Fanfic: Um Vizinho Perfeito (Adaptada AyA) | Tema: Ponny - AyA

- Então ainda não falou com ele? 

- Hum? - Anahi Portilla continuou a trabalhar em sua mesa de desenho, marcando traços divisores no papel com uma experiência adquirida ao longo de anos.

- De quem você está falando? 

Seguiu-se um longo suspiro de censura. Ao ouvi-l, Anahi teve de se esforçar para não rir.

Conhecia muito bem Maitê Perroni, sua vizinha do andar de baixo, e sabia exatamente sobre quem ela estava falando.

- Do irresistível sr. Misterioso do 3B, Anny. Ele se mudou para cá há uma semana e ainda não trocou uma palavra com ninguém! É mistério demais para mim. Seu apartamento fica bem em frente ao dele e você nem tentou dizer "olá"? Pelo amor de Deus mulher! Você precisa fazer alguma coisa! 

- Tenho andado muito ocupada ultimamente. - Anahi levantou a vista e arriscou olhar para Mait, que estava andando pelo estúdio com ar de impaciente, fazendo as cabelos pretos balançarem com veemência.

- Mal notei a presença dele.

Maite revirou os olhos, parecendo não acreditar noque estava ouvindo.

- Não venha com essa história, Anny. notou a presença dele sim.

Maite se aproximou da mesa de desenhos e inclinou-se por cima do ombro da amiga, então torceu o nariz. Nada além de algumas linhas azuis. Gostava mais quando Anahi começava a esboçar as figuras.

- Ele ainda nem pôs o sobrenome na caixa do correio. E ninguém o vê sair do prédio durante o dia. Nem mesmo a Sra. Wolinsky, e olha que ninguém escapa aquele olhar de falcão. 

- Talvez ele seja um vampiro.

- Uau... - Intrigada com a ideia, Maite apertou os lábios. - Sabe que essa hipótese seria mesmo excitante? 

- Excitante demais. - anuiu Anahi, voltando a se concentrar no desenho, enquanto Maite retomava sua caminhada impaciente pelo estúdio, falando sem parar.

Anahi nunca se importava em ter companhia enquanto trabalhava. Na verdade, até gostava disso. Não era do tipo que gostava de isolamento e quietude. Talvez por esse motivo se sentisse tão feliz vivendo em Nova York, em um prédio de apartamentos cheio de vizinhos animados e, quase sempre, muito barulhentos.

Aquele tipo de coisa a satisfazia não apenas em nível pessoal, mas também servia de base para seu próprio trabalho. 

De todos os moradores do prédio, Maite Perroni era sua vizinha preferida. Três anos antes, quando Anahi se mudara para o prédio, Maite era uma enérgica recém-casada que acreditava plenamente que todo mundo tinha que ser tão feliz quanto ela era. E felicidade para Maite, era sinônimo de casamento.

Depois que se tornara mãe de Charlie, um adorável bebê de oito meses, Maite passara a se empenhar ainda mais em sua campanha casamenteira. E Anahi sabia muito bem que era a principal "vítima" da amiga.

- Nem mesmo o viu no corredor? - Maite quis saber.

- Ainda não.

Pensativa, Anahi pegou uma caneta e apoiou-a entre os lábios rosados e polpudos. Seus olhos expressivos eram de um profundo tom de azul, semelhante aos das águas de algumas praias privilegiadas ao redor do mundo. Os suaves matizes amarelados poderiam considerar verdadeiros olhos de tigresa, não fosse o fato de viverem constantemente iluminados por um brilho de bom humor.

- Acho que a Sra. Wolinsky está perdendo a pratica. Eu o vi sair do prédio durante o dia, o que elimina a hipótese vampiresca.

- Viu mesmo? - Maite se aproximou dela no mesmo instante, com ar de interesse. - Quando? Onde Por que?

- Quando? De madrugada. Onde? Indo em direção leste da cidade. Por que? Por causa de uma crise de insônia. - Decidindo entraria brincadeira, Anahi girou a cadeira, mostrando um brilho de divertimento no olhar.

- Acordei cedo e fiquei pensando nos biscoitos que sobraram da festa da outra noite.

- Biscoitos atômicos - brincou Maite.

- Sim. E não consegui voltar a dormir até provar outro deles. Já que havia levantado e estava sem sono, decidi vir até aqui trabalhar um pouco e, em certo momento, acabei indo parar diante da janela. Foi quando o vi sair. Aliás, é impossível não notá-l. Deve ter um metro e oitenta, mais ou menos. E aqueles ombros ...

As duas reviraram os olhos, imaginando como deveria ser tudo aquilo de perto.