Fanfics Brasil - 19 - Razão Para Matar Subordinada Ao Prazer

Fanfic: Subordinada Ao Prazer | Tema: Once Upon A Time


Capítulo: 19 - Razão Para Matar

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Eu tremia em seus braços, procurando por alguma coisa que servisse como arma. Em algum momento, aquela garagem de barcos tinha sido ocupada. Móveis, muitos dos quais meio escondidos por cobertores, se espalhavam pelo piso. Em determinado ponto, porém, o espaço tinha sido convertido em uma espécie de armazém, numerosos itens pontilhavam aquele aposento empoeirado, incluindo várias peças que estavam presas ao teto alto. No entanto, não havia nada perto de mim que eu pudesse usar.


— Era você quem estava tentando matar Robin? – perguntei, procurando ganhar tempo.


Daniel riu, e aquela risada sacudiu a nós dois.


— Embora minhas razões para fazer uma coisa dessas sejam melhores do que as da maioria das pessoas, devo confessar que infelizmente eu não sou quem você procura.


Incrédula, inclinei a cabeça para trás a fim de olhar para ele. Daniel era mais baixo do que seu irmão robusto, de modo que minha cabeça ficava na altura de seus ombros, mas seu aperto em meu braço era como ferro. O olhar do homem era plácido, e seus lábios estavam curvados em um sorriso quando o examinei.


— O que foi? Está surpresa? Posso não gostar de meu irmão caçula, mas não tenho interesse em sua morte. Na verdade, tenho feito tudo que está ao meu alcance para evitar isso.


— Então por que você está aqui?


Ele riu novamente e, em seguida, mergulhou os lábios para mais perto do meu ouvido.


— Talvez eu tenha sentido sua falta...


Fiquei nervosa, com frio na barriga.


— Mentiroso – murmurei.


O fato de saber que ele não ia me matar de repente me deixou consciente da extrema intimidade de nossa posição, e a traição de meu corpo me irritou.


— Com certeza. – Sua resposta atrevida me fez revirar os olhos. – Ou talvez eu saiba quem você está procurando.


Eu me virei para olhar para ele.


— Você sabe quem está atrás de Robin?


— Talvez – repetiu ele, seu sorriso se ampliando.


Meus lábios franziram em aborrecimento. Mas que homem irritante...


— Eles vão nos encontrar em breve – disse eu, olhando pela janela. — Você deveria me deixar ir – adverti –, porque as pessoas podem ter a impressão errada.


— Se eu conheço bem meu irmãozinho, eles já sabem exatamente onde estamos. – Apontou para o teto que nos circundava. — É mais do que provável que exista uma câmera, ou mais do que isso, nessas vigas acima de nós, observando cada movimento que fazemos. – Daniel beijou meu rosto, e eu me encolhi para longe, surpresa. — Que tal darmos um show para eles?


Irritada com a insinuação, comecei a me debater novamente, mas fui logo contida.


— Se você realmente tivesse essa informação, por que não veio pela porta da frente e conversou, como uma pessoa sensata faria? Para que toda essa coisa de fugir e de se esconder?


— É mais interessante deste jeito. Meu irmão é muito obsessivo com essa história de segurança; é mais divertido mostrar como é fácil burlar tudo isso que ele armou – disse Daniel, dando de ombros. — Além do mais, meu irmãozinho muito provavelmente chamaria a polícia antes de me deixar entrar e ouvir o que tenho a dizer.


— Como se ele não fosse fazer exatamente isso depois do que você acaba de aprontar – murmurei. Daniel deu uma risadinha.


As tábuas sob nossos pés começaram a tremer, e o som pesado das botas batendo no piso do deque lá fora abalaram toda a estrutura.


Daniel apenas ajustou seu aperto em meu braço, arrastando-me e me colocando entre ele e a porta.


— Hora do espetáculo, querida – respondeu, aparentemente despreocupado quando a porta da garagem de barcos desabou no chão.


Os guardas deslizaram para dentro do salão e cercaram a nós dois. Meu coração deu um salto quando as armas foram apontadas para nós. Eu não consegui ver Robin entre eles, então uma pontada de decepção acertou meu coração.


Daniel apenas deixou escapar um suspiro.


— Parece que Robin não está mais enfrentando as próprias lutas – acrescentou o contrabandista de armas.


O ruído característico do clique de uma arma sendo engatilhada era facilmente reconhecível, especialmente quando vinha diretamente de trás de nós. Daniel rapidamente me soltou ao ouvir o som, levantando as mãos enquanto eu saltava para longe, vendo nesse momento o cano de uma arma sendo encostado na cabeça do sarcástico homem.


— Dê-me uma razão para eu não matar você.


Havia o peso da morte na voz de Robin quando ele apareceu por trás de Daniel, seus olhos queimando com uma selvageria que me tirou o fôlego. A óbvia diferença de altura entre aqueles dois homens nunca fora tão aparente quanto naquele momento; Robin parecia pairar sobre o irmão mais velho, os músculos em seus braços se abaulando contra o tecido da camisa social que ele estava vestindo. A arma negra estava apontada para a têmpora de Daniel, e os nós dos dedos de Robin pressionados contra o gatilho estavam brancos por causa da tensão.


Eu olhei para os dois homens alternadamente. Com certeza Robin não... Não o próprio irmão...


Daniel congelou, as mãos erguidas ao lado da cabeça.


— Lealdade familiar? – respondeu ele levemente, suas palavras entoadas num tom alegre, desmentindo a tensão que eu via em seu rosto.


A julgar pelo som de sua voz, qualquer um poderia concluir que ele estivesse falando sobre o clima, mas os olhos fixos em mim estavam sombrios.


— Isso não é o suficiente.


Robin pressionou com mais força a arma contra a têmpora do irmão, e Daniel fechou os olhos.


— Não! – deixei escapar, com meu coração acelerado. Mudei de posição rapidamente até ficar ao lado dos dois homens. — Ele veio nos ajudar, Robin. Ele sabe quem está atrás de você, não o mate.


O bilionário não olhou para mim, mas eu vi o tremor da arma apontada contra a cabeça de Daniel. Os guarda-costas perto da porta baixaram suas armas, mas não se mexeram para ajudar, deixando os irmãos sozinhos. Minha garganta ficou paralisada de repente, aterrorizada com a ideia da cena que estava prestes a testemunhar, quando Robin baixou a arma. Ele agarrou o braço de Daniel e torceu-o atrás das costas do irmão, e só então os guarda-costas se aproximaram.


— Levem-no para dentro da casa – disse Robin, com a voz baixa e firme.


Os seguranças assumiram a guarda de Daniel, passando um par de algemas em torno de seus pulsos. O irmão mais velho nem tentou lutar, aparentemente satisfeito com a forma como as coisas corriam, mas os seguranças continuavam agrupados em volta dele, como se ainda representasse perigo. Comecei a dar alguns passos para segui-los quando, de repente, uma mão agarrou com força meu braço, fazendo-me parar de supetão.


— Não tenha pressa – ouvi Robin rosnar.


Eu achava que já o tinha visto com raiva em outras ocasiões, mas o fato é que nunca o vira verdadeiramente enfurecido. Em seus olhos, havia uma fúria real dirigida a mim, e eu sabia que, dessa vez, tinha pisado na bola de forma monumental.


— Robin... – disse eu, tentando começar a me desculpar até que vi a mão que não segurava a arma fechar-se em um punho.


— Você sabe o que eu fiz para proteger você?


Aquele controle total que eu sempre vira nele tinha desaparecido completamente, substituído por uma ferocidade que parecia estranha naquele rosto. Quando tentei me mexer, a mão que segurava meu braço se apertou e eu fiquei tensa, parando todo o movimento.


— Ela não sabia que eu estava aqui – disse Daniel do umbral da porta.


Seu olhar absorto assistia ao nosso confronto intensamente. Nesse momento, dei-me conta de que os guardas também nos observavam, parados na porta, mas, novamente, não fizeram nenhum movimento para ajudar.


— Eu já disse, levem esse sujeito para a casa! – rugiu Robin, e eu assisti, com desapontamento, aos seguranças arrastando Daniel pela porta e caminhando de volta para a casa, deixando-me sozinha com Robin.


Tentei manter a calma, apesar de o calor que eu sentia emanar dele ser tão opressivo. Quando a porta do galpão se fechou, liberou meu braço, mas quando me afastei, ele seguiu minha retirada, perseguindo-me por todo o aposento. Meu quadril finalmente colidiu contra uma mesa, e então fui obrigada a me encostar na parede, sem nenhum outro meio de fuga. Robin se elevou sobre mim, os punhos cerrados ao lado do corpo, e eu tentei acalmar os temores que subitamente encheram o meu peito.


— Robin, eu...


— Você ainda não percebeu o perigo que está correndo? – As mãos de Robin estavam fechadas em punhos apertados, mas os braços permaneciam estendidos ao lado do corpo. Uma carranca contorceu seu rosto, mas ele não moveu um músculo para tocar em mim. — Por que você saiu da casa?


— Porque o assassino está atrás de você, não de mim? – Minha intenção não era transformar a resposta em pergunta, e pelo olhar no rosto de Robin, aquela seria uma resposta errada de qualquer maneira. — Ouça, eu estou realmen...


Fui apertada contra a parede subitamente, as mãos em meus ombros pressionando as minhas costas na madeira. Exclamando de surpresa, girei os olhos arregalados na direção de Robin e o vi piscar, uma pequena ruga franzindo a testa.


Mas a raiva ainda estava em sua voz quando ele disse:


— Você viu o rosto dele no hotel. Você tem alguma ideia do que isso significa para um homem que vive sua vida nas sombras?


Eu sinto muito, era isso que tinha vontade de dizer, mas o olhar sombrio de Robin sufocou minha coragem de abrir a boca. As mãos sobre meus ombros tremiam, o belo rosto dele se contorcendo em uma luta para manter o controle. Ele abaixou a cabeça e, para minha surpresa, colocou sua testa contra a minha.


— Você poderia ter morrido – murmurou, as palavras perfurando meu coração. — Eu tenho feito tudo ao meu alcance para manter você em segurança, fui falar com pessoas com as quais jurei nunca mais manter contato, tudo por você! Por que saiu da casa?


Com meu coração se contorcendo dentro do peito, ergui minha mão para acariciar seu rosto, mas ele levantou a cabeça, lançando um olhar desconfiado sobre mim.


— Você sabia que meu irmão estava aqui?


Eu recuei, sentindo o golpe da acusação.


— Mas é claro que não. – A frustração borbulhava debaixo de seu olhar incrédulo. — Eu não sei de nada sobre o que está acontecendo... Graças a você! – retruquei, olhando para ele.


Dei um tapa em seu peito em sinal de frustração, mas esse movimento fez muito pouco para obrigá-lo a recuar. — E como eu poderia ter conseguido uma informação como essa estando sob constante vigilância? Você me mantém trancada dentro daquela casa, os guardas vigiando cada um de meus movimentos. Você não me conta nada do que anda fazendo e depois me dá esses sermões sobre me manter em segurança sem me dizer nada de nada. E ainda espera que eu vá mansamente com...


— Porra, Regina! – rugiu Robin, assustando-me a ponto de me fazer calar. – Eu não posso ter sua morte em minhas mãos! – Um desespero selvagem se desenhou em seu rosto enquanto suas mãos deixaram meus ombros, emoldurando meu rosto sem tocar minha pele. – Eu prometi que iria mantê-la em segurança, e então você vai e me faz uma coisa dessas!


Observei maravilhada enquanto uma miríade de emoções percorria seu rosto. Apesar de eu ter aprendido a ler sua linguagem corporal normalmente sutil e suas expressões limitadas, a súbita paixão em seu rosto deixou-me sem palavras. Sua batalha pessoal para manter o controle era evidente; ele estendeu a mão para acariciar meu pescoço, e logo se deteve, como se tivesse medo de me tocar.


— A minha família destrói qualquer pessoa de fora que se aproxime demais de nós; eu vi isso acontecer com minha mãe, com Marian e com vários outros. – Ele engoliu em seco. – Talvez eu não mereça a felicidade, não sei, mas você merece, e eu vou ajudá-la a enfrentar tudo isso. — Um dedo acariciou meu rosto. — Eu não sou um bom homem – murmurou, olhando para seu punho colocado perto do meu peito. — Eu jamais deveria ter envolvido você nisso. Quase provoquei sua morte e agora preciso que fique a salvo.


A dor em seus olhos, revelando emoções que eram mantidas trancadas, fez com que lágrimas brotassem em meus olhos. Tentei tocar seu rosto novamente, mas Robin agarrou meu pulso, segurando-o ao lado de minha cabeça.


— Você não pode fazer isso de novo – disse ele entre dentes. — Nós não sabemos quem está atrás de nós ou de que meios dispõem para chegar mais perto.


Meu coração se quebrou em um milhão de pedacinhos. Tremendo, procurei uma forma de demonstrar meu remorso.


— Sinto muito por ter saído da casa.


— Pedir desculpas não bast... – respondeu Robin com raiva, mas depois parou quando me viu ficar de joelhos. Ele soltou o meu pulso e deu um passo para trás, paralisado ao olhar para mim. — O que você está fazendo? – finalmente disse.


Eu nunca me senti tão impotente em minha vida, ali de joelhos a seus pés. Eu não tinha nenhuma ideia de como ele reagiria, mas de alguma forma sabia que ele precisava estar no controle, as emoções percorrendo-o com intensidade demasiada para que conseguisse processar.


— Estou pedindo seu perdão... – disse eu engolindo saliva.


A selvageria restante em seu rosto foi drenada quase imediatamente, mas ele ainda hesitou. Fiquei olhando para seus pés, já sem coragem de encarar seu rosto. Usava aquelas calças sociais caras, mas, em vez de estar calçando os sapatos de couro a que estava acostumado, exibia um par de robustas botas pretas. Fiquei imaginando se estas seriam as mesmas que usava enquanto servia ao exército, mas não achei que fosse o momento certo para perguntar.


O silêncio se prolongou, deixando-me cada vez mais nervosa. Fiquei lá, parada no lugar, rezando para que eu não tivesse feito o movimento errado. Meu maior medo era a rejeição de Robin, então o alívio atravessou meu corpo quando ele finalmente ordenou:


— Levante-se e erga as mãos sobre a cabeça.


Engolindo em seco de novo, fiz o que ele mandou, erguendo meus olhos para o teto. Uma corda pendia de um grande rolo de pano que estava acima de mim, provavelmente uma antiga vela de barco guardada entre as vigas do galpão. Meu coração deu um pulo quando Robin amarrou a corda em torno de meus pulsos.


— Fique quieta – disse ele, e então procurou ao redor até encontrar um pequeno pedaço de pano jogado ali perto.


Ele sacudiu o pano uma vez para remover a sujeira de cima dele, o estalo me fazendo pular de susto, e então o amarrou ao redor de minha cabeça para cobrir meus olhos. O mundo ficou todo escuro, e quando Robin apertou a corda acima de mim, me erguendo para que eu ficasse apoiada apenas na ponta dos pés, soltei um pequeno suspiro.


— Então, você quer ser punida...


Eu choraminguei, com o coração acelerado, mas não neguei. Apesar de estar calçando aquelas pesadas botas, ele foi surpreendentemente silencioso ao caminhar; girei a cabeça cegamente, tentando descobrir para onde ele tinha ido, e então comecei a sentir sua respiração em meu pescoço.


— Como seria então? – murmurou Robin, deslizando os dedos ao longo de meu braço levantado. — Será que eu deveria lhe dar umas palmadas por causa de sua desobediência? Ou algumas chicotadas? Que tipo de punição iria ensiná-la a não cortejar a morte?


Minha boca trabalhou silenciosamente, mas eu não consegui responder. De alguma forma, por conta de seu estado emocional no momento, duvidei que ele seria gentil comigo naquela situação. Lembrei-me do chicote que tinha usado em mim na noite anterior e, apesar da circunstância, senti um calor subindo dentro de mim. Agora não é hora de pensar nessas coisas!


— Talvez seja necessária uma forma diferente de punição...


Sua mão deixou meu braço e desabotoou minhas calças com dedos ágeis. Elas caíram ao redor de meus pés enquanto ele pegou uma de minhas pernas, levantando-a para o alto e para o lado, até que eu estava me equilibrando em um pé, segurando a corda em torno de meus pulsos como ponto de apoio. Meu rosto corou, percebendo como eu devia estar exposta nessa posição. A calcinha que eu usava era do tipo sexy, algo que eu secretamente apreciava, mas que fazia com que momentos inesperados como aquele ficassem muito estranhos.


Um dedo deslizou pela calcinha e eu me contorci de surpresa.


— Você está molhada – disse ele, usando um tom de voz de tal forma que eu não conseguia adivinhar o que estava pensando, e desejei ver o seu rosto.


Soltou minha perna e então enfiou os polegares em torno do cós da calcinha, puxando-a com força até meus tornozelos. Meu rosto queimou quando ele começou a desabotoar minha camisa, abrindo-a totalmente para revelar meu torso. Mãos ásperas foram para trás de meu sutiã e então desceram sob o fino tecido da camisa enquanto falava:


— Talvez grampos no bico dos seios, isso pode ser bem doloroso. Será que é uma punição suficiente por ter arriscado a vida?


Seus dedos pressionaram meus mamilos, e eu enrijeci o corpo, esperando pela dor, mas ele apenas os acariciou um pouco e logo os soltou, deixando o sutiã aberto e meus seios expostos. Um desapontamento perverso sacudiu meu corpo e eu abafei um suspiro. Não gosto de sentir dor, pensei, mas essa confissão parecia pouco convincente, mesmo em minha mente.


A corda foi erguida mais um pouco, até que apenas as pontas de meus dedos estivessem tocando o chão. Os músculos estavam muito esticados em meus braços, e os pulsos queimavam pelo toque áspero da corda, mas eu prendi meus lábios e me mantive em silêncio. Pensei ter ouvido o som abafado de passos atrás de mim, enquanto outra mão alisava minhas costas.


— Acho que você deve ser castigada por via anal. Parece que gostou muito disso ontem, mas assim sem preparo pode ser muito doloroso. Será que é uma punição suficiente por arriscar desse jeito sua vida?


Uma mão estalou contra uma de minhas nádegas e eu girei, o movimento me fazendo oscilar em torno de mim mesma. Eu me atrapalhei ao tentar evitar as voltas, minha calcinha caindo no chão enquanto percebi que Robin tinha desaparecido novamente, mas não conseguia deter o giro lento da corda. Outra palmada na mesma nádega me fez girar ainda mais rápido, a bunda queimando.


— Você acha que devo bater em você com meu cinto? – perguntou ele, a voz forte de novo. O som de uma fivela sendo aberta chegou de algum lugar ali perto. — Será que isso iria evitar que você fizesse outras tentativas tão imprudentes quanto esta? Responda!


— Sinto muito... – respondi, sendo o mais sincera possível, não por causa de suas ameaças, mas porque acreditava mesmo no sentido dessas palavras. Lembrei-me do desespero em seu rosto, da perda de controle quando eu estava em perigo e minha garganta ficou apertada. — Eu sinto muito.


— Sente muito o quê?


— Sinto muito...


— Por que você sente muito?


Por ter magoado você. A dor em seu rosto, a raiva quando enfrentou o irmão, aquela onda de emoção descontrolada, era disso que eu mais me arrependia. Mas eu sabia, no entanto, que essa não era a resposta que ele queria ouvir.


— Por ter lhe desobedecido e colocado minha vida em risco.


Mãos poderosas agarraram meus quadris e me puxaram para a frente contra um corpo duro, um joelho se movendo entre os meus. Pega de surpresa, eu instintivamente abri minhas pernas e fui levantada até que me vi sentada sobre os quadris dele. Senti um momento de sondagem contra meu sexo nu, e então ele mergulhou fundo dentro de mim e eu ofeguei.


— Eu prometo a você – sussurrou ele, pontuando cada palavra com um impulso de seus quadris – que vai sentir cada um desses castigos se fizer isso de novo.


Apertei as pernas em volta dele quando uma mão enorme se moveu para minhas costas, mantendo-me imóvel enquanto ele enfiava em mim. O poder absoluto de cada estocada profunda me fazia saltar para o ar; havia pouca dor, mas, como meu corpo tinha se preparado para uma punição muito mais severa, cada uma de minhas terminações nervosas estava viva e em chamas. Suas mãos deslizaram para a minha bunda, apertando e abrindo as nádegas para ter um acesso mais profundo... e eu explodi. O orgasmo me pegou de surpresa, meu corpo resistindo e se contorcendo enquanto ele continuava o ataque.


Nossos movimentos haviam desalojado o pano que cobria os meus olhos, e, ofegante, olhei para baixo a fim de ver que Robin estava me observando, seu rosto tenso pelo próprio desejo. A fome selvagem que havia em seus olhos parecia mais do que apenas o desejo sexual, e aquela visão foi como uma faca em meu coração. Eu queria beijá-lo, queria acariciar seu rosto bonito, mas as cordas seguravam meus braços no alto, impedindo-me de lhe dar qualquer carinho. Talvez seja essa minha punição, imaginei, sentindo profundamente aquela perda dentro de mim. Punição estranhamente apropriada. Então ele estremeceu debaixo de mim e o momento passou. Nós dois levamos um tempo para descer daquela altura impressionante.


Segurando-me firmemente contra seu corpo, ele estendeu a mão e, sem nenhum esforço, desatou os nós que se prendiam aos meus pulsos. Minhas pernas pareciam estar sem ossos quando ele me colocou de pé. Vacilei, os pés descalços raspando contra o piso de madeira. Seu toque era suave, muito diferente do aperto de apenas alguns minutos antes, quando tudo o que aconteceu foi rápido e áspero, mas, assim que eu me senti mais firme, ele me deixou e se afastou.


— Vista suas roupas e eu a levarei de volta para casa.


Robin se virou para o outro lado antes que eu pudesse dar uma boa olhada em seu rosto; a decepção agitou minhas entranhas por causa daquele desprezo sutil, mas deixei esse sentimento de lado, vesti as roupas rapidamente e me apressei para segui-lo. Ele tinha se dirigido para uma parede mais distante e, enquanto eu me aproximava, retirou um tapete fino que cobria um par de argolas na porta e levantou um alçapão no chão, abrindo-o totalmente. As dobradiças não fizeram nenhum ruído quando a tampa do alçapão se ergueu.


— Isso vai nos levar até a casa.


Encarei a escuridão lá embaixo de olhos arregalados. Degraus íngremes feitos de concreto levavam para dentro da passagem subterrânea. Um vento frio e úmido soprava em algum lugar na outra extremidade.


— Eu... Isso... É seguro?


— Foi por aqui que cheguei à casa de barcos sem ser visto. É mais seguro do que ficar andando lá fora, pelo menos até descobrirmos quem é que está por trás disso tudo.


Ainda assim, empaquei.


— Mas por que você tem um alçapão na garagem de barcos?


Os lábios de Robin se apertaram quando ele respondeu:


— Houve incidentes em minha infância que exigiram... Medidas preventivas. Meu pai era um homem paranoico, mas em alguns casos ele tinha um bom motivo para ter medo. A casa tem um quarto do pânico e esta saída, em caso de emergência, mas nunca tivemos que usar nenhuma das duas desde que ele morreu. – Ele estendeu a mão. — Vamos, Regina – chamou ele, sua voz mais suave do que antes –, vou levá-la para a casa.


Timidamente tomei sua mão, ainda não completamente convencida se era uma boa ideia, mas mesmo assim dei esse primeiro passo para dentro do corredor escuro.



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Autor(a): thaystirling

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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