Fanfics Brasil - Sinal de Alerta — Capítulo 1 Belo Desastre

Fanfic: Belo Desastre | Tema: Herroni


Capítulo: Sinal de Alerta — Capítulo 1

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Olá, amores ♥ 


Estou adaptando esse livro, porque ele é um dos meus favoritos. Espero que gostem dele {#emotions_dlg.wink}



 


Era como se tudo naquela saída berrasse para mim dizendo que ali não era o meu lugar. As escadas se desfazendo, aquele alvoroço de clientes briguentos, e o ar, uma mescla de suor, sangue e mofo. As vozes viravam borrões enquanto as pessoas gritavam números e nomes, num constante vaivém, acotovelando-se para trocar dinheiro e gesticulando para se comunicar em meio a tanto barulho. Passei espremida pela multidão, logo atrás da minha melhor amiga.


— Deixe o dinheiro na carteira, Mai! — Anahí gritou para mim.


Seu largo sorriso reluzia mesmo sob aquela fraca iluminação.


— Fiquem por perto! Vai ficar pior assim que começar! — Christian avisou, bem alto para ser ouvido.


Anahí segurou a mão dele e depois a minha, enquanto Christian nos guiava em meio àquele mar de gente. O som agudo de um megafone cortou o ar repleto de fumaça. O ruído me deixou alarmada. Tive um sobressalto e comecei a procurar de onde vinha aquela rajada sonora. Um homem estava em pé sobre uma cadeira de madeira, com um rolo de dinheiro em uma das mãos e o megafone na outra, colado à boca.


— Sejam bem-vindos ao banho de sangue! Se estão em busca de uma aula de economia... estão na merda do lugar errado, meus amigos! Mas se buscam O Círculo, aqui é a meca! Meu nome é Adam. Sou eu que faço as regras e convoco as lutas. As apostas terminam assim que os oponentes estiverem no chão. Nada de encostar nos lutadores, nem ajudar, nem mudar a aposta no meio da luta, muito menos invadir o ringue. Se quebrarem essas regras, vocês serão esmagados, espancados e jogados pra fora sem nenhum dinheiro e isso vale pra vocês também, meninas. Então, não usem suas putinhas para fraudar o sistema, caras!


Christian balançou a cabeça. 


— Que é isso, Adam! — ele gritou para o mestre de cerimônias, em clara desaprovação à escolha de palavras do amigo.


Meu coração batia forte dentro do peito. Com um cardigã de cashmere cor-de-rosa e brincos de pérola, me sentia uma velha professora nas praias da Normandia. Eu havia prometido a Anahí que conseguiria lidar com o que quer que acontecesse com a gente, mas, naquele lugar imundo, senti uma necessidade urgente de agarrar seu braço magro com ambas as mãos. Ela não me colocaria em perigo, mas estar em um porão com mais ou menos cinquenta universitários bêbados, sedentos por sangue e dinheiro... Bem, eu não estava exatamente confiante quanto às nossas chances de sair dali ilesas.


Depois que Anahí conheceu Christian durante a recepção aos calouros, com frequência ela o acompanhava às lutas secretas que aconteciam em diferentes porões da Universidade Eastern. Cada evento era realizado em um local diferente, que permanecia secreto até exatamente uma hora antes da luta.


Como eu frequentava círculos bem mais comportados, fiquei surpresa ao tomar conhecimento do submundo da Eastern; mas Christian já sabia daquele mundo antes mesmo de ter se juntado a ele. Alfonso, o primo e colega de quarto dele, participara de sua primeira luta sete meses atrás. Como calouro, os rumores diziam que ele era o competidor mais letal que Adam tinha visto nos três anos desde a criação do Círculo. Quando começou o segundo ano, Alfonso era imbatível. Juntos, ele e Christian pagavam o aluguel e as contas com o que ganhavam nas lutas, fácil, fácil.


Adam levou o megafone à boca de novo, e os gritos e movimentos aumentaram em um ritmo febril.


— Nesta noite temos um novo desafiante! O lutador de luta livre e astro da Bastem, Marek Young!


Seguiram-se aplausos e gritos eufóricos da torcida. A multidão se partiu como o mar Vermelho quando Marek entrou na sala. Formou-se um círculo, como uma clareira, e a galera assobiava, vaiava e zombava do concorrente. Ele deu uns pulinhos para se preparar e girou o pescoço de um lado para o outro; o rosto estava sério e compenetrado. A multidão se aquietou, só restando um rugido abafado. Levantei as mãos depressa para tampar os ouvidos quando a música começou a retumbar, altíssima, nos grandes alto-falantes do outro lado da sala.


— Nosso próximo lutador dispensa apresentações, mas, como eu morro de medo dele, vou apresentar o cara mesmo assim! Tremam nas bases, rapazes, e fiquem de quatro, meninas! Com vocês, Alfonso “Cachorro Louco” Herrera!


Houve uma explosão de sons quando Alfonso apareceu do outro lado da sala, sem camisa, relaxado e confiante. Foi caminhando a passos largos até o centro do círculo, como se estivesse se apresentando para mais um dia de trabalho. Com os músculos firmes estirados sob a pele tatuada, cumprimentou Marek, estalando os punhos cerrados nos nós dos dedos do oponente. Alfonso se inclinou para frente e sussurrou algo no ouvido de Marek, que fez um grande esforço para manter a expressão austera. Ele estava muito próximo de Alfonso  , pronto para o combate. Os dois se encaravam. A expressão de Marek era assassina; Alfonso parecia achar um pouco de graça em tudo aquilo.


 Os adversários deram uns passos para trás, e Adam fez o som que dava início à luta. Marek assumiu uma postura defensiva e Alfonso partiu para o ataque. Fiquei na ponta dos pés quando perdi a linha de visão, apoiando-me em quem quer que fosse para conseguir enxergar melhor o que estava acontecendo. Consegui ver alguns centímetros acima, deslizando por entre a multidão que gritava. Cotovelos golpeavam as laterais do meu corpo e ombros esbarravam em mim, fazendo com que eu ricocheteasse de um lado para o outro, como uma bolinha de pinball. Quando consegui ver o topo da cabeça de Marek e Alfonso, continuei abrindo caminho na base do empurrão.


Quando enfim cheguei lá na frente, Marek tinha agarrado Alfonso com seus braços grossos e tentava jogá-lo no chão. Quando ele se inclinou para fazer esse movimento, Alfonso deu uma joelhada no rosto de Marek. Antes que ele pudesse se recuperar, Alfonso o atacou — repetidas vezes, os punhos cerrados socavam o rosto ensanguentado de Marek.


Senti cinco dedos se afundarem em meu braço e virei à cabeça para ver quem era.


— Que diabos você está fazendo aqui, Mai? — disse Christian.


— Não consigo ver nada lá de trás!— gritei em resposta.


 E então me virei bem a tempo de ver Marek tentar acenar Alfonso com um soco poderoso, ao que este se virou. Por um instante, achei que ele tinha desviado de outro golpe, mas ele fez um círculo completo e esmagou com o cotovelo o nariz do adversário. Gotas de sangue borrifaram o meu rosto e se espalharam no meu cardigã. Marek caiu no chão de cimento com um som oco, e, por um breve momento, a sala ficou totalmente em silêncio.


Adam jogou um quadrado de pano vermelho sobre o corpo caído de Marek, e a multidão explodiu. O dinheiro mudou de mãos novamente, e as expressões se dividiam entre orgulhosos e frustrados.


Fui empurrada com todo aquele movimento de gente indo e vindo. Anahí gritou meu nome de algum lugar lá atrás, mas eu estava hipnotizada pela trilha vermelha que ia do meu peito até a cintura.


Um pesado par de botas pretas parou diante de mim, desviando minha atenção para o chão. Meus olhos foram se voltando para cima: jeans manchado de sangue, músculos abdominais bem definidos, um peito tatuado ensopado de suor e, finalmente, um par de cálidos olhos verdes. Fui empurrada, mas Alfonso me segurou pelo braço antes que eu caísse.


— Ei! Cuidado com ela! — ele franziu a testa, enxotando qualquer um que chegasse perto de mim.


 A expressão séria se derreteu em um sorriso quando ele viu minha blusa. Limpando meu rosto com uma toalha, ele me disse:


— Desculpe por isso, Beija-Flor.


Adam deu uns tapinhas na nuca de Alfonso.


— Vamos lá, Cachorro Louco! Tem uma galera esperando por você!


 Os olhos dele não se desviaram dos meus.


— Uma pena ter manchado seu suéter. Fica tão bem em você...


No instante seguinte, ele foi engolfado pelos fãs, desaparecendo da mesma maneira como tinha aparecido.


— No que você estava pensando, sua imbecil? — gritou Anahí, me puxando pelo braço.


— Vim até aqui para ver uma luta, não foi? — respondi, sorrindo.


— Você nem devia estar aqui, Mai — disse Chris em tom de bronca.


— Nem a Annie — retruquei.


— Mas ela não tenta pular dentro do círculo! — disse ele, franzindo a testa. —Vamos!


Annie sorriu para mim e limpou meu rosto.


— Você é um pé no saco, Mai, mas mesmo assim eu te amo!


Ela me abraçou e fomos embora.


Anahí me acompanhou até o quarto, no dormitório da faculdade, e olhou com desprezo para minha colega, Kara. Imediatamente tirei o cardigã e o joguei no cesto de roupa suja.


— Que nojo! Por onde você andou? — Kara perguntou, sem sair da cama.


Olhei para Annie, que deu de ombros.


— Sangramento de nariz. Você nunca viu os famosos sangramentos de nariz da Mai?


Kara ajeitou os óculos e balançou a cabeça em negativa.


— Ah, então vai ver — ela disse, dando uma piscadela para mim e fechando a porta depois de sair. Nem um minuto tinha se passado e ouvi o som indicando uma mensagem de texto no meu celular. Como de


costume, era Annie me enviando uma mensagem segundos depois de nos despedirmos.


 


 


" Vou ficar com o Chris, te vejo amanhã rainha do ringue "


 


 


Dei uma espiada em Kara, que me olhava como se sangue fosse jorrar do meu nariz a qualquer instante.


— Ela estava brincando — falei.


Kara assentiu com indiferença e depois baixou o olhar para a bagunça de livros espalhados na cama.


— Acho que vou tomar um banho — falei, pegando uma toalha e meu nécessaire.


— Vou avisar os jornais — ela respondeu, sem emoção alguma na voz e mantendo a cabeça baixa.


 


[ ... ]



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Autor(a): Day_Herrera

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

No dia seguinte, fui almoçar com Chris e Annie. Eu queria ficar sozinha, mas, conforme os alunos foram entrando no refeitório, as cadeiras à minha volta foram ficando cheias de amigos da fraternidade do Chris e de membros do time de futebol americano. Alguns estavam na luta, mas ninguém mencionou minha experiência na beira do ringue. &mdash ...



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