Fanfic: O Caso Herrera. Nua/Entrega Total/Olhos nos Olhos/Raro e Precioso (Adaptada AyA) | Tema: AyA - Ponny

- Você pode ficar com esse. - Ele sorriu de novo. - Eu sou ocupado demais no meu trabalho. Não tenhomtempo de manter o hobby de serial kille, te garanto.

- Boa senhor Herrera! - Ri e botei o cartão na bolsa. - Tudo bem. Você pode me levar para casa.

Ele levantou a sobrancelha outra vez, e eu ganhei mais um sorriso.

Disfarcei o incômodo do duplo sentido de "casa" naquela frase e tentei me concentrar em como teria sido desconfortável andar naqueles sapatos até o metrô e na sorte que era ter aparecido aquela carona.

Decidido, Alfonso encostou levemente a mão nas minhas costas - naquela curtinha quase na cintura - e me guiou pela calçada.

- Por aqui.

Alfonso me ajudou a entrar no carro e deu a volta, deslizando para o banco atrás do volante, sutil como uma pantera. Olhou para mim e inclinou a cabeça.

- Onde a senhorita Anahi mora? 

p- Nelson Square, em Southwark.

Franziu a testa e virou o rosto para olhar o trânsito antes de entrar com o carro na pista.

- Você é americana.

O que? Ele não gosta de americanos? 

- Estou aqui com uma bolsa da Universidade de Londres. Pós graduação - expliquei, sem entender por que senti a necessidade de contar isso a ele.

- E o trabalho de modelo?

No segundo em que ele fez essa pergunta, a tensão sexual aumentou. Dei uma pausa antes de responder. Sabia exatamente o que ele estava fazendo - me imaginando pelada no quadro. E por mais constrangedor que pudesse ser, simplesmente abri a boca e disse: 

-  Hum, posei para um amigo, o fotógrafo, Christian Chavez. Ele me pediu, e isso me ajuda a pagar as contas, sabe? 

- Não exatamente, mas adorei o seu retrato, senhorita Anahi. - Ele manteve os olhos no trânsito.

O comentário me incomodou. Quem era ele para julgar o que eu faço para me sustentar?

- Bom, a minha multinacional nunca deu tão certo como a sua, senhor Herrera. Não tive outra opção senão trabalhar como modelo. Realmente prefiro dormir numa cama quente, em vez de um banco de praça. E gosto de ter aquecedor. Os invernos são de arrepiar! - O deboche na minha voz era bem óbvio.

- Pela minha experiência, posso te dizer que várias coisas aqui são de arrepiar.

O jeito que ele disse " arrepiar" fez meu sangue ferver e ativou todas as minhas fantasias. Eu posso não ter um monte de experiência na cama, mas minha imaginação não sofre nem um pouquinho por falta de uso.

- A gente concorda em alguma coisa, pelo menos. - Levei as mãos à cabeça e massegeei a testa. A imagem do pau de Alfonso e a palavra arrepio dividindo o mesmo espaço no meu cérebro eram demais para mim.

- Dor de cabeça? 

- É, como você sabe? 

Diminuimos a velocidade para passar num cruzamento e ele olhou para mim, os olhos passeando do meu colo para o meu rosto num ritmo lento e marcado.

- Só impressão. Você não jantou, bebeu aquele champanhe na galeria, e como já esta tarde, seu corpo começa a protestar. - Levantou uma sobrancelha de novo. - Acertei?

Engoli em seco, desejando desesperadamente um copo d'águ. Bingo, senhor Herrera. Você me lê como uma fotonovela. Quem quer que seja, você é bom.

- Só preciso de duas aspirinas e água. Vou ficar bem,

Alfonso balançou a cabeça em reprovação.

- Quando foi a última vez em que você comeu, Anahi?

- Estamos nos chamando pelos nomes agora, sem senhor ou senhorita? - Ele me olhou de um jeito que tive certeza de que estava zangado comigo. - Tomei café tarde, ok? Vou preparar alguma coisa quando chegar em casa.