Fanfic: Um Vizinho Perfeito (Adaptada AyA) | Tema: Ponny - AyA

Equilibrando os dois pacotes que trazia nos braços, tentou encontrar logo a chave na bolsa, para não correr o risco de passar muito tempo no corredor. O elevador fez o característico ruído indiscreto ao parar em seu andar, mas ela continuou procurando a chave depois de sair dele.

Enato enrijeceu o maxilar e estreitou o olhar ao notar a presença de Alfonso no final do corredor.

- Oi Anahi. - Alfonso nunca vira um olhar tão gelido a ponto de deixá-lo desconcertado. - Ah, deixe-me ajudá-la com isso.

- Não preciso de sua ajuda, obrigada. - replicou ela, rezando para encontrar logo a maldita chave.

- Precisa sim, se vai mesmo ficar aí vasculhando a bolsa.

Alfonso tentou sorrir, antes de começar uma espécie de cabo de guerra por causa de um dos pacotes. Por fim, conseguiu tirá-lo de Anahi.

- Escute aqui, já disse que sinto muito. Quantas vezes terei de dizer isso até que você se convença de que estou sendo sincero?

- Vá para o inferno! - bradou ela. - Quantas vezes terei de dizer isso até que você comece a sentir o calor das chamas?

Anahi finalmente encontrou a chave e colocou-a na fechadura.

- Agora me dê meu pacote.

- Eu o levarei para você.

- Já disse para me dar o maldito pacote - mandou ela, por entre os dentes. Os dois voltaram a "brincar" de cabo de guerra, até ela deixar escapar um suspiro resignado. - Então fique com ele ! 

Pela abriu a porta com um movimento abrupto, mas antes que pudesse fechá-la, Alfonso a segurou e entrou sem maiores dificuldades. Os dois se entreolharam, estreitaram os olhos e alfonso teve a impressão de ver um brilho de vingança nos olhos dela.

- Nem pense nisso - avisou ele - Não estou usando cueca de ferro.

Ainda assim, Anahi pensou na possibilidade de causar algum dano. Mas desistiu ao concluir que isso só o faria sentir-se mais importante do que ela estava determinada a fazê-lo se sentir. Então, limitou-se a girar sobre os calcanhares e tirar os tênis cor de rosa, como costumava fazer quando chegava em casa. Em seguida foi até a mesa e colocou sobre ela o pacote que estava carregando. Quando Alfonso fez o mesmo, ela assentiu.

- Obrigada. Quer uma gorjeta?

- Muito engraçado. Primeiro vamos acertar isso. - Alfonso pegou a carteira do bolso, tirou dela uma nota de cem dólares e a entregou a Anahi. - Aqui está.

- Não vou aceitar o dinheiro de volta. Você fez por merecê-lo.

- Não vou aceitar o dinheiro por aquilo que acabou se tornando uma piada de mau gosto.

- Piada de mau gosto?! - a sombra de frieza nos olhos dela se transformou em chamas verdes. - Então foi isso para você? Bem, mas não estou surpresa. Já que tocou no assunto, acho que ainda estou lhe devendo cinquenta dolares, não?

Alfonso enrijeceu o maxilar quando ela abriu a bolsa e começou a procurar o dinheiro. Aquilo já estava indo longe demais.

- Não me provoque Anahi, pegue o dinheiro de volta de uma vez.

- Não.

- Eu disse para pegar esse maldito dinheiro de volta. - Dizendo isso, ele lhe segurou o pulso e colocou o dinheiro na palma da mão dela. - Agora... - interrompeu-se atonito, quando viu ela rasgar a nota de cem dólares em pedacinhos e jogá-los para o ar.

- Pronto! Problema resolvido.

- Essa foi uma atitude muito idiota. - Alfonso a censurou.

- Idiota? Bem, para que quebrar a regra não é mesmo? Pode ir embora agora.

A voz dela estava tão estridente e furiosa que Alfonso teve de se conter para não pestanejar.

- Muito bem, muito eficaz, a dama da voz supersônica finalmente apareceu.

Quando ela voltou a falar, em um tom ainda mais abrupto, conseguiu sobressaltá-lo.

- Muito eficiente mesmo. - ironizou Alfonso.