Fanfic: Olho por olho - Portiñon - Finalizada | Tema: Rebelde, Portiñon
A casa em Galdroi estava ocupada por outra família. Não era a mesma casa que Dulce vira Anahi sair dois anos antes, mas era bem maior, sem dúvidas. Ela observou sem real interesse quando um homem careca saiu da casa com um carro esportivo enquanto uma mulher com avental acenava na porta com duas crianças agarradas à sua perna.
Após eles retornarem para dentro, Dulce decidiu averiguar. Tomando cuidado para não ser vista como mais que uma transeunte descuidada, ela checou a caixa de cartas para algo com o nome de Alfonso, mas só encontrou contas no nome de Alan McHale. Ela deixou tudo lá e decidiu dar uma volta pela casa. Não havia nada que indicasse o nome de uma imobiliária ou vendedor antigo. Estava prestes a dar meia volta e voltar para o metrô para os próximos endereços que Raven havia achado quando uma criança surgiu da esquina da casa com os braços apertados em torno de um coelho de pelúcia.
Parecia um filme de terror, e Dulce se xingou mentalmente por deixar-se ser surpreendida por uma criança.
“Quem é você?” Ele perguntou com a voz fina e apenas um pouco assustada.
Dulce tentou sorrir, mas nunca gostou de crianças. “Uma amiga.”
“Eu não conheço você.”
“Então não devia estar falando comigo, não é?”
Antes que a criança pudesse responder, a mãe apareceu e segurou seu braço com firmeza como se tivesse medo dele correr de seu toque. “Ah, Peter, aí está você. Não pode...” Sua voz sumiu quando percebeu Dulce parada à sua frente. Mesmo apesar de seu tamanho pouco ameaçador, sua presença era marcante. Ela tinha postura confiante, olhos frios e calculistas e rosto sem emoções. Além de uma cicatriz em seu olho esquerdo que podia causar um impacto. “Quem é você?”
“Dulce Espinosa, detetive particular.” Não fazia sentido mentir. Era melhor ter a mulher como amiga do que tê-la correndo para chamar a polícia. “É a senhora McHale?”
“Sim, como você...”
“Detetive particular.” Dulce repetiu. “Posso lhe fazer algumas perguntas?”
A mulher tinha um olhar assustado no rosto, mas se abaixou para ficar no nível dos olhos do filho. “Querido, por que não vai lá dentro brincar com seu irmão?” A criança obedeceu rapidamente e ela voltou a se levantar. “O que uma detetive particular faz no meu quintal?”
“Não tem nada a ver com a senhora, não se preocupe. A quanto tempo mora nessa casa?”
“Um ano e meio.”
Dulce fingiu anotar em seu bloco de notas. Sua memória era impecável, ela não precisava realmente anotar as coisas. “Sabe quem morou aqui antes?”
“Um colega do meu marido. Assim que anunciou que estava deixando esta casa nos interessamos em comprá-la.”
“Uhum.” A detetive rabiscou uma linha horizontal em seu bloco. “Sabe o nome deste colega?”
“Doutor Herrera.”
“Este título pertence a pessoas que fizeram doutorado, senhora.” Dulce comentou secamente. “Estou correta em dizer que o nome deste homem é Alfonso Herrera?”
“Sim. O que quer com ele?”
Fazendo alguns riscos como janelas, Dulce fingiu concentração máxima, antes de olhar para cima do bloco. “Sabe onde ele está agora?”
“O que quer com ele?”
“Conversar.” Não era ela que queria conversar, mas não era uma mentira. “Sabe onde ele mora agora?”
“Não.”
“Tem certeza?”
“Ele não trabalha mais com Alan. Saiu a alguns meses, não nos falamos desde então.”
“Ok, obrigada.” Dulce virou-se e saiu do quintal com calma, como se estivesse tendo uma conversa sobre o tempo com uma velha amiga.
O caminho até o metrô foi feito rapidamente e logo se viu em um dos vagões vazios. A maioria das pessoas já estava trabalhando ou estudando, o local ficaria quase sem ninguém até o fim do dia, quando todos fariam o caminho de volta. Ela sentou-se em um dos bancos de metal e fez um pequeno organograma atrás da casinha desenhada antes. O nome de Alfonso Herrera era o que puxava tudo, ligando os outros quadradinhos de informações que ela tinha. Podia pedir para Raven dar uma olhada depois e ver se encontrava algo que ela não viu. Improvável, mas não impossível.
Celeron era um bairro nobre, cheio de médicos e empresários, e Dulce podia ver rapidamente porque o senhor Herrera decidiu ter uma casa naqueles arredores. Talvez quando ele pudesse realmente se sustentar naquele lugar, ele se mudaria para aquela casa e viveria entre todas aquelas pessoas importantes. O endereço que Raven havia achado no computador estava vazio, sem ninguém dentro da casa, sem sinais de que alguém morasse ali. Mesmo assim, Dulce deu uma volta pelo quintal e olhou por dentro de uma janela sem cortinas. O local estava sem móveis, tirando uma mesa e duas cadeiras em um canto distante. Eles não podiam estar ali. Apesar disso, Dulce checou a caixa de correio e a garagem.
Depois de ter certeza que ninguém passava por lá a meses, Dulce voltou ao metrô e seguiu para seu escritório. Tinha que atender um filho que tinha certeza que seu pai estava escrevendo um testamento inteiro apenas no nome de sua irmã. Não é como se ela tivesse muitos amigos advogados para dar uma olhada nesse tal testamento, mas podia fazer algumas ligações.
Deixou seu organograma na mesa de Raven com um bilhete para ‘observar as informações’ e se fechou no escritório até a chegada de seu cliente. O quebra-cabeças de Alfonso Herrera ficava cada vez mais interessante.
Foi apenas no final da tarde que teve tempo de investigar o último endereço. Era um bairro menos pomposo que Celeron, mas ainda com padrões elevados. Uma senhora limpava a parte de dentro da casa, mas parecia distraída o suficiente para Dulce arriscar olhar a caixa de correio. Duas cartas. Ela as puxou rapidamente e se escorou em uma árvore ao lado para parecer apenas alguém descansando depois de uma caminhada.
A primeira era uma propagando de loja de eletrônicos, que foi rapidamente descartada, mas a segunda tinha o nome de Alfonso Herrera. Um bom sinal. Ou ele morava ali, ou ia buscar as cartas ali, ou mandava alguém buscá-las por ele. Seja como fosse, ela só teria que esperar um pouco para descobrir.
A velha terminou de limpar a casa duas horas depois. Dulce estava em cima da árvore onde estivera escorada antes, escondida entre os galhos, mas mantendo-se atenta a qualquer movimento perto da casa. A mulher saiu e pegou as cartas que Dulce havia devolvido à caixa. Ela jogou a propaganda fora, mas guardou a outra no bolso do avental com um leve sorriso. A desconhecida voltou e, cinco minutos depois, fechou a casa e começou a andar para o final da rua.
Dulce não podia ver se ela ainda estava com a carta ou não, então decidiu segui-la. Uma de suas maiores habilidades era a ocultação. Ela poderia seguir quem fosse e nunca era descoberta, sempre achando pontos estratégicos para desviar a atenção de si, sabendo quando se distanciar e quando se aproximar, sabendo avançar na frente da pessoa e fingir se distrair com algo até ela passá-la novamente. A mulher estava completamente alheia à figura metros atrás dela.
Para sua infelicidade, no entanto, a mulher subiu em um táxi poucas ruas à frente e desapareceu na noite. Dulce soltou alguns xingamentos e voltou para a casa. Havia visto a senhora colocar uma chave embaixo do tapete da entrada e não teve que fazer esforço algum para invadir o local. A casa estava mobiliada, mas vazia de vida. Parecia ser uma casa para uma época específica do ano, que ficava sobre os cuidados de outras pessoas pelo resto do tempo. Mas isso não impediu Dulce de investigar cada cômodo. Não havia roupas, produtos de higiene ou luz, apenas alguns produtos de limpeza no armário e garrafas de água na geladeira desligada.
Ótimo, o homem tinha duas casas vazias. Quanto um advogado de defesa podia ganhar?
Dulce afastou este pensamento e saiu do local discretamente, colocando a chave no exato local onde a encontro, em diagonal embaixo da letra E do tapete.
Ela parou em um restaurante na volta para casa e pegou uma pizza pequena para passar a noite. Seu apartamento, como de costume, estava vazio quando chegou, mas seu bloco de notas estava embaixo da porta. Ela reconheceu a letra de Raven rapidamente. Seus ‘ts’ eram inclinados para a direita, mas os ‘ls’ para a esquerda.
“Dei uma olhada no organograma. Já pensou em visitar o antigo trabalho dele? Talvez tenha deixado alguma referência. Ele trabalha por conta própria agora, é essa informação que tem na internet.”
Dulce suspirou e jogou o bloco em cima da mesa. Sim, ela havia pensando em visitar o trabalho dele, mas isso poderia acarretar perguntas e ele poderia acabar descobrindo de alguma forma. Maite não falou que queria descrição, mas Dulce também não queria um alvo mais escorregadio que já estava.
Decidindo voltar e falar com Alan McHale no dia seguinte, Dulce deixou a pizza em cima da pia e foi direto para o quarto. Não conseguiria comer com o assunto rondando sua cabeça.
N/A: Adoro inventar nome de rua e bairro estranhos
Autor(a): chavinonyportinon
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 24
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Scorpion_Blue Postado em 20/06/2020 - 06:37:15
Caraca, eu amei essa Fic mana❤️😍❤️
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Julia Klaus Postado em 03/04/2016 - 17:48:41
Enfim q pena q acabou! Adorei ler! Parabéns pela escrita =) !!!
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Julia Klaus Postado em 03/04/2016 - 17:43:10
Más caramba essa Anahi é porreta hein...xonou a primeira vista na Dul...Uau... oO
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Julia Klaus Postado em 02/04/2016 - 20:45:26
Uau...Christian safadenho querendo a grana hauhauahauhau q amigo hein... Dulce é demais, fera hein hehehe
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Julia Klaus Postado em 31/03/2016 - 08:47:38
Más gente Dulce já quase elucidando o caso...Anahí no desespero kkkk. Dul fez direitinho a 3 anos. =)
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anna_aya Postado em 30/03/2016 - 15:04:46
OIII, Er' amei sua fic!!! Favoritei hoje cedo e já li toda. kkkkkk Quero saber se posso adapta-la para Portirroni..
huntfeld Postado em 17/07/2022 - 13:44:14
Ela autorizou?
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buttahbenzoayd Postado em 24/03/2016 - 13:09:52
Eu não acredito que já ta acabando :(
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Julia Klaus Postado em 23/03/2016 - 15:08:23
Não duvido q a Maite tenha matado o Alfonso... foi tarde este traste kkkk. Enfim Anahí não é totalmente eliminável, nem sei se essa palavra existe kkkk Enfim adorando *_*
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Julia Klaus Postado em 20/03/2016 - 17:49:50
Estou fascinada com a escrita hahaha. Adorando... E continuaaaaaaaa *_*
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Julia Klaus Postado em 20/03/2016 - 16:30:42
Uau q historia legal hahahaha