Fanfics Brasil - 21 - Surpresa ! Subordinada Ao Prazer

Fanfic: Subordinada Ao Prazer | Tema: Once Upon A Time


Capítulo: 21 - Surpresa !

11 visualizações Denunciar


— Foi sua mãe quem roubou todo esse dinheiro!


Eu não tinha intenção de verbalizar meus pensamentos, era apenas um palpite, mas as palavras que escaparam de minha boca eletrificaram as pessoas ao redor.


— Isso é um absurdo! – disparou ela.


Ingrid se aproximou de mim, o rosto contorcido de ódio. Aquela era uma visão estranha, porque muito do rosto dela tinha ficado amortecido por injeções de Botox, e sua aparente tranquilidade não combinava com a raiva que se via em seus olhos.


— E o que você sabe, de qualquer modo? – inquiriu ela. – Você não passa de uma rameira que meu filho trouxe para casa.


— Mas não foi assim que você começou a vida também? – Daniel praticamente arrulhou enquanto minhas mãos se fecharam em punhos. — Papai não a encontrou em uma boate em Las Vegas? Tenha dó, mamãe, projetar seus problemas em cima dela não vai resgatá-la de seus próprios pecados.


Um espasmo de dor atravessou o rosto da mulher com aquela lembrança. Ingrid tentou esconder, mas não conseguiu.


— Já disse que não preciso ficar aqui ouvindo isso... – repetiu ela amargamente, mas muito daquele fogo inicial tinha desaparecido de suas palavras.


Virou-se, apenas para ver Daniel bloqueando sua passagem e prendendo seu braço. Apesar das algemas que ainda estavam em torno de seus pulsos, ele a segurou firme.


— Você tem noção do que fez comigo, mãe? – murmurou ele, quando Ingrid se virou e o olhou. Daniel se inclinou sobre a mãe, os olhares travados um no outro, mas nenhum parecendo disposto a ser o primeiro a ceder. — Você sabe a que sua mentira me reduziu?


Eu olhei para eles, ainda chocada com minha própria revelação involuntária, e em seguida virei-me para Robin. Ele estava imóvel, de uma maneira que eu nunca tinha visto até então. Era difícil dizer o que ele estava pensando. Parte de mim queria saber mais sobre Ingrid: quer dizer que ela tinha sido dançarina em um cassino de Las Vegas? Mas eu sabia que aquele não era, de forma alguma, o momento para fazer perguntas. Havia muita coisa sobre essa família de que eu não tinha conhecimento.


— Não me culpe por aquilo que você escolheu se tornar! – cuspiu Ingrid, sem desviar os olhos do filho mais velho.


— Então me explique como tudo isso que aconteceu comigo foi por minha própria escolha! – Mesmo a vários metros de distância, eu pude ver o corpo de Daniel tremer enquanto soltava o braço da mãe e fechava suas mãos em punhos. — Tudo o que eu era, tudo o que tinha estava preso nesta nossa empresa. Então, isso me foi arrancado, e eu fui acusado de roubar trinta milhões de dólares, e tive que escolher a única opção que me restava, que não incluía passar um tempo na prisão.


— Vender armas para quem desse o maior lance? – exclamou Robin, com uma voz dura. — Era esse o seu único recurso?


Daniel piscou com aquela interrupção, e então se afastou alguns passos de Ingrid. Ele parecia abalado, os olhos vazios quando encarou o irmão.


— A coisa não começou desse jeito... Eu precisava sair do país e um homem, que um dia considerei como um amigo, precisava de um negociador hábil para mediar uma transação relativa a alguma carga. Eu não sabia o que aquela carga era até que ela estava no ar, porque se eu soubesse, teria entrado na cela da prisão por livre e espontânea vontade. Eu juro...


Ingrid bufou.


— E agora quer jogar essa culpa em cima de mim?


— Você deve assumir alguma responsabilidade por aquilo que causou aos outros – disse eu, incapaz de me conter.


Todos os rostos naquela sala apresentavam diferentes graus de nojo e de espanto com o comportamento e com as palavras ditas por daquela senhora, mas ninguém mais estava disposto a abrir a boca.


Ingrid revirou os olhos e casualmente começou a inspecionar as unhas.


— A razão não importa. Ele é aquilo que fez a si mesmo, e não sou eu a pessoa a ter que viver com a vergonha.


Comecei a gaguejar, incapaz de conter minha própria raiva:


— Mas... Mas ele é seu filho! – exclamei. — Os dois são seus filhos! Você não se importa com eles, afinal?


— Mas é claro que eu amo os dois – retrucou Ingrid, enviando-me um olhar altivo. — E guarde as suas opiniões para assuntos que lhe digam respeito. Não se intrometa!


Minha vontade era de estrangular aquela cadela hipócrita, mas com as últimas palavras da mãe, a expressão de Daniel mudou.


— Você tem razão, mãe – disse ele, o queixo voltando a se erguer. Reconheci o momento em que a máscara já familiar voltou a assumir seu lugar. Ele lançou à Ingrid um sorriso forçado, mesmo que ela o ignorasse. — Cada um de nós tem que viver com os próprios erros, não é?


Robin finalmente deu um passo adiante. Eu coloquei minha mão em seu braço e o senti tremendo, o abalo emocional por causa de tudo aquilo trancado bem lá dentro. Sua atenção estava voltada para Daniel, que visivelmente tinha se retirado da conversa, fechando-se atrás de uma parede familiar de simpatia.


— Mano...


— Você sabia que nossa mãe está negociando a biografia da família Maguire com várias editoras? – perguntou Daniel, interrompendo o irmão mais novo. A cor que subitamente subiu às maçãs do rosto traiu a raiva que Ingrid estava sentindo, mas ele continuou: — Uma perspectiva íntima da dinâmica de nossa família. Desde nosso querido e falecido pai até o atual líder dos negócios da família. É claro que ela é a heroína sofredora desse drama sobre romance, dinheiro e espionagem corporativa. Consta que as propostas para o livro chegaram a sete dígitos antes de o último editor interessado pular fora... – Diante do olhar chocado de Ingrid, Daniel acenou com os dedos. — Você não é a única com contatos no mercado dispostos a lhe ajudar a ferrar mais alguém.


— Mas do que você está falando? Isso é absurdo...


— E – continuou Daniel, seu sorriso assustador se alargando – ela também está vendendo acesso ao seu filho bilionário. Se um executivo ou um homem de negócios não consegue marcar uma reunião com o executivo, bem, essa pessoa pode ser convidada “espontaneamente” para a casa da família, tudo convenientemente programado para terminar em um encontro com o novo presidente das empresas. Evidentemente, tudo isso por um preço justo, é claro.


— Tudo isso vindo de um homem que vende armas a ditadores e à escória da humanidade para que eles as usem a fim de matar pessoas inocentes? – A cor nas maçãs do rosto de Ingrid estava acentuada enquanto ela olhava com o nariz levantado para seu filho mais velho. — Como ousa vir até aqui com todo esse seu ar superior, vomitando todo esse lixo, depois do que fez?


— Pelo menos eu não escondo quem sou – murmurou Daniel, imitando a postura arrogante de sua mãe.


Ela se aproximou de Robin.


— Diga-me que não acredita nesse disparate – exigiu, com as mãos apoiadas nos quadris.


O olhar de Robin, no entanto, estava pousado com atenção no irmão, ignorando completamente a presença da mãe. Daniel não recuou diante daquele olhar duro.


— Você pode provar o que está dizendo? – perguntou finalmente.


— Posso – respondeu Daniel, ao mesmo tempo que a mãe bufava indignada diante daquela afronta.


— Você acredita mais na palavra dele do que na minha – dizendo isso, Ingrid deu um olhar desapontado para o filho caçula, cuja sinceridade, tendo em vista suas explosões anteriores, era evidentemente nula.


Será que ela sequer tem noção de como os outros a avaliam? Foi a pergunta que me fiz. Mas a julgar pelo modo como ela ignorava os seguranças e os demais presentes naquela sala, eu realmente duvidava. A mulher parecia estar trancada em seu pequeno mundo, e a opinião das pessoas sobre ela não tinha a menor importância. Mas que maneira horrível de viver...


Robin deu um passo adiante até ficar bem na frente da mãe. Ele se inclinou para ela e, embora eu não pudesse ver seu rosto, percebi que Ingrid recuou.


— Eu juro, mãe, que se o que ele está dizendo for verdade, eu vou...


— Você vai o quê? – desafiou ela de volta. — Me jogar do viaduto? Cortar as relações comigo? Ora, moleque, você realmente acha que é o primeiro macho Maguire a me fazer essas ameaças? – bufou Ingrid. — Como você acha que fiquei casada com seu pai por todos esses anos? Por causa de minha boa aparência, meu charme? Não, eu sempre tinha alguma coisa contra ele, essa era a única segurança que eu tinha. – Ela encarou o olhar de Robin com um dos seus, e a cor de seu rosto já havia sido drenada, restando apenas os cosméticos para lhe dar uma aparência de vida. — Eu sabia que aquele velho bastardo não ia me deixar nenhum centavo quando batesse as botas, mas como é que eu poderia adivinhar que o safado iria partir tão cedo? Vocês dois pensavam que eu não era diferente de seu pai, e talvez isso agora seja verdade, mas o fato é que a única pessoa com quem eu poderia contar era comigo mesma!


— Então você me atirou debaixo do ônibus – a declaração de Daniel não era exatamente uma pergunta, mas era óbvio que ele queria algumas respostas.


Ingrid empalideceu, como se o impacto de suas ações só lhe ocorresse naquele instante. Durante alguns momentos, sua boca se moveu sem emitir nenhum som.


— Isso nunca deveria ter ido tão longe... – disse ela finalmente, a voz quase inaudível. Brincou nervosamente com sua bolsa por alguns segundos, pegando um batom e um espelhinho, mas as mãos estavam tremendo demais para que ela fosse capaz de retocar a maquiagem. — Aquele bastardo do pai de vocês não me deixou um mísero centavo; na verdade, ele conseguiu amarrar na herança de Robin tudo aquilo que pensei que tivesse garantido para mim. E eu sabia que meus filhos não cuidariam de mim. Não pensem que eu não noto como você age na minha presença – acrescentou ela como um aparte a Robin. – Me impedindo de entrar na minha própria casa, agindo como se eu fosse uma criança. Você é tão mau quanto seu pai, supondo que eu não posso cuidar de mim mesma.


A acusação abalou Robin, mas Ingrid continuou:


— Tudo aconteceu tão rapidamente... Eu consegui encontrar o testamento dele e pude ler o suficiente, antes de os advogados chegarem, para saber que ele tinha me ferrado. Vivi mais de trinta anos com aquele cretino, dei filhos a ele, fingi não ver suas traições, fiz meu papel de esposa obediente, e ele não me deixou nada. Dirigi alguns comitês sem importância, aqueles que Robert avaliou serem perfeitos para minha evidente falta de capacidade. Cada um desses comitês tinha recebido uma alocação de verbas, as quais, somadas, davam um pouco mais de trinta milhões de dólares. – Ela ergueu o queixo. – Então eu peguei tudo.


— E me deixou levar a culpa? – exigiu saber Daniel.


— Na verdade, não pensei tão à frente assim... – retrucou Ingrid. – Eu sabia que estava com os dias contados, e que mais cedo ou mais tarde seria descoberta e teria que enfrentar as consequências. Por isso, gastei tudo que podia. Descobri que me livrar de todo aquele dinheiro, pelo menos sem atrair muita atenção, era mais difícil do que eu imaginava. No momento em que eu descobri que você era o principal suspeito – eu não me preocupei em participar da investigação por razões óbvias –, você já tinha fugido do país e eu ainda tinha uma parte considerável do dinheiro guardada. Então, fiquei com ele...


Daniel colocou as mãos no peito, sobre o coração.


— Puxa, como eu sinto por você, eu realmente sinto.


— Pode parar com essas besteiras, Daniel. Eu errei, pura e simplesmente. – E virou-se para Robin: — E agora, o que vai fazer?


— Isso mesmo, Robin – acrescentou Daniel –, o que você quer fazer a respeito?


O executivo não parecia em condições de falar ainda, obviamente surpreso com o rumo dos acontecimentos. Eu não tinha nenhum conselho a dar, apenas pude apertar seu braço em apoio silencioso. Mas que escolha horrível, pensei, transbordando de solidariedade por Robin, que olhava sua mãe, que batia o pé impacientemente para Daniel, que estava em silêncio com as sobrancelhas levantadas e, obviamente, esperava uma resposta imediata.


Então, a porta da frente foi aberta com um empurrão e uma familiar voz feminina gritou:


— Daniel!


Todas as cabeças se viraram em direção ao som, e um minuto depois uma desgrenhada Marian Laing tropeçou pela porta de entrada, seguida por um enorme segurança. Aquela beleza espetacular que parara o baile em Paris tinha desaparecido: pouquíssima maquiagem enfeitava o seu rosto, e as elegantes roupas estavam amassadas e desarrumadas, como se ela as tivesse jogado sobre o corpo de forma abrupta. O cabelo estava puxado para trás em um rabo de cavalo frouxo e, embora sua beleza natural ainda se mostrasse tão clara quanto o dia, o rosto estava muito menos severo, fazendo-a parecer mais jovem e mais vulnerável. Seus olhos rapidamente esquadrinharam a sala e foi óbvio, no momento em que ela descobriu Daniel, que era só nele que estava interessada.


Daniel, no entanto, olhou friamente para a garota.


— Eu disse para você ficar longe de mim – disse ele, a voz desprovida de emoção.


A reação de Daniel me surpreendeu, mas Marian suportou o desprezo. Ela estava balbuciando em russo, as costas rígidas e o rosto estoico, mas as lágrimas tinha se acumulado em seus olhos diante da rejeição gelada de Daniel. A bela mulher se aproximou até que ele ergueu a mão para afastá-la.


— Desculpe – gemeu Marian finalmente, com os olhos assustados.


— Eu disse que nunca mais queria ver você novamente – rugiu Daniel.


Seu olhar era terrível de ver, e, naquele momento, ele soava muito semelhante ao seu irmão. Marian fraquejou, dando um passo atrás. Esta não parecia a mulher chata e arrogante que eu conhecera; ao contrário, o desespero e a dor em sua voz e em suas atitudes exalavam por todos os poros, mesmo que o exato significado disso tudo permanecesse um mistério para mim. Troquei olhares com Robin, que parecia estar tão perplexo quanto eu.


O que está acontecendo?


Daniel apontou para Robin.


— É a ele que você deveria estar implorando por perdão – disse, a voz sombria, mas Marian continuou falando com ele em russo. Ela continuou segurando a cruz ortodoxa que me lembrei de ter visto em seu pescoço no baile de gala em Paris, implorando em vão a um Daniel com o rosto endurecido.


— Por que ela está aqui? – perguntou finalmente Robin.


Ao ouvir aquela pergunta, Marian de repente ficou em silêncio e pareceu retirar-se em si mesma, olhando para o chão e torcendo as mãos.


Daniel lançou um olhar de desprezo para a morena.


— Você queria saber quem tinha contratado o assassino para matar você...


Ele apontou um dedo para a beldade toda encolhida, dando ao irmão um sorriso contido.


— Surpresa!



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): thaystirling

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

No começo, eu não entendi muito bem o que ele quis dizer. A sala inteira ficou em silêncio por um momento, então Robin estalou os dedos e apontou para Marian. Imediatamente, os dois homens que a haviam escoltado para dentro do prédio agarraram os braços da jovem, segurando-a firmemente no lugar. Só então o significado da ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 0



Para comentar, você deve estar logado no site.


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais