Fanfics Brasil - Capítulo 1 O início de tudo (2° versão)

Fanfic: O início de tudo (2° versão) | Tema: Fátima Bernardes e William Bonner


Capítulo: Capítulo 1

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Noite de um domingo chuvoso no Rio de Janeiro.  Sentado em uma mesa no canto da redação, ele fazia rápidas anotações em um bloco de notas. Vestia uma camisa cinza e uma gravata preta. Vez ou outra, tirava do bolso um lenço e enxugava o suor da palma das mãos. O nervosismo fazia com que ele estalasse os dedos da mão esquerda e balançasse o pé escondido debaixo da mesa. A hora do programa ir ao ar se aproximava. Ele tentava se concentrar no que estava fazendo, mas o nervosismo era maior do que ele podia controlar. Administrar sua timidez era uma tarefa árdua que ele, insistentemente, executava desde o início de sua adolescência. O passar dos anos não o tornou menos tímido, embora ele se considerasse capaz de disfarçar essa característica muito bem quase todos os dias em seu ambiente de trabalho. Naquele momento, o único pensamento que habitava sua mente era: “Eu vou conseguir.”. Mas a voz de um colega o sugou de seu conflito interior. 


- Fátima! Sua agenda ficou aqui na mesa! 


William esqueceu seu mantra motivacional imediatamente. Virou a cabeça e olhou pra direita. Ajeitou os enormes óculos de armação preta que usava pra que pudesse enxergar melhor. Olhou pra ela, com o coração sofrendo um pequeno disparo. 


Fátima girou o corpo. Olhou em direção ao colega que havia lhe avisado sobre a agenda. 


- Nossa! O que a pressa não faz! – ela sorriu e deu cinco passos, retornando pra onde havia saído. - Obrigada!


Ela pegou uma pequena agenda, enfiou na bolsa. Veio caminhando em direção a William. Ele estremeceu de leve e abaixou a cabeça. Ajeitou os óculos novamente e enfiou a mão no bolso, em uma tentativa desengonçada de disfarçar. Fátima cruzou a redação e passou por ele, exalando um cheiro doce e suave em William. Ele girou a cadeira e olhou novamente pra ela por trás, sem que ela visse. Ela usava uma calça jeans cós alto e uma camisa mostarda. Marchava em cima de um sapato preto de salto alto. Carregava em um ombro a bolsa e na mão direita, uma pasta grossa lotada de papéis. Os cabelos cacheados desciam um pouco abaixo de seus ombros. Ela tinha uma elegância delicada. Era alta, mas não muito, o suficiente pra chamar atenção por onde passava. William não sabia explicar nem pra ele mesmo porque gostava tanto de olhar pra ela. Ela parecia diferente de todas as mulheres que ele já conheceu na vida. Tinha uma doçura no olhar e no sorriso, mas ao mesmo tempo, estampava uma força e uma garra muito grandes, ele podia sentir isso de longe. E era absurdamente linda. Linda naturalmente. Linda de manhã, quando ele a via descendo do carro no estacionamento. Linda também no fim de um dia exaustivo de trabalho. Ele reparava o quanto ela era linda concentrada com as mãos na testa, sentada em seu escaninho. William simplesmente desconhecia que diabo de sensação era essa de encantamento quando ele a via de longe quase sempre no trabalho. 


Fátima e William não conheciam um ao outro. Nunca haviam se cruzado. Ele sabia quem era aquela moça linda que ele via pela TV e o fazia brilhar os olhos ao olhar pra ela. Ela sabia o nome daquele rapaz tímido e caladão, que vinha de fora uma vez por semana pra trabalhar na redação do Rio. E a relação dos dois se resumia apenas a estarem em uma sala imensa todos os domingos, atarefados demais pra olharem para os lados, desatentos demais pra perceberem que no lado oposto daquela repartição da redação estava quem mudaria completamente a vida um do outro. 


 


 


 


***


 


 


Numa sala de embarque fria e relativamente vazia, William batucava três dedos no metal da cadeira de espera.  Duas horas da madrugada. Era o horário mais silencioso do aeroporto.  A melancolia daquela pista de pouso escura era pra ele o símbolo de mais uma semanaque se encerrava e, logo mais, começava a próxima. O cansaço era extremo, mas ele estava feliz. Exercia com maestria a profissão que sempre amou com toda a sua competência.


William era um rapaz de 26 anos. Paulista de nascença e jornalista de coração, como ele costumava dizer, ele era feliz com a vida que levava. Morava em São Paulo durante a semana, aos fins de semana viajava para o Rio pra trabalhar e resumia seus dias a isso. Trabalho, trabalho e trabalho. Saía pouco, apesar de ter muitos amigos de que ele gostava muito. Mas não se sentia como eles. Era um pouco peixe fora d’água. Nunca gostou de beber nem de música muito alta por um longo período de tempo. Por isso, suas opções de programas noturnos com jovens de sua idade acabavam muito restritas. Mas ele não se importava, mesmo. Curtia tomar um bom vinho na janela de seu apartamento ouvindo jazz. Certa vez ouviu de uma de suas irmãs: “Você é um jovem de alma velha.” Era um pouco assim que ele se sentia. Mas de uma forma muito leve. Ele gostava de sua própria companhia. Nesses momentos de solidão, escrevia muito, coisas que ele nem gostava de reler depois. A timidez fez com que ele canalizasse sua forma de se expressar no papel. Desde muito garoto foi assim e isso se potencializou ao longo dos anos. 


Fisicamente, William era um rapaz muito bonito, apesar de não se sentir assim, definitivamente. Alto, os cabelos negros, ele se escondia por trás daqueles óculos enormes. Mas era assediado por colegas de trabalho e vizinhas do prédio, mas não por ninguém que o interessasse realmente. Ele não conseguia traçar um perfil de uma mulher que fosse perfeita pra ele. Não imaginava alguém no mundo que o entenderia com total profundidade. No fundo, ele se sentia muito frágil emocionalmente pra se envolver de corpo e alma em uma relação. Mas optou por não pensar muito nisso. O trabalho, naquele momento, o satisfazia completamente e ele não sentia necessidade de preencher nenhuma lacuna a mais em sua vida. Começar a trabalhar no Rio era tudo o que ele sempre sonhou. Dentro do avião naquela madrugada, ele enfiou as mãos geladas dentro do bolso do casaco. Recostou a cabeça no banco, fechou os olhos e pensou sobre tantas mudanças em sua vida. Aquele era apenas o seu primeiro mês, o 4° domingo que conhecera os colegas cariocas. Todos o receberam maravilhosamente bem, desde o início. Alguns ele ainda não havia trocado nenhuma palavra, mas era só questão de tempo. Lentamente, um cansaço invadia-o. Antes que se entregasse completamente ao sono, ele se sentiu pleno e veio-lhe uma súbita sensação: seu coração estava em paz. Não por muito tempo.



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Autor(a): bonemerlove

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 11



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  • Sanchez Postado em 27/06/2016 - 12:32:49

    Posta logo, pfv.....

  • bella2203 Postado em 26/05/2016 - 03:23:53

    Pf por td q é mais sagrado posta mais, n consigo sobreviver só relendo está fanfic!!!

  • babi15 Postado em 14/05/2016 - 19:14:42

    Agora só falta começar o romance deles. Parabéns pela fic

  • babi15 Postado em 09/05/2016 - 22:18:18

    Continua pfv anciosa pelos próximos capítulos *_*

  • Sanchez Postado em 30/04/2016 - 21:07:12

    Continua logo, está muito boa <3

  • rafinhamartinsfranco Postado em 26/04/2016 - 11:50:59

    continua , está muito bom os capitulos

  • babi15 Postado em 29/03/2016 - 22:39:33

    Nao vai postar ?continua

  • bia_jaco Postado em 22/03/2016 - 22:22:25

    Louca para o romance começar <3

  • babi15 Postado em 17/03/2016 - 21:55:50

    Ai já to em cólica com essa fic .Parabéns, VC escreve mto bem as melhores fics do casal. Não vai terminar a outra fic amor e ódio?

  • kelliqueen_ Postado em 17/03/2016 - 21:29:02

    Realmente.... Muito bom! Parabéns.


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