Fanfics Brasil - 10 - Tudo Há Seu Tempo Subordinada Ao Prazer

Fanfic: Subordinada Ao Prazer | Tema: Once Upon A Time


Capítulo: 10 - Tudo Há Seu Tempo

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Deixei escapar um suspiro de alívio ao ouvir a voz conhecida de Robin, mas o olhar em seu rosto quando eu me virei não era nem um pouco reconfortante. Tentei caminhar até ele, mas Daniel apertou firmemente a minha mão, me puxando de volta.


— Olá, mano. – A voz dele ressoou anormalmente alta, já que a orquestra havia concluído sua melodia. – Que alegria encontrá-lo aqui. Que tal se juntar a mim e à minha adorável companhia para tomarmos uma bebida?


Tentei mais uma vez me livrar de suas mãos, mas Daniel se manteve firme me segurando. Voltando um olhar de desculpas a Robin, fiquei desapontada com o semblante acusador que recebi em troca. Por que isso é culpa minha de repente?, pensei, a indignação borbulhando em minhas entranhas. Você me deixou sozinha e foi cuidar de sua vida!


O confronto atraiu a atenção dos convidados nas proximidades. Seus olhos curiosos assistiram ao drama se desdobrar, mas ninguém moveu um músculo para intervir... Deixando-me presa bem no meio da confusão. Os dois homens pareciam mais interessados em si mesmos do que em mim, embora nenhum dos dois me permitisse ficar livre. Daniel ainda segurava minha mão, e Robin bloqueava qualquer rota de fuga.


Vendo os dois juntos, percebi que era muito fácil distinguir quem era quem e não pude acreditar que tomei um pelo outro. Robin parecia-se mais com um touro enjaulado, os ombros curvados como se estivesse pronto para atacar. Sua máscara impassível tinha caído; seus olhos estavam brilhantes como o sol. Em profundo contraste, Daniel, mais magro e ligeiramente mais baixo, estava parado firme sobre seus calcanhares, com um sorriso condescendente no rosto. Havia um brilho malicioso em seus olhos; ele estava obviamente bem decidido a provocar o irmão mais novo.


— O que você está fazendo aqui? – rosnou Robin, os olhos dardejando entre o rosto de seu irmão e as nossas mãos ainda entrelaçadas.


— Talvez eu quisesse ajudar os menos afortunados, ou visitar meu irmão tão distante... Afinal de contas, nosso último encontro foi tão dramático...


— Você roubou trinta milhões de dólares!


Daniel acenou com a mão no ar.


— Foi isso que me contaram – ele comentou alegremente, e então virou os olhos para mim. – Venha, minha cara, as bebidas são por minha conta.


Ele me puxou para frente, apesar de eu resistir, e então Robin se colocou diante de Daniel, bloqueando o caminho de fuga do irmão.


— Eu poderia mandar você para a cadeia em dois minutos. – A voz baixa de Robin trovejava, mas suficientemente baixa para que apenas os mais próximos pudessem ouvir suas palavras. – Mesmo na França, eles não hesitariam em extraditar você, Daniel.


— Ah, então quer dizer que meu irmãozinho andou me investigando... – Daniel retrucou sorrindo e abriu bem os braços, porém com um brilho zombeteiro em seus olhos. – Você sente falta de mim.


Acompanhar a conversa entre os dois irmãos era uma tarefa difícil, que provocava mais frustração. Ambos os homens pareciam ter esquecido que eu estava lá, enquanto os problemas que haviam entre os dois, seja lá quais fossem, eram expostos bem na frente daqueles que nos rodeavam. Em um canto da pista de dança, vi Marian nos observando com um sorriso triunfante no rosto duro e me perguntei se tinha sido ela a apontar ao meu patrão que eu me encontrava nos braços de Daniel.


Ao meu lado, Robin parecia crescer a cada instante, e sua expressão se tornava mais e mais sombria.


— Se você não fosse meu irmão...


— Você faria o quê? Bateria em mim até me transformar em uma massa disforme? Arruinaria minha vida? – A provocação na voz de Daniel era clara e forte o suficiente para ser ouvida por aqueles que nos assistiam. – Tarde demais, mano, alguém passou na sua frente e... Ei, espere um minuto! Foi você mesmo!


Robin deu um pequeno passo para a frente; seu irmão se manteve firme.


— Daniel, eu...


— Chega! Minha voz cruzou o ar como um chicote, a palavra perfurando a tensão reinante. Os dois homens, surpresos, voltaram seus olhares furiosos para mim. Eu mesma estava zangada demais para voltar atrás, porém, olhei primeiro para Daniel, levantando minha mão que estava presa quase ao nível dos olhos.


— Solte-me! Houve um relaxar quase imperceptível de seu aperto, e eu aproveitei e afastei minha mão para trás, saindo de perto dele. Robin pegou meu braço e eu me esquivei, para sua surpresa.


— Não – disse eu, olhando para ele.


Meu patrão franziu a testa, obviamente não gostando de meu súbito desafio.


— Srta. Mills... – ele começou a dizer, mas eu balancei a cabeça, dirigindo minha expressão zangada para cruzar com a dele.


— Você me deixou sozinha, para que cuidasse de mim mesma, e é exatamente isso o que vou fazer. – Olhei de soslaio para Daniel, que estava me observando divertido, e, em seguida, voltei a encarar Robin. – Parece que vocês dois têm algumas coisas para discutir, por isso vou deixá-los sozinhos.


Meu chefe claramente não aprovava minha súbita independência, mas naquele momento isso era a coisa que menos me importava. Senti o peso dos olhares curiosos de diversos espectadores, mas endireitei minha coluna e me afastei. Os olhares estupefatos dos dois homens seguiram minha saída, eu podia senti-los queimando buracos em minhas costas. Infelizmente, eu não estava com nenhuma vontade de ficar apreciando aquela minha vitória duvidosa, que, sem dúvida, iria me custar caro mais tarde.


Poucas mulheres naquele evento usavam vestidos amarelos, por isso não demorei muito tempo para localizar Tinker. Ela pareceu surpresa com minha presença ali, mas, antes que pudesse me cumprimentar, eu falei:


— Eu quero ajudar. Peter estava ao seu lado e olhou para mim de soslaio.


—Regina? – perguntou surpreso. Logo me dei conta de que Tinker ainda não havia lhe contado sobre ter me encontrado na festa.


— Conte-me tudo o que puder sobre sua operação. – O fogo ardia em minhas veias e eu não me sentia tão viva havia anos. – Vou conseguir seu financiamento.


OQ


Quando eu estava na faculdade, um de meus professores certa vez mencionou de passagem que eu daria uma boa lobista. Embora isso nunca tivesse sido meu objetivo, devo reconhecer a precisão da observação. Descobri que assumir os encargos e os problemas dos outros era muito mais fácil do que lidar com meus próprios problemas; nunca tive dificuldade para me aproximar de estranhos em nome de outras pessoas. Anos se passaram desde a última vez que fiz alguma coisa parecida com isso, mas minhas frustrações precisavam de uma válvula de escape e, então, me joguei de cabeça em fazer campanha pelos meus amigos.


Durante a hora seguinte, procurei encantar e seduzir as pessoas no meio daquela multidão, traduzindo os conceitos do projeto quando necessário e fazendo tudo o que eu podia para ajudá-los. O processo foi surpreendentemente simples: a própria natureza do evento já havia preparado os participantes a ter uma predisposição para preencher cheques, e eu só tinha de convencê-los de por que uma pequena clínica em Bornéu merecia sua generosidade. Recuperei todas minhas enferrujadas habilidades sociais e passei rapidamente por aquele grupo de pessoas reunidas, enviando-as depois para Peter e Tinker antes de abordar o próximo doador em potencial. Embora eu tenha sido sempre mais contida do que expansiva, joguei toda a cautela pela janela e de alguma forma consegui fazer com que as pessoas me ouvissem.


Capturei vislumbres da presença de Robin em meio à multidão e pude sentir o peso de seu olhar sobre mim, mas o ignorei da melhor forma que consegui. Claro, isso foi mais fácil de dizer do que de fazer, porque mesmo à distância aquele homem tinha a incrível capacidade de me deixar fora de equilíbrio. Mas, ainda assim, continuei na minha cruzada e ele não se aproximou, dando-me espaço, pelo que fiquei muito agradecida. Nem Daniel ou Marian fizeram qualquer outra aparição, o que também me agradou.


Depois de mais ou menos uma hora pulando de um grupo de pessoas para outro, Tinker aproximou-se de mim e me puxou para o lado. Sorrindo de orelha a orelha, com o corpo todo vibrando de emoção, ela me disse:


— Não consigo acreditar, a gente conseguiu quase cem mil até agora!


Meu queixo caiu com essa afirmação, e eu fui obrigada a me segurar para não dar um grande abraço apertado em minha amiga:


— Puxa, eu... E isso vai ser o suficiente para que vocês se segurem durante algum tempo?


— Por um tempo? – Ela me olhou com incredulidade. – A gente poderia sobreviver com isso durante anos em nossa atual localização, e sem ter que cobrar um centavo dos moradores! Oh, obrigada! – Tinker não parecia se preocupar muito com o decoro, porque ela jogou os braços em volta de mim e me deu um abraço rápido, porém feroz. – Você é incrível!


— Eu teria que concordar com essa avaliação!


Engolindo em seco, virei-me para encarar Robin de pé atrás de nós, olhando para as duas com uma expressão curiosa. Ele só tinha olhos para mim e, quando Tinker me liberou de seu abraço, Robin estendeu a mão em minha direção.


— Posso ter a honra de uma dança? Minha boca se moveu em silêncio, e eu olhei para minha amiga. Seu sorriso tinha o jeito de quem sabia o que estava acontecendo, e, quando hesitei, ela praticamente me empurrou para os braços de meu chefe.


— O homem lhe pediu para dançar com ele – disse Tinker, com os olhos brilhando. – E eu acho que, a partir daqui, a gente pode cuidar daquele assunto.


Sem ter mais nenhuma desculpa, fiquei encarando a mão que Robin me oferecia. De fato, ele tinha feito um pedido, e não dado uma ordem, e parecia confortável em me esperar decidir. Olhando bem dentro daqueles olhos verdes, percebi que eu o tinha perdoado já havia algum tempo por ter me largado sozinha na festa, mas senti que ele não deveria escapar dessa assim tão facilmente.


— Você não vai me abandonar no meio da pista de dança? – provoquei, aceitando sua mão.


Mais do que o aborrecimento que eu temia ver, Robin parecia quase divertido em responder à minha pergunta:


— Prometo não deixar você fora de vista pelo resto da noite. Uma promessa em sua voz despertou calafrios por toda minha pele enquanto ele me conduzia até o centro da pista de dança. Seu toque era leve quando ele me tomou em seus braços, um contraste gritante com o jeito rígido de seu irmão.


— Peço desculpas por meu comportamento esta noite – murmurou.


Minhas sobrancelhas se ergueram. Ele pediu desculpas? Para mim?


— Desculpas aceitas – respondi e em seguida deixei escapar um suspiro rápido. — Sua família é um pouco disfuncional, pelo que pude entender.


Um sorriso irônico surgiu no canto de sua boca, mas ele não respondeu à pergunta.


— Vocês dois estavam conversando – disse ele à guisa de resposta, com uma entonação de pergunta na frase. — Ele esclareceu algumas de minhas dúvidas sobre você. – E quando Robin ficou tenso ao ouvir isso, me apressei a explicar: – Ele me disse que seu pai essencialmente o obrigou a assumir as empresas. Isso é verdade?


— Como você disse, em essência é... – respondeu por fim, depois de uma longa pausa, mas não deu mais detalhes.


— E Belle me contou que você chegou a ser um ranger do exército – disse eu, depois de um momento de silêncio. Os lábios dele se apertaram, mas eu insisti: – Como foi?


— Eu diria que foi a melhor coisa que já fiz em minha vida – ele escorregou para o silêncio uma vez mais, mas eu conseguia perceber que Robin estava pensando. – Originalmente, essa ideia de fazer carreira militar foi concebida apenas como uma maneira de ficar longe de minha família, especialmente de meu pai. Uma vez que entrei no exército, porém, todos os aspectos de minha vida se encaixaram perfeitamente. E eu teria feito carreira se...


Se essa escolha não tivesse sido roubada de você. Eu sabia que Daniel tinha dito a verdade, uma verdade tão amarga quanto a discussão que os dois irmãos tinham tido antes. A própria nobreza de Robin o havia forçado a deixar para trás uma vida que ele amava para salvar a empresa de sua família e todas as pessoas que se conectavam a essa empresa. Inclinei-me e coloquei minha cabeça em seu ombro; ele se enrijeceu em meus braços, e eu me perguntei brevemente se ele tinha se afastado de mim, mas então seu corpo relaxou e ele me puxou para mais perto. O cheiro dele era divino, como chocolate com cerejas; a pele de seu pescoço estava tão perto que eu precisaria apenas girar minha cabeça para ver se ele tinha um gosto tão bom quanto seu perfume...


Forçando-me a lembrar que nós estávamos em um ambiente repleto de pessoas, muitas das quais, inclusive, provavelmente nos observavam, ergui minha cabeça dos ombros de Robin, mas não me afastei. Ele devia ter alguma forma de ler as minhas intenções, porque me apertou com mais força contra seu corpo, um corpo duro pressionando-se contra meu ventre. Uma dor surda me preencheu e me fez formigar dos calcanhares à ponta dos dedos das mãos. Engoli um pequeno suspiro. Sua reação a mim agia como uma droga por si só, como se fosse um poderoso afrodisíaco que me fazia querer arrastá-lo para algum lugar mais privado e fazer coisas safadas com ele. Percebi o mesmo desejo refletido em seus olhos quando nossos olhares se encontraram; o aperto de suas mãos na parte inferior de minhas costas se intensificou, me puxando para mais perto a fim de que eu me esfregasse contra seu membro duro, e eu senti uma onda de calor entre as minhas pernas.


Alguém deu alguns tapinhas em um microfone, e então uma voz familiar saiu pelos alto-falantes:


— Gostaríamos de aproveitar esta oportunidade para agradecer a alguns convidados por suas generosas contribuições feitas nesta noite.


— Acho que eles estão se referindo a você – murmurei.


Os olhos das pessoas se voltaram definitivamente para nós assim que a orquestra terminou a canção, mas Robin não me liberou por mais alguns longos segundos. Finalmente, ele se afastou, mas não me deixou, erguendo minha mão até seus lábios.


Eu engoli, meu coração quase saltando para fora do peito. Belle tinha me dito que a imprensa e o público em geral acreditavam que ele encarava suas assistentes apenas como acompanhantes, mas seria difícil convencer todos os espectadores de que isso era verdade depois desta noite. Droga, eu estou ficando confusa, com tantos sinais misturados ricocheteando em minha cabeça. Um dia de cada vez, pensei assim que ele soltou minha mão e se dirigiu para frente da multidão ali reunida. Isso tudo pode terminar em um piscar de olhos e eu estarei de volta àquela merda de apartamento em Jersey...


Mesmo com todo aquele poder que ele exercia em nosso relacionamento, tanto em termos de negócios quanto pessoais, eu sabia que poderia ir embora a qualquer momento. Apesar de não ser algo suficiente para me deixar rica, a opção me dava alguma estabilidade numa ocasional reviravolta em minha vida, mas aquele pensamento fez meu coração doer. Robin não era o tipo de pessoa que gostava de jogar, mas era alguém difícil de entender, às vezes.


— Você está pensando demais, minha querida. Enrijeci o corpo imediatamente quando a voz de Daniel soou a apenas alguns centímetros de meu ouvido.


— Vá embora – murmurei, sem tirar meus olhos de Robin.


Ele continuava caminhando em direção a Jefferson, que começou a fazer um discurso introdutório em francês. Fiquei nervosa sobre o que Robin poderia fazer se notasse que Daniel estava ao meu lado.


— Tudo há seu tempo. Eu apenas pensei que seria rude demais sair sem antes me despedir de uma dama tão bonita.


Bufei de incredulidade.


— Você devia ir incomodar Marian, eu tenho certeza de que ela já deve estar acostumada com isso agora – respondi rispidamente, com cuidado para manter a voz baixa. Ouvi uma risadinha como resposta. A maioria dos convidados estava nos ignorando, e fiquei grata por isso. – Se você pretende aborrecer seu irmão – sibilei em voz baixa –, me deixe fora disso.


— Oh, mas é muito mais divertido deste jeito... Alguns dedos roçaram meu quadril, e eu imediatamente os ataquei, chutando para trás com meu salto, e esfolando um tornozelo. A mão desapareceu rapidamente e eu apreciei um momento de triunfo, até que ouvi a risadinha de novo.


Robin tinha subido ao palco a essa altura, e eu rezava para que ele não olhasse em minha direção.


— Você vai me causar problemas – retruquei.


— Oh, você provavelmente vai gostar – ronronou Daniel, e eu atirei-lhe um olhar sombrio.


Um sorriso satisfeito depositou-se em seus lábios enquanto ele me olhava com interesse descarado. Revirei os olhos, determinada a ignorá-lo, e voltei a olhar para o palco... Só para receber o olhar intenso de Robin me congelando. Droga!


 



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Autor(a): thaystirling

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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— Oh, que triste... Parece que meu irmãozinho percebeu nosso pequeno tête-à-tête – Dedos roçaram o cabelo na parte de trás do meu pescoço, e eu me encolhi para o lado. – Gostaria de saber o que pode estar se passando na cabeça dele neste exato momento... A julgar pelo olhar em seu rosto, meu patrã ...


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