Fanfic: NASCER DE UM SENTIMENTO - PORTIÑON | Tema: Rebelde; RBD; AyD

Demorei mais voltei ... Aqui vai mais um capítulo da fic. Espero que curtam e a Roberta já está voltando. ^^

Dependendo dos  comentários amanhã trago um novo capítulo!

Xeru meninas e boa leitura a todas :))

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POV ROBERTA

Cansada, essa era a palavra que poderia me definir nesse momento. Não estava cansada fisicamente, era um cansaço emocional. Meu corpo estava esgotado, meu coração exausto, com medo. Aqui estava a gente, dentro de um avião, voltando pra casa e em vez de estar animada e feliz por rever quem deixei pra trás, estou triste e desesperada, com medo do que vou encontrar ao chegar.

- Roberta – Josy falou ao sentar na poltrona ao lado -

- Oi

- Você não deu uma palavra com ninguém desde que saímos do hotel. Já estamos indo pra casa e mesmo assim não fala nada.

- Só não estou com vontade – Me virei encostando a cabeça na janela -

- Roberta – Segura no meu queixo me fazendo olhá-la – Conversa comigo, você pode até está calada mas eu sei que ai dentro de sua mente está um barulho – Suspiro – Eu sei que tudo agora não está fazendo sentido, eu também ainda não consigo acreditar e aceitar que tudo isso esteja acontecendo – Abaixo a cabeça suspirando – É surreal – Balança a cabeça – E pra falar a verdade, nunca pensei que isso poderia acontecer com alguém tão próximo a mim. Ainda mais com alguém da nossa casa – Josy encosta a cabeça na poltrona – Nunca pensei que pudesse sentir esse amor todo que eu tenho pela Mia hoje, tenho vontade de cuidá-la, de protegê-la e olha como as coisas são – Eu a olho e ela me dar um meio sorriso – Antes não a suportava, por ter um jeito de ser que eu não aturava e olha o que acontece, com esse mesmo jeitinho ela soube fazer com que eu a amasse – Sua voz embarga – E eu agora, estou aqui, com medo – Engulo em seco – Por que não sei se vou poder me acostumar a não ter isso na minha vida.

Eu sabia o que ela estava sentindo e eu sabia também estava tentando fazer. Ela queria que eu desabafasse, que eu colocasse tudo pra fora. Porque Josy mais do que qualquer outra pessoa, me conhecia o suficiente pra saber que eu precisava por pra fora o que tinha aqui dentro.

- Eu também não – Falei por fim com a voz embargada – E eu tenho medo, Mia ocupou um lugar aqui dentro – Pus a mão no meu peito – Que nunca imaginei que ela chegaria a ocupar – Uma lágrima escorre por meu rosto – Eu sei o quanto o tratamento é longo, eu sei que o que a Mia vai ter que submeter não vai ser fácil e eu morro de medo que no fim todo o esforço não valha apena. Morro de medo e de angustia ao imaginar um final que eu não quero que aconteça – Balanço minha cabeça em sinal de negação – Poxa, a gente acabou de criar um vínculo e logo agora isso acontece. É insuportável a dor que eu estou sentindo, desde que eu soube o que estava acontecendo meu coração ficou em pedaços e a angustia que eu estou sentindo só aumenta. Quero vê-la – A olhei – Mas ao mesmo tempo tenho medo de como vou encontrá-la – Comecei a chorar, Josy me abraça e escuto seu choro baixinho – Por que isso tinha que acontecer com ela Josy? Por que logo a Mia? E por que agora?

Josy me abraça fortemente, alisando minhas costas. Tentando de alguma forma consolar meu pranto.

- Não sei Roberta – Voz embargada – Eu também queria entender.

CIDADE DO MÉXICO

HOSPITAL CENTRAL

O clima ficou pesado desde que Mia colocou um freio em tudo. Ninguém sabia mais o que dizer e fazer para que Mia aceitasse começar a fazer o tratamento. A mesma estava irredutível, acabou entrando em uma crise nervosa, chorando e gritando muito. Alma saiu do quarto chorando, sem aguentar ver como sua menina estava. O desespero tinha se instalado no coração de Mia com uma força tremenda.

- Mia entenda – Miguel fala com ela – Pelo amor de Deus, olha o que você está dizendo – Tenta tocá-la mas a mesma o empurra – Você vai entregar os pontos assim?

- A vida é minha Miguel – Séria – Ninguém vai me obrigar a fazer algo que eu não quero – Olha para eles – Não vou passar meus últimos dias, meses ou anos dentro de um hospital. Não vou ficar aqui pra agonizar até o fim da minha vida. Eu vou morrer de todo jeito, mas não vou ficar aqui e definhar um pouco a cada dia.

- Minha filha, quem disse que você vai morrer? Pelo amor de Deus. Apesar de ser uma doença seria tem tratamento, Mia.

- Um tratamento que de 100 pessoas nem a metade consegue

- Deixa de ser pessimista Mia, que saco – Miguel se altera –

- Não vou me encher de ilusões – Ela começa a querer se levantar da cama –

- Mia para – Miguel tenta contê-la – Vai se machucar

Ela olha para o médico

- Será que dar pra tirar essa agulha do meu braço, ou eu mesmo posso tirar?

- Mia deixa de estupidez – Miguel continua a falar –

- Se vocês não me tirarem daqui, eu mesmo me levanto e saiu.

Franco suspira cansado e se volta para o médico. Que o olhava com pesar.

- Franco – Henrique fala – Não vai adiantar de nada prender a Mia a força no momento. É normal se sentir como ela está se sentindo agora – Ele se volta para ela – Terá que ter paciência, ela precisa encarar a realidade de agora e nada a força vale a pena, ela tem que ver sozinha que se cuidar apesar do que ela acha, é o certo a se fazer.

- Vocês estão loucos – Grita Miguel – Ela tem que ficar aqui

- Miguel – Franco suspira – O Henrique tem razão, se ela não quer não podemos obrigá-la.

- Eu não estou acreditando – Nervoso – Ok, espero que você saiba o que está fazendo Mia – Se volta para ela –

Mia não o responde e se volta ao médico

- Será que agora pode tirar isso aqui? - Levanta a mão que contia o soro -

Henrique se aproxima de Mia e começa a retirar com cuidado o soro que estava sua mão. Franco apesar de estar triste com a reação de Mia, confiava que logo ela cairia a si e começaria a fazer o tratamento. Já Miguel permanecia sério, não aceitava o que estava acontecendo e achava a atitude de Mia completamente infantil e egoísta. Assim que o médico retirou o soro, Mia devagar foi se levantando da cama, se sentia um pouco tonta mas não aceitou a ajuda de Franco.

- Posso andar sozinha – Fala com um pouco de indiferença – Vamos? - Olha para eles que permaneciam no mesmo lugar – Bom, estou indo na frente, espero vocês no carro.

E sem olhar pra trás sai do quarto, deixando um pai preocupado mas confiante e um Miguel nervoso e bravo.

- Vocês vão ter que ter paciência com a Mia – Henrique aconselha - Isso é normal, acontece com praticamente todos pacientes e ainda mais com pessoas na idade dela.

- Apesar da Mia está agindo assim, sei que logo ela vai cair em si e ver que precisa – Franco fala confiante –

- Ainda acho que a Mia está agindo como uma menina mimada e não deveríamos ceder a esse capricho dela. Ela tem que entender que a gente sabe o que é melhor pra ela.

- Miguel forçar a alguém fazer algo que não quer, não é a melhor saída. A Mia já é maior de idade e sabe as consequências de tudo que ela está fazendo. Ela vai perceber o que deve fazer, só tem medo. Vocês devem conversar com ela, com calma, mostrar o que é preciso ser feito e tentar de alguma forma fazer com que ela esqueça o medo, mas a força vocês não vão conseguir nada – Explica –

- Ele está certo Miguel – Franco diz suspirando – Agir dessa forma só vamos irritá-la mais ainda.

- Vocês sabem o que fazem – Miguel sai frustrado do quarto –

- Entendo a reação dele – Henrique fala – Está preocupado, mas tem que ter calma. Não é uma situação fácil.

- Eu sei, mas vamos conseguir lidar isso dar melhor forma.

- Bom Franco, vou ficar aguardando. Assim que ela entender, você me liga que começaremos com o tratamento.

Franco o cumprimenta agradecendo pela compreensão e por se disponibilizar para ajudá-los. Sai do quarto, seguindo em direção a recepção, onde encontra sua esposa e conversando com Miguel.

- Cadê a Mia?

- Foi para o carro – Alma diz cansada –

- Ok – Suspira – Vamos então

Ao chegar a onde o carro se encontrava, Mia estava encostada. Com um semblante sério e ao mesmo tempo triste. Ninguém fala nada ao entrar no carro, o ambiente estava pesado, tinha várias emoções envolvida ali. Mia estava encostada na janela, estava alheia a tudo que lhe rodeava, seus pensamentos longes, ainda lhe custava acreditar que isso estava acontecendo. Sabia que tinha magoado todo mundo com a atitude que tomou a minutos atrás, mas ela não queria que ninguém sofresse junto com ela e por isso preferiu deixar tudo como estava. Miguel não conseguia esconder a raiva e a frustração de seu rosto, não aceitava a decisão de Mia e ainda achava que deveriam tê-la mantido mesmo a força no hospital. Ela não estava lucida o suficiente para entender o que estava acontecendo e nem o que era melhor pra ela, mas infelizmente não podia ir contra o pai dela e sabia que quando ela colava algo na cabeça ninguém conseguia mudar. Só restava aturar a decisão que ela  no momento tinha tomado. O caminho todo não se ouviu a voz de ninguém, ao chegar em casa Mia foi a primeira a descer e a entrar feito um furacão dentro de casa, seguido por Miguel que tentava alcançá-la.

- Mia espera – Ele fala tentando contê-la -

Mia não responde e continua subindo as escadas

- Mia para – Ele grita – A gente precisa conversar

- Me deixa Miguel – Grita – Quero ficar sozinha

Continua andando até seu quarto

- Deixa de ser infantil Mia – Ele a segura pelo braço fazendo ela se virar para ele – Deixa de agir assim

- Miguel me solta – Séria – Eu já disse, quero ficar sozinha

- Quero ficar contigo

- Qual parte do eu.quero.ficar.sozinha – Fala pausadamente – Você não entendeu?

- Mia eu sei que você está com raiva e com medo, mas não precisa falar assim comigo – Sério – Só quero te ajudar

- Ninguém pode me ajudar Miguel – Grita – Estou doente, eu vou morrer e ninguém pode fazer nada por mim – Voz embarga – Agora me deixa em paz.

Se solta dele bruscamente e entra em seu quarto. As lágrimas já caiam descontrolada por seu rosto, fazendo sua vista ficar embasada. E antes que pudesse cair na cama, seu corpo vai perdendo as força até encontrar o chão. O ambiente foi tomado por soluços desesperados, Mia finalmente tinha deixado o que estava lhe angustiando por dentro sair sem medo, sem precisar se conter. A fixa do que estava acontecendo parecia que tinha acabado de cair e ela começou a perceber a real gravidade do seu caso. Percebeu o quanto sua vida ia mudar a partir de agora e não sabia quanto tempo ia durar ou se ela conseguiria aguentar por tanto tempo.