Fanfic: O Caso Herrera. Nua/Entrega Total/Olhos nos Olhos/Raro e Precioso (Adaptada AyA) | Tema: AyA - Ponny

- Mas é verdade - disse Chris, me dando um beijo no rosto. - Você sabe disso. Aquele cara não parou de olhar, desde que você entrou aqui desfilando. E ele não é gay.

Fui me afastando.

- Bom saber, obrigada por me informar, Chris. Ah, sim, e eu não desfilo.

Chris sorriu de volta para mim, daquele jeito malandro.

- Acredita em mim, se ele fosse gay, eu já tinha me oferecido para chupá-lo ali na outra sala. Ele é gostoso para cacete!

- Você vai para o inferno, você sabe, né? - Olhei casualmente para o lado e dei uma checada no comprador.

Chris estava certo: ele exalava sensualidade, das solas de couro dos sapatos Ferragamo às pontas dos cabelos escuros, cheios de cachos. Alto, musculoso, confiante, rico. Não podia falar nada sobre seus olhos, porque ele estava conversando com a dona da galeria. Sobre o meu quadro, talvez? Difícil dizer, mas não importava. Mesmo que ele o comprasse, nunca mais o veria.

- Eu tinha razão, né? - Chris me viu olhando para o cara é fez uma cosquinha na minha cintura.

- Sobre a punheta? Nunca, Chris! - Balancei minha cabeça, devagar. - Ele é bonito demais para precisar usar as mãos quando quiser ter um orgasmo.

E foi aí que aquele homem lindo se virou para mim. O olhar me queimou através do salão, quase como se ele tivesse ouvido o que eu tinha acabado de dizer ao Chris. Mas isso era impossível. Ou será que não? Ele ficou me encarando, até que desviei o olhar. De jeito nenhum conseguiria competir com aquele nível de intensidade, ou o que quer que fosse aquilo que vinha lá de onde ele estava. Imediatamente, tive vontade de fugir dali. Questão de segurança! 

Dei mais um gole no champanhe e terminei a taça. 

- Tenho que ir agora. A exposição está maravilhosa! - Abracei meu amigo e continuei, sorrindo: - Você vai ficar famoso no mundo inteiro. Daqui a 50 anos! 

Chris ficou rindo enquanto eu me dirigia à saída.

- Liga para mim querida! 

Acenei sem virar para trás e fui embora. A rua estava movimentada para uma noite no meio da semana. Os jogos olímpicos estava, chegando e já tinham transformado a cidade num enorme aglomerado de gente. Levaria anos para conseguir um táxi. Será que valia a pena andar até a estação de metrô? Baixei os olhos para checar meus sapatos. Eles combinavam bem com o vestido, mas eram muito desconfortáveis para andar. E mesmo que pegasse o metrô, ainda teria que caminhar mais uns dois quarteirões até o apartamento, no escuro. Mamãe diria não, é claro. Mas, de qualquer jeito, ela estava em casa, em São Francisco, exatamente onde eu não queria estar. Dane-s. Comecei a andar.

- É uma péssima ideia, Anahi. Não se arrisque. Deixa que eu te dou uma carona.

*Eitcha que todas querem essa carona, será?!!!