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Fanfic: Ick. Perspectiva.

Capítulo: CAPITULO 2

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Depois de entrar no time da escola começaram a aparecer os
rostos sorridentes irradiando uma linda fileira de dentes surpreendentemente
brancos, que dias antes não passavam de lábios com batons caros contraídos em
forma esnobe, reunindo todas as forças que tinham para me ignorar. Ao inicio de
um dia, uma linda garota loira chamada Jéssica se dirigi a mim:

— Oi
tudo bem? Meu nome é Jéssica.

— Eu
sei. — Respondi. — A gente já se conhece.

— Ah!
Nos conhecemos? — Ela
pareceu desconcertada com a gafe por um segundo, mas somente por um segundo,
depois voltou a esboçar o seu lindo sorriso como se fosse a solução de todos os
problemas do universo e voltou a falar. —Eu vi você jogando, você ótimo sabia?

— Obrigado. —Não sabia ao certo o que
responder, um “eu sabia” me pareceu soar um tanto quanto esnobe.

— Então. É que eu queria te convidar. Hoje vai ser a minha
festa de aniversario, no boliche da cidade, conhece?

— Sim claro, conheço. — Basicamente, a muito tempo em que
praticamente todas as festas de aniversario das meninas ocorre naquele boliche,
não me pergunte o por que, pensando bem, só as festas das garotas ricas e
bonitas eram feitas naquele boliche, a das outras eram reuniões intimas com a
família e amigos. Eu sinceramente prefiro as reuniões. Porem as festas badaladas
eram ótimas, para beber, encontrar os amigos, vestir roupas caras e fingir ser
alguém que eu não sou.

— Eu gostaria muito que você fosse — Disse Jéssica dando
três passinhos a frente, na minha direção. O reflexo natural quando uma pessoa
chega tão próximo a você é dar um passinho para trás também, mas por algum
motivo (talvez o perfume dela), eu não dei esse habitual passinho para trás,
fiquei parado no mesmo lugar. — Você vai né? Hoje a noite?

— Estarei la — respondi. Com os olhos fitando um decote que
gritava incansavelmente “me olhe!” É a antiga e conhecida maquininha masculina
que eu citei anteriormente influenciando as minhas ações novamente.

Eu como a grande maioria adoro festas, apesar de entender
quem não gosta das mesmas, tinha amigos que também iriam a essa (a grande parte
da escola iria) e logo marquei com eles para irmos juntos a esse evento
badalado...

... Mas eu não sabia que o que ocorrera nessa festa iria
girar o meu mundo de cabeça para baixo...

Horário? Dez da noite. Local? Na festa mais badalada do
momento, no boliche da cidade. A musica? A mais alta o possível, e ruim, MUITO
ruim!! Será que é uma lei? Algum
decreto? A musica para tocar na festa tem que ser ruim? Desculpe-me se você é
daquelas pessoas que gostam desse tipo de musica que toca hoje em dia nas
festas, é aquela velha história do gosto que não se discute, mas as musicas de
festa são sempre iguais, simplórias, com melodias plagiadas, letras vazias e
superficiais, e aquela maldito “Putz, Putz Putz” que se repete pela musica inteira.
Não que a musica não seja divertida, confesso, quando cheguei na festa começou
a tocar a musica “Please Don´t stop the music” e ela de fato agitou a galera,
eu e os meus amigos já chegamos dançando na maior empolgação, eu me divirto
muito ao som de musica ruim, mas com certeza me divertiria mais ao som de
musica boa. Vou contar para vocês qual é
a minha musica preferia, obviamente não daria para tocar na festa, afinal ela é
calma profunda e começa com uma base no piano, mas é linda. Chama-se “Let it be”
dos Beatles. Procure fazer o download dessa musica, ela é linda mesmo, tem uma
letra profunda e a melodia (ah a melodia!) a melodia é linda! De longe é a
musica que eu mais gosto, agradeço a internet por ter encontrado isso, hoje em
dia não se encontra mais musicas como a Let it be nas rádios e na TV, poderia
ouvi-la por horas.

Depois de uma rápida dança eu e os outros garotos pegamos
alguns copos de bebidas e nos encostamos a uma parede, estrategicamente, entre uma passagem e outro do salão, ali
eles começaram o que chamam de “verificar a mercadoria” que consiste em
basicamente secar com os olhos todo e qualquer rabo de saia que passa por ali,
é algo como um ritual e ocorre em toda a festa e muitas vezes até na escola.
Nesse momento você deve estar pensando que isso é novamente conseqüência
daquela tal maquininha masculina que eu citei anteriormente influenciando o
cérebro dos garotos de novo né? Pois estão enganados! De fato a maquininha faz
com que nós olhemos para um corpo mais voluptuoso que passava por ali, mas não
era ela que fazia com que eles não fizessem a menor questão de disfarçar, nem
assobiar alto, ou cochichar grosseiras sobre elas de modo que só os seus amigos
ouçam, o que fazia isso acontecer é o que eu chamo de “repreensão masculina”. As
mulheres com certeza sofreram muito mais com a “repreensão feminina” do que os
homens com a “repreensão masculina”, hoje em dia ainda existem muitas garotas
que tem o receio de falar abertamente sobre sexo, ainda existe muito o
estereótipo da mulher objeto perfeita, siliconada e sem cérebro que assola até
hoje os comerciais de cerveja entre muitos outros lugares, mas os homens também
sofreram com a repreensão dos sexos, mas no nosso caso é ao contraio. Somos
ensinados pela “sociedade” e pela mídia de que os homens são insaciáveis
maquinas de sexo, o sexo forte, que o homem não deve se apaixonar quanto mais
escrever poesias, aprendemos que os homens são eternos caçadores e as mulheres
são a caça, e isso é horrível, completamente horrível.

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Autor(a): felipesali

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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