Fanfic: O Caso Herrera. Nua/Entrega Total/Olhos nos Olhos/Raro e Precioso (Adaptada AyA) | Tema: AyA - Ponny

Estendi a mão e mantive meu olhar fixo no dela, mas meus pés permaneceram plantados no mesmo lugar. E foi aí que eu vi a mudança. Uma chama em seus adoráveis olhos. Anahi entendeu o que eu estava pedindo. Ela sacou. E de novo, eu me lembrei de como a gente se dava bem, nos níveis mais básicos. Anahi me entendia e somente isso já era suficiente para me deixar com mais vontade ainda de tê-la.

Ela veio até mim e então levantou os braços. Cada vez mais perto, até que nossos dedos se tocaram: a mão dela, pequena e delicada, e a minha bem maior. Meus dedos se entrelaçaram na cintura dela, e a minha palma, firme, guiou-a pelo resto do caminho. Até ficar bem junto ao meu peito, corpo a corpo. Passei meus braços ao redor dela e enterrei minha cabeça nos cabelos dela. Eu inspirava o perfume que já conhecia, e do qual havia sentido tanta falta, para dentro da minha cabeça de novo. Eu a tinha. Eu tinha Anahi novamente.

Afastei meu corpo um pouco e peguei no rosto dela com as minhas mãos. Eu a mantive numa posição em que podia realmente olhar para ela. Ela não afastou o olhar. Minha garota era corajosa. As vezes a vida era uma merda, mas ela aguentava firme então se intimidava. Olhei para os lábios dela e soube que a beijaria, quisesse ela ou não. Eu esperava que ela quisesse.

Os lábios dela eram tão macios e doces quanto me lembrava. Até mais, porque eu tinha ficado tempo demais longe deles. Sentir a boca da Anahi na minha era como ir até o céu. Eu me perdi naquele momento e esqueci completamente de que estávamos em público. Me perdi dentro da Anahi, no instante em que ela me acolheu.

Anahi me beijou de volta e foi tão gostoso sentir sua língua se enroscando na minha que gemi encostado nela. Sabia o que queria fazer. Eu tinha poucas exigências. Privacidade. Anahi nua. Se ao menos as coisas fossem assim tão simples. Lembrei-me de que estávamos parados no meio de uma multidão de pessoas, e infelizmente, nem perto de estarmos em um lugar privado.

Parei de beijá-la e passei o polegar no lábio inferior dela.

- Você vem comigo. Agora.

Anahi balançou a cabeça entre as minhas mãos e eu a beijei mais uma vez. Um beijo de agradecimento.

Ficamos em silêncio enquanto nos dirigíamos ao Rover. Pelo menos estávamos de mãos dadas. Eu não ia soltar até que fosse obrigado, para ela poder entrar no carro. Quando ela já estava no banco do carona, com as portas trancadas, me virei e finalmente a olhei. Anahi parecia faminta e isso me deixou zangado. Lembrei da noite em que a gente se conheceu e eu comprei para ela uma barrinha de proteínas e água.

- Aonde vamos? - perguntou

- Primeiro, arrumar alguma coisa para você comer - saiu um pouco mais ríspido do que eu pretendia.

Ela concordou e desviou o olhar, para fora da janela.

- Depois que você comer, a gente vai comprar um celular com um número novo. Preciso ficar com o seu velho, para monitorar quem tentar entrar em contato com você. Tudo bem?

Anahi baixou o olhar para o colo e balançou a cabeça de novo. Eu quase a puxei para os meus braços e disse que tudo ia ficar bem, mas me contive.

- E depois, vou te levar para casa. Meu apartamento. Casa.

- Alfonso, não é uma boa ideia. - disse baixinho ainda olhando para baixo.

- Que se fodam* as boas ideias. - explodi - Você podia pelo menos olhar para mim? 

Anahi olhou para mim e se endireitou no banco, com um lampejo de faíscas, fazendo com que eles parecessem bem castanhos. Queria arratá-la para casa e sacudi-la , forçá-la a entender que esse término idiota era coisa do passado. Ela ia para casa comigo, ponto final. Girei a chave na ignição.

- O que você quer de mim, Alfonso? 

- Essa é fácil - fiz um barulho rude - Quero voltar no tempo para 10 dias atrás, quero voltar para o escritório, fodendo* em cima da mesa, com você enganchada em mim! Quero seu corpo embaixo do meu, olhando para mim com outra expressao, diferente daquela que eu vi quando você me deixou no elevador!

Encostei a cabeça no volante e procurei ar para respirar fundo.

- Ok Alfonso. - A voz dela saía trêmula e derrotada.

- Ok, Alfonso? O que é que isso quer dizer? Ok, eu vou para sua casa com você? Ok para nós dois? Ok, vou deixar você tomar conta de mim? O que? Preciso que você me dê mais do que isso, Anahi. - falei isso virado para o parabrisa com medo de olhar para o rosto dela. Se eu não conseguisse fazê-la  entender...

Anahi se inclinou para o meu lado e encostou a mão na minha perna.

- Alfonso, preciso que você me diga a verdade. Preciso saber o que está acontecendo a minha volta.

Imediatamente, botei a mão em cima da dela.

- Eu sei minha linda. Eu não tinha que ter escondido isso de você.

Anahi sacudiu a cabeça.

- Não, você não sabe. Me deixa terminar de falar - pediu ela colocando os dedos sobre meus lábios para que eu me calasse. - Você sempre me interrompe.

- Tô quieto agora. - com a outra mão, segurei os dedos dela e os mantive sobre os meus lábios. Dei um beijo neles e não os deixei sair dali. Bom, eu aproveitava todas as oportunidades que tinha, por menores que fossem.