Fanfic: NASCER DE UM SENTIMENTO - PORTIÑON | Tema: Rebelde; RBD; AyD

Olha eu aqui de novo!! Fiquei tão feliz com os comentários do capítulo anterior que me animei a escrever mais um pra hoje! Espero que gostem e continuem comentando, qualquer hora posso aparecer por aqui com mais novidade.

Dedico o capítulo a todas as minhas leitoras! ^^

Boa leitura! Xoxo ^^

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POV MIA

Sabe quando você tem aquela sensação de que estão escondendo algo de você? Era essa sensação que eu tinha nesse momento. O papai, a Alma e o Miguel estão escondendo alguma coisa de mim. Eu tenho quase certeza. É nítido no olhar deles, algo está incomodando. Miguel mal consegue sustentar o olhar pra mim, sempre que eu tento um contato visual o mesmo desvia. Alma está com os olhos marejados e também não me olha nos olhos e o papai, esse parece está carregando um peso enorme nas costas e me olha com um olhar tão diferente, que eu não sei decifrar o que ele quer me dizer com isso ou porque dele estar me olhando desta forma.

— O que está acontecendo? - Perguntei quebrando o silêncio –

Meu pai suspira e olha para Alma como se tivesse buscando apoio na mesma. Os dois trocam olhares cúmplices o que não é passado despercebido por mim.

- Miguel? - Olhei pra ele, o mesmo estava de cabeça baixa e ao escutar o chamando me lançar um olhar triste -

- Oi – Fala baixo –

- Será que dá pra me dizer o que está acontecendo? - Eu já estava ficando frustrada e com raiva do silêncio deles – Eu sei que vocês estão escondendo alguma coisa – Olhei pra eles, Alma abaixa a cabeça e suspira. Balancei a cabeça em sinal de negação e mordi meu lábio para tentar em controlar -

- Mia o que a gente tem pra dizer é complicado – Diz Miguel me olhando, semicerrei os olhos e não o deixei terminar de falar -

- Descomplica – Séria –

Miguel ia falar porém meu pai o interrompeu e pedindo para conversar comigo a sós.

- Você tem certeza amor? - Alma pergunta – Não quer que a gente fique?

- Não precisa – Ele sorri de canto – Esse papel é meu.

- Tá bom – Ela vem até mim e me dá um beijo no rosto e se volta para meu pai novamente – Vamos ficar aqui fora, qualquer coisa me chame.

- Certo – Ele diz a olhando –

Meu pai veio até a minha cama e sentou na minha frente, Miguel me olhou mais uma vez e em silêncio deixa o quarto ao lado de Alma. Voltei meu olhar para meu pai, pedindo para ele ser sincero comigo e me dizer o que realmente estava acontecendo. Meu pai parecia estar travado, tentando buscar as palavras certas.

- Papai – Falei tentando encorajar o mesmo a me dizer o que tinha pra ser dito – Seja o que for – O olhei nos olhos – Eu quero e preciso saber.

Meu pai suspira e parece tomar folego pra começar a falar.

- Minha filha, antes de tudo quero que saiba que todos estamos do seu lado. Nunca você estará sozinha – Segura minha mão me olhando nos olhos – Amamos você mais do que tudo no mundo.

Ok! Agora sim eu estou com medo do que ela estava me dizendo. Suas palavras soaram estranho e aquilo fez com que meu coração acelerasse os batimentos.

- Eu queria não ter que dizer isso – Ele continua, mas seus olhos já estava começando a marear. Aquilo fez um nó se forma em minha garganta – Deus sabe o quanto eu queria. Mas, infelizmente, as coisas não pode ser assim. Eu não tenho as palavras certas e realmente sei que não existem palavras para esse momento que soe da melhor maneira possível.

- Papai – O interrompi – Por favor, fale de uma vez – Semicerrei os olhos – Esse seu rodeio está me deixando nervosa e angustiada.

Ele suspira e em segundos faz com que o mundo desabe em cima de mim. “Você foi diagnosticada com leucemia”. Eu não conseguir esboçar nenhuma reação, a não ser ficar parada, em choque. O que meu pai tinha me dito não fazia sentido algum. Como assim eu estava doente? E ainda por cima, leucemia? Por que eu? E por que isso está acontecendo agora?

- Nã … não – Meus olhos já estavam marejados – E … eu não posso está com isso – Olho para meu pai, e o mesmo me olhava triste e com os olhos cheios de lágrimas – Eu não – Eu balançava a cabeça freneticamente em sinal de negação – Eu não papai …

E sem conseguir mais me segurar desabei a chorar como nunca havia chorado na minha vida. Meu pai me tomou com cuidado em seus braços, tentando não me machucar ou retirar o soro que tinham colocado em minha mão. Chorei como uma criança nos braços do meu pai, ele tentava me acalmar, mas eu não conseguia parar de chorar.

- Vai ficar tudo bem meu amor – Sussurrava em meu ouvido – Vai ficar tudo bem – Alisando minhas costas, tentando me dar um certo conforto -

E se não ficar? Era isso que passava na minha cabeça. Como é que vai ser agora? Eu vou ter que viver no hospital? Ficando cada vez mais fraca e dependente dos outros? Não, eu não quero isso. Não sei por quanto tempo eu fiquei chorando agarrada nos braços do meu pai, só sei que tudo que eu conseguia fazer nesse momento era chorar. Chorar pra aliviar o que eu sentia, chorar pra ver se de alguma forma esse maldito câncer vai emboar.

DO LADO DE FORA DO QUARTO

Alma e Miguel conseguia escutar o choro desesperado de Mia, o que fez doer mais ainda no coração dos dois. Se foi difícil para eles saberem o que estava acontecendo, imagina como deve ser para Mia. Uma menina cheia de vida, que tinha acabado de começar a conhecer o mundo. De viver realmente.

- Eu não consigo ficar ouvindo isso – Diz Miguel passando a mão pelo rosto –

Alma apenas o olha e enxuga as lágrimas que descia por seu rosto, tentando se recompor.

- Eu vou tomar um pouco de ar – Fala a mesma, dando as costas para Miguel –

Miguel a olha saindo do corredor e assim que fica sozinho deixa suas lágrimas ganhar vida por seu rosto. Era doloroso demais ouvir o choro sofrido de Mia, era ruim ver o quanto ela estava sofrendo e ele não tinha como fazer nada. Estava de mãos atadas, se sentia um inútil. Queria poder entrar naquele quarto e tomar Mia em seus braços, dizer que tudo ia ficar bem. Que tudo ia dar certo, que isso era só mais uma prova de fogo que ela tinha que passar e que ela era forte o suficiente pra passar por cima disso. Era apenas mais uma provação que o destino queria, e ela superaria.

EM MIAMI

POV ROBERTA

Eu já estava ficando louca de tanto esperar por essa ligação da minha mãe. Já estava a ponto de ligar pra ela. Não aguentava mais essa angustia no meu peito, eu precisava saber como ela estava e se ela estava com essa maldita doença. Eu não conseguia acreditar que isso era real, as vezes achava que não passava de um pesadelo. E que tudo estava como antes! As coisas estavam tão bem ultimamente, tudo parecia ter resolvido. E do nada recebemos uma cacetada do destino. Mostrando que ele é quem manda nesse maldito jogo, que é a vida. Eu já estava roendo minhas unhas de tanto nervoso, e já tinha deixado claro aos meninos que com o resultado positivo ou não eu voltaria para casa. Essa viagem já tinha perdido a graça e eu não via mais sentido em continuar num lugar onde eu não estava me divertindo, onde nada aqui estava valendo apena.

- Não – Me levantei da cama fazendo todos me olharem – Pra mim essa espera já deu – Peguei meu celular – Vou ligar para minha mãe

- Ótimo – Diz Josy vindo até mim – Eu também não aguento mais esse suspense

Disquei e o celular pouco tempo depois começou a chamar. Meu coração batia descompassado de tão nervoso que estava. Eu rezava em silêncio, pedindo a Deus que a Mia estivesse bem e que isso não passasse apenas de um susto. Depois de cinco toques minha mãe atendeu, e pelo tom de voz dela percebi que estava chorando. Respirei fundo, já esperando uma notícia ruim.

- Mamãe – Minha voz saiu trêmula –

- Oi minha filha – Voz embargada –

- Eu não aguentava mais esperar – Pausei – Já tem algum resultado? - Segurei a respiração -

Minha mãe suspirou e antes de começar a falar começou a chorar. O que me fez entender que o que eu achava ser pesadelo, se tornou real. Fechei meus olhos e mordi minha boca com força, eu já sentia que o choro estava vindo. Acredito que por conta da minha reação os meninos perceberam o que estava acontecendo, pois logo comecei a ouvir um choro contido vindo das meninas.

- Deu positivo não foi? - Perguntei de olhos fechados e com a voz embargada -

- Aham – Respira fundo – A Mia foi diagnostica com LMA - Leucemia Mieloide aguda

Balancei minha cabeça freneticamente, tentando não acreditar que isso estava acontecendo. As lágrimas começaram a descer sem controle por meu rosto.

- E o que vão fazer? - Voz embargada -

- Não conversamos ainda com o médico que ficará responsável por Mia – Pausa para logo depois dar continuidade – Ele está pra chegar, e irá nos dizer que terá que ser feito, que medidas teremos que tomar.

- Ela já sabe? - Mordi meu lábio -

- Já – Suspira – O Franco está com ela no quarto

- Como é que ela está? - Perguntei preocupada –

- Está mal – Triste – Franco pediu pra ficar sozinho com ela e estava do lado de fora do quarto com o Miguel. Quando o Franco contou, ela chorou muito – Ao dizer isso meu coração sangrou e as lágrimas desceram sem controle – Não aguentei ficar ouvindo e sair. Franco é quem estar com ela!

- Eu vou voltar mamãe – Falei sem rodeio – Vou saber se tem voo ainda pra hoje, se tiver embarco agora a noite. Se não amanhã cedo estou indo.

- Tudo bem meu amor – Fala baixo – Só me avise, caso venha ainda hoje.

- Ok – Falei sem ânimo – Qualquer coisa me mande notícias

E sem precisar falar mais nada desliguei. Meu olhar cruzou com os dos meninos que me olhavam tristes e com lágrimas descendo pelo rosto.

- Acho que não preciso dizer o que a mamãe disse – Suspirei –

- Eu não consigo acreditar que isso está acontecendo – Fala Josy chorando –

- Nem eu – Falei baixinho olhando para o chão –

E um silêncio mortífero se formou no quarto, ninguém sabia o que falar nesse momento. Talvez realmente nem existisse palavras pra o momento de agora. Cada um tentava assimilar o que estava acontecendo da maneira que podia. Nem sei por quanto tempo ficamos assim, o silêncio só foi quebrado quando Theo disse que iria se informar se tinha algum voo pra hoje indo direto para o México. Eu não falei nada, apenas o olhei. Diego e Santos seguiram com Theo, deixando apenas Josy, Lupi e eu no quarto. Josy veio até onde eu estava e me abraçou com força.

- Ela vai ficar bem não vai? - Diz no meu ouvido –

- Ela tem que ficar Josy – Minha voz saiu embargada – Ela tem que ficar

- A Mia é forte, ela vai passar por isso – Lupita diz baixinho – Só precisamos ter fé e tudo vai ficar bem.

- Deus te ouça Lupi – Falei – Deus te ouça

Me sentei na cama e fiquei mirando o vazio. Tentando assimilar tudo que vinha acontecendo desde do ano novo comigo. Primeiro descubro que algo entre Mia e eu havia mudado; Depois termino com Diego por perceber que não o amava mais; Ai descubro que quem eu amo, é a Mia e agora descubro que corro risco de perdê-la sem ao menos viver o que eu sinto. O que é, que a vida de fato quer comigo?