Fanfic: Um Vizinho Perfeito (Adaptada AyA) | Tema: Ponny - AyA

Anahi o estava esperando na calçada quando ele saiu. De pé, sob a luz de um poste elétrico, mantinha uma mão sobre o quadril, a cabeça ligeiramente inclinada é um ar de riso nos lábios.

A imagem fez Alfonso pensar naquelas fotos em preto e branco, tiradas por fotógrafos profissionais para serem incluídas em revistas de moda. "Sexy em preto e branco", foram as palavras que lhe vieram à mente.

Ele foi se aproximando devagar, notando mais detalhes conforme a distância entre eles ía se tornando menor. Os sedosos cabelos castanhos emolduravam o rosto delicado de um modo discreto e sensual ao mesmo tempo. O vestido preto, curto, mostrava cada curva do corpo perfeito, fazendo-o engolir em seco, ao ter uma visão mais aproximada. Nenhuma joia para distrair seu olhar. Sapatos col salto alto e transparente delineando pernas completamente esguias. Deus, ela queria mesmo matá-lo.

As únicas cores intensas no visual de Anahi  eram seus olhos azuis e a de seus lábios pintados de vermelho. Lábios que segundo ele logo notou, encontravam-se ligeiramente curvados, com um ar de satisfação feminina.

Estava a três passos dela quando um delicioso perfume lhe invadiu as narinas, deixando-o excitado e expectante ao mesmo tempo.

- Olá vizinho - disse ela em um tom sensual.

Alfonso inclinou a cabeça, arqueando uma sobrancelha.

- Mudança de planos... vizinha?

- Espero que não.

Anahi se aproximou mais, deslizando as mãos deliberadamente sobre os braços, os ombros e o pescoço dele. Então moldou o corpo dele, antes de sorrir e dizer:

- Os planos eram para nós dois seu bobo.

Imaginou se fora esclarecimento ou o insulto velado que o levou a estreitar o olhar com um ar especulativo.

- É mesmo?

- Alfonso - disse ela, aproximando-se até deixar seus lábios a centímetros dos dele. Mantendo os olhos fixos nos dele, umedeceu os lábios devagar. - Eu não lhe disse que você seria o primeiro a saber?

- Sim. - com a mão que se encontrava livre, Alfonso segurou-a pela nuca, mantendo aqueles lábios convidativos a centímetros dos dele. - Consegue andar rápido com esses saltos?

Anahi riu, ligeiramente ofegante.

- Não muito, mas temos a noite inteira, não temos?

- Talvez seja necessário um pouco mais do que isso. - Alfonso se afastou oferecendo a mão a ela.

- Onde conseguiu essa arma letal? O vestido - acrescentou, quando Anahi lhe lançou um olhar confuso.

- Oh isso. - dessa vez o sorriso dela foi repleto de lisonja. - Eu o comprei hoje, pensando em você. E quando o vesti, estava pensando em como seria acompanhar cada um de seus movimentos quando você o tirasse de mim.

- Deve ter andado praticando algum método de sedução. - concluiu ele. - Está se mostrando boa demais nisso.

- Posso parar, se estiver se sentindo incomodado...

- Nem pense nisso - Alfonso a interrompeu.

Parecia incrível que uma simples noite de primavera em Nova York pudesse se transformar em uma tórrida noite de verão nos trópicos.

- Sinto muito por não haver sido mais específica ao escrever o bilhete. Eu estava com a cabeça cheia de ideias. - virou-se satisfeita pela altura de seus saltos deixá-la com os olhos na altura dos lábios dele. - E todas elas relacionadas a você.

- Fiquei aborrecido e saí. - Alfonso não se sentiu tão mal em admitir aquilo quanto imaginou que se sentiria.

- Sinto muito, mas considero isso lisonjeador. Quando bati a sua porta e ninguém atendeu, tive essencialmente a mesma reação. Passei muito tempo me preparando para você. Portanto, também pode se sentir lisonjeado.

- De fato, deve ter levado algum tempo para se arrumar desse jeito.

- Não apenas isso, também preparei o jantar.

Ate aquele momento, havia conseguido manter seu coração batendo em um ritmo normal. Contudo, sentiu que ele acelerou ao chegarem a entrada do prédio.

- É mesmo?

Anahi notou que ele não pareceu apenas lisonjeado e excitado com tudo aquilo, mas essencialmente tocado.

- E dos mais saborosos, se me permite dizer - acrescentou ela, seguindo na frente. - Com um vinho leve para acompanhar e uma tá a de champanhe para a sobremesa.

Ao chegar ao elevador, apertou o botão do terceiro andar e encostou-se em uma das paredes.

- Pensei em tomarmos o champanhe com a sobremesa na cama. 

Alfonso se manteve a um passo dela, sabendo que se a tocasse acabaria  demorando tempo demais no elevador.

- Há algo mais que eu precise saber a respeito de seus planos?

- Oh, creio que não seja necessário eu lhe explicar todos os detalhes.

Dizendo isso, ela saiu do elevador e lançou um de seus sorrisos sedutores por sobre o ombro, enquanto se encaminhava até a porta de seu apartamento.