Fanfics Brasil - Capítulo 182 - Derrocada Os Cinco Selos

Fanfic: Os Cinco Selos | Tema: RPG


Capítulo: Capítulo 182 - Derrocada

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Cerca de mil anos antes...


O arcanjo Samael situava-se no interior de seu templo, sentado sobre os degraus, olhando para um ponto fixo aleatório. Estava sozinho, pois, não muito antes, havia dispensado suas tropas do treinamento. Mais especificamente, dispensou-os quando a teve a confirmação da vitória dos Selos sobre Bahamut. Ele não ficou surpreso, porém, por seus discípulos terem vencido o embate. Mas devo admitir que selar uma monstruosidade de tamanha periculosidade ao invés de matá-lo é um tanto patético, pensou. Apesar deste pensamento, tinha a completa noção de que essa decisão não havia partido dos nephilins, mas de alguém ainda mais poderoso que o próprio Bahamut.


Levantou-se, então, dos degraus e desceu calmamente, aproximando-se de sua armadura prateada que estava jogada ao chão. Primeiro, equipou suas grevas, depois o peitoral, suas braçadeiras e, por sim, as manoplas. Ele pegou sua espada que estava fincada no chão, e admirou por um tempo a bela lâmina.


Um anjo, que futuramente será conhecida como um dos grandes arcanjos, adentrou no templo. Uriel andou sem pressa até aproximar-se de Samael — sua armadura cinzenta era ofuscada pelo brilho prateado da armadura do arcanjo. Sua expressão estava séria, quase que indiferente.


— Grande arcanjo, vim trazer-lhe uma mensagem — Ela fez uma rápida reverência inclinando-se para frente. — Vosso Pai solicita a sua presença em seu trono.


— Imagino que sim. — Samael acoplou a espada na cintura. — Uriel, penso que você notou que é... diferente dos outros anjos. É mais astuta, habilidosa, disciplinada. Além disto, tem um poder especial digno de um arcanjo: criocinese. Assim sendo, você, Uriel, é a única capaz de substituir-me, e a única que aceito para tal.


— Substituir? O que quer dizer com isso, Samael?


— Responda-me algo. Se tivesse um inimigo tão poderoso quanto você, ou até mesmo inferior, o que você faria? Mandaria subordinados para confrontá-lo que, para eles, é uma ordem quase impossível de se cumprir? Você atacaria juntos com seus subordinados? Ou até mesmo atacaria sozinha, para preservá-los?


— Hmm... — Uriel olhou para o chão, pensativa. Quando encontrou a resposta, voltou seu olhar azul e certo para o arcanjo. — Eu atacaria com meus subordinados. Se não, atacaria sozinha, considerando que posso lidar com meu suposto inimigo.


— Sim. Agora, por que Ele não faz o mesmo?


Quando entendeu do que a hipotética situação exposta por Samael tratava, Uriel ficou receosa e nervosa.


— Como assim, Samael? Você... você sabe que Ele deve administrar o mundo em seu trono. Mantê-lo... Não é tão simples o ato Dele sair dos céus como os próprios Selos, ou até mesmo nós.


Samael negou com a cabeça, um pouco decepcionado.


— É exigir demais de você. Não tem experiência. — Ele a olhou nos olhos, sério e levemente sombrio. — Um dia, Uriel, tenho certeza que um evento, ou até mesmo um ser, fará você enxergar além do mais belo altar. Te alerto desde agora: quando esse dia chegar, não se assuste com a imundice em volta de você. Continue astuta, habilidosa e disciplinada.


Antes que Uriel falasse algo, Samael encerrou a conversa ao passar por ela, indo em direção a saída. Contudo, ele parou e olhou por cima do ombro e disse:


— Não saia daqui, não importa o que acontecer lá fora. É uma ordem.


Então, ele seguiu o caminho. Passando por entre os templos dos arcanjos, Samael observou as grandes quantidades de anjos treinando sem parar com o auxílio de respectivos arcanjos. Sempre me perguntei para que tudo isso. Dizer que fomos criados para proteger é uma completa mentira, pensava Samael, Bahamut fora o primeiro a nos ameaçar, e o que foi feito?! Ele deixou as próprias criações quase serem completamente dizimadas para que eu treinasse a nova raça! Os meus discípulos! E nós?! Fora que Ele é muito mais forte que seu filho! Samael começou a subir as escadas que levava para a sala do trono, ignorando os serafins enquanto passava por dentro de suas repartições. O pior é que todos acreditam que Ele não lutou por ter que administrar o mundo. Uma mentira! Na verdade, já perdeu o controle do mundo há tempos. Um deus fraco.


Enfim, Samael parou em frente a grande porta da sala do trono, e hesitou por um instante. Não por medo, muito menos por incerteza; simplesmente porque o que viria a seguir era algo inédito para qualquer anjo. Sentiu-se ansioso e curioso. Segurando-se para não sorrir, o arcanjo empurrou a porta. Adentrando, o Senhor dos Céus encontrava-se em seu trono, e o arcanjo Miguel também estava lá, o que não o surpreendeu.


— Chamou-me, Senhor?


— Você sabe o porquê de estar aqui, Samael — respondeu seu Senhor. — Fora o responsável pela fuga de meu filho.


Miguel, que não sabia o motivo de estar ali até então, arregalou seus olhos de surpresa.


— Você fez o quê, Samael? — disse, com receio na voz.


— Exatamente o que fora dito, Miguel. Responsável pela fuga do querido filho. — Samael deu de ombros. — Talvez até mesmo responsável por ter entorpecido ainda mais a mente doentia dele.


— Por quê?!


— Porque eu queria trazer algum sentido útil para a minha vida! — vociferou Samael. — Qual é o sentido de nossa existência?!


— Devemos defender o Reino dos Céus e seguir nosso Senhor!


— Defender do quê ou quem?! Quando fomos criados, nem sequer existia algo que pudesse trazer risco aos Céus! Mas, finalmente, Bahamut tornou-se essa ameaça. E o que fora feito, Miguel?! Uma nova raça para enfrentá-lo! Nós e Ele continuamos aqui enquanto muitas das criações eram mortas porque os Selos ainda não estavam preparados. Por fim, meus discípulos selaram Bahamut ou invés de matá-lo! Ele irá voltar ainda mais poderoso, e mais uma vez ficaremos aqui, presos em grilhões! Deixando a destruição se alastrar enquanto os Selos tentam salvar o equilíbrio, ao contrário Dele!


— Nosso dever não é questionar Seus desejos, Samael! É segui-los lealmente!


Mas eu não concordo com isso! Eu sou poderoso! Cansei de ficar aqui fazendo a mesma coisa durante anos e anos. Ou seja, cansei de fazer nada com seres cegos e patéticos!


— Você só é um ser composto de orgulho e arrogância.


— Pelo menos eu sei quem eu sou, irmão, e também sei o que devo fazer.


— Ah, e o que você fará agora, irmão? — questionou Miguel, friamente.


Os olhos vermelhos de Samael tornaram-se sombrios e um sorriso sádico brotou em seus lábios. — Irei dar um motivo para a existência fútil e medíocre de vocês.


De imediato, Miguel lançou-se em direção ao arcanjo que se rebelava, agarrou-o pelo pescoço e passou a carregá-lo para fora da sala do trono. Sentindo o aperto em sua garganta, Samael nada fez, e esperou até seu irmão levá-lo até o pátio central. Quando chegaram, Samael livrou-se, segurou Miguel e arremessou-o direto para ao chão. Antes de suas costas tocarem a superfície, a luz amarela tomou conta do corpo do Miguel e ele conseguiu recuperar-se da queda com suas asas, subindo novamente. Samael empunhou sua lâmina e a energia negra envolveu seu corpo. Com o encontro das duas forças, o brilho amarelo e negro emanou demasiadamente, atraindo a atenção de qualquer um do Reino.


Seu herege! — vociferou Miguel, tão alto que sua voz ecoou.


— Você me decepciona, irmão.


Múltiplos golpes rápidos e poderoso foram trocados, espalhando a cor amarela e negra, causando ondas de energia que pareciam fazer o Reino tremer. Miguel era um arcanjo tão poderoso quanto Samael, mas Samael provou ser muito habilidoso. O arcanjo Miguel não fora capaz de acompanhar a movimentação de seu irmão, e acabou sendo vencido, atirado violentamente ao chão.


Sem tempo para vangloriar-se, Samael postou seu corpo de lado para desviar do raio azul disparado por Amtiel. Em seguida, também desviou de um ataque da grande e pesada espada de Natanael. Dali em diante, os arcanjos foram aparecendo gradativamente, todos confrontando Samael ao mesmo tempo: o vento oscilava, a areia avoaçava, raios estalavam, ilusões eram criadas. Naquele momento, porém, os arcanjos descobriram quem era de fato Samael. Ele combateu os onze arcanjos de frente, encontrando falhas nos poderes e na movimentação de cada um, e os arcanjos deram-se conta que não conheciam o estilo de luta de Samael. Acontece que, dentre todos estes longos anos, os arcanjos lutaram entre si em treinamento, mas Samael nunca participou, apenas observava — e isso ajudou-o em muito no momento.


Ora, minutos haviam se passando, que pareciam ter sido uma eternidade, e seis dos grandes arcanjos já haviam sido tirado de fora do combate por Samael, e os cinco restantes passaram a hesitar. No entanto, Samael também estava na pior: partes de sua armadura havia sido danificas ou arrancadas, detinha vários rasgos pelo corpo e estava exausto.


Atraindo a atenção de todos, de armadura dourada e asas laranjas cristalinas, o serafim da Ganância aproximava-se lentamente no ar em direção ao conflito.


— Irmãos — começou Ganância —, está devidamente evidente a necessidade de minha intervenção na batalha para a proteção de vosso Senhor. Ademais, trago-lhe a palavra do Senhor, Samael. — O Serafim encarou o arcanjo. — “Arcanjo Samael, você está banido do Reino dos Céus por toda a eternidade”. — Ele abriu os braços e entoou com a voz mais rígida: — Dito isso, irmãos, peço-lhes que me emprestem seus poderes para que eu possa fazer a vontade de vosso Pai expulsando este ser que maculou nosso lar.


Com os arcanjos concordando imediatamente, Ganância começou a sentir os poderes de seus irmãos adentrando em seu corpo, entorpecendo sua força, fazendo-o sentir especificas coisas que não conseguia.


Sabendo que aquela era sua derrocada, Samael disse imediatamente em alto e bom tom:


Ouçam-me! Quero que todos saibam que revogo meu nome e amaldiçoou! A partir de agora, chamo-me Lúcifer! E quero que todos saibam que eu, apenas eu, fui capaz de ferir onzes arcanjos e, não só isso, como também derrotei seis de vocês!


Lúcifer, de cabeça erguida e olhar carregado de desprezo, encarou o serafim nos olhos, e depois só abriu os braços, deixando-se a mercê do ataque. Ganância ergueu a lâmina, e a poderosa amálgama de poderes começou a intensificar, dentre eles, os mais notáveis: a luz amarela, raios estalando, o vento e a areia. Junto a isso, o serafim sentia sua força física muitas vezes mais forte do que era e aumentando cada vez mais.


Ouçam-me! — berrou novamente Lúcifer. — Rezem para que este golpe cause minha morte! Pois, se não, voltarei ainda mais poderoso e serei responsável por trazer desgraça para este Reino!


Então, impetuosamente, Ganância abaixou a espada. O poderoso golpe com a junção dos poderes dos arcanjos cintilou fortemente e todos sentiram a forte pressão que exalava. Lúcifer não se moveu e encarou o poder sem desviar o olhar. Quando sua sentença o atingiu, sua armadura fragmentou e um rasgo em seu torso se abriu. Ele fora projetado com violência para trás, viajando até para fora dos limites do Reino dos Céus. Sentiu toda a força de seu corpo esvair e começou a cair. Dando-se conta que estava cada vez mais distante da borda e que sua espada não estava mais em sua mão, um último pensamento veio a Lúcifer antes de perder a consciência: Ah, então, se desconfiar de que esteja sendo controlado, basta questionar as ações de quem você segue.


Uma fenda abriu-se e Lúcifer continuou sua queda adentrando nela.


Ora, não só Lúcifer teve novas perspectivas e ideais naquele marcante acontecimento. Ganância, com todo aquele poder percorrendo pelo seu corpo, sentiu a melhor sensação de sua vida. No momento em que os poderes foram se definhando e voltando para os respectivos usuários, porém, o serafim perdeu aquela sensação e sentiu-se, pela primeira vez, pequeno, e odiou isto. Em seu âmago, invisível e despercebido para todos, cresceu uma sede sombria que, para ser saciada, desencadearia a guerra entre os anjos: a ganância pelo poder.


 


 


No céu, no plano existencial, uma ruptura rasgou-se, e de lá saiu Lúcifer, caindo em direção ao chão. Seu corpo tornou-se carne e ossos, então todos seus ferimentos começaram a sangrar, principalmente pelo o que foi feito por Ganância. A consciência havia deixado Lúcifer.


Quando suas costas tocaram o solo, afundou-se em uma cratera não muito profunda. Por lá ele ficou, com a poça de sangue formando-se sob ele, acumulando-se gradativamente. Não obstante, seu peito subia e descia lentamente, quase imperceptivelmente.


Continua :p



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Autor(a): TioArcanjo

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 4



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  • TioArcanjo Postado em 15/11/2016 - 20:41:00

    Yo... Bem, desta vez, irei utilizar o coment para agradecer... AGRADECER MEUS 1OK FUCKINGS VIEWS Obrigado você que está acompanhando essa história... a história de uma pessoa que nunca se imaginou fazendo isso. Quando comecei a escrever essa merda, nem imaginava que chegaria a 1k... Quem imaginaria que alguém que criava essa historia enquanto dormia viraria isso? Enfim, vocês me fizeram acreditar... e, eu acho, que estou conseguido agradar vocês com meus capítulos... Porque né, essa é a unica função desta história... fazer vocês se distraírem com o mundo lá fora. MUITO OBRIGADO POR ESTAR LENDO A MERDA DESTA HISTÓRIA... AMO VOCÊS, SEUS LINDOS E CHEIROSOS <3

  • TioArcanjo Postado em 16/09/2016 - 22:18:08

    Yo, estou aqui apenas para falar para vocês lerem a fanfic &quot;Gastyer&quot;... Admito, ela é de um amigo meu... Mas é foda! Se quiser saber sobre o que é... vai lá para saber, preguiçoso #Dica do Tio

  • TioArcanjo Postado em 01/07/2016 - 20:41:55

    Yo, alguns dias atrás, quarta para ser mais exato, um cara que curti minha história fez uma canção como homenagem: https://fanfiction.com.br/historia/697475/Minhas_Cancoes/capitulo/12/. Entra ae, ficou da hora mesmo, mas não vê só essa, tem outras canções que você vai curtir também, aposto. Obg por terem lido! Fiquem com Buda e não usem drogas! ;)

  • TioArcanjo Postado em 24/06/2016 - 20:19:48

    Finalmente atingimos a marca de mil views em um site (fanfics brasil)! Ao total de todos o sites que eu posto são 2574 views. Para minha primeira fanfic ta bom tilmais *-* Só queria agradecer a vocês que estão acompanhando minha história até aqui, a cada views que vocês me dão. É uma coisa maravilhosa saber que tem gente que gosta da sua história, isso me motiva a cada vez mais estar melhorando a forma de minha escrita. Nunca pensei que uma história que simplesmente ficava apenas imaginando na minha cabeça, fosse chegar a tal. Enfim, muito obrigado por estar lendo essa história... a minha história! Obg por terem lido! Fiquem com Buda e não usem drogas! ;)


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