Fanfic: Um Vizinho Perfeito (Adaptada AyA) | Tema: Ponny - AyA

- Sei que quer soar isso como um insulto para mim, mas não é. Considero-me uma perita na arte da conversação.

- Ah, então é assim que passaram a chamar os tagarelas agora?

- Ora, está mesmo muito engraçadinho está noite, não?

E nada poderia tê-la deixado mais satisfeita.

- Deve ser a companhia. - respondeu ele indo até a sala, então arqueou uma sobrancelha, enquanto examinava os CDs.

- Tem um ótimo gosto para música.

- Não esperava isso?

- Na verdade não esperava encontrar Aretha Franklin, Fats Waller e B.B King se bem que também há muita "tralha" aqui.

- E o que considera como "tralha"?

Em resposta, ele apareceu no corredor e mostrou um CDs intitulado Greatest hits da família Partridge. Anahi conteve a vontade de rir.

- Tudo bem, reconheço que não é nenhum clássico, mas esse cd me foi dado por um amigo muito querido.

- Com um amigo desse, quem precisa de inimigos? 

Com um sorriso, Anahi recomecou a picar os legumes que seriam servidos com o frango.

- Durante um tempo da adolescência ate fiz parte de uma banda, sabia? - disse a ele.

- É mesmo? - Alfonso se surpreendeu enquanto colocava B.B.King para tocar.

- Hum-hum. Eu fazia vocal principal e tocava guitarra. - Ela sorriu para ele, que voltou a sentar junto ao balcão da cozinha.

- Você tocava guitarra? - Alfonso riu, Anahi era mesmo uma constante surpresa.

- Sim. Uma fender vermelha, linda de morrer. Minha mãe ainda a guarda no lugar que antes era meu quarto, junto com sapatinhos da época em que eu ainda era bebê, meu kit de química, os desenhos que eu fazia quando costumava dizer que ia ser designer de moda e também os livros sobre animais que eu colecionava antes de descobrir que, para me tornar veterinária, teria de fazer experiências com os bichinhos.

Comecando a cortar cenouras, acrescentou: - tudo isso fez parte da minha busca.

Alfonso estava encantado. Anahi era mesmo fascinante.

- Guitarras vermelhas e kits de quimica fizeram parte de sua busca?

- Eu não conseguia decidir o que ia ser. Tudo que eu começava a fazer parecia muito divertido no início, mas logo eu me cansava daquilo. Sabe cortar cenouras em cubinho?

- Não. Nunca pensou que acabaria fazendo o que faz hoje?

Anahi suspirou, começando a cortar a cenoura em cubinhos.

- Não. Mas gosto muito do que faço, embora eu tenha muito trabalho. De qualquer maneira, é muito divertido. Você não gosta de escrever?

- Não completamente.

Anahi olhou para ele surpresa.

- Então por que faz isso?

- Porque não consigo me imaginar fazendo nenhuma outra coisa. Essa é minha única busca. - respondeu Alfonso. Ela assentiu com um sorriso. Entendia-o muito bem.

- Também é assim com minha mãe, ela nunca pensou em fazer outra coisa, exceto pintar. As vezes quando fico o,bando ela trabalhar, noto quanto é doloroso para ela ter uma visão e ter de se esforçar ao máximo para conseguir retratar na tela aquilo que ela quer comunicar. Mas quadno ela termina um trabalho, quando este se mostra suficientemente bom, ela se realiza. A satisfação, ou talvez o choque de ver o que ela é capaz de fazer, é que surte esse efeito nela. Deve ser assim com você tambem.

Anahi levantou a vista, então notou que Alfonso a estava observando com um olhar perscrutador.

- Sempre se surpreende quando demonstro saber algo a respeito de um assunto que você não esperava, não é?

Dizendo isso colocou a tigela com os legumes picados sobre o balcão. Alfonso segurou-se o pulso, antes que ela pudesse se virar.

- Se isso ainda acontece é porque sou eu quem não consegue entendê-la anahi. E é provável que eu continue a magoa-la por isso.

- Mas é ridiculamente fácil me entender. - Alfonso sorriu.

- Era isso que eu pensava antes, mas estava enganado. Você é um labirinto, Anahi. Com dezenas de caminhos e curvas inesperadas.

Um belo sorriso se insinuou nos lábios dela.

- Esta foi a coisa mais bonita que você já me disse.

- Não sou do tipo que vive se derramando em gentilezas. Teria sido melhor me manter fora de sua vida, deixando que eu continuasse trancado no meu apartamento.

 - Acho que até eu mesma já me convenci disso. Porém... - Pousou a mão no rosto dele, com gentileza. - Você parece haver se tornado minha nova busca.

- Até ela deixar de se divertir e você deixá-la de lado?

A expressão de Alfonso se mostrou muito séria. Ele parecia preparado demais para acreditar no pior.

- Alfonso, você está falando demais e trabalhando de menos. Sabe cortar batatas em formato de palito?

- Não tenho a mínima ideia de como fazer isso.

- Enato olhe e aprenda, meu caro. Da próxima vez, quero que você prepare o jantar. - Anahi pegou uma batata descascada e cortou-a com destreza, formando palitos. Então arriscou um olhar para ele. - Ainda estou nua?

- Você quer estar? 

Pela riu e tomou um gole de vinho que deixara ao lado.

Levava muito tempo para preparar um simples jantar quando se era distraída por uma conversa agradável, por olhares provocantes e toques sedutores.

Levava muito tempo para comer uma simples refeição quando o perigo de se apaixonar e a vontade de fazer amor com o homem sentado à sua frente se tornavam cada vez mais evidentes.

Alfonso reconheceu os sinai: as batidas aceleradas de seu coração, o insistente calor pelo corpo acumulando-se deliciosamente entre suas pernas... Tudo isso aliado a sorrisos irresistiveis e suspiros incontidos era um forte indício de que seria muito fácil se entregar ao amor.

Imaginou como seria se deixar levar. Provavelmente maravilhoso.

Levava muito tempo para se despedir quando se era arrebatada por longos beijos provocantes a porta de seu apartamento. E mais tempo ainda para conseguir pegar no sono quando seu corpo ardia de desejo e sua mente se encontrava repleta de imagens eróticas.

De fato, só conseguiu dormir quando o som do sax vindo do outro apartamento finalmete cessou. Somente então se entregou ao sono. E com um sorriso nos lábios.