Fanfic: Olho por olho - Portiñon - Finalizada | Tema: Rebelde, Portiñon
“Você precisa me contar o que aconteceu naquela noite.”
“Você nunca fala comigo. O que mudou?”
“Mudou que a polícia está prestes a bater na sua porta e te levar como suspeita de um assassinato. Maite, os vizinhos te viram no jardim. Você precisa me contar o que aconteceu para eu poder ajudar.”
Maite suspirou. “Eu fui atrás dele, sim. Eu queria falar com ele.”
“E conseguiu?”
“Bom, eu toquei a campainha, a mulher dele me botou pra fora e eu fiquei um tempo parada no gramado tentando pensar em como fazê-lo falar comigo. Era sobre nosso filho. Queria saber porquê não foi ao funeral.”
“Anahi te botou pra fora?”
“Sim. Ela me reconheceu e bateu a porta na minha cara quando pedi por Alfonso.” Maite balançou a cabeça. “Foi humilhante.”
Dulce mordeu a ponta da língua para segurar uma resposta. “A que horas foi isso?”
“Não devia ser mais que dez da noite. Nove e meia, talvez.”
A detetive suspirou fundo e coçou a nuca. “Bate com a hora do crime. O legista estimou o tempo entre nove da noite e três da manhã.”
“Eles não podem realmente me acusar, não é? Não existe nenhuma prova contra mim.”
“Acredite ou não, eles têm algumas sim.”
O silêncio estava grosso o suficiente para ser cortado com uma faca. Anahi parecia saber ter sido pega em uma mentira e Dulce estava tentando organizar seus pensamentos mais uma vez.
“Por que não me contou que Maite apareceu na sua casa naquela noite?”
“Não acho que você teria gostado de saber que sua ex foi ver o amante.” Anahi foi direta e cortante.
Dulce revirou os olhos. “Eu preciso saber da verdade.”
A loira hesitou longos minutos. “Eu não sei como é o relacionamento entre vocês duas. Fiquei com medo de... considerá-la suspeita. Ela nunca entrou na minha casa, não podia ter sido ela. Fiquei observando-a da janela da sala.”
“Você mentiu para mim e para a polícia. Vai ser difícil levá-los a acreditar em seu testemunho agora.”
“Eles já não estavam acreditando antes, não é? Posso saber como perdeu a visão do olho?”
Dulce olhou-a por cima do bloco de notas. “Você está em uma cela. Está seriamente pensando na resposta desta pergunta?”
“Me intriga, só isso.” Anahi deu de ombros.
A detetive balançou a cabeça. “Foi em serviço, estilhaço de balas e madeira.”
“Não quer saber como eu consegui a informação do médico?”
“Imagino que tenha usado seu charme com o filho. Não me importo de verdade.”
“Você já sabe como consegui.”
“É meu trabalho saber das coisas.”
“Sabe que não fui eu.”
“Sim.”
“Nem que foi sua ex.”
“Sim.”
“Quem foi?”
Dulce hesitou. “Eu ainda não posso provar nada.”
“Mas você já tem um suspeito.” Foi uma afirmação. Aparentemente, Anahi podia lê-la como um livro aberto.
Ela sorriu levemente. “Suspeitos não são culpados.” Ela se levantou. “Vou tirá-la daqui, senhora Herrera.”
“Senhorita Portilla.” Anahi a corrigiu. “Christian está certo. O traste do meu marido está morto mesmo.”
“Pensei que o amasse.”
“E amo. Ou melhor, amei. Amei antes dele começar a pisar no meu coração como se fosse nada. Sei que isto não melhora as coisas, mas ele precisou morrer para eu ver que o amor que eu tive por ele já não existia mais.”
“Christopher, eu preciso de um favor teu. Eu sei que estou abusando, mas é urgente. Alguém inocente pode acabar apodrecendo na cadeia ou ainda pior.”
Seu ex colega olhou por cima de seus papéis. “Você não vem mais até a estação. Algo muito sério deve ter acontecido.”
“Sabe o caso Herrera?”
“Todo mundo sabe sobre o caso Herrera. O que tem?”
“Eu tenho algumas pistas. Ninguém vai acreditar em mim além de você.”
“Não estou no caso, sabe disso, não posso ajudar.”
“Eu sei, mas eu preciso da sua ajuda.” Dulce respirou fundo. “Eu peço como uma amiga.”
Christopher suspirou e passou a mão pela barba mal aparada. “Dulce, você vai acabar me metendo em problemas.” Ele pensou por alguns instantes, então acenou em acordo. “Vou fazer isso em nome da nossa amizade, mas chega de favores por um bom tempo.”
“É só o que eu peço.”
“Então, qual é o problema?”
“A polícia tem duas suspeitas, mas eles estão olhando para o lugar errado.”
Mais tarde, sentados em um bar policial, Dulce contou os detalhes de sua investigação particular.
“A polícia acredita que foi uma mulher, porque não foi usada tanta força no golpe e, bem, o senhor Herrera tinha um grande histórico com elas.” Dulce tomou um gole de sua cerveja antes de continuar. “Acusaram a esposa, que, segundo eles, depois de tantos anos de traição, não aguentava mais a galinhagem do marido e o matou em um ataque de raiva ou ciúme. Acusaram uma mulher que teve um caso com ele a três anos e que engravidou. A teoria é que o assassinato foi causado por um momento de raiva depois de um confronto entre os dois sobre o suposto filho que tiveram juntos.”
“As duas coisas parecem bem plausíveis.” Christopher comentou. “Não sei o que pode estar errado nessas teorias.”
“O que está errado é tudo.” Dulce falou rapidamente. “Não foi uma mulher.”
“Um marido traído pela esposa?” Christopher fez uma careta. “Não sei, não.”
“Deixe-me apresentar os fatos primeiro.”
Naquela mesma semana, Anahi recebeu um habeas corpus e pode ficar sobre vigia de polícias em casa. Dulce foi visitá-la naquela mesma noite e, usando a mesma tática da outra vez, conseguiu passar pelo jovem policial inexperiente. Anahi estava sentada na cozinha com um copo de vinho na mão e apenas uma vela queimando lentamente na sua frente.
“Dizem que a cadeia destrói as pessoas.” Anahi sussurrou. “Não é verdade. São as pessoas que destroem as pessoas.”
Dulce sentou-se na cadeira à sua frente. “Sua experiência não foi muito boa, eu vejo.”
“Três semanas trancada naquele muquifo com outras mulheres ignorantes, grossas e agressivas.” Anahi tomou o resto do vinho em apenas um gole. “Digamos que não foram as férias que eu esperava.”
“O senhor Chavez falou com você?”
“Sim. Você acha que foi um homem.” Anahi suspirou. “Meu marido tinha muitos inimigos nessa vida, mas, se tem algo do qual ele se orgulhava, era de manter o marido de suas amantes ao seu lado. Nenhum deles sabia ou desconfiava. Ele era como o mago da traição ou algo do tipo.” Ela levantou os olhos da vela. “Você foi a única que descobriu. Mas este é o seu trabalho, não é? Acredito que ele parou de pegar mulheres casadas depois de sua esposa.”
Dulce se arrumou na cadeira, desconfortável com a situação, e limpou a garganta. “O que aconteceu três anos atrás não importa. Eu também não acho que tenha sido algum marido que descobriu sobre a infidelidade da esposa. Na verdade...”
“Importa, sim.” Anahi já estava em seu terceiro copo de vinho desde que Dulce entrara. Estava, obviamente, bêbada. “Foi o que nos trouxe até aqui, não é? Posso te fazer uma pergunta? Foi você que matou ele?”
“Não.” Dulce respondeu com convicção.
“Tem certeza? Você estava me perseguindo. Pode ter decidido matá-lo. Ou, vai ver, ele descobriu você escondida atrás de um arbusto e foi te confrontar e você puf! matou ele.”
“Acho que a senhora teve algumas bebidas a mais, senhora Herrera.”
“Sabe o que foi o mais legal três anos atrás?” Anahi arrastou a garrafa vazia para longe. “Foi meu primeiro orgasmo. O primeiro! Em toda minha vida.”
“Senhora Herrera...”
“É sério. Ele nunca conseguiu. Não sei o que as mulheres viam nele, não sabia fazer a coisa direito. Só pensava nele, no prazer dele, no que ele queria. Sabe quantas vezes tive que dar minha bunda só porque ele queria? Eu odiava isso. E ele nunca me tratava bem, nunca. Nunca teve preliminar antes do sexo. Ele só chegava e enfiava. Eu era sua boneca de foder. Quando ele enjoava, ele colocava de lado e ia atrás de outra puta por aí. E sabe o que é pior? É que eu chorei por aquele desgraçado. Eu chorei quando o achei morto e chorei porque não pude ir ao funeral.”
“Eu acho que a senhora...”
“Pare de me chamar assim, o desgraçado está morto e eu só tenho 30 anos, pelo amor!” Anahi bufou e tentou virar as últimas gotas da taça. “E sabe o que é pior em tudo isso? Faz três anos que eu não consigo parar de pensar naquela noite. Foi uma noite de sexo de vingança, foi um sexo com raiva, e foi o melhor sexo da minha vida. E eu fico pensando como seria das outras formas. Como seria o sexo de reconciliação? E o sexo de aniversário? Será que seria diferente ou seria sempre a mesma coisa como foi com ele durante anos da minha vida?” Anahi mexeu as mãos para dar ênfase e acabou batendo no copo, que se despedaçou no chão. Nenhuma das duas se moveu para limpar a bagunça. “Ele foi meu primeiro. O desgraçado egoísta. Foi só ele desde sempre! E eu nem posso culpar ninguém, porque eu o amava. Caralho, eu tinha bosta na cabeça.”
“Eu acho que está na hora de ir para a cama.” Dulce se levantou. “Está tarde, senhora... senhorita Portilla. Você deveria descansar, o horário no seu advogado é logo cedo amanhã e...”
Anahi simplesmente saltou da cadeira e agarrou Dulce pela camisa. Ela colidiu seus lábios de forma desleixada e apressada. Dulce não tentou impedi-la em nenhum momento.
Autor(a): chavinonyportinon
Este autor(a) escreve mais 8 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
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Olá a todos! Estou escrevendo isso para dizer que nesta semana meu processo de graduação começa, ou seja, a facul haha. Sendo assim, terei menos tempo (praticamente 0) para postar e escrever. Pensando em vocês, decidi postar os últimos capítulos desta fanfic ainda este final de semana. Vou ficar um tempo sem aparecer (peç ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 24
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Scorpion_Blue Postado em 20/06/2020 - 06:37:15
Caraca, eu amei essa Fic mana❤️😍❤️
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Julia Klaus Postado em 03/04/2016 - 17:48:41
Enfim q pena q acabou! Adorei ler! Parabéns pela escrita =) !!!
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Julia Klaus Postado em 03/04/2016 - 17:43:10
Más caramba essa Anahi é porreta hein...xonou a primeira vista na Dul...Uau... oO
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Julia Klaus Postado em 02/04/2016 - 20:45:26
Uau...Christian safadenho querendo a grana hauhauahauhau q amigo hein... Dulce é demais, fera hein hehehe
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Julia Klaus Postado em 31/03/2016 - 08:47:38
Más gente Dulce já quase elucidando o caso...Anahí no desespero kkkk. Dul fez direitinho a 3 anos. =)
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anna_aya Postado em 30/03/2016 - 15:04:46
OIII, Er' amei sua fic!!! Favoritei hoje cedo e já li toda. kkkkkk Quero saber se posso adapta-la para Portirroni..
huntfeld Postado em 17/07/2022 - 13:44:14
Ela autorizou?
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buttahbenzoayd Postado em 24/03/2016 - 13:09:52
Eu não acredito que já ta acabando :(
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Julia Klaus Postado em 23/03/2016 - 15:08:23
Não duvido q a Maite tenha matado o Alfonso... foi tarde este traste kkkk. Enfim Anahí não é totalmente eliminável, nem sei se essa palavra existe kkkk Enfim adorando *_*
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Julia Klaus Postado em 20/03/2016 - 17:49:50
Estou fascinada com a escrita hahaha. Adorando... E continuaaaaaaaa *_*
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Julia Klaus Postado em 20/03/2016 - 16:30:42
Uau q historia legal hahahaha