Fanfic: Um Vizinho Perfeito (Adaptada AyA) | Tema: Ponny - AyA

Voltando a adquirir o mesmo ar sonhador, Anahi pegou o lápis novamente e desenhou pequenos corações sobre o papel. Então se empolgou e começou a desenhar outros maiores, esboçando o rosto de Herrera dentro de um deles.

Sim, ele tinha traços fortes e marcantes, mas que se amenizavam quando sorria. Ela adorava fazê-lo sorrir. Aliás fazer as pessoas sorrirem era um de seus talentos. 

Ficaria mais tranquilo quando conseguisse arranjar um emprego para ele. Depois providenciaria um sofá para aquela sala vazia, mas isso não seria difícil com seus contatos. Tinha muitos amigos que poderiam ajudá-la a encontrar móveis praticos e por um bom preço. Queira ver Herrera instalado com mais conforto, só isso. Claro que não havia nenhum interesse de sua parte, afinal, faria isso por qualquer pessoa. Ainda mais por um vizinho maravilhoso que beijava como um deus saído diretamente do sonho de toda mulher.

Satisfeita com seus planos, cruzou as pernas sob si e voltou a se concentrar no trabalho.

Depois de deixar Charlie no quarto, Maite desceu para o andar de baixo, como se estivesse em sua própria casa, foi até a cozinha e preparou o café. Subiu a escada pouco depois, carregando uma bandeja com duas xícaras de café e alguns biscoitos. Aquele pequeno ritual matinal era um de seus momentos preferidos do dia.

Considerava Anahi como uma irmã e por isso fazia de tudo para vê-la feliz. De fato, não se dava tão bem nem com suas próprias irmas, que só sabiam viver reclamando da vida e dos maridos.

Deixando a bandeja sobre a mesa, entregou uma xícara de café a Anahi.

- Obrigada Maite.

- Fez uma ótima tira está manha. Não acredito que Emily esteja disfarçada com um casaco e um chapéu, seguindo o Sr. Misterioso por todo o distrito de Soho. De onde ela tirou essa ideia? 

p- Você sabe que ela é uma criatura impulsiva e dramática. - Anahi provou um biscoito. Era comum as duas se referirem a Emily e aos outros personagens como se fossem pessoas de verdade.

- E abelhuda também. Ela simplesmente precisava saber.

- E quanto a você? Já descobriu alguma coisa sobre nosso Sr. Misterioso?

- Sim - respondeu Anahi, com um suspiro. - O nome dele é Herrera.

- Também ouvi dizer isso. - Instataneamente alerta, Maite apontou o dedo para a amiga. - Ei, você suspirou!

- Não, só respirei mais fundo.

- Não, você suspirou. E por qual motivo?

- Bem, na verdade... - Anahi estava morrendo de vontade de falar sobre aquilo. - Nós acabamos saindo ontem à noite.

- Vocês saíram? Como um casal? - Maite puxou a cadeira mais para perto da amiga no mesmo instante. - Onde? Como? Quando? Detalhes, Anny. Quero detalhes.

- Está bem então. - Anahi virou mais a cadeira, até ficarem uma de frente para a outra. - Você sabe que a Sra. Wolinsky está sempre querendo que eu saia com o sobrinho dela, não é? 

- Ah, de novo?! - Maite revirou os olhos. - Será possível que ela não vê que vocês não tem nada a ver um com o outro?

O imenso carinho que Anahi sentia pela amiga foi o que a impediu de dizer que aquilo também servia para ela e Frank.

- Bem, é que a Sra. Wolinsky adora o sobrinho. De qualquer modo, ela arranjou outro encontro entre nós ontem à noite, só que eu não estava com a mínima vontade de ir. Mas você terá de jurar que não vai dizer isso a ninguém.

- Exceto Chris.

- Tudo bem. Maridos estão excluidos do voto de silêncio nesse caso. Bem, o fato é que eu disse a ela que já tinha um encontro... com Herrera.

- Você tinha um encontro com ele?

- Não, eu só disse isso porque fiquei desesperada. E você sabe como começo a gaguejar quando minto.

- De era praticar mais. - Maite comeu outro biscoito.

- Talvez. Mas assim que acabei de dizer isso, percebi que ela iria ficar olhando pela janela para se certificar de que eu ia mesmo sair com ele, por isso tive de apelar e fazer uma espécie de acordo com Herrera. Dei cem dólares a ele e lhe paguei um jantar.

- Você pagou a ele?! - Maite arregalou os olhos, mais estreitou-os em seguida, com ar especulativo. - Mas isso é brilhante. Se houvesse tido essa ideia na época da faculdade, quando não estava namorando ninguém e nem tinha com quem sair, a história teria sido outra, minha amiga. Como se decidiu pela quantia de cem dólares? 

- Achei que parecia justo. Ele não está trabalhando regularmente, e achei que ficaria agradecido pelo dinheiro e pela refeição. Até que nos divertimos - acrescentou, com um sorriso. - Foi realmente muito bom. Só espaguete e boa conversa. Bem, na verdade, o encontro tendeu mais para o monólogo, porque Herrera não é de falar muito.

- Herrera. Ainda soa misterioso, não sabe o primeiro nome dele? 

- Ele não o disse em nenhum momento é nem me ocorreu perguntar. De qualquer maneira, é melhor assim. Acho que fui meio preciptada, Maite. Ele estava parecendo relaxado, quase amigável, então eu vi o carro de Johnny e entrei em pânico. Imaginei que a Sra. Wolinsky não iria me deixar em paz se eu não demonstrasse com clareza que estava interessada em outra pessoa. Então fiz outro acordo com Herrera e ofereci a ele cinquenta dólares por um beijo.

Maite apertou os lábios, antes de tomar outro gole de café.

- Deveria ter deixado claro que esse valor está incluído nos cem dólares. - disse ela.

- Não houve tempo - justificou Anahi. - Já havíamos definido o acordo e não havia mais tempo para renegociar. A Sra. Wolinsky estava nos espiando através da janela. Então ele me beijou ali, na calçada do prédio.

- Uau! - Maite comeu outro biscoito. - E qual movimento de impacto ele usou?

- Ele me puxou de uma vez e colou meu corpo ao dele.

- Minha nossa! A puxada súbita. Oh, adoro esse movimento.

- Então fiquei lá, em meio aos braços dele e mal conseguindo me equilibrar na ponta dos pés, porque ele é alto.

- Sim, ele é bem alto. - anuiu Maite, ainda mastigando o biscoito. - E atlético tambem.

- Realmente atletico, minha amiga. Quero dizer, seus músculos parecem rocha.

- Oh, Deus. - Maite lambeu os dedos, sem desviar os olhos da amiga. - Então você estava lá, na ponta dos pés. E depois? 

- Bem, ele se inclinou.

- Ah, meu Deus... Uma puxada súbita com inclinação! - Em sua empolgação, Maite quase derrubou o outro biscoito que havia pegado. - um movimento clássico. Quase nenhum homem utiliza isso hoje em dia, minha cara. Chris fez isso em nosso sexto encontro, e foi assim que terminamos no meu apartamento, experimentando a comida de um gasto food chinês, na cama.

- Pois Herrera agiu como um perito no assunto. Então, quando eu estava sentindo a cabeça girar, ele se afastou de repente e simplesmente olhou para mim.

- Homenos - disse Maite, com ar de censura.

- E fez tudo novamente! - festejou Anahi.

- Um duplo?! Não acredito! - Maite segurou a mão da amiga, quase dando um pulo de alegria. - Você recebeu um duplo Anahi! Há mulheres que passam a vida inteira sem sequer saber o que é isso! Sonham com isso, claro, mas nunca passam pela emoção de experimentar a puxada súbita com inclinação seguida de beijo, olhar intenso e beijo.

- Foi minha primeira vez - confessou Anahi. - E foi... Maravilhoso!