Fanfic: Um Vizinho Perfeito (Adaptada AyA) | Tema: Ponny - AyA

Anahi seguiu o conselho de Alfonso e demorou um bom tempo relaxando na banheira. Precisava daquele tempo para se acostumar aquela nova atitude dele. Ou seria aquilo, ponderou ela, apenas um lado de sua personalidade que ainda não havia tido oportunidade de demonstrar?

Como poderia imaginar que Alfonso tinha um lado tão romantico? É como poderia prever que o fato de lhe demonstrar isso dificultaria ainda mais o controle de seus próprios sentimentos?

Amava-o de qualquer maneira, sob qualquer circunstância. Mas não havia mulher que resistisse a todas aquelas demonstrações de gentileza e romantismo. Deus até onde seu amor iria chegar? Seria possível conseguir amá-lo ainda mais? Difícil. Mas não impossivel.

Rinha noção de que Alfonso estava fazendo aquilo para se desculpar, por havê-la magoado. Na verdade, ele não tinha ideia do que realmente havia feito a ela. Contudo, o mais importante, pelo menos para ela, era o fato de ele querer se desculpar de alguma maneira. Como poderia negar um pedido de desculpas vindo de Alfonso?

Uma noite tranquilo, com um jantar íntimo e casual, seria perfeito para eles. Alfonso não gostava de multidões e, no momento, ela própria também não estava com disposição para ir a um lugar mais agitado. Por isso, comer pizza diante da tv lhe pareceu um bom programa. Ela e Alfonso teriam a chance de rir e conversar sobre amenidades. Mais tarde, talvez fizessem amor no sofá enquanto um filme em preto e branco estivesse sendo exibido na sessão da madrugada. Finalmente as coisas voltariam a ser simples entre eles.

Sentindo-se mais calma e relaxada, vestiu um longo robe de seda azul, escovou os cabelos e começou a descer a escada. Foi então que uma música suave lhe chegou aos ouvidos. Um som envolvente e sedutor. Não ficou surpresa. Afina, Alfonso gostava daquele tipo de música e até tocava aquele estilo com seu sax.

Porem, ao descer mais alguns degraus, viu o candelabro sobre a mesa com suas velas acesas. Alfonso estava ao lado da mesa, esperando-a com um sorriso charmoso. Havia trocado de roupa e estava trajando uma calça e uma camisa pretas, além de haver feito a barba.

Ao vê-la, ele lhe estendeu a mão. Anahi se aproximou devagar e pousou a mão sobre a dele, encantada com a maneira como a chamas das velas se refletiam sobre os cabelos e os olhos dele.

- Está se sentindo melhor?

- Sim, muito. O que está acontecendo aqui?

- Nós vamos jantar.

- Mas o cenário está um pouco elaborado para... - Anahi se interrompeu quando Alfonso levantou-lhe a mão e roçou os lábios sobre seus dedos, deixando-a sem fôlego por um instante. - Pizza. - completou ela.

Alfonso sorriu.

- Gosto de olhar seu rosto a luz de velas. Gosto do efeito das chamas no brilho de seus olhos. - Puxou-a delicadamente para si, beijou-a nos lábios. - E sobre sua pele. - Roçou os lábios sobre a face dela. - Acho que esqueci de quanto você é delicada e acabei indo longe demais em minha falta de consideração.

- O que? - Anahi estava se sentindo ligeiramente zonza.

- Tenho sido descuidado com você, Anahi. Mas não serei está noite. - Dizendo isso beijou a mão dela, provocando-lhe um arrepio. - Tenho algo para você. - Falou ele, pegando uma pequena caixa com um laço cor de rosa que havia sido deixada sobre o balcão .

Anahi levou as mãos as costas em um gesto instintivo.

- Não quero nenhum presente Alfonso. Não preciso de presentes.

Ele franziu o cenho, surpreso com o tom defensivo na voz dela. Somente depois de alguns segundos, foi que se deu conta de que ela estava pensando em Pamela.

- Não estou lhe oferecendo isso porque você precise, ou porque tenha pedido. Quero lhe dar isso, porque me fez lembrar de você. - ele entregou a caixinha a ela. - Abra antes de se decidir. Por favor.

Sentindo-se meio infantil, Anahi pegou a caixinha e retirou o laço com cuidado.

- Bem, quem não gosta de presentes? - disse com humor. - Além disso você esqueceu meu aniversário.

- Esqueci?

Alfonso se mostrou tão chocado que a fez rir.

- Sim, ele foi em janeiro, e o fato de que você ainda não me conhecia não serve de desculpa para não ter me dado um presente. Então este aqui...

Anahi se interrompeu de repente, olhando para o inusitado par de brincos repousados sobre o veludo da caixinha. Dois pingentes de hematita mostrando vários peixinhos sobrepostos. Feito um pequeno cardume de sardinhas prontas para entrar na lata.

- Eles são ridiculos. - Anahi riu encantada.

- Eu sei.

- Mas eu adorei.

- Eu sabia que você ia gostar. - Alfonso sorriu, satisfeito.

Com um brilho de felicidade no olhar, ela segurou os pingentes juntos a orelha.

- Que tal?

- Adoráveis e inusitados como você.