Fanfic: Um Vizinho Perfeito (Adaptada AyA) | Tema: Ponny - AyA

Ouvir aquilo o fez parar de repente.

- Quer me pagar para que eu saia com você? 

- Não é bem isso, mas quase. Sei que o dinheiro lhe será util, e acho justo compensá-lo pelo tempo que você vai gastar. Cem dólares Herrera, por algumas horas. Ah e eu pagarei o café.

Alfonso se encostou na parede e ficou observando-a, a ideia parecia tão absurda que chegava a ser cômica.

- Nem um pedaço de torta? 

A risada de Anahi foi de puro alívio.

- Torta? Você quer torta? Pois terá sua torta.

- Onde está ele? - indagou Alfonso, olhando para o bolso dela.

- Ele? Ah... o dinheiro. Espere um pouco aqui.

Anahi entrou no apartamento e Alfonso pôde ouvi-la andando de um lado para o outro, abrindo e fechando gavetas e armários.

- Deixe-me apenas me arrumar um pouco - disse ela lá de dentro.

- O cronômetro está correndo garota.

- Tudo bem, tudo bem. Onde diabos está minha... A-ha! Dois minutos, só dois minutos. Não quero que ela fique dizendo por aí que saio com rapazes sem nem mesmo passar batom.

Alfonso teve de admitir,matando ela dizia dois minutos realmente eram dois minutos. Quando voltou, dois minutos depois, estava de sandálias de salto alto, batom cor de rosa e segundo ele pôde notar, quando ela lhe entregou o dinheiro, os brincos não combinavam. Devia ser uma questão de preferência mesmo, uma "inusitada preferência pelo absurdo". 

- Ficarei muito agradecida por isso. Sei que a situação deve estar parecendo ridícula, mas é que não tenho coragem de magoá-la.

- Se os sentimentos da mulher valem cem dólares para você, tudo bem. É melhor para mim - acrescentou ele guardando o dinheiro no bolso de trás da calça. - Agora vamos, estou faminto.

- Oh, quer jantar? Também posso lhe pagar um jantar. Há um restaurante ótimo no final da rua, onde eles servem massas deliciosas. Tudo bem, vamos começar nosso teatrinho agora. - avisou ela, enquanto se encaminhavam para a saída do prédio. - Finja que não sabe que está sendo observado por ela. Aja naturalmente e segure a minha mão.

- Por quê? 

- Ah pelo amor de Deus, Herrera! - respondeu ela por entre os dentes, entrelaçando os dedos com firmeza entre os dele e sorrindo com ar sonhador. - Estamos saindo para um encontro, lembra-se? Nosso primeiro encontro. Faça um esforço e finja que está se divertindo.

- Mas você só me deu cem dólares.

A ironia fez Anahi dar uma gargalhada.

- Puxa, você é mesmo durão, 3B. Vamos saborear uma refeição quente e ver se isso melhora seu humor.

De fato, melhorou e muito. Seria preciso ser um sujeito muito mais mau humorado do que ele para conseguir resistir ao apelo de uma enorme travessa cheia de espaguete com almôndegas, aliada a esfuziante companhia de Anahi.

- Maravilhoso, não é mesmo?! - falou ela, gostando de vê-lo saborear o prato com tanta empolgação. 

Provavelmente o coitado não tinha uma refeição decente havia semanas, pensou ela, lembrando-se do apartamento vazio. Talvez ele estivesse mesmo com dificuldades financeiras.

- Sempre como demais quando venho aqui - confessou - Eles servem uma porção suficiente para meia dúzia de adolescentes famintos, mas acho que é isso que dá um certo charme ao lugar. Toda essa fartura. Depois termino sempre levando para casa o que sobrou e comendo demais também no dia seguinte. Mas dessa vez poderá me salvar levando para sua casa. - acrescentou ela com um sorriso.

- Negócio fechado - respondeu ele tocando a taça dela.

- Sabe de uma coisa? Aposto que há dezenas de clubes noturnos na cidade que se mostrariam mais do que interessados em contratá-lo.

- Hum? 

- Para tocar sax.