Fanfics Brasil - Capítulo 4 O início de tudo (2° versão)

Fanfic: O início de tudo (2° versão) | Tema: Fátima Bernardes e William Bonner


Capítulo: Capítulo 4

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Dois meses se passaram. Na vida de William, muita coisa havia mudado. Ele havia recebido uma proposta pra integrar a equipe de um telejornal diário, no Rio de Janeiro. Recebera a notícia duas semanas antes de efetivamente precisar se mudar. Inicialmente, foi um baque pensar em desmontar seu apartamento e se desvincular completamente da sua vida paulistana. Nem havia nada que o prendia lá, mas era estranho pensar em mudar-se de cidade num espaço tão curto de tempo. Em contrapartida, estava transbordando de empolgação e ansiedade pra enfrentar mais aquele desafio. Em meio a tantas coisas que perambulavam pela cabeça de William naquele momento. Fátima seria sua companheira de bancada. O suor nas mãos logo surgia quando ele se lembrava disso. Alguma coisa dizia a ele que essa nova etapa de sua vida seria muito mais do que uma mudança de cidade. Grandes e excelentes novidades estavam por vir.


                William colocou a última caixa no carro. Não levaria móveis, porque moraria em um apart-hotel todo mobiliado. Deu uma última olhada pra portaria de seu prédio. Mas não se permitiu nenhum tipo de saudosismo. Estava feliz e preparado pra enfrentar o Rio de Janeiro. Entrou no carro, checou se não estava esquecendo nada. A mãe havia preparado um lanchinho pra ele comer na viagem. Sorriu ao pensar nos pais. Olhou no relógio. 6:30 da manhã. Precisava pegar estrada antes que o transito ficasse caótico demais. Ligou o rádio e tocava Skyline Pigeon, do Elton John (Link: https://www.youtube.com/watch?v=nPzlGklVNb0). Deu partida e arrancou com o carro. Com a cabeça em paz, mas o coração a mil.


 


 


***


 


 


Foi a primeira noite de William em terras cariocas. Por ironia do destino, a chuva deu uma trégua e ele pôde se debruçar no parapeito da sacada e admirar a vista. Tinham muitos prédios ao redor do dele, mas o céu do Rio parecia diferente de São Paulo, mesmo a noite. Ainda tinham muitas caixas pra serem abertas e os objetos devidamente organizados, mas ele decidiu que faria isso depois. De bermudas, ele tomava aquela brisa calorenta, mas úmida. Fumava um cigarro quase que como degustando. Tragava e soprava a fumaça devagar, saboreando. O pensamento acabou em Fátima. Ele até que tentava evitar, mas era em vão. Lembrou-se daquela manhã que dialogou com ela pela primeira vez. Ela tinha realmente uma beleza encantadora. Era diferente da beleza que ele via em atrizes de novelas e filmes. Ela era inteligente, articulada e autêntica. Podia ver isso claramente nas reportagens dela, na forma como ela se portava e lidava com as outras pessoas. Não sabia exatamente o que era, mas Fátima mexia com ele de uma forma profunda. Quem era ela? Do que gostava, o que fazia? Qual era seu passado e o que queria pro futuro? Era instigante pensar isso sobre ela. Estava ansioso pra descobrir. Olhou no relógio. Se assustou com a hora e decidiu ir dormir. Ainda tinha muito a fazer no dia seguinte, antes de começar a trabalhar. Apagou o cigarro no cinzeiro, soprou a última fumaça e foi dormir um sono restaurador. Amanhã seria, literalmente e em todos os sentidos, um novo dia.


 


 


***


 


A redação era barulhenta e agitada. Telefones tocavam sem parar e as pessoas andavam de um lado pro outro. Era um ritmo que William já era acostumado há tempos, então acabava se sentindo em casa com toda aquela loucura. Entrou um pouco perdido quanto à mesa que ocuparia pra trabalhar, como funcionava a rotina lá dentro e em que horários eram as reuniões. Foi recebido por um dos editores, que o desejou boas vindas e o encaminhou pra uma sala.


- As reuniões são sempre aqui. – deu um tapinha nas costas de William e o indicou pra entrar.


William abriu a porta e deu de cara com uma mesa oval e uma equipe de umas oito pessoas, conversando despretensiosamente. Correu os olhos e reconheceu quase todos. Sentiu-se tranquilo por ver rostos familiares em seu primeiro dia. Isso aliviou consideravelmente sua tensão. Ele se acomodou na cadeira em frente a porta, recebendo os cumprimentos de todos, que foram extremamente receptivos. E de repente, quase não parecia mais que estava em seu primeiro dia.


                Ele tirou de uma pasta sua agenda e com as canetas que já se encontravam na mesa, fez anotações. O tempo todo, a porta se abria e ele se virava pra cumprimentar um a um dos participantes daquela reunião. Na quarta vez que isso aconteceu, ele estava distraído conversando com o colega da cadeira vizinha e demorou alguns segundos pra olhar pra trás. Mas sentiu um cheiro que lhe era familiar e naquele momento, soube que havia acabado de entrar na sala. Girou o pescoço e ela estava bem atrás dele. O olho de William repousou diretamente na altura a barriga dela. Ela vestia uma camisa branca e uma saia-lápis preta. Os cabelos estavam presos em uma trança raiz. Ele ergueu o olhar até alcançar o rosto dela. Fátima cruzou o olhar com o dele e sorriu.


                - Boa tarde a todos. – ela acenou coletivamente e recebeu um “boa tarde” em coro como resposta. Deu dois passos em direção a William. Ele se remexeu na cadeira e ajeitou os óculos, como sempre. Deu graças a Deus por ela não saber que aquilo era um indício de que ele estava nervoso. Fátima parou ao lado dele, de pé. Colocou a mão no ombro dele e disse:


                - Meu novo parceiro de bancada! – ela sorriu novamente.


Tentando ser cordial, William levantou de supetão, empurrando sem nenhuma delicadeza a cadeira pra trás.  Ficou de pé e se virou de frente pra ela.


                - Sim... Como vai? – ele estendeu a mão pra cumprimentá-la.


                - Muito bem, obrigada! Seja bem vindo! Estarei aqui para o que precisar.


O rosto de William se iluminou.


                - Poxa, muito obrigado! Será um prazer trabalhar com você. – ele se perguntou se deveria ter dito isso, mas agora já era tarde.


                - Obrigada, igualmente! – ela tocou o ombro dele novamente, virou as costas e caminhou até a cadeira mais próxima, que era exatamente em frente William, na ponta oposta da mesa. Puxou a cadeira com delicadeza. Todos ao redor dela trocavam uma ou duas palavras com ela e ela retribuía com muita simpatia e carisma. De longe ele a observava e notara claramente que aquelas eram duas características muito fortes nela. Fátima se sentou, tirou um bloco de anotações da bolsa e sua agenda. Tirou também uma garrafa de água e deu uma longa golada. A sala estava praticamente lotada. A reunião foi iniciada pelo diretor geral. William foi apresentado a todos oficialmente, apesar de já ser conhecido pela equipe. Ele prestava atenção em cada palavra que era dita naquela reunião, mas entre uma pausa e outra,  ele olhava pra ela. Fátima alcançou uma caneta no centro da mesa, abriu o bloco e começou a escrever. William notou que ela era canhota. Concentrada, ela parou de escrever e encostou a caneta no queixo, girando-a por entre os dedos. Foi aí que ele reparou em um pequeno detalhe, que não era pequeno. Fazia toda a diferença. Na mesma mão que ela segurava a caneta, no dedo anelar, uma fina e delicada aliança. “Ela é... casada?”, ele se perguntou, sentindo um balde de gelo despencar na sua cabeça, sem entender exatamente porquê. A reunião acontecia a todo vapor e ele se esforçava pra retomar sua concentração, mas aquela pequenina jóia puxava seu olhar o tempo todo. “Casada.”, aquela palavra martelava em sua cabeça. “Mas que babaquice, William, pare com isso!”, ele reprimia a si mesmo em pensamento, mas sem muito sucesso. Porque diabos aquilo mexeu tanto com ele? Porque ELA mexia tanto com ele? O que ela tinha que ele não conseguia tirar os olhos dela e agia feito um bobo quando ela estava por perto? Lembrou-se da noite anterior, a primeira em seu apartamento no Rio, em que pensou nela enquanto olhava aquela cidade de cima. Não tinha sido a primeira vez, lembrava-se dela com freqüência e sentia suas bochechas pegarem fogo só de se lembrar. “Será que é carência?”, ele se perguntava. Sacudiu a cabeça e estalou a tampa da caneta pra expulsar de sua mente essas reflexões. Não havia hora pior para aquilo. Juntou todas as forças que tinha e se empenhou em absorver tudo de melhor que podia em seu primeiro dia de trabalho. Era isso que deveria ser feito.


 


 


 


***


 


 


                Já eram quase meia noite. Era o horário mais crítico de todo o intenso dia de trabalho. Faltavam poucos minutos pro telejornal entrar ao ar e a correria era grande. William saiu do camarim abotoando o paletó. Ajeitou o colarinho e caminhou as pressas para o estúdio. Estava nervoso, mas não mais do que o habitual. Estava sem os óculos, de terno completo preto, uma camisa branca e gravata cinza metálica. Abriu a pesada porta que dava acesso ao estúdio. As câmeras já estavam posicionadas. Entregaram a ele o microfone e ele mesmo o prendeu na lapela do paletó, enquanto caminhava até sua cadeira, a direita da grande bancada. Viu que Fátima já estava sentada em sua posição, terminando de ajeitar o cabelo, que agora já estava solto. Ele procurou não olhar pra ela, precisava permanecer sereno. Sentou-se calmamente. Respirou fundo e manteve-se concentrado. Conferiu os papéis de que precisava durante a apresentação. Estava tudo ali, impecavelmente organizado. Notou Fátima movimentando-se ao lado dele, prendendo também seu microfone.


Ela estava de terninho vermelho e absolutamente tranqüila. Já fazia aquilo todos os dias durante alguns meses. Aquele era um dia tipicamente normal e calmo, dentro do possível para um telejornal noturno. Apenas um detalhe estava diferente: seu parceiro era outro. Aquilo provocava nela uma cautela maior, até que ajustassem seus “ponteiros”, o que era questão de poucos dias, ele já era um profissional experiente, ela sabia. Fátima girou o pescoço para o lado. Se surpreendeu com o quanto William era bonito. Ela sempre o via de óculos na correria da redação ou pela TV. Naquele momento, o viu de um ângulo diferente. Ele puxava a gravata e parecia um pouco nervoso. Ele notou que ela o olhava e girou a cabeça, retribuindo o olhar. Fátima sorriu pra ele.


- Boa sorte. – ela disse.


- Obrigado, pra você também. – ele sorriu.


Fátima ficou mais alguns segundos olhando pra ele. “Bem que as meninas disseram”, ela pensou. “Ele é MUITO bonito.”, concluiu, buscando retomar a concentração, que rapidamente ela conseguiu ao ouvir: "DOIS MINUTOS!"


 



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Autor(a): bonemerlove

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Os meses se passaram, mas pareciam ter sido apenas dias, tamanha a velocidade que o tempo passava. Mas durante esse período de tempo, algumas coisas haviam mudado. A relação de Fátima e William permanecia ainda restrita ao ambiente de trabalho. Mas tornou-se algo além de apenas cumprimentos cordiais. Começavam, aos poucos, nascer um ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 11



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  • Sanchez Postado em 27/06/2016 - 12:32:49

    Posta logo, pfv.....

  • bella2203 Postado em 26/05/2016 - 03:23:53

    Pf por td q é mais sagrado posta mais, n consigo sobreviver só relendo está fanfic!!!

  • babi15 Postado em 14/05/2016 - 19:14:42

    Agora só falta começar o romance deles. Parabéns pela fic

  • babi15 Postado em 09/05/2016 - 22:18:18

    Continua pfv anciosa pelos próximos capítulos *_*

  • Sanchez Postado em 30/04/2016 - 21:07:12

    Continua logo, está muito boa <3

  • rafinhamartinsfranco Postado em 26/04/2016 - 11:50:59

    continua , está muito bom os capitulos

  • babi15 Postado em 29/03/2016 - 22:39:33

    Nao vai postar ?continua

  • bia_jaco Postado em 22/03/2016 - 22:22:25

    Louca para o romance começar <3

  • babi15 Postado em 17/03/2016 - 21:55:50

    Ai já to em cólica com essa fic .Parabéns, VC escreve mto bem as melhores fics do casal. Não vai terminar a outra fic amor e ódio?

  • kelliqueen_ Postado em 17/03/2016 - 21:29:02

    Realmente.... Muito bom! Parabéns.


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