Fanfics Brasil - Lua Azul AyA

Fanfic: Lua Azul AyA


Capítulo: 7? Capítulo

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CAPÍTULO 7


.


Alfonso dirige
rápido. Insanamente rápido. Quero dizer, só porque temos um radar


psíquico avançado,
que é bem prático para detectar policiais na área, desviar de


tráfico, pedestres,
animais soltos, e tudo mais que poderia aparecer em nosso


caminho, isso não
significa que dAnahííamos abusar.


.


Mas Alfonso pensa o
contrário. É por isso que ele já está esperando na minha varanda


antes que eu possa
estacionar e descer do carro.


.


“Pensei que não
chegaria nunca.” Ele ri, seguindo-me para o meu quarto, aonde se


atira na cama,
puxando-me com ele, se aproxima para me dar um ligeiro beijo... Um


beijo que, se fosse
por mim, não terminaria nunca. Felizmente passarei o resto da


eternidade envolvida
em seus braços. Basta saber que temos um número infinito de


dias para passar um
ao lado do outro que me dá mais felicidade que eu posso


suportar.


.


Entretanto, não me
sentia sempre assim. Estava bastante chateada quando descobri a


verdade. Tão chateada
que passei um tempo longe dele até que pude clarear minha


cabeça. Quero dizer,
não é todo o dia que alguém te diz:
Ah, a propósito, eu sou um


imortal,
e te fiz imortal também.


.


E embora eu estivesse
muito relutante em acreditar no começo, depois que ele me


levou através dos
pensamentos, lembrando-me como eu tinha morrido em um


acidente, como tinha
olhado justamente em seus olhos no momento em que voltei a


vida, e como tinha
reconhecido esses mesmos olhos no primeiro dia que veio a escola,


bem, não tinha como
negar que fosse verdade.


.


Embora isso não
significasse dizer que eu estivesse disposta a aceitá-lo. Era ruim o


suficientemente ter
que lutar com a enxurrada de habilidades psíquicas impostas


através de EQM
(experiência de quase morte... Eles insistem em chamada de quase,


mesmo quando eu
realmente morri), e quando comecei a escutar os pensamentos de


outras pessoas,
conhecer a história de suas vidas ao tocá-las, falar como os mortos, e


tudo mais. Sem
mencionar que ser imortal, por mais legal eu possa parecer, também


significa que nunca
vou poder cruzar a ponte.


Nunca vou chegar ao
outro lado para ver a minha família novamente. E quando você pensa


isso, não é uma
grande negociação.


.


Me afasto, meus
lábios relutantes em deixar os seus enquanto olho em seus olhos... Os


mesmos que vejo por
400 anos. Não importa quanto tente, não consigo recordar nosso


passado. Só Alfonso,
quem tem permanecido igual por 600 anos... Sem morrer, nem


reencarnar... Tem
essa chave.


.


“Em que está
pensando?” ele pergunta, seus dedos acariciando a curva do meu pescoço,


deixando um rastro
quente ao passar.


.


Respiro fundo,
sabendo como ele está comprometido em permanecer no presente, mas


determinada a saber
mais de minha história... Nossa história. “Estou pensando em quando nos


conhecemos pela
primeira vez,” digo, vendo como ele levanta as sobrancelhas e balança a


cabeça.


.


“Onde? O que você
exatamente lembra daquele tempo?”


.


“Nada.” Dou de
ombros. “Absolutamente nada. E é por isso que esperava que você me


dissesse. Não precisa
me dizer tudo... Quero dizer, sei que você odeia olha para trás. Só estou


realmente curiosa de
como tudo começou... Como nos conhecemos.”


.


Ele se afasta e gira
sobre seu quadril, seu corpo quieto, seus lábios sem movimento, e temo


que essa seja a única
resposta que vou receber.


.


“Por favor?” murmuro,
aproximando-me dele e curvando meu corpo com o seu. “Não é justo


que você tenha todos
os detalhes enquanto eu fico no escuro. Só me dê algo com o que seguir.


Onde vivíamos? Como
me viu? Como nos conhecemos? Foi amor a primeira vista?”


.


Ele se move
levemente, depois rola para o lado, enterrando sua mão em meu cabelo enquanto


diz, “Foi na França,
em 1608.”


.


E engulo em seco,
inalando rapiAlfonsote enquanto espero escutar mais.


.


“Paris, na verdade.”


.


Paris!Imediatamente
me imagino vestindo vestidos elaborados, beijos roubados na Ponte


Neuf, fofocando como
Maria Antonieta...


“Eu participei de um
jantar na casa de um amigo...” fez uma pausa, seu olhar perdido em


séculos atrás. “Você
trabalhava como uma serva.”


.


Uma
serva?


.


“Um de seus servos.
Eles eram ricos. Tinham muitos.”


.


Eu fiquei para ali,
atordoada. Isso não era o que eu estava esperando.


.


“Você não era como os
demais,” ele disse, sua voz quase um sussurro. “Era linda.


Extraordinariamente
linda. Parecia muito como você é agora.” Ele sorri, pegando uma mecha


de meu cabelo e
brincando com eles entre seus dedos. “E também como agora, era órfã, havia


perdido sua família
em um incêndio. E sem dinheiro, sem ninguém para apoiá-la, foi


empregada por meus
amigos.”


.


Engoli com força, sem
saber como me sentir a respeito. Quero dizer, pra que existe a


reencarnação se
alguém está forçado a viver os mesmos momentos dolorosos tudo de novo?


.


“E sim, para que você
saiba, foi amor a primeira vista. Eu me apaixonei completamente e de


forma irrAnahísível
por você. No momento em que te vi, soube que minha vida nunca mais seria


a mesma.”


.


Ele me olha, seus
dedos em minhas têmporas, seu olhar me seduzindo, apresentando o


momento em toda a sua
intensidade, desenrolando a cena como se eu estivesse lá.


.


Meu
cabelo loiro escondido embaixo de um gorro, meus olhos azuis tímidos e com medo
de


fazer
contato, e com roupas tão deselegantes e dedos tão calejados, minha beleza


desperdiçada,
facilmente perdida.


.


Mas Alfonso
me viu. No momento em que entra na sala seus olhos encontraram os meus.


Vendo
mais além do meu exterior desalinhado através da alma que se recusa a esconder.
E ele


está
tão obscuro, tão notável, tão refinado, tão bonito...


.


Eu
me afasto.


.


Sabendo
que os botões do seu casaco valem mais do que o que eu ganho em um ano. Sabendo


sem
olhar duas vezes, que está fora do meu alcance...


.


“Ainda assim, tinha
que me mover com cuidado por que...”


“Porque já estava
casado com Drina!” sussurro, vendo a cena em minha cabeça e escutando


como um dos
convidados pergunta por ela, nossos olhos encontrando-se brevemente


enquanto Alfonso
disse:
“Drina está na Hungria. Temos tomado caminhos diferentes.” Sabendo


que
será fonte de escândalos, mas querendo que eu ouvisse mais do que ter cuidado
com o que


eles
vão pensar...


.


“Ela e eu já
estávamos vivendo separados, por isso foi um problema. A razão por que teria
que


ser cuidadoso era por
que fraternizar fora da própria classe era sAnahíamente desaprovado na


época. E como você
era tão inocente, tão vulnerável, de muitas formas, não queria causar-te


nenhum problema,
especialmente se não se sentia do mesmo jeito.”


.


“Mas eu me sentia do
mesmo jeito!” digo, vendo como passeamos naquela noite, e como toda


vez que eu ia a
cidade eu arranjava para cruzar com ele.


.


“Eu temo que eu
resolvi segui-la.” Ele olha pra mim, como o rosto contrariado. “Até que


finalmente nos
encontramos tantas vezes, que começou a confiar em mim. E então...”


.


E
então nos encontramos em segredo... Beijos roubados do lado de fora da porta
para


serventes,
um abraço apaixonado e um beco escuro ou dentro de sua carruagem...


.


“Só agora sei que não
foi tão secreto como pensei que fosse...”


.


Ele suspira. “Drina
nunca esteve na Hungria, ela esteve lá o tempo todo. Olhando, planejando,


determinada a me ter
de volta... Sem importas o custo.” Ele respira fundo, o pesar de 4 séculos


exibido em seu rosto.
“Queria cuidar de você, Anahí. Queria te dar qualquer coisa, e tudo o que


seu coração quisesse.
Queria te tratar como a princesa que nasceu para ser. E quando


finalmente te
convenci a fugir comigo, nunca tinha ficado tão feliz, tão vivo. Tínhamos que
nos


encontrar a
meia-noite...”


.


“Mas eu nunca
apareci,” digo, vendo-o andando, preocupado, aflito, convencido de que eu


havia mudado de
idéia...


“Não foi até o dia
seguinte que soube que você tinha morrido em um acidente, atropelada por


uma carroça em seu
caminho para encontrar comigo.”


.


E quando me olha,
demonstra dor... Uma dor insuportável, consumidora, partidora de alma.


“Nesse momento, nunca
me ocorreu que Drina foi a responsável, não tinha idéia até que ela


confessou a você.
Parecia um acidente, um horrível e infeliz acidente. E suponho que estava


muito entorpecido
pela dor para suspeitar de algo mais...”


.


“Quantos anos eu
tinha?” pergunto, quase sem poder respirar, sabendo que era jovem, mas


querendo os detalhes.


.


Ele me puxa para mais
perto, seus dedos seguindo as linhas de meu rosto enquanto diz: “Tinha


16, e seu nome era
Evaline.” Seus lábios roçavam em minha orelha.


,


“Evaline” sussurro,
sentindo uma conexão imediata com meu antigo eu, órfã jovem, amada


por Alfonso, e morta
aos 16... Não tão diferente de meu eu atual.


.


“Foi só muitos anos
mais tarde quando te vi novamente em Nova Inglaterra, depois de ter


reencarnado como
filha de um puritano... que comecei a acreditar na felicidade de novo.”


.


“Filha de um
puritano?” olho em seus olhos, vendo enquanto me mostra uma garota de


cabelos escuros, de
pele pálida em um vestido azul escuro. “Minhas vidas foram todas tão


chatas?” balanço a
cabeça. “E que horrível acidente me levou outra vez?”


.


“Se afogou.” Suspira,
e no momento em que ele fala, me cobre com sua dor novamente.


“Estava tão devastado
que naveguei de volta para Londres, onde vivi por muitos anos. E estava


prestes a ir para a
Tunísia quando você ressurgiu como uma linda, rica e bastante malcriada,


devo dizer... filha
de um latifundiário de Londres.”


.


“Me mostre!” lhe
pedi, ansiosa para ver uma vida mais glamorosa, seus dedos seguindo minha


sobrancelha enquanto
uma linda morena em um lindo vestido verde com um penteado


complicado e muitas
jóias aparecem em minha mente.


Uma
rica, mimada, flertes de conveniência... Sua vida uma seria de festas e
passeios de


compras...
Cujos olhos estavam postos em alguém mais... Até que ela conhece Alfonso...


.


“E essa vez?”
pergunto, triste de vê-la desaparecer, mas precisando saber como foi.


.


“Uma queda terrível.”
Ele fecha os olhos. “Por isso então, eu estava certo de estar sendo


castigado... com uma
vida inteira, mas uma vida sem amor.”


.


Ele pega meu rosto em
suas mãos, de forma amorosa, tão rAnahíencial, com um delicioso e


vibrante
formigamento... Fecho meus olhos e me acomodo mais perto. Concentrando-me em


sentir sua pele
enquanto nossos corpos se pressionam suavemente, tudo em nossa volta


desaparecendo até que
ficamos apenas nós... Sem passado, sem futuro, nada mais que esse


momento no tempo.


.


Quero dizer, estou
com ele, e ele comigo, e essa é maneira que deve ser eternamente. E


mesmo quando essas
vidas anteriores possam ser interessantes, seu único propósito era nos


trazer a este. E
agora que Drina já não está, não há nada que possa ficar em nosso caminho,


nada que nos detenha
de seguir em frente... Exceto eu. E mesmo quando quero saber tudo o


que aconteceu antes,
por agora posso esperar. É tempo de superar meus medos e


inseguranças, de
deixar de encontrar desculpas e finalmente me comprometer a dar o grande


salto para frente
depois de todos estes anos.


.


Mas justo quando
estou para lhe dizer, ele se afasta tão abruptamente, leva um momento


antes que eu corra
para chegar ao seu lado.


.


“O que é isso?” eu
choro, vendo seus dedos pressionando sua testa enquanto luta para


respirar. E quando
ele se vira para mim, não há reconhecimento. Seu olhar passa por cima de


mim. Mas tão logo que
percebo, já passou.


Substituído pelo amor
ao que já me acostumei, enquanto ele esfrega os olhos e balança a


cabeça, olhando-me
quando diz, “Não me sentia assim desde que...” ela para e olha para o


nada. “Bem, talvez
nunca.” Mas quando vê a preocupação em meu rosto, ele acrescenta, “Mas


estou bem, de
verdade.” E quando me recuso a soltá-lo, ele sorri e diz, “Ei, que tal uma
viagem


a Summerland?”


.


“Sério?” digo, com os
olhos iluminados.


.


A primeira vez que
visitei esse lugar maravilhoso, essa dimensão mágica entre as dimensões...


Já estava morta. E eu
estava tão fascinada por sua beleza que estava relutante em deixá-la. Na


segunda vez que
visitei foi com Alfonso. E desde que me mostrou todas as suas gloriosas


possibilidades, estou
querendo voltar. Mas só pode ir Summerland quem se torna


espiritualmente
avançado (ou aqueles que já estão mortos), não posso entrar sozinha.


.


“Por quê não?” ele dá
de ombros.


.


“Bem, e as minhas
aulas?” digo, tratando de simular estar interessada em estudar e aprender


novos truques, quando
na verdade, preferiria ir a Summerland onde todo posso sem esforço e


é instantâneo.


.


“Sem mencionar que
não está se sentindo bem.” Pressiono seu braço novamente, notando


como o calor e o
formigamento ainda não voltaram inteiramente.


.


“Existe lições para
aprender em Summerland também.” Sorri. “E se me trazer meu suco, me


sentirei o suficiente
bem para fazer o portal.”


.


“Talvez eu possa
ajudar?” digo, olhando o suor em sua testa.


.


“Não... só tenho
que... quase tenho. Só me dê um segundo,” murmura, fixando a mandíbula,


determinado em fazer
isso.


.


Então eu espero. Para
dizer a verdade, deixo que segundos se tornem minutos, e nada.


.


“Não entendo,”
protesta. “Isso não me acontece desde... desde que aprendi a fazê-lo pela


primeira vez.”


“Talvez seja porque
não se sente bem.” Olho enquanto ele toma outro gole, seguido de outro,


e mais outro. E
quando fecha os olhos e tenta novamente, obtém o mesmo resultado que


antes.


.


“Posso tentar?”


.


“Esqueça. Você não
sabe como fazer,” disse, sua voz enjoada, enquanto tento não tomar de


forma pessoal,
sabendo que tem mais a ver com sua frustração consigo mesmo do que


comigo.


.


“Sei que não sei como
fazer, mas pensei que talvez você pudesse me ensinar e então eu...”


.


Mas antes de terminar,
ele se levanta da cama, afastando-se de mim. “É um processo, Anahí.


Me levou anos
aprender a chegar lá. Não pode pular para o final do livro sem ler a parte do


meio.” Balança a
cabeça e se apóia em minha mesa, seu corpo rígido e tenso, seus olhos


desviando meu olhar.


.


“E quando foi a
última vez que você leu um livro sem saber de antemão o principio, meio e


fim?” sorrio.


.


Me olha, seu rosto
cheio de durezas e ângulos, mas só um momento antes de suspirar e


aproximar-se de mim,
pegando minha mão enquanto diz, “Quer tentar?”


.


Confirmo.


.


Me olha de cima a
baixo, claramente duvidando de que funcione, mas querendo me agradar


mais que tudo.


.


“Tudo bem então,
fique cômoda, mas não cruze as pernas. Corta o Chi.”


.


“Chi?”


.


“Uma palavra elegante
para energia.” Sorri. “A menos que queiras se sentar na posição de


lótus, isso está
perfeitamente bem.”


.


Tiro as sandálias e
pressiono as solas contra o carpete no chão, colocando-me tão confortável


e relaxada quanto
minha excitação permitir.


.


“Geralmente requer
uma longa série de meditações, mas para fazê-lo rápido, e como já está


bastante avançada,
vamos ir direto ao ponto, está bem?”


.


“Quero que feche os
olhos e imagine um véu brilhante de luz dourada ao seu redor,” disse,


entrelaçando seus
dedos com os meus.


Então eu faço,
imaginando a réplica exata de como cheguei lá pela primeira vez, a vez que


Alfonso o colocou em
meu caminho para me salvar de Drina. E está tão lindo, tão brilhante, e


tão luminoso, meu
coração se enche de alegria enquanto eu levanto minha mão até ele,


querendo mergulhar na
luz radiante, querendo voltar a esse lugar místico. E justo quando


meus dedos fazem
contato e estão a ponto de mergulhar, se encolhe e desaparece de minha


vista e estou de novo
em meu quarto.


.


“Não posso acreditar!
Estava tão perto,” me dirijo para Alfonso. “Ele estava bem ali na minha


frente! Você viu?”


.


“Você esteve
incrivelmente perto,” ele diz. Mesmo quando seus olhos são ternos, seu sorriso
é


forçado.


.


“E se eu tentar de
novo? E se fizermos juntos dessa vez?” digo, minha esperança


desaparecendo no
momento em que ele balança a cabeça e se vira.


.


“Anahí, estávamos
fazendo juntos,” murmura, limpando sua testa e evitando seu olhar. “Temo


que eu não seja um
bom professor.”


.


“Isso é ridículo.
Você é um ótimo professor, só está tendo um mal dia, isso é tudo.” Mas


quando olho pra ele,
está claro que ele não está conformado. Então mudo de tática, fazendo


me culpada quando
digo, “É minha culpa. Sou uma estudante ruim. “Sou preguiçosa,


desleixada, e passo a
maior parte do tempo tentando distraí-lo das aulas para poder nos


beijar.” Aperto sua
mão. “Mas não vou mais fazer. E estou a ponto de me colocar séria. Então


me dê mais uma
oportunidade, você verá."


.


Ele me olha,
duvidando que funcione, mas não querendo me decepcionar, pega minha mão e


tenta de novo, os
dois com os olhos fechados, imaginando o portal de luz glorioso. E justo


quando está tomando
forma, Sabine atravessa a porta da frente e começa a subir as escadas,


nos pegando com a
guarda tão baixa, que nos afastamos tomando lados opostos do quarto.


.


“Alfonso, me pareceu
que era seu carro na entrada.”


Ela tira o casaco e
cobre a extensão da porta até minha mesa em um par de passos. A energia


exaustiva de seu
trabalho ainda está nela quando levanta a mão e se concentra na garrafa que


faz equilíbrio no
joelho dele. “Então foi você quem fez Anahí viciada nisso.” Ela nos olha, seus


olhos entrecerrados,
lábios pressionados, como se tivesse toda a evidência de que precisava.


.


Olho para Alfonso de
relance, pânico subindo por minha garganta, perguntando-me como fará


para explicar isso.
Mas ele ri enquanto diz, “Culpado! A maioria das pessoas não gosta, mas


por alguma razão, Anahí
parece gostar.” E logo sorri de forma que soa ser persuasiva, se não


encantadora, e se me
perguntassem diria ambas.


.


Mas Sabine continua
com o olhar fixo nele, completamente indiferente.


.


“Isso é tudo o que
parece importante pra ela ultimamente. Compro sacolas e sacolas de


comida, mas ela se
recusa a comer.”


.


“Isso não é verdade!”
Digo, irritada porque ela está começando com isso novamente,


especialmente na
frente de Alfonso. Mas quando vejo a mancha de café em sua camisa, minha


irritação se torna
indignação. “Como aconteceu isso?” aponto para a mancha como se fosse


uma marca de desonra,
sabendo que devo fazer o possível para que ela não volte a esse lugar.


.


Ela abaixa a vista
para sua blusa, seus dedos tocando-a enquanto pára pra pensar, então


balança a cabeça e dá
de ombros quando diz, “Me choquei com alguém.” E a maneira como


ela disse, tão
casual, sem importância, é óbvio que não ficou tão impressionada com o


encontro como o Muñoz
pareceu estar.


.


“Então, nós ainda
vamos jantar no sábado?” pergunta.


.


Respiro com esforço,
telepaticamente advertindo a Alfonso que só confirme e sorria mesmo


quando não tem a menor
idéia do que ela esteja falando, já que eu nem sequer mencionei.


.


“Fiz reservas para as
8.”


.


Mantenho a
respiração, vendo como ele confirma e sorri justo como eu pedi. Indo ainda mais


longe quando diz,
“Não perderia isso.”


Ele cumprimenta
Sabine e se dirige a porta, seus dedos entrelaçados nos meus, enviando um


calor maravilhoso
para meu corpo. “Perdão pela cena,” digo, olhando-o. “Suponho que


esperava que ela
estivesse ocupada e esquecesse esse assunto.”


.


Ele pressiona seus
lábios contra meu rosto, então entra em seu carro. “Ela se preocupa com


você. Quer ter
certeza de que sou suficientemente bom, sincero, e que não vou magoá-la.


Acredite, já passamos
por isso. E mesmo chegando perto uma ou duas vezes, não me lembro


de falhar na
inspeção.” Sorri.


.


“Ah, sim, o pai
puritano rigoroso,” digo, imaginando que é o estereótipo de pai super-protetor.


.


“Você ficaria
surpresa.” Alfonso riu. “O latifundiário era muito mais super-protetor. E ainda


assim, eu consegui
passar no exame.”


.


“Talvez um dia me
mostre seu passado,” digo. “Você sabe, como era sua vida antes de nos


conhecermos. Sua
casa, seus pais, como se converteu...” minha voz desaparece, vendo a dor


passar por seus olhos
e sabendo que ainda não está preparado para discuti-lo. Sempre se


afasta, se recusa a
compartilhar, o que só me deixa mais curiosa a respeito.


.


“Nada disso importa,”
disse, soltando minha mão e ajeitando o espelho, tudo para evitar meu


olhar. “O que importa
é o agora.”


.


“Sim, mas Alfonso...”
Começo, tentando explicar-lhe que não é por curiosidade, mas quero me


aproximar dele, um
vínculo, desejando que confie a mim todos os seus segredos antigos. Mas


quando olho pra ele
novamente, me dou conta que não devo pressionar. Além do mais, talvez


seja hora de estender
um pouco de confiança também.


.


“Estava
pensando...”digo, meus dedos brincando com o botão da minha camisa.


.


Ele me olha, sua mão
na marcha, pronto pra dar a ré.


.


“Por que você não vai
em frente e faz aquela reserva?”


.


Eu confirmo, meu
lábios pressionados, meu olhar focado no seu.


.


“Você sabe, para o
Montage ou o Ritz?” eu adiciono. Prendendo a respiração quando seus


belos olhos escuros
focam em meu rosto.


“Você tem certeza?”


.


Eu confirmo. Me
conhecendo. Nós estivemos esperando por esse momento há centenas de


anos, então por que
esperar mais tempo?


.


“Mais do que certa,”
digo, meus olhos encontrando com os seus.


.


Ele sorri, iluminando
seu rosto pela primeira vez durante o dia. E eu estou aliviada ao vê-lo


olhando normalmente
depois do comportamento estranho de antes, o seu distanciamento na


escola, a sua
incapacidade para fazer aparecer o portal, não se sentindo bem – tudo isso é
tão


diferente do Alfonso
que eu conheço.


.


Ele sempre foi tão
forte, sexy, bonito, e invencível – imune a momentos de fraqueza e dias


ruins. E vendo-o
vulnerável como agora, me deixou mais agitada do que eu gostaria de admitir.


.


“Considere feito.”
Ele diz, enchendo meus braços com dezenas de tulipas vermelhas antes de


partir.




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Autor(a): theangelanni

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CAPÍTULO 8 . Na manhã seguinte quando me encontro com Alfonso no estacionamento, todas as minhas preocupações desaparecem. Porque no momento em que ele abre a porta e me ajuda a sair do carro, percebo o quão saudável ele está, como ele é devastadoramente lindo, e quando olho em seus olhos, é claro que ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 121



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  • maaju Postado em 27/01/2012 - 09:40:30

    Passei a ler essa série depois que vi suas webs, eu gostei bastante e Lua Azul é muito bom, tem um final intrigante, tô lendo Terra das Sombras, o 5º livro se chama Estrela da Noite e o 6º e último se chama "Infinito" e recomendo que vocês leiam, é muito bom.

  • jl Postado em 06/06/2011 - 15:44:24

    QUeeeeeeeeeee?
    Porque se decepcionou? O.o

  • jl Postado em 06/06/2011 - 11:51:37

    HEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEYYYYY
    NÂO ABANDONA ISSoO... ta que tu já abandonou mas pelo amor volta a postar O.O
    Pelo menos me manda o arquivo do livro ou sei lá o que mas NÂO PARA AQUI =(((((((

  • jl Postado em 06/06/2011 - 11:51:28

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  • jl Postado em 06/06/2011 - 11:51:25

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  • jl Postado em 06/06/2011 - 11:51:22

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  • jl Postado em 06/06/2011 - 11:51:20

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  • jl Postado em 06/06/2011 - 11:51:17

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  • jl Postado em 06/06/2011 - 11:51:14

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  • jl Postado em 06/06/2011 - 11:51:10

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