Fanfic: Um Vizinho Perfeito (Adaptada AyA) | Tema: Ponny - AyA

Ela parou de repente, soltando a cortina devagar. Notou que Alfonso já havia sentado novamente diante do computador, voltando a se isolar do resto do mundo. Iluminado apenas pela lâmpada sobre a mesa e com uma xícara de café deixada de lado, Alfonso continuou a trabalhar, mantendo-se de costas para ela. Naquele momento, nada do que ela dissesse importaria para ele.

- Para você, é tão fácil me ignorar, não? - protestou Anahi, magoada. Alfonso manteve a mesma postura, recusando-se a se sentir culpado.

- Não é fácil. Mas, no momento, isso é necessário.

- Claro, você está trabalhando, e é mesmo muita ousadia de minha parte interromper um gênio criador, não é mesmo? Alguém cujo trabalho grandioso eu simplesmente não tenho condições de entender.

Irritado, Alfonso se virou para ela.

- Coce consegue trabalhar com pessoas fazendo algazarra a sua volta, eu não.

- Não se trata disso - continuou Anahi no mesmo tom de indignacao. - Você também já me ignorou em outras situações que não diziam respeito a trabalho.

Alfonso empurrou o teclado para o lado.

- Não quero discutir com você, Anahi.

- Sim, claro. Tudo depende do seu estado de humor: se quer ficar comigo ou sozinho, se quer conversar ou ficar quieto, ou se quer me tocar ou me mandar embora.

A voz de Anahi revelou um tom definitivo que deixou Alfonso apreensivo por um instante.

- Se isso não a estava agradando, deveria ter dito antes.

- Você tem razão. Está absolutamente certo. Pois agora isso não esta me agradando, Alfonso. Não gosto de ser tratada como se eu fosse uma pessoa inconveniente a qual você só da atenção quando isso o interessa. Não me agrada ver assuntos que são tão importantes para mim sendo considerados como coisas menores diante da "grandiosidade" do seu trabalho.

- Anahi, pelo amor de Deus. Você quer mesmo que eu pare de trabalhar para ouvi-la falar como foi seu dia de compras enquanto comemos sanduíches?

Ela abriu a boca, mas fechou-a em seguida. Não sem antes emitir um breve som de mágoa. 

- Desculpe-me. - furioso consigo mesmo, Alfonso ficou de pé. Anahi continuou olhando-o como se houvesse levado uma bofetada. - Estou tendo de me esforçar para conseguir terminar esse roteiro e estou impaciente por isso. - Passou a mão pelos cabelos ao notar que ela não tivera nenhuma reação. - Vamos lá para baixo.

- Não, eu preciso ir. - Anahi decidiu ir embora, antes que acabasse passando pela situação ridicula de chorar na frente dele. - Preciso dar a,fins telefonemas, e estou com dor de cabeça. - acrescentou, massageando a têmpora. - Acho que preciso de uma aspirina.

Ela fez menção de sair, mas parou ao sentir a mão de Alfonso em seu braço. Foi então que ele notou quanto ela estava trêmula.

- Anhai, eu...

- Não estou me sentindo bem, Alfonso. Vou para casa me deitar um pouco.

Desvencilhando-se dele, ela se encaminhou para a porta. Alfonso se encolheu ao ouvi-la bater à porta.

- Seu idiota.  - ralhou consigo mesmo.