Fanfic: Um Vizinho Perfeito (Adaptada AyA) | Tema: Ponny - AyA

Anahi lamentou que a viagem até Hyannis houvesse deixado Alfonso de mau humor. Algo que, segundo vinha notando, ainda não havia mudado mesmo depois de eles haverem retornado para Nova York havia uma semana.

Alfonso era uma pessoa difícil. E ela aceitava isso. Agora sabia tudo pelo que ele havia passado, e tudo que haviam feito a ele, não conseguia ver muita possibilidade de ele agir de modo diferente.

Para um homem com tanta sensibilidade, seria preciso um longo tempo até que fosse possível ele voltar a confiar em alguém. E talvez mais tempo ainda para se permitir sentir algo mais profundo por alguém.

Mas ela poderia esperar. Por mais que isso doesse. Não conseguia deixar de lamentar quando ele a deixava e partia de maneira súbita, ou quando ele se isolava, usando o trabalho como desculpa. Ultimamente, Alfonso também havia adquirido o estranho hábito de tocar sax em horários inusitados, como se aquilo fosse uma espécie de desabafo que precisava ser posto para fora no exato momento em que algo o afligia.

Anahi tentou se convencer de que o trabalho devia estar causando problemas para ele, embora Alfonso nunca mais houvesse falado a respeito dele com ela. Talvez ele imaginasse que ela não fosse capaz de compreender toda angústia que envolvia o ato da criação artistica. Embora isso a magoasse, convenceu-se de que seria melhor aceitar a opção e o silêncio de Alfonso. Sempre havia conseguido mentir melhor para si mesma do que para os outros.

Seu próprio trabalho havia tomado um novo rumo e estava exigindo mais tempo e energia de sua parte. A reunião que ela havia tido antes de partir para Hyannis havia sido importantíssima, mas ela não a mencionara para ninguém. Talvez fosse um pouco de superstição de sua parte, concluiu ela, descendo do táxi diante de seu prédio, mas era assim que ela preferia agir. Não quisera contar nada a ninguém antes de ter certeza de que o negócio seria fechado. Mas agora tinha certeza.

Levando a mão ao peito, sentiu as batidas fortes de seu coração. Então ouviu seu próprio riso. Sim, agora tinha muita certeza, e mal podia esperar para contar para todo mundo.

Talvez até oferecesse uma festa para comemorar. Uma festa animada, com muita música e risos. Ah, e também champanhe, balões coloridos e caviar.

Como que já entrando no espírito da festa, subiu os degraus que levavam a entrada meio que dançando. Precisa ligar para seus pais, para o restante da família e também teria que contar a Maite, para que as duas pudessem trocar um daqueles abraços cheios de entusiasmo.

Mas primeiro, teria que contar a Alfonso.

Respirando fundo, bateu com animação a porta do apartamento dele. Sabia que ele estava trabalhando, mas isso era algo que não podia esperar. Ele iria entender. Eles tinham de comemorar. Tomar champanhe no meio da tarde até ficarem zonzos e depois fazer amor loucamente. Quando a porta se abriu, um sorriso radiante iluminava o rosto dela.

- Olá, acabei de voltar de uma reunião e você não vai acreditar no que aconteceu.

Alfonso estava com a roupa amassada e a barba crescida. Lamentou o fato de que um simples olhar para Anahi pudesse fazê-lo esquecer completamente de sua peça.

- Estou trabalhando Anahi.

- Eu sei, sinto muito, mas é que acho que vou explodir se não contar a alguém. - segurou o rosto dele entre as mãos. - De qualquer maneira, parece estar mesmo precisando de um descanso.

- Esfou no meio da elaboração de uma cena importante... - ele começou, mas Anahi continuou a falar.

- Aposto que ainda não almocou. Por que não comemos sanduíches enquanto eu...

- Eu não quero nenhum sanduíche. - Alfonso notou que o tom de sua voz se alterara, mas não se importou com isso. - Não tenho tempo para comer agora. Quero trabalhar.

- Mas precisa se alimentar. - Abrindo a geladeira Anahi começou a procurar algo que pudesse preparar para eles. Então ouviu Alfonso subindo a escada. - Oh, droga. - resmungou com um suspiro desanimado e foi atrás dele. - Tudo bem, vamos esquecer o sanduíche. Preciso apenas lhe contar como foi meu dia. Pelo amor de Deus, Alfonso este escritório esta escuro feito uma tumba.

Instituvamente ela foi até a janela, com a intenção de afastar as cortinas.

- Mas que droga Anahi! Deixe as coisas como estão!