Fanfics Brasil - Capítulo 19 Olho por olho - Portiñon - Finalizada

Fanfic: Olho por olho - Portiñon - Finalizada | Tema: Rebelde, Portiñon


Capítulo: Capítulo 19

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“Sabe quantas pessoas já foram esfaqueadas com uma caneta este ano?”


“Não.”


“Bom, teve você e... Espera, acho que só.”


“Muito engraçado, Christopher.”


“Foi mal. Eu tinha que fazer uma piada com isso. Sabe quantas vezes já vi você sendo atacada por alguém? Eu contei 10 vezes. Sabe quantas delas foram um ataque com caneta? Só uma.”


Dulce revirou os olhos. “Estou presa em um hospital pelos próximos três dias e vou passar mais alguns tomando remédio para dor e sentindo meus pontos se rasgarem lentamente. Ainda acha isso engraçado?”


“Não disse que a situação é engraçada. Disse que o jeito que ela aconteceu é engraçada. Ele tinha um peso de papel bem na frente dele e, ao invés disso, escolheu uma caneta.”


“Ainda bem que ele escolheu a caneta, não é?” Os dois se viraram e viram Anahi escorada na porta do quarto. “Como se sente?”


“Como se uma caneta de ponta fina tivesse perfurado meu corpo oito vezes.” Dulce brincou. “Pelo menos nenhum órgão foi atingido.”


“Era uma caneta. O que ele ia fazer? Escrever uma carta no seu estômago?”


“Você não tem que trabalhar, Christopher?”


Ele riu e se levantou. “Tudo bem, tudo bem. Eu volto quando meu turno acabar. Se cuida. Tenta não dar muito trabalho para as enfermeiras, por favor. Não queremos você expulsa daqui antes deles acabarem com os rabiscos dentro de você.”


“Ele se acha extremamente engraçado.” Dulce zombou quando seu antigo amigo fechou a porta atrás de si.


O silêncio era grosso no quarto, mas nenhuma das duas desviou o olhar. “O que a carta dizia?”


Dulce revirou os olhos. “Você também se acha extremamente engraçada, eu vejo.” Um meio sorriso foi a única resposta de Anahi. “Ficou com peso na consciência que decidiu me ver?”


“Talvez eu tenha ficado preocupada.”


“Qual a resposta correta?”


“Nenhuma das duas.”


“Enigmática e evasiva.” Dulce acenou com a cabeça. “Se parece mais comigo do que imagina.”


“Nunca vai me contar a história por trás dessa cicatriz?”


“Bom dia, senhorita Espinosa. Como se sente?” Uma enfermeira de meia idade com cabelos já grisalhos entrou no quarto de repente e jogou um par de seringas em uma bandeja de metal ao lado da cama.


“Curiosa.” Dulce não desviou os olhos de Anahi quando respondeu.


A enfermeira resmungou alguma coisa e pegou o soro para injetar o que quer que estivesse nas seringas.


“O que é isso?” Foi Anahi que perguntou, o que deixou a detetive ainda mais curiosa sobre o motivo dela estar ali.


“Remédios para dor.” Foi a resposta simples da senhora.


“Por que está aqui?” Dulce estava de saco cheio de enrolações. Em questões de segundos, os remédios iam correr por seu organismo e ela ia apagar. Não ia deixar isso acontecer sem ter uma resposta antes.


Anahi suspirou. “Estou feliz que esteja bem, senhorita Espinosa.” Ela começou a andar até a porta, lançou um breve olhar por cima do ombro, então saiu a passos decididos.


Dulce riu levemente. “Inacreditável.”


“Eu não ficaria preocupada, querida.” A enfermeira começou a recolher as agulhas enquanto falava. “Ela vai voltar.”


“Não tenho dúvidas disso.” A detetive sentiu sua mente começar a nublar por causa dos remédios. “Meu medo é ficar muito ansiosa por isso.”


“O amor nos deixa ansiosos.” A senhora sorriu com sabedoria e saiu do quarto, deixando-a sozinha.


A detetive hesitou brevemente, mas acabou sorrindo. “Verdade, não?” Segundos depois, ela estava dormindo.


Na próxima vez que ela acordou, ela estava sozinha de novo, mas a televisão estava ligada. Ela olhou em volta, tentando procurar o controle do aparelho, mas achou um pacote do Mc’Donalds na bandeja ao lado da cama. Um bilhete pendia na embalagem marrom e ela podia distinguir a letra de Raven.


Raven merecia um aumento.


O controle estava longe de ser visto e ela imaginou que devia pedir para as enfermeiras, então ela se contentou no programa de competição na floresta enquanto degustava seu lanche com avidez.


Alguém tinha conseguido escalar uma árvore usando um cadarço quando a porta do quarto se abriu e Christopher entrou com um monte de arquivos na mão. Ele puxou um banco e se sentou ao lado da cama, espalhando os documentos pelo lençol fino que escondia o vestido horrível de hospital de Dulce.


“Eu tenho uma pergunta séria para fazer.”


“Vá em frente.” Dulce desligou a TV e suspirou. “Mas eu não sei o que a carta deveria dizer.”


Christopher não esboçou um sorriso, ele simplesmente abriu um arquivo e virou-a para que ela visse. Era a foto de Herrera morto, sangue escorrendo para todo lado, o olhar vidrado que não via mais nada.


“O que você vê aqui?” Ele apontou para uma mancha próxima à porta.


“Sangue. O cômodo está cheio dele.”


“Olhe mais de perto. Fico curioso em saber como você não viu isso antes.”


Dulce pegou a foto e aproximou-a de seu rosto. Uma pegada. Não era da sola de um sapato, mas do pé nu de alguém que havia corrido por ali. Era muito magro para ser masculino. Muito magro para ser de Christian.


“Eu vou perguntar apenas uma vez e eu juro que vou fazer sua vida um inferno se eu descobrir que você mentiu.” Christopher respirou fundo e coçou o queixo, onde um pouco de barba havia escapado de seu barbeador. “Foi você que o matou?”


“O que?!” Dulce bufou. “Por que acharia isso?”


“Quem é a pessoa que consegue abrir qualquer porta a qualquer momento com o mínimo de esforço? Além disso, você nos empurrou na direção de Chavez. Talvez quisesse incriminá-lo para se sair impune.”


“Você ficou maluco? Eu não tinha nenhum motivo para matar Herrera. O homem era irritante, sim, mas, se esse fosse o caso, eu teria matado metade das pessoas com quem convivo.”


Christopher considerou sua resposta por alguns minutos, então suspirou. “Se não foi você...”


“Não fui eu.”


“Só existem mais duas pessoas que possam ter estado lá.”


Dulce não demorou para fazer a associação. “Como sei que Maite calça o mesmo número que eu, estou assumindo que Anahi também.”


Seu amigo se apoiou na cadeira e passou a mão pelo cabelo. “Como foi que a perícia não encontrou antes?”


“Anahi estava dentro da casa, não é difícil colocá-la na cena do crime. E Maite esteve lá naquela mesma noite.” Dulce balançou a cabeça.


“Ambas tem o motivo.”


“Mas não pode ter sido elas. A perícia comprovou que os ataques exigiam uma força considerável. E as digitais de Chavez estavam na tesoura.”


“Acho que ele tinha uma cumplice.”


Dulce mordeu o lábio inferior antes de responder. “Não faz sentido.”


Ele a observou por um tempo. A conhecia a anos, sabia que ela não iria parar de pensar nisso até achar uma resposta lógica. Era como seu cérebro funcionava, com lógica, nunca com emoção.


“Sabe por que achei que fosse você? Você se tornou obcecada com ele.”


“Está errado.”


“Não, não estou. Você ligou para dezenas de pessoas durante meses e meses atrás de informações dele.”


“No começo, admito, estava atrás dele. Mas parei de achar interessante assim que o encontrei.”


Christopher virou a cabeça lateralmente para considerá-la por um longo minuto. “Quebra-cabeças, análises, enigmas. Isso te interessa, isso te motiva. É o que te levou a essa profissão e o que te levou lá na noite em que quase morreu.”


“Foi um cálculo mal feito. Se eu tivesse prestado mais atenção...”


“A morte não é interessante pra você, no entanto. Isso me confundiu, no começo. Achei que, se você fosse o motivo, poderia te interessar o suficiente para fazer isso. Mas não faz sentido. Tudo que você faz tem sentido. Qualquer pessoa que te conheça, sabe que seu cérebro trabalha com números. Se algo não faz sentido pra você, você ignora. Pode ter tido motivos para apagar o cara, mas fazer isso não tem sentido.”


“Acabou com o monólogo?” Dulce ergueu uma sobrancelha.


Ele fez uma pausa. “Você sabe quem foi.” Não foi uma pergunta.


“Sabe por que eu não acho a morte interessante? Não é porque ela não faz sentido pra mim. É porque, morto, não existe análise. Eu não tenho como te entender se você está morto. Sabe porque eu escolhi ser detetive? Cada ação que realizamos, tem um motivo. Cada coisa que fazemos, tem uma explicação. Eu adoro descobrir essas razões te analisando, solucionando os enigmas e colocando as peças do quebra-cabeça nos seus devidos lugares.


“Fica mais emocionante resolver isso se todo mundo a minha volta está mentindo. Nenhuma testemunha fala a verdade na primeira vez e nunca vai falar toda a verdade, não importa o quão pressionada esteja. A verdade é que as pessoas mentem. Cada ser neste planeta mente. Crianças mentem por vergonha, adolescentes mentem para conseguir o que querem, adultos mentem porque adquiriram o gosto de fazer isso.” Dulce zombou. “E você sabe porque as pessoas mentem? Porque todo mundo tem algo a esconder. Alguns mais do que outros, alguns pelo prazer do segredo, outros por medo.


“A coisa é: a menos que você seja pego na mentira, você não vai falar a verdade. E mesmo que fale, vai omitir coisas em benefício próprio.” A detetive sorriu. Um sorriso verdadeiro. Seu amigo não via um desses a muito tempo. “Eu sei quem estava lá. É claro que sei, você sabe que eu sou a melhor detetive desta cidade. Mas saber quem era, não muda o caso.”


“É uma cúmplice em assassinato, isso muda tudo. E se você continuar a conter informação, pode ser indiciada por ocultar provas e por ser cúmplice também.” Ele argumentou com raiva.


Dulce ergueu uma sobrancelha e deu um meio sorriso. “Lembra-se do que eu estava dizendo sobre benefício próprio?” Ela acenou em volta do quarto. “Eu sei quem foi e sei que não teve nada com o assassinato.”


“Pode ter tido. Se tiver, pelo menos, visto Herrera ser assassinado e não ter ligado para a polícia ou...”


Ela ergueu uma mão para interrompê-lo. “Poupe-me dos detalhes sórdidos. Eu conheço o livro de regras muito bem. Estou te dizendo, no entanto, que não importa quem esteve lá. Ela não é a assassina. Chavez é e ele já está preso. O caso está encerrado.”


“Sabe que vou continuar investigando até descobrir.”


Dulce sorriu. “Vamos esperar que demore muito tempo, não é?”



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Autor(a): chavinonyportinon

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Dulce não estava realmente surpresa ao descobrir que Anahi havia desaparecido do mapa. Ela tinha sumido depois de sair do hospital. Nenhum telefonema, não foi para casa, ninguém teve notícias. Ela parecia ter voado para o espaço sem que ninguém visse. Christopher estava certo. São os enigmas que a interessam. Isso a mant&eacu ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 24



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  • Scorpion_Blue Postado em 20/06/2020 - 06:37:15

    Caraca, eu amei essa Fic mana❤️😍❤️

  • Julia Klaus Postado em 03/04/2016 - 17:48:41

    Enfim q pena q acabou! Adorei ler! Parabéns pela escrita =) !!!

  • Julia Klaus Postado em 03/04/2016 - 17:43:10

    Más caramba essa Anahi é porreta hein...xonou a primeira vista na Dul...Uau... oO

  • Julia Klaus Postado em 02/04/2016 - 20:45:26

    Uau...Christian safadenho querendo a grana hauhauahauhau q amigo hein... Dulce é demais, fera hein hehehe

  • Julia Klaus Postado em 31/03/2016 - 08:47:38

    Más gente Dulce já quase elucidando o caso...Anahí no desespero kkkk. Dul fez direitinho a 3 anos. =)

  • anna_aya Postado em 30/03/2016 - 15:04:46

    OIII, Er' amei sua fic!!! Favoritei hoje cedo e já li toda. kkkkkk Quero saber se posso adapta-la para Portirroni..

    • huntfeld Postado em 17/07/2022 - 13:44:14

      Ela autorizou?

  • buttahbenzoayd Postado em 24/03/2016 - 13:09:52

    Eu não acredito que já ta acabando :(

  • Julia Klaus Postado em 23/03/2016 - 15:08:23

    Não duvido q a Maite tenha matado o Alfonso... foi tarde este traste kkkk. Enfim Anahí não é totalmente eliminável, nem sei se essa palavra existe kkkk Enfim adorando *_*

  • Julia Klaus Postado em 20/03/2016 - 17:49:50

    Estou fascinada com a escrita hahaha. Adorando... E continuaaaaaaaa *_*

  • Julia Klaus Postado em 20/03/2016 - 16:30:42

    Uau q historia legal hahahaha


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