Fanfic: O amor não tem leis (ADAPTADA) | Tema: Rebelde

Não foi nada fácil sobreviver mais um dia tentando afastar as memórias. Ao mesmo tempo em
que queria esquecer, eu me odiava por viver uma vida que não era minha, que não me pertencia.

Esquecer tudo significava esquecer Felipe eu nunca permitiria que isso acontecesse. Ele foi o
primeiro e será o único a ter o meu coração, por isso o sexo sem compromisso, por isso os
homens aleatórios, o não me apego a nada e nem a ninguém. Qualquer um poderia ter o meu
corpo, mas só Felipe teria o meu coração.

“– Eu e você contra o mundo Felipe.” Fiz mais uma vez aquela promessa silenciosa da qual me
recusava a quebrar. Estava em casa jogada no sofá esperando a chegada da Annie. Avisei sobre meu retorno, devido ao seu desespero no telefone. Assunto? Alfonso.

O som da campainha tocou, estava praticamente em outra dimensão, mas então coloquei
novamente minha armadura de garota fria, insensı́vel e calculista adquirida há alguns anos. Anahi sabia do meu sofrimento sobre algo em meu passado, mas eu nunca quis lhe explicar qual era o motivo do meu calvário. Os únicos além da minha famı́lia que sabiam dos acontecimentos eram Maite e Dereck. Era muito difı́cil me abrir, compartilhar aquela dor, detestava ver os olhares de pena e as palavras de consolo nada adiantavam e só faziam aumentar a minha culpa. Dessa forma eu virei perita em me esconder e esconder os meus sentimentos, mas não se engane eles existem, apenas não estão expostas na vitrine da minha vida.

Cumprimentei Annie na porta ela entrou e sentou-se no chão. Ela adorava se jogar entre minhas almofadas espalhadas pelo meio da sala.

– Dulce. Alfonso me ligou e me convidou para ir ao seu apartamento e eu disse não. – Jesus! Anahi soltou a frase toda em uma única respiração. Foi difı́cil de acompanhar, fiquei sem fôlego só de ouvir.

– Anahi querida, fica calma. Se eu precisasse escrever o que você me disse não colocaria nenhuma vı́rgula, muito rápido para um raciocı́nio completo. – Pedi que ela se acalmasse e me explicasse melhor.

– Me desculpe amiga, estou nervosa. – Anahi assentiu mais relaxada..

Antes de sair da casa do Christopher na tarde anterior eu troquei os telefones da Anahi e do Alfonso com ele. Bruno era rápido no gatilho, mas pelo que eu entendi da conversa d’flash da Anahi, ela caiu fora. Sentei-me ao lado da Lá no chão mesmo, mas antes peguei uma caixa de chocolate para amenizar um pouco os ânimos exaltados. Ela me explicou que após ter me ligado, pesquisou Alfonso no facebook e descobriu que o cara era o maior mulherengo e por isso o rejeitou.

– E daı́ Annie, qual o problema? Você não procura um candidato a marido e sim um pa/u amigo. – Tentei entender em qual o ponto ela queria chegar. Anahi esfregava a testa com o polegar e o dedo indicador, e aquilo era um sinal de que algo não cheirava bem.

– Eu sei Dulce, mas, poderia sair algo a mais do Alfonso além de petiscos. Estou cansada de me sentir sozinha, caras como ele, o Guilherme e todos os outros, só me fizeram sentir como um objeto descartável. Tudo bem, eu também soube me divertir com eles, mas porra Dulcinha desde o fo/dido do Guilherme, eu não tenho alguém para me fazer cafuné, ter um encontro romântico ou simplesmente para me cuidar quando eu estiver triste ou carente. – Minha amiga desabafou me pegando de surpresa. Anahi fazia biquinho enquanto falava. Entre um chocolate e outro, foi quase uma caixa inteira.

Eu fiquei de queixo caı́do com aquela revelação, mas eu apoiaria incondicionalmente e de forma alguma questionaria a decisão dela, mas baseado no que descobri sobre o Alfonso através do Christopher, caberia a eu adverti-la. Expliquei se ela estava mesmo procurando algo mais, Alfonso não era o cara para ela. Anahi deitou-se no chão e cruzou os dois braços sobre o rosto, como se aquilo fosse um casulo para os seus pensamentos.

– Eu sei Dulce, por isso eu disse não e recusei o seu convite, mas estou morrendo de vontade de ligar de volta e estourar os seus tı́mpanos com um sonoro sim. Ele é muito gostoso, e falando em gostoso Dona Dulce Maria – Anahi se pôs sentada rapidamente e jogou uma almofada em minha direção, da qual eu consegui me esquivar – como você consegue resistir aquilo tudo Oh meu Deus, o cara cheira tesão por onde passa, o Alfonso é quente – ela abanava o rosto com ambas as mãos como se sentisse calor – mas o Uckermann querida é o Deus do sexo em pessoa. Nessas horas tenho vontade de abandonar arquitetura e me bandear para o lado das leis.

Dei de ombros. Só espero que Anahi me entenda e me perdoe por ter lhe escondido o meu caso com Christopher. Mas infelizmente ainda estava muito cedo para abrir o jogo com ela.
Chamei Anahi para dormir comigo, mas ela disse ter a aula no primeiro horário do dia seguinte,
não podendo ficar, nos despedimos e ela foi embora.

“Eu não tenho alguém para me fazer cafuné, ter um encontro romântico ou simplesmente para me cuidar quando eu estiver triste ou carente.” Fiquei pensando nas palavras da Anahi.

Olhei para o meu apartamento e me vi sozinha mais uma vez. Pensei em Felipe.

– Quero o nosso casamento no campo, ou em um jardim enorme assim como o da sua mãe. Cheio de flores, plantas e rosas coloridas. Mas eu vou ter um problema.

– E o que seria?

– Corro o risco de perder você misturada às rosas, pois você é tão bela quanto elas.

– Você é tão romântico Lipe.

– Tudo para você minha linda.

– Eu e você contra o mundo?

– Eu e você contra o mundo. Para sempre minha Princesa.

Meu celular apitou e o sinal de uma mensagem de texto tirou o Lipe dos meus pensamentos. Era de um número que eu não estava em meus contatos.

Só passando para desejar uma excelente noite, minha menina. = )

Já sabia quem era, mesmo antes dele se revelar, somente pelo “minha menina”, mas me fiz de
desentendida.

Eu: Quem é?

O seu lobo mau.

Perfeito! Estava em um beco.