Fanfic: Lua Azul AyA
CAPÍTULO DOIS
Mesmo Alfonso podendo
sentir o momento exato em que minha tia Sabine vira em
nossa rua e entra no caminho
pra casa, essa não é a razão pelo qual ele se vai.
Ele se foi por mim.
Pelo simples fato de
que ele tem estado atrás de mim durante centenas de anos,
procurando-me em
todas as minhas reencarnações, para que pudéssemos estar
juntos.
Só que nunca ficamos
juntos.
O que significa que
nunca aconteceu.
Aparentemente cada
vez que estávamos a ponto de dar o próximo passo e consumar
nosso amor, sua
ex-esposa Drina conseguia aparecer e me e matar.
Mas agora que eu a
matei, que a eliminei com um bom – admito que foi fraco – golpe
no chakra de seu
coração, não existe absolutamente nada ou ninguém para interferi
em nosso caminho.
Exceto eu.
Porque mesmo amando Alfonso
com todo o meu ser, e definitivamente quero dar o
próximo passo, não
posso deixar de pensar nos últimos seiscentos anos.
Em como ele decidiu
vivê-los (Estranhamente, de acordo com ele). E com quem
decidiu vivê-los
(Exceto de sua ex-esposa Drina, muitos outros foram insinuados). E,
bem, tanto quanto, eu
odeio admitir, sabendo de tudo isso me faz sentir um pouco
insegura.
Ok, talvez muito
insegura. Quero dizer, não é como se minha patética escassa lista de
garotos que eu beijei
poderia alguma vez ser comparada com seus seiscentos anos de
conquistas. E mesmo
sabendo que estou sendo ridícula, mesmo sabendo que Alfonso
tem me amado durante
séculos, o fato é que coração e razão não são sempre amigos.
E no meu caso eles
quase nem se falam.
Mesmo assim, cada vez
que Alfonso vem para minhas lições, eu sempre as transformo
em uma prolongada
sessão de beijos, cada vez pensando: É isso! Desta vez vai
realmente
acontecer! Só para empurrá-lo como se fosse o pior tipo de incômodo. E a
verdade é que é
exatamente como ele disse. Ele não pode mudar seu passado, é
simplesmente assim.
Não se pode desfazer algo que já está feito. Não há retrocesso,
não há volta.
A única coisa que uma
pessoa pode fazer realmente é seguir em frente, e isso é exatamente o
que eu preciso fazer.
Dar o grande salto a diante sem hesitar, sem olhar para trás nenhuma
vez. Simplesmente
esquecer o passado e moldar o futuro.
Eu só queria que
fosse tão fácil assim.
“Anahí?” Sabine sobe
as escadas enquanto eu corro freneticamente pelo quarto, tentando
organizá-lo antes de
sentar-me em minha mesa e me esforçando para parecer que estou
ocupada. “Ainda está
acordada?” Ela pergunta, colocando sua cabeça dentro do quarto e
mesmo sua roupa
estando amassada, seu cabelo débil e seus olhos vermelhos de cansaço, sua
aura está irradiando
um belo tom verde.
“Eu estava terminando
algumas tarefas,” lhe digo, afastando meu laptop como se eu estivesse
Usando.
“Você comeu?” Ela se
inclina contra a moldura da porta, seus olhos apertados e cheios de
suspeitas, enquanto
sua aura me alcança – o detector de mentiras portátil que ela carrega por
todos os lugares sem
que ela perceba.
“Claro,” eu disse a
ela. Assentindo e sorrindo e fazendo o melhor que posso para parecer
sincera, mas a
verdade é que meu rosto parece falso.
Odeio ter de mentir.
Especialmente pra ela. Depois de tudo o que ela fez por mim, me
aceitando depois do
acidente, quando minha família inteira morreu. Quero dizer, ela não tinha
a obrigação de fazer
isso. Só porque ela é meu único parente que me restou vivo não significa
que ela não poderia ter
dito não. E acredite em mim, sua vida era muito menos complicada
antes de eu chegar.
“Eu queria dizer
alguma coisa além dessa bebida vermelha.” Ela se inclina, fazendo careta para
o frasco em minha
mesa, o líquido vermelho opaco com o sabor estranho e amargo que já não
odeio tanto como
costumava. O que é bom porque, segundo Alfonso, tomarei durante o resto
de minha eternidade.
Mas também não é como se eu não pudesse comer comida de verdade,
é que simplesmente já
não quero.
Meu suco imortal
fornece todos os nutrientes que poderia precisar e sempre me sinto
satisfeita sem
importar se bebo muito ou pouco.
Mas ainda assim, sei
o que ela está pensando. E não apenas porque posso ler todos os seus
pensamentos, mas
porque eu costumava pensar o mesmo sobre Alfonso. Eu costumava ficar
muito incomodada ao
vê-lo afastar o prato, recusar a comida ou fingir que comia. Até que eu
descobri o seu
segredo, claro.
“Eu, hum, comi alguma
coisa mais cedo,” finalmente disse, tentando não pressionar meus
lábios, afastar meu
olhar ou recuar – todas as coisas que normalmente me traem. “Com Chris
e Dulce,” eu
acrescento, esperando que isso explique a ausência de pratos sujos, embora
saiba que dar muitos
detalhes é ruim. Como um sinal com luzes vermelhas anunciando
MENTIROSA A FRENTE!
Sem mencionar que Sabine é advogada, uma das litigiosas de maior
prestígio na firma em
que trabalha, fazendo-a incrivelmente boa em detectar farsantes.
Mesmo ela utilizando
esse dom exclusivamente para seu trabalho. Em sua vida pessoal, ela
prefere confiar.
Exceto por hoje. Hoje
ela não está acreditando em nenhuma palavra do que digo. Em vez disso
ela me olha e diz,
“Estou preocupada com você.”
Eu me viro para poder
ficar de frente pra ela esperando demonstrar que estou aberta e pronta
para escutar todas suas
preocupações, mesmo que eu esteja bastante assustada. “Estou bem,”
digo a ela, sorrindo
e reafirmando com a cabeça para que ela acredite. “De verdade. Minhas
notas estão boas,
estou me dando bem com meus amigos, Alfonso e eu estamos...” faço uma
pausa, me dando conta
que nunca tinha falado com ela sobre meu relacionamento com ele
antes. Nunca
realmente o defini, e tenho praticamente guardado para mim. E a verdade é,
agora que eu comecei,
não tenho certeza de como terminar.
Quero dizer, nos
referir como namorado e namorada soa tão banal e inadequado agora que
nosso passado,
presente e futuro estão em consideração, porque obviamente toda nossa
história
compartilhada nos faz muito mais que isso. Mas ainda assim, não é como se fosse
proclamar
publicamente como nós somos companheiros eternos ou almas gêmeas. Isso seria
muito estranho e a
verdade é que eu prefiro não definir. Já estou bastante confusa do jeito
que as coisas estão.
Além disso, o que eu poderia dizer a ela? Que temos nos amado durante
séculos, e mesmo
assim ainda não passamos da segunda base?
“Bem, Alfonso e eu
estamos... realmente indo bem,” finalmente disse, engolindo com
dificuldade quando me
dou conta que eu disse bem no lugar de ótimo, que seria a única
verdade que diria o
dia todo.
“Então, ele estava
aqui.” Ela coloca sua maleta de couro marrom no chão e olha pra mim.
Ambas completamente
conscientes de como é fácil cair em suas armadilhas de litigiosa
profissional.
Eu confirmo,
mentalmente me chutando por insistir em ficar aqui ao invés de ir para a casa
dele, como ele
originalmente queria.
“Pensei ter visto o
carro dele passar a toda velocidade.” Ela dirige seu olhar até a cama
desfeita e as
almofadas desordenadas e quando me olha de volta, não posso evitar me
estremecer. Em
especial quando pressinto o que virá.
“Anahí.” Ela suspira.
“Desculpa não estar aqui na maioria do tempo e por não passarmos muito
tempo juntas. E mesmo
que pareça que ainda estamos nos acostumando a viver juntas, eu
quero que saiba que
estou aqui para você. Se alguma vez quiser falar com alguém – eu irei te
escutar.”
Eu pressiono meus
lábios e confirmo com a cabeça, sabendo que ela ainda não terminou, mas
esperando que termine
logo me mantenho calada e complacente.
“Porque mesmo que
você pense que provavelmente eu sou muito velha para compreender o
que você está
passando, eu me lembro como era ter sua idade. Como esmagadora que pode
ser a pressão
constante de ter as medidas das modelos e atrizes e outras imagens impossíveis
que você vê na TV.”
Engulo seco e evito
olhá-la, tentando não reagir de maneira exagerada, de não ir ao extremo
de me defender já que
é melhor que ela acredite nisso do que suspeitar da real verdade.
Desde que fui
expulsa, Sabine tem estado me observando de perto mais do que nunca e
quando ela recentemente
carregou a estante de livros com livros de auto-ajuda tipo: Como
Criar
Um Adolescente Em Tempos Loucos Como Este, e também: Seu
Adolescente e Os Meios
de
Comunicação (E O Que Você Pode Fazer Sobre Isso), se
tornou mil vezes pior. Agora ela
sublinha e destaca
todos os comportamentos adolescentes mais alarmantes, e então me
examina
minuciosamente, verificando se há sintomas.
“Mas quero que saiba
que é uma garota linda, muito mais bonita do que eu era na sua idade e
isso de morrer de
fome para competir com todas aquelas celebridades magras que gastam a
metade da vida
entrando e saindo da reabilitação não é apenas uma meta irracional e
inalcançável, mas vai
acabar fazendo com que você fique doente.” Ela me deu um olhar
aguçado, querendo
desesperadamente olhar através de mim. “Quero que saiba que você é
perfeita do jeito que
é, e me dói muito vê-la passar por isso. E se é por Alfonso, bem então,
tenho que dizer
que...”
“Eu não sou
anoréxica.”
Ela me olha.
“Não sou bulímica,
não estou fazendo nenhuma dieta maluca, não estou morrendo de fome,
não estou forçando
para ser tamanho zero, e eu não estou tentando parecer como uma gêmea
Olsen. Sério, Sabine,
pareço que estou passando fome?” me levanto permitindo uma visão
desobstruída de mim
em toda minha gloriosa estrutura – vestida com jeans apertados –,
porque em todo caso,
me sinto o oposto de magra. Eu pareço ter um desenvolvimento muito
bom.
Ela me olha. E eu
quero dizer, realmente me olha. Começando desde o alto da minha cabeça,
até a ponta dos meus
pés e parando em meus pálidos tornozelos expostos. Eu não tive
nenhuma escolha a não
ser mostrar que eu descobri que meu jeans favorito ficou muito curto
e tive que enrolá-los
para compensar.
“Eu só pensei...” ela
se encolhe de ombros, insegura do que dizer agora que a evidência
apresentada diante
dela aponta claramente um veredicto de não culpada. “Porque nunca te
vejo comendo e sempre
está tomando isso vermelho...”
“Então assumiu que
passei de alcoólatra para anoréxica?” eu rio para que ela veja que não
estou com raiva – um
pouco irritada talvez, mais comigo mesmo do que com ela –. Deveria ter
fingido melhor. Devia
ao menos fingir que comia. “Não tem nada com o que se preocupar.”
Sorrio. “Realmente. E
para sermos claras, não tenho a intenção de usar ou vender drogas,
experimentos com
modificações em meu corpo, me cortar, me marcar, fazer algum piercing,
ou o que quer que
encontre na sua lista de O Top Dez Mal Ajustados Comportamentos Para
Procurar
Em Seu Adolescente. dessa semana. E para registro, beber esse líquido vermelho não
tem nada haver com
tentar ser magra como as celebridades ou tentar agradar a Alfonso.
Simplesmente acontece
que eu gosto, e isso é tudo. Além disso, eu sei que Alfonso me ama e
me aceita exatamente
como...” eu paro, sabendo que comecei um assunto completamente
diferente no qual não
tenho vontade de falar e antes que ela possa formular as palavras que
tem na cabeça, eu
levanto uma mão e digo, “E não. Não é isso que eu quis dizer. Alfonso e eu
estamos...” Conectados,
saindo, namorado e namorada, amigos com benefícios, eternamente
unidos. “Bem, estamos juntos. Você sabe, comprometidos, como um casal. Mas
não estamos
dormindo juntos.”
Ainda.
Ela me olha com seu
rosto tão apertado e desconfortável assim como me sinto por dentro.
Nenhuma de nós duas
quer falar sobre esse assunto, mas ao contrário de mim, ela sente que é
seu dever.
“Anahí, eu não estava
insinuando...” ela começa. Mas então ela olha pra mim e eu olho pra ela,
e ela dá de ombros
decidindo que é melhor deixar assim porque ambas sabemos que ela
certamente estava
insinuando.
E eu estou tão
aliviada de que tudo havia acabado relativamente fácil, que me pegou
completamente
desprevenida quando ela diz, “Bem, como parece que você realmente se
importa com esse
rapaz, eu acho que deveria conhecê-lo. Então vamos agendar um horário
para irmos todos
jantar. Que tal este fim-de-semana?”
Este
fim-de-semana?
Eu engulo com
dificuldade e olho pra ela, sabendo exatamente o que ela quer fazer: matar
dois pássaros com uma
refeição. Encontrando a oportunidade perfeita para me ver comer um
prato cheio de
comida, enquanto interroga Alfonso.
“Bem, isso parece
ótimo e tudo mais exceto que a peça de Chris é na sexta.” Lutei para manter
minha voz calma e
segura, “E então se supõem que haverá uma festa na qual provavelmente
acabará muito tarde,
então...”
Ela concorda, com
seus olhos fixos nos meus e seu olhar é tão misterioso que me faz suar.
“Então provavelmente
não vai dá certo,” termino de dizer, sabendo que eventualmente terei
que passar por isso,
mas esperando que não seja até muito tempo depois. Quero dizer, eu amo
Sabine, e eu amo Alfonso,
eu só não tenho certeza se vou amá-los juntos, especialmente uma
vez que o
interrogatório começar.
Ela me olha por um
momento, então confirma e dá a volta, e quando estou a ponto de respirar
aliviada, ela me olha
sobre seus ombros e diz, “Bem, sexta está claramente descartada, mas
ainda nos resta o
sábado. Por que você não diz para Alfonso está aqui às oito?”
Autor(a): theangelanni
Este autor(a) escreve mais 24 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
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CAPÍTULO TRÊS Mesmo dormindo até tarde, ainda sou capaz de sair pela porta e chegar a Chris a tempo. Acho que é porque não me leva tanto tempo ficar pronta agora que Riley não está por aqui para me distrair. E mesmo quando me incomodava à maneira ela costumava se empoleirar no meu armário com seu ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 121
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maaju Postado em 27/01/2012 - 09:40:30
Passei a ler essa série depois que vi suas webs, eu gostei bastante e Lua Azul é muito bom, tem um final intrigante, tô lendo Terra das Sombras, o 5º livro se chama Estrela da Noite e o 6º e último se chama "Infinito" e recomendo que vocês leiam, é muito bom.
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jl Postado em 06/06/2011 - 15:44:24
QUeeeeeeeeeee?
Porque se decepcionou? O.o -
jl Postado em 06/06/2011 - 11:51:37
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NÂO ABANDONA ISSoO... ta que tu já abandonou mas pelo amor volta a postar O.O
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jl Postado em 06/06/2011 - 11:51:28
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jl Postado em 06/06/2011 - 11:51:25
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jl Postado em 06/06/2011 - 11:51:22
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jl Postado em 06/06/2011 - 11:51:20
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jl Postado em 06/06/2011 - 11:51:17
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jl Postado em 06/06/2011 - 11:51:14
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jl Postado em 06/06/2011 - 11:51:10
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