Fanfic: Uckermann, O Mulherengo [Adaptada] | Tema: [VONDY] Drama & Romance

"Entre" eu gritei.

"Desculpe, Ethan da lavagem a seco está aqui." Dulce indicou o caminho do armário para ele. Ethan me cumprimentou como de costume com um aceno de cabeça e eu o retribui. Dulce esperou pacientemente por Ethan terminar evitando meu olhar. Ela vinha fazendo isso durante o dia todo tentando manter o `profissionalismo` enquanto trabalhávamos. Devo dizer que sendo assim tornou minha manhã mais fácil, já que eu não precisava me ajustar a todo minuto.

Ethan recolheu tudo e sorriu para Dulce lhe entregando um cartão nada discretamente. Os olhos de Dulce se arregalaram quando ela pegou o tal cartão e ela fez um gesto com a cabeça para a porta.

Acho que não.

"Dulce, você pode ficar, por favor, precisamos revisar algo no seu projeto?" Eu perguntei sem olhar para ela. Eu vi pelo canto do meu olho enquanto Ethan olhou de cara feia e falou mudamente `me liga`. Dulce suspirou antes de se sentar em uma cadeira na minha frente.

"Eu espero que você não ache que foi minha culpa" seu tom era firme. Eu olhei para ela e sorri torto.

"Não, você é apenas sedutora demais para o seu próprio bem." Eu sorri e ela retribuiu. "Você está pronta para o almoço?"

"Me dê 5 minutos e me encontre na minha mesa. Tenho algumas coisas a fazer antes de ir." Dulce disse se levantando da cadeira.

"Soa perfeito, cinco minutos" eu disse olhando para ela enquanto ela saía.

Deixei meu escritório em cinco minutos esperando ver Dulce em sua mesa. Ela estava lá, mas não estava sozinha. Meu pai estava lá ao lado dela, seus braços cruzados sobre o peito, ele voltou o seu olhar pra mim. Ele parecia chateado.

Merda, eu me esqueci de falar com ele antes de começar o meu dia.

"Vitor".

"Christopher." Ele disse com firmeza. "Dulce gentilmente arranjou para nos encontrarmos hoje depois do almoço, eu e vocês dois. Vejo vocês depois." Vitor se virou rapidamente e saiu.

"Me desculpe Christopher, mas ele insistiu muito em ter essa reunião conosco." Dulce disse cautelosamente.

"Está tudo bem, amor. Vamos almoçar." Eu disse sorrindo. Eu tinha certeza que eu sabia o motivo do por que meu pai queria se encontrar conosco. Ele deve ter nos visto no jornal e ele ia nos dar um belo sermão. Eu tinha saído em fotos no jornal freqüentemente com vários tipos de mulheres, mas nenhuma delas era como a nossa foto. E nenhuma delas era empregada daqui.

Dulce fechou um documento no seu computador e caminhou na minha direção. "Eu estou pronta." Ela sorriu ao passar roçando seu corpo no meu, andando do corredor até o elevador. Optei por ficar a poucos passos atrás dela para apreciar a vista.

"Tire uma foto, vai durar mais tempo." Dulce riu baixinho, mas começou a balançar ainda mais os seus quadris quando entrava no elevador que estava nos esperando.

"Uma foto pode durar mais amor, mas a coisa real é bem melhor." Sussurrei me inclinando para perto do seu rosto. Dulce tremeu um pouco quando a minha respiração bateu na pele sob sua orelha.

"Christopher." Dulce disse em um tom de aviso.

Certo, temos que ser profissionais.

Isso durou cerca de 30 segundos antes de eu agarrar a mão dela e a puxar para perto de mim. Eu peguei o cheiro do seu pescoço e do seu cabelo que cheirava a morangos e frésias. "Christopher" Dulce se queixou, mas me puxou para mais perto. Eu sorri contra a pele do seu pescoço. "Estamos quase chegando ao saguão." Eu me afastei alguns passos para longe dela.

Por que eu não consigo me controlar ao seu redor?

As portas do elevador se abriram para o saguão do edifício. Dulce e eu saímos para a rua, o clima estava surpreendentemente quente por ser meados de setembro. Peguei a mão de Dulce e a levei por toda rua movimentada até a delicatessen chamada Martha`s Place, que tinha um grande toldo verde na frente com apenas algumas mesas no exterior e mais umas dentro. Dulce e eu pedimos sopa e sanduíches e esperamos o nosso número ser chamado.

Eu encontrei uma mesa vazia para dois e puxei uma cadeira para Dulce, mas ela balançou a cabeça. "Qual é o problema?"

"Você comprou o almoço da última vez, e eu não estou deixando você comprar dessa vez. Sente-se e eu vou pegar as nossas coisas." Dulce indicou andando de volta para o balcão a fim de pegar os nossos pedidos. Eu agarrei a mão dela antes que ela estivesse longe demais para se alcançar.

"Dulce," eu a adverti. Mas os olhos dela se estreitaram e as suas sobrancelhas estavam franzidas. "Você não vai deixar isso passar, vai?"

"Não. Eu não gosto que gastem dinheiro comigo." Dulce bufou cruzando os braços sobre o peito. Eu não poderia fazer nada além de olhar para os seus seios por um momento antes de retornar a seu olhar com o meu.

"Bem Srta. Saviñón, esteja preparada para se decepcionar. Eu vou fazer o que eu quiser e comprar pra você o que eu quiser." Dei de ombros e passei por ela quando o nosso número foi chamado e paguei. Dulce fez uma careta, mas retornou ao seu assento na pequena mesa quadrada. Notei que ela pegou a sua bolsa e tirou a carteira quando eu fiz o meu caminho de volta para a mesa.

Coloquei a bandeja carregada de comida e tomei o meu lugar. Dulce olhou por cima do ombro para o balcão alto e pareceu pensativa. "Me desculpe Christopher, por um momento." Eu olhei para ela com um olhar questionador enquanto ela se levantou e foi até o balcão alto para falar com a própria Marta.

Elas conversaram por alguns minutos antes de Dulce lhe entregar um cheque e os olhos de Marta se arregalaram e ela agradecer Dulce várias vezes antes de Dulce retornar a mesa.

"O que foi aquilo?" Eu perguntei enquanto Dulce tomava uma colher da sua sopa de galinha.

"Oh, eu notei aquela placa perto do caixa de que eles recebem donativos para ajudar com comidas e roupas para os desabrigados e eu quis fazer uma doação." Dulce deu de ombros e continuou comendo. Eu balancei a minha cabeça.

Altruísta. Eu venho aqui há anos e nunca notei a placa esfarrapada. Comemos por vários minutos em um silêncio confortável roubando olhares um do outro. Depois de um tempo começamos a discutir alguns projetos que eu tenho trabalhado pessoalmente. Achei que ela sabia de todos eles, mas ela ainda não teve a oportunidade de visitá-los.

"Então, devemos estar preocupados com o seu pai quando voltarmos?" Dulce perguntou limpando seus lábios com um guardanapo antes de empurrar sua tigela de sopa vazia.

"Vitor é mais inofensivo." Indiquei, tomando um gole da minha coca. "Vamos apenas lhe dizer que fomos pegos por um momento ou algo assim".

"Me desculpe mais uma vez." Dulce murmurou. Revirei os olhos.

"Dulce, está tudo bem, a culpa foi minha de qualquer maneira." Eu disse, tentando substituir a sua culpa.

"O que você quer dizer com isso?"

"Eu apenas continuei lhe dando bebidas".

"Christopher, você pode ter sido meu fornecedor, mais eu as bebi." Dulce me lembrou.

"Eu sei. Eu tenho certeza que vai ficar tudo bem. Agora nós provavelmente devemos conversar sobre aquele beijo no elevador, ou o do corredor, ou o do quarto." Eu lhe dei um sorriso e ela revirou os olhos.

"Quais beijos?" Ela fingiu ignorância.

"Você não disse que se lembrava da maior parte da noite?" Eu afirmei com uma pergunta.

"Talvez." Ela disse distraída. "OK, tudo bem, sobre o que você quer falar?"

"Depois que eu fui embora ontem a noite eu me dei conta que você não tinha nenhum gosto de álcool. E eu pensei que isso era estranho".

Os olhos de Dulce se arregalaram e ela me olhou pensativa por um instante. "Eu tenho uma confissão a fazer Christopher".