Fanfic: O Caso Herrera. Nua/Entrega Total/Olhos nos Olhos/Raro e Precioso (Adaptada AyA) | Tema: AyA - Ponny

Acordei com o cheiro maravilhoso de café. Olhei para o despertador e na mesma hora soube que não ia sair para correr aquela manhã. Entrei na cozinha com a mão sobre os olhos, me protegendo da luz.

- Exatamente como você gosta, Anny, doce e cremoso. - Dulce, minha amiga querida e companheira de apartamento já há algum tempo, estendeu a caneca na minha direção, com um olhar bem fácil de entender. É melhor começar a falar garota, e assim eu prometo não te machucar.

Amo a Dul, mas essa história com Alfonso tinha sido tão pertubadora que eu só queria enterrar as lembranças e fingir que nunca tinha acontecido.

Peguei a caneca fumegante e inspirei o cheiro delicioso. Por algum motivo, me lembrei do Alfonso, e senti a emoção crescer. Sentei defronte ao balcão da cozinha e enrosquei minhas mãos em volta da xícara, como uma galinhaprotegendo os pintinhos. Conforme já me acomodando no banco, a sensibilidade entre minhas pernas foi mais um lembrete. Uma lembrança do Alfonso, do corpo gostoso dele, da beleza de modelo é do sexo maravilhoso... É como eu acordei, toda histérica na cama dele. Desisti da brincadeira de ser firme e deixei as lágrimas caírem.

Levou algum tempo - duas canecas de café é uma mudança para o sofá - para eu começar a contar a história. Mas a Dul é muito boa nisso. Ela é incansável.

- Coloquei seu celular no silencioso há umas duas horas. Aquele mala estava fazendo tanto barulho,mata-se dei um chute nele. - Dulce passou a mão na minha cabeça, encostada no ombro dela. - Você deve estar até o teto de recados e mensagens de texto. Acho que o pobrezinho estava prestes a explodir, então salvei o aparelho da morte cataclísmica e silenciei o filho da mãe.

- Obrigada Dul. Estou tão feliz por você estar aqui essa manhã. - era verdade. Ela era parecida comigo em tantos aspectos. Uma californiana radicada em Londres, estudando restauração, tentando se esquecer de merdas que a assombravam. A única diferença é que o pai dela também morava em Londres, então ela não estava totalmente sozinha aqui na Inglaterra. A gente se conheceu na primeira semana de aulas, havia quase quatro anos, e nunca mais nos separamos. Ela sabia dos meus piores segredos, e eu dos dela.

- Eu também. - ela bateu no meu joelho. - Você vai marcar uma hora com a doutora Roswel, vai combinar de sair comigo e com o Chris, e vai fazer uma visita na Charbonnel et Walker, para podermos encher a cara de chocolate. O que você acha? 

- Acho ótimo! - forcei um sorriso e tentei me recompor.

- Eu acho que você tinha que dar uma chance pra esse cara Anny. Ele é bom de cama e tá super afim de você!

Troquei o sorriso falso por uma testa franzida de verdade.

- Você andou fofocando com o Chris.

Dul revirou os olhos.

- Ao menos liga pra ele - falou Dul, quase num cochicho. - Ele não sabe nada do seu passado.

 - Eu sei. - ela estava certa. Alfonso não sabia nada de mim.

Dul fez um carinho no meu braço.

- Realmente, não fiquei zangada ou ofendida na noite passada. Só precisava sair de lá. Acordei gritando na cama dele e... - a vontade de chorar voltou tão forte quanto antes. Tentei me segurar.

- Mas parece que ele só queria acalmar você. Ele não estava tentando te afastar Anny.

 - Você devia ter visto a cara dele quando entrou no quarto e me encontrou berrando que nem uma louca. O jeito como ele olhou para mim... Ele é tão intenso! Não consigo explicar direito Dul. O Alfonso não é como ninguém que eu já tenha conhecido. Não sei se conseguiria sobreviver a ele. Se a noite de ontem foi uma amostra, eu sinceramente duvido muito.

Dul olhou para mim, os lindos olhos verdes sorrindo confiantes.

- Você é muito mais forte do que imagina! Tenho certeza disso. - balançou a cabeça assertivamente. - Você vai se arrumar para trabalhar e, depois de um dia produtivo a serviço das grandes obras de arte da universidade de Londres, vai voltar para casa e se arrumar para a nossa noite de prazeres. Chris já topou. - ela me cutucou com um dedo: - agora vai, filha.

- Eu sabia que Chris ia me dedurar na primeira oportunidade. - Sorri para ela, o primeiro genuino em doze horas, e levantei a bunda do sofá. Massageando o lugar onde ela tinha me cutucado, falei: - Ok, estou indo Dul. Eu me rendo.