me olhava preocupada, tentando entender o que tinha acontecido.

- Roberta dá pra me dizer o que foi que aconteceu com a Mia? - Nervosa -

- A Mia, ela – Fiz uma pausa, erara doloroso ter que repetir o que a minha mãe tinha dito, por mais que a gente não tivesse a certeza, só de pensar numa possibilidade já fazia tudo ficar dolorido -

- Ela o que? - Diz nervosa – Anda Roberta, fala! - Grita -

- Ela está no hospital, levaram ela às pressas agora – Voz embargada -

- Mas o que é que ela tem? - Voz alterada – Ela está bem?

- Ainda não sabem – Suspira – O médico disse que suspeita de algo, mas ia fazer o exame para ter a confirmação.

- Do que se trata? - Me olha séria -

- A Mia pode estar com leucemia – Olhei para ela com os olhos marejados -

- O que? - Josy também estava com os olhos cheios de lágrimas – É só uma suspeita não é? Ela não está com isso, não é Roberta?

- eu – Suspirei – Eu espero que não – Enxuguei meu rosto -

- Vamos, vamos voltar pra casa – Ela diz nervosa – Vamos ficar com a nossa família

- Eu disse isso a mamãe, só que ela pediu para a gente ter um pouco de calma, como se isso fosse possível – Pausei – E esperar o resultado sair – Suspirei -

- Ok, vou avisar aos outros

- Vá – Falei me sentando na cama – Eu vou ficar um pouco aqui no quarto, esperando alguma noticia

- Ok, eu volto logo – Me abraça – Qualquer coisa me avisa

Só assentir com a cabeça e esperei ela sair do quarto pra poder cair num choro sofrido. Deixei a dor que eu estava sentindo saísse na forma de lágrima. Eu queria que a dor que estava em meu peito se esvaísse junto com elas, eu queria que o medo que eu estava sentido fosse embora. Isso não era justo, não era justo acontecer agora. Não agora que eu tinha descoberto o meu sentimento por ela. Eu não queria e nem podia perdê-la sem nunca tê-la em meus braços.

CIDADE DO MÉXICO

HOSPITAL CENTRAL

A meia hora que havia se passado parecia que eram dias. Miguel já andava de um lado a outro, sem muita paciência. Estava já beirando um ataque de nervos. Alma estava deitada no ombro de Franco que alisava seus cabelos, tentando confortá-la de alguma forma.

- Eu não … - Miguel esquece o que ia falar ao avistar o médico de Mia se aproximar – O … o médico está vindo

Alma e Franco se levantam rapidamente e logo estão cara a cara com o médico. O mesmo estava com uma expressão pesarosa o que não passou despercebido por eles.

- E ai doutor? - Pergunta Franco suspirando – Já tem algum resultado?

- Como eu já tinha dito antes, tinha minhas suspeitas devidos aos sintomas que ela apresentava. E infelizmente essas suspeitas foram confirmadas e ...

Alma não espera o médico terminar e começa a gritar desesperada

- Não – Gritando – Não a minha menina não pode estar com essa doença – Diz desesperada olhando para o médico – Você tem que estar errado – Franco tenta conter o descontrole de Alma -

- Amor – Ele a segura pelo braço – Amor calma – Seus olhos se encontram e Franco percebe a dor que se estalava neles – A Mia vai precisar de você Alma – Ele diz calmamente – Não pode se desesperar assim. Ela vai ficar bem.

- Eu não queria ter dar essa notícia vocês – Ele diz pesadamente – Mas, a Mia está com Leucemia mieloide aguda

Miguel parecia alheio a tudo que estava acontecendo a sua volta. Tudo que ele tinha vivido com Mia passava como um filme em sua memória. Era desesperador o sentimento que se instalava seu eu peito. Parecia que tudo conspirava para eles não ficarem juntos, todo ano desde que se conheceram algo acontecia para separá-los.

- O que a gente precisa fazer agora doutor? - Pergunta Franco -

- Eu já encaminhei o caso da Mia para o oncologista do hospital, ele já deve estar chegando, já expliquei a situação a ele. A Mia precisa entrar em tratamento o quanto antes e sugiro que vocês já tentem encontrar a pessoa que possa doar a medula para ela, alguém compatível com a Mia. O doutor explicará tudo que vocês precisarão.

- Obrigada doutor – Agradece Franco -

- Podemos vê-la? - Alma pedi com a voz sussurrada -

- Pode, podem sim. A Mia já está acordada, deixarei vocês no quarto dela. Logo o médico responsável pelo caso dela vai até a vocês e irá examiná-la.

- Ela já sabe? - Pergunta Franco -

- Não – Ele diz olhando para Franco – Acho que seria melhor um dos vocês contarem. Alguém da família que possa passar conforto pra ela. Sugiro que não se abatam tanto na frente dela, a Mia precisa de confiança e não de pessoas que não acreditam na sua recuperação. O medo é normal, mas tente não passar isso pra ela.

Ele fala olhando especialmente para Alma, que desde que recebeu a notícia não tinha parado de chorar. Franco mais uma vez agradeceu e o médico mostrou qual era o quarto de Mia.

- Vamos Miguel – Franco chama Miguel, que parecia está em outro mundo -

- Oi – Ele olha perdido para Franco -

- Estamos indo ver a Mia – Franco segura em seu braço – Vamos, ela está acordada

Miguel não responde e segue com Franco e Alma para o quarto em que Mia se encontrava. Os três seguiam em silêncio pelo corredor, ao chegarem na porta do quarto, respiraram fundo e Franco recorda aos dois o que o médico tinha dito a segundos atrás. E sem muita delongas, entram no quarto, e são recebidos por um olhar confuso de Mia.

- Oi meu amor – Fala Alma tentando manter a voz calma -

- O que foi aconteceu? - Pergunta Mia – Porque estou aqui?

- Você desmaiou minha filha – Franco diz se aproximando da cama -

- Minha cabeça, minha testa dói um pouco – Passa a mão por um curativo que tinha na sua testa – Miguel – Mia o chama, ele estava um pouco afastado e se mantia calado – Porque não se aproxima – Ela sorri – Eu não estou tão deplorável assim não é? - Brinca rindo – Está com medo de mim?

- Não meu amor – Ele diz – Só quis dar espaço para seus pais – Ele sorri de canto e se aproxima de Mia dando um beijo em sua testa -

- Desculpa por estragar a noite – Ela diz com um meio sorriso, mas por dentro Mia tinha isso como um sinal, algo não era pra acontecer entre eles e estava um pouco aliviada -

- Você não teve culpa – Dando meio sorriso -

- Quero ir pra casa – Diz Mia olhando para o pai – Eu já estou me sentindo melhor

Alma e Miguel desvia o olhar de Mia e Franco fica um pouco tenso. O gesto dos três não é passado despercebido de Mia, a mesma percebe que algo de muito errado tinha ali e ninguém parecia se atrever a contar.

- Acho que você vai ter que passar a noite aqui Mia – Franco diz sentando ao seu lado -

- Mas porquê? Eu já disse que estou me sentindo bem. Você sabe que eu odeio hospital papai – Ela olha meio desesperada para ele – Me tira daqui.

- Meu amor você vai precisar ficar no hospital – Franco tenta tomar coragem – Você está fraca, você sabe que não anda se alimentando direito – Mia desvia o olhar de Franco – Você sabe que vem sentindo outras coisas e acredito que você não disse tudo a gente.

- Era só um mal-estar e eu também não estava sentindo fome – Mia olha para o pai como se pedisse desculpas – Eu não queria preocupar vocês.

- Eu sei meu amor – Ele beija seu rosto – Mas vai ficar tudo bem

Mia olha para o pai um pouco desconfiada

- Por que eu acho que vocês estão me escondendo alguma coisa?

Os três se olham, um pedia no olhar do outro a coragem para contar a verdade a Mia. Alguém tinha que contar a ela e nenhum dos três tinha coragem para fazer com que Mia encare a nova realidade.

MIAMI

HOTEL

Todos já estavam sabendo do que acontecia na capital. A preocupação era evidente, esperavam pelo telefonema de Alma para poderem decidir se voltavam ou não. Por Roberta, já estaria dentro de um voo desde da hora que tinha falado com Alma, mas esperaria a ligação de sua mãe, como a mesma havia pedido. Roberta tinha se isolado dos outros e ficou sentada na varanda que havia em seu quarto enquanto os outros conversavam sobre o que estava acontecendo. Diego percebeu que Roberta não estava mais com eles e a procurou pelo quarto, avistando logo em seguida a mesma de cabeça baixa olhando para o celular. Devagar, foi se aproximando e ao chegar perto consegue visualizar a imagem que Roberta estava vendo em seu celular, a foto que ele mesmo tinha tirado de Mia e Roberta na virada do ano. As duas estavam abraçadas e sorriam como nunca na foto.

- Ela vai ficar bem Roberta – Diz Diego se abaixando para ficar ao seu lado -

Roberta se assusta com a chegada repentina de Diego

- Eu espero que sim – Suspira e volta a olhar para foto – Me acostumei tanto com a presença dela sabe – Ela levanta o olhar pra ele – Que eu não sei o que vou fazer caso algo – Voz embarga -

- Ei ei calma – ele a abraça de lado – Eu conheço a Mia desde de pequeno e lhe garanto que por trás da imagem de menininha frágil e indefesa tem alguém tão forte que eu sei que é capaz de superar qualquer coisa.

- Obrigada – Ela lhe dar um meio sorriso – Essa espera está me deixando louca – Ela olha o celular – Minha mãe não liga, não dar nenhuma notícia.

- Essas coisas demoram Roberta, pelo que a Josy nos disse a Alma ainda está esperando o resultado do exame sair.

- Mas isso está demorando tanto – Suspira –

- Vamos ter um pouco de calma, já já sua mãe liga – Ele afaga seus cabelos – Vem, vamos ficar um pouco com pessoal

- Daqui a pouco eu vou – Ela lhe dá um meio sorriso – quero ficar um pouquinho aqui

- Tem certeza? - A olha – Não acha que vai ficar pesando em um monte de coisa e encher essa sua cabecinha de preocupação?

- Uma preocupação ao mais ou a menos não vai mudar o que estou sentindo aqui – suspira – Mas, já já eu vou pra lá. Só quero um momento sozinha mesmo.

- Ok – Ele se levanta – Você que sabe

Roberta agradece e Diego sai em silêncio. Roberta suspira e mais uma vez volta a mirar seu celular, deixando aparecer a foto que ela olhava quando Diego apareceu.

- Por favor Mia – Alisa seu rosto – Não ouse em me deixar aqui – Voz embargada -

Medo, uma palavrinha tão pequena mas que traz consigo tanta coisa. A dor que sentimentos é tão grande que muitas vezes não conseguimos expressar isso em palavras, as vezes só as lágrimas é capaz de mostrar a dor que destroça nossa alma. O medo nos deixa fraco, irracional e inconsequente. O medo pode mostrar tanta coisa que as vezes tentamos esconder, mostra um lado nosso que talvez nem quissemos mostrar. A gente pode ter medo de muitas coisas, as vezes muitos são banais porém, o que doí mais do que o medo de perder alguém que você ama? E não estou falando de perder um amor porque acabou ou perder esse alguém para uma outra pessoa. Estou falando de perder alguém para sempre, para algo que não vai ter volta, para algo como a morte. Já conseguiu imaginar a dor que esse medo pode proporcionar a alguém? Garanto a você que não! Porque é uma dor inexplicável, é algo incapaz de ser dito ou mostrado. Mas, como controlar o que está sentindo? Como fazer com que esse medo se dissipe? Como fazer com esses pensamentos obscuros nos deixe em paz? Será que tem algo que possa nos ajudar a não se sentir assim? Acuada, pressionada e a ponto de perder o controle. O que você faria se alguém que você amasse tanto, tivesse a beira da morte? Conseguiria se controlar? Conseguiria ter fé?

Bom meus amores, aqui foi mais um capítulo. O que acharam? Continuou ou não?