Fanfic: O amor não tem leis (ADAPTADA) | Tema: Rebelde
Fiquei quase a noite toda pensando em como conseguiria trazer a Dulce para minha cama
novamente. Bater de frente com ela não estava sendo a maneira mais eficaz. Mas po/rra! Eu sou um advogado, o que eu faço de melhor e descobrir brechas e aproveitá-las. Já sabia que Dulce era explosiva, independente e de personalidade livre. Precisava encontrar uma forma de trazê-la para mim. Pensei em algumas táticas e elaborei um plano. Cheguei ao escritório no horário de sempre e Ana já estava no seu posto. Ana era uma mulher agradável, morena de olhos castanhos e cabelos encaracolados. Muito bonita, mas também muito bem casada. Fora dos limites de qualquer pessoa que frequentava sua recepção. Cumprimentei-a e caminhei para minha sala. Meu dia iria ser estressante novamente.
Após escutar uma batida eu presumi ser Ana e autorizei sua entrada. Ela trazia uma xı́cara de
café.
– Ana, você sabe que servir cafezinho não é uma de suas funções, por isso contratei a Sandra para cuidar da copa. – Eu a repreendi.
Ela colocou a xícara sobre a mesa e me sorriu gentilmente.
– Eu sei Dr. Uckermann eu não fiz o café, só trouxe aqui na sala para aproveitar e lhe transmitir um recado do Dr. Diego. – ela começou. – Ele precisou adiantar sua viagem para o congresso, e me pediu para que lhe avisasse, pois ele tentou seu celular e não obteve sucesso.
– Esqueci-me de colocar para carregar, vou ligar para ele agora. – Agradeci.
Ana assentiu e saiu da sala com destino a recepção. Peguei meu celular e disquei o número do
Diego.
– Oi mano, enfim lembrou-se de usar o celular. O que foi? Está ficando caduco agora que não sabe como usar o telefone? – Diego estava com as piadinhas afiadas hoje.
– Vá à m/erda Diego! Por que antecipou a viajem. Você não pegaria o avião só amanhã?
Diego explicou que desistiu de viajar de avião para aproveitar o caminho, pois iria dirigindo.
– Tudo bem, menos-mal que não foi um motivo grave. Mas Diego pelo amor de Deus tome cuidado na estrada, se beber não dirija e use sempre o cinto de segurança. – Disse como se ele fosse um adolescente.
Diego começou a dar risada do meu sermão, mas eu não pude evitar. Eu amava o meu irmão.
– Sim senhor comandante. – Respondeu do seu jeito brincalhão. Diego sempre esteve debaixo das minhas asas, apesar dele tentar furar meu olho com relação à Dulce. Mas eu entendi, que em primeiro lugar, eu nunca tive e nem pretendo ter um relacionamento longo prazo com ela, e
segundo, Diego não tinha a menor ideia do que aconteceu dentro da sala de negócios do John. E eu prometi a Dulce que não contaria.
– Até sábado! – Me despedi dele.
– Até mano, cuida da Dulce até eu voltar. – Tun... Tun...Tun... a ligação caiu.
Quando estou tentando ser um bom irmão, amoroso, carinhoso ele me vem com essa. Está
pedindo para que eu esqueça tudo que pensei há alguns minutos e parta a cara dele. Olhei para o celular ainda incrédulo quando o meu ramal tocou.
– Dr. Uckermann o Fernando está aqui e precisa falar com o senhor. – Ana me informou.
O Nando era um dos “caras” mais gente boa que eu já conheci, super tranquilo, na dele e sempre competente. Nunca em todos os meses em que ele esteve auxiliando Diego, eu ouvi uma crı́tica a seu respeito, inclusive estávamos seriamente pensando em lhe dar uma vaga aqui no escritório, quando se formasse e obtivesse seu registro. Ele merecia.
– Bom dia Dr. Ferraz. – ao ouvir sua voz eu pude perceber que viria bomba dali. Oh! Dia!
Apontei a cadeira da frente e pedi para sentar-se.
– Bom dia! Algum problema com os clientes do Diego. – Meu irmão nunca viajaria sem deixar tudo 100% resolvido e o Nando estava muito sério, me deixando preocupado.
– Não Dr. Uckermann. Dr. Diego deixou tudo em ordem antes de viajar. Eu queria conversar um assunto particular com o senhor, se me permitir.
É. A bomba seria grande!
– Claro Nando! Estou a sua disposição, se estiver ao meu alcance eu resolvo. Se não, podemos esperar o Diego voltar. – Comecei dizendo, mas antes de terminar ele soltou o problema.
– Dr. Uckermann eu quero o meu desligamento do escritório. Não posso mais estagiar aqui. – Disse com uma voz embargada pela tristeza.
Não disse que a bomba era grande? Fiquei surpreso, pois em nenhum momento Nando se
mostrou descontente com o escritório.
– Nando me desculpa, mas estou meio perdido aqui, o que aconteceu? Você encontrou estágio em um escritório melhor, foi isso? – Achava difı́cil ter um estágio melhor que o nosso, mas era a única explicação.
Nando ficou agitado e seu olhar tão triste agora estava com medo ou vergonha. Não soube definir muito bem.
– Não Dr. Uckermann, mesmo porque seria impossı́vel. A Uckermann é a melhor firma de advocacia do estado e uma das melhores do paı́s, estou aprendendo muito com todos vocês e principalmente com o Dr. Diego. Esses ensinamentos eu vou carregar eternamente. Aqui eu aprendi não só a prática jurı́dica, mas também a prática de muitos valores como ser humano. – Disse orgulhoso, me deixando ainda mais confuso.
Inclinei meu corpo para frente a fim de encará-lo e Nando desviou o olhar.
– Nando se você realmente sente tudo isso por todos aqui na Uckermann e eu posso dizer que a recı́proca é a mesma, não vejo motivos para você se afastar do seu estágio. – Apontei para ele e fiquei aguardando um bom argumento para me fazer mudar de ideia.
Nando se mexeu muito na cadeira, ele estava visivelmente desconfortável, e então eu pude notar além da palidez, manchas vermelhas por toda a extensão de suas mãos, antebraços e sabe Deus até onde, porque a camisa dele estava escondendo quase todos os arranhões.
– Nando pelo amor de Deus, me diz o que está acontecendo. Você está todo machucado. Quem fez isso com você? – Perguntei me levantado.
Nando abaixou a cabeça e pensei realmente que ele fosse chorar, mas então ele tomou fôlego e começou uma história que me deixou de estômago embrulhado.
– Dr. Uckermann não sei se o senhor sabe mais eu sou homossexual. – Ele disse com uma expressão de culpa, e eu sentei novamente para escutá-lo.
– Nando a sua opção ou condição sexual nunca interferiu no seu trabalho, isso não me importa, basta continuar sendo esse cara esforçado. – Deixei bem Claro. Então a realidade de que poderiam estar discriminado Nando dentro da minha própria empresa abateu sobre mim. Fiquei possesso – Você está sofrendo preconceito aqui no escritório? Se for, me dê nomes agora, pois eles vão conhecer o caminho da rua no mesmo momento em que eu chutar suas bun/das. – Não admitia descriminação de qualquer tipo. Era muito rígido com relação a esse tema.
Nando explicou que se sentia muito bem no escritório. Suspirou fundo novamente e eu sabia.
Estava sendo difícil para ele, daria o tempo necessário para ele falar.
– Como eu disse Dr. Uckermann, eu aceitei minha condição de homossexual já ha alguns anos. Nunca tive vergonha da minha escolha, mas também sei que não preciso espalhar aos quatro cantos a minha diferença em relação aos padrões “normais”. – Ele fez aspas no ar com os dedos – Além da minha mãe minha famı́lia não sabia dessa minha condição. Quer dizer, eles fingiam não saber, pois as evidências estavam todas ali. Meu pai fez a grande descoberta, e não lidou muito bem com o fato de seu filho estar se relacionando com outro homem, ele me espancou, me expulsou de casa e cortou o pagamento da minha faculdade. – Ele explicou e a raiva se apoderou de mim.
Vi a dor e a tristeza passar no rosto do Nando. E eu estava atento a cada palavra dita por ele.
– Não estou de maneira alguma reclamando de algo, mas a minha bolsa aqui na Uckermann não é suficiente para me sustentar e bancar meus estudos. Eu tentei de todas as formas uma ajuda da faculdade para concluir meu curso, mas eles me negaram. É por isso que estou aqui Dr. Uckermann, preciso trancar a minha faculdade sem previsão para voltar. – Seu tom de voz baixo mostrava a tristeza .
Não levei nem um minuto para tomar uma iniciativa. Não deixaria um filho da p/uta homofóbico,
acabar com as esperanças de um jovem promissor como o Nando.
– Não! – Respondi encarando ele.
Nando arregalou os olhos, provavelmente sem entender o porquê da minha negativa. Então
continuei.
– Nando você não vai sair da Uckermann e muito menos da faculdade. Eu cansei de ouvir o Diego dizer o quão competente você é. E ele tem muitas expectativas a seu respeito.
Juridicamente se você precisar da Uckermann para processar o seu pai eu vou fazer questão de pegar esse caso, mas, além disso, eu preciso lhe perguntar: seu salário hoje na Uckermann é suficiente para você se sustentar? – Queria todos os detalhes para poder ajudá-lo da melhor forma possível.
– Sim, a bolsa fornecida pela Uckermann é bem generosa e com ela eu poderia alugar algo e me manter morando sozinho sem depender dos meus pais. – disse meio hesitante – Mas Dr. Uckermann, sem a matrı́cula da faculdade eu não posso continuar como estagiário, e eu ainda não tenho registro para trabalhar. – Ele ainda estava preocupado e eu tratei de esclarecer tudo.
– Nando, não se preocupe. Me traga todos os boletos da sua faculdade com pagamento atrasado e os que ainda vencerão, bem como toda a lista de livros necessários para seus estudos. Vamos fazer um trato. Eu cubro todas as suas despesas enquanto termina o curso e quando você se formar, você presta serviços para Uckermann por um tempo como pagamento. Combinado? – Propus e Nando abriu um sorriso de felicidade, mas principalmente de alívio.
Faça o bem! Ele vem em dobro! Pude até ouvir meu pai sussurrando aquelas palavras no meu
ouvido.
Nando se levantou, eu fiz o mesmo, ele apertou a minha mão, e parecia não acreditar no que
estava acontecendo, começou a me agradecer, deixando sua paixão em exercer Direito. Disso eu não duvidava.
– Nando não me agradeça. Agradeça ao Diego, ele sempre me falou muito bem de você. E continue se esforçando. – Não podia deixar de incentivá-lo.
Nando já estava saindo pela porta quando eu o chamei.
– Nando, pense bem , o que o seu pai fez é crime, mas é você quem deve tomar essa decisão. – Ainda estava enojado ao ver as marcas no corpo dele.
– Vou pensar nisso Dr. Uckermann. – Ele respondeu e eu duvidava muito que ele tomasse uma atitude. Era comum isso acontecer.
– E Nando... – ele me olhou confuso, mas esperançoso. – Quem está perdendo é o seu pai. Lembre se disso.
Ele assentiu e foi embora. Muito tempo depois da minha conversa com Nando, eu ainda pensava naquele assunto. Esse homem não merecia ser pai, e principalmente não merecia o filho esforçado, dedicado e competente que tinha.
Precisava fazer mais alguma coisa, então lembrei-me de Cristina; uma grande amiga e também
psicóloga. Pedi para Ana marcar uma reunião com ela ainda naquela semana.
Quase onze horas e eu passei a manhã inteira resolvendo pepino. Nem me lembrei da conversa que queria ter com a Dulce.
– Ana conseguiu marcar o horário? – liguei novamente para recepção.
– Sim Dr. Uckermann, a Dra. Cristina poderá comparecer no escritório sexta-feira, como o senhor tem uma audiência de manhã marquei para o fim da tarde.
Ainda era terça-feira, mas antes tarde do que nunca. Trabalhei com vários casos semelhantes ao do Nando e eu sabia que além de fisicamente machucado, seu psicológico poderia ser abalado de uma forma irrecuperável. Não deixaria isso acontecer, pediria a ajuda da Cris e daria todo o apoio necessário.
– A Dulce já chegou? – perguntei a minha recepcionista.
– Sim doutor, Tem algum recado para ela? – Fiquei pensativo, mas já estava na hora de ter aquela conversa.
– Peça para ela vir até minha sala. – Pedi e desliguei o telefone aguardando aquele combate.
Repassei aquela conversa em minha cabeça mil vezes. Eu queria Dulce na minha cama. Ela era uma amante estupenda, mas para isso acontecer, eu deveria ganhar a confiança dela, um pedido de desculpas era um bom começo para estar novamente entre suas pernas.
Não diz o ditado que todo advogado vai para o inferno? Então, estou fazendo a minha parte.
Autor(a): luvondul
Este autor(a) escreve mais 2 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
A noite na casa de Anahi foi muito agradável. Como sempre sua mãe me tratava como filha, minha relação com elas era ótima. Acordei um pouco mais tarde, não queria chegar tão cedo na Uckermann naquele dia, então me limitei a cumprir meu horário estabelecido. Acho que mesmo inconscientemente estava tentando ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 6
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
juhcunha Postado em 08/04/2016 - 01:26:06
Nao tem problema posta assim que puder
-
juhcunha Postado em 05/04/2016 - 00:49:18
Posta mesmo amanha vou esperar
-
juhcunha Postado em 31/03/2016 - 00:40:11
Esse dois to amando
-
bola Postado em 29/03/2016 - 23:20:51
Mereçe muito + q comentários adoreiiii a maratona, ja quero + heheheh Top........
-
juhcunha Postado em 29/03/2016 - 20:46:15
Kkkkk ta muito boa quero mais hots
-
juhcunha Postado em 29/03/2016 - 02:02:28
Ameiii posta mais