Fanfics Brasil - 50 O Caso Herrera. Nua/Entrega Total/Olhos nos Olhos/Raro e Precioso (Adaptada AyA)

Fanfic: O Caso Herrera. Nua/Entrega Total/Olhos nos Olhos/Raro e Precioso (Adaptada AyA) | Tema: AyA - Ponny


Capítulo: 50

4 visualizações Denunciar


 


Era meu segundo dia sem Anahi e eu achava tudo um saco*. Me mexia para lá e para cá fazendo coisas, mas nada parecia estar certo. Quanto tempo ainda iria me sentir desse jeito? Será que devo ligar? Se começasse a pensar sobre a situação por muito tempo, era capaz de entrar em pânico, então o melhor era deixar quieto. Deixá-la quieta. O vazio dentro de mim me impedia de agir, mas sabia que era cedo demais. Ela precisava de tempo e eu já tinha feito essa mesma besteira antes. Havia pegado pesado demais com ela, pressionado demais. Havia sido um completo imbecil, egoísta.


Estacionei o carro na rua, em frente à casa que cresci. O gramado estava bem cuidado, o portão nivelado, e os arbustos podados, como sempre. Meu pai nunca sairia dali. Não da casa em que viveu com minha mãe. Ele dava um novo sentido ao termo "velho teimoso" - e era assim que ia morrer um dia.


Peguei a cerveja gelada no banco do carro e entrei pelo portão. Um gato preto passou depressa por mim e esperou. Não era bem um filhote, mas tampouco era um gato adulto. Um adolescente, eu imagino. Ele se sentou bem em frente à porta, virado para mim. Os olhos verdes brilhavam, como se me dissesse para andar logo e abrir a porta para ele. Quando diabos meu pai tinha arrumado um gato?


Toquei a campainha, abri a porta e meti a cabeça.


- Pai?


O gato deslizou para dentro da casa na velocidade da luz, e tudo o que eu pude fazer foi observar.


- Agora você tem um gato? - gritei e segui para a cozinha. Botei a cerveja na geladeira e voltei, para desmontar no sofá.


Peguei o controle e liguei a televisão. Campeonato europeu. Perfeito, porra*! Ia me concentrar no futebol por algumas horas, beber quatro das seis cervejas do engradado e esquecer um pouco da minha garota. E chorar no ombro do meu pai.


- Ah, você chegou! To vendo que já conheceu o Fuligem - meu pai veio falando por trás de mim.


- Porque você arrumou um gato? - mal podia esperar pela resposta. Nós nunca tivemos gatos na infância.


Meu pai respirou fundo e sentou-se na poltrona.


- Eu não arrumei. Foi ele que me arrumou.


- Posso imaginar - passei a mão no Fuligem - ele entrou assim que abri a porta, como se fosse o dono da casa.


- A vizinha me pediu para cuidar dele enquanto ela fosse cuidar da mãe, que tá doente. No fim das contas, ela teve que se mudar para lá e eu fiquei com ele. A gente se entende bem, eu acho.


- Você e a vizinha, ou você é o gato?


Meu pai me olhou com um jeito sagaz, os olhos bem abertos. Jonathan Herrera sempre foi muito perspicaz, por natureza. Nunca consegui esconder quando eu chegava bêbado em casa ou quando comecei a fumar ou quando me metia em confusão. Acho que ele era assim porque foi pai solteiro durante a maior parte das nossas vidas. Minha irmã Hannah e eu nunca fomos negligenciados, apesar da morte da nossa mãe. Os sentidos dele ficaram cada vez mais aguçados e eleela capaz de sentir o cheiro dos problemas à distância, como um cão de caça. Era isso o que estava fazendo naquele momento.


- Que diabos aconteceu com você, filho?


Anahi aconteceu.


- Dá pra perceber fácil assim? - o gato começou a ronronar no meu colo.


- Conheço meus filhos e sei quando alguma coisa tá errada com um deles.


Saiu da sala por um instante e voltou com duas das garrafas de cerveja nas mãos. Entregou uma delas para mim.


- Cerveja mexicana? - perguntou, com a sobrancelha arqueada, e eu imaginei se eu fazia a mesma cara. Anahi já tinha co entrado mais de uma vez sobre a minha sobrancelha.


- Fica boa com uma fatia de limão enfiada no gargalo. - Dei um gole e fiz mais um carinho no meu amigo cor de carvão. - É mulher pai. O nome dela é Anahi. A gente se conheceu, eu me apaixonei e ela me largou.


Simples assim. Que mais eu poderia dizer ao meu próprio pai? Isso era tudo que importava ou tudo em que eu conseguia pensar. Estava sofrendo por ela e ela tinha me deixado.


- Ah bom, isso faz mais sentido. - meu pai fez uma pausa, como se estivesse absorvendo a informação. Tenho certeza de que ele estava surpreso com a revelação - Cara, já te falei isso antes, então não é novidade, mas você herdou os traços da sua mãe, que Deus a tenha. Tudo que você puxou de mim foi o nome e talvez meu corpo. Essa sua sorte no departamento da beleza deixou sua vida com as mulheres bem fácil. 


- Eu nunca corri atrás de mulher, pai.


- Não to dizendo isso, mas a verdade é que você nunca precisou. Elas corriam atrás de você. Caramba, elas imploravam por voce. Eu tinha certeza de que você ia dar bobeira e logo ia me aparecer um neto - me olhou de um jeito como se realmente tivesse perdido um bom tempo se preocupando com isso. - Mas não, nunca deu.


O meu pai ficou meio ausente e notei um olhar triste nele. Depois de adulto, me alistei no exército e saí de casa. E quase nem consegui voltar...


Ele bateu de leve no meu joelho e deu um gole na cerveja.


- Nunca gostei de ninguém como gosto dela - calei a boca e bebi um bom gole de cerveja. Alguém marcou um gol e me obriguei a dar uma olhada no jogo, ainda fazendo carinho no gato.


O pai foi paciente, até que não se conteve mais.


- O que é que você fez para ela te largar?


Doía só de ouvir a pergunta.


- Eu menti. Omiti, na verdade, mas mesmo assim, não disse a verdade. E ela descobriu - com jeito, tirei o gato do colo e fui até a cozinha pegar outra garrafa. Trouxe duas.


- Por que você mentiú para ela filho?


Olhei bem nos olhos escuros do meu pai e disse o que nunca tinha dito antes. Nunca tinha sido verdade até então.


- Porque eu amo a Anahi. Amo e não queria magoá-la, trazendo de volta uma memória dolorosa do passado dela.


 



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): karolkah 🐝

Este autor(a) escreve mais 5 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

  - Então você se apaixonou mesmo - ele balançou a cabeça, compreensivo, e me olhou de volta. - Bom, você está com todos os sinais. Devia ter percebido logo, quando você entrou aqui com essa cara de quem dormiu debaixo da ponte. - Ela foi embora, pai. - abri a terceira cerveja e peguei o gato no colo de novo. - Você ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 39



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • ari.grega Postado em 11/07/2018 - 10:59:51

    Pela datá foi último comentário acho que está abandonada..Será que não terão mais posts...

  • ari.grega Postado em 11/07/2018 - 08:12:43

    Continua postando...Por favor

  • lara_rbd Postado em 29/11/2016 - 05:03:06

    Ueé cade você? Continua pleace, to amando essa fic*

  • Feponny Postado em 09/11/2016 - 09:43:29

    Ebaaaaa que bom q vc está aqui, posta maissss

  • annykiss Postado em 06/11/2016 - 02:41:52

    CONTINUA E QUE ÓTIMO QUE VC VOLTOU :)

  • annykiss Postado em 06/11/2016 - 02:40:41

    Ai, eles voltaram S2 (deixando de ser uma leitora fantasma)

  • Feponny Postado em 31/10/2016 - 21:51:04

    Amei a web, mas fiquei triste q já faz meses que vc n posta

  • Feponny Postado em 31/10/2016 - 21:50:26

    Uppppppppppppppp

  • sra.herrera Postado em 05/06/2016 - 02:41:37

    Continua amei a fanfic

  • franmarmentini♥ Postado em 27/05/2016 - 23:09:09

    :( ele escrevendo carta....q lindo isso...


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais