Fanfics Brasil - 24 - Cara A Cara Subordinada Ao Prazer

Fanfic: Subordinada Ao Prazer | Tema: Once Upon A Time


Capítulo: 24 - Cara A Cara

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— É um fato raro eu encontrar um de meus alvos cara a cara – disse ele finalmente, arqueando uma das sobrancelhas. – Claro, também é um fato raro que um de meus alvos me veja e viva para contar a história. Verdade seja dita, eu prefiro desta forma, ficar observando o rosto de uma pessoa nos momentos finais. – Ele riu, o som oco de sua voz sem nenhum sinal de alegria verdadeira. – Também é claro que você nunca foi meu alvo até sobreviver ao meu veneno. Menina ardilosa, essa...


O sorriso artificial no rosto do assassino não alcançava seus olhos, o que despertou um tremor em mim. Seus olhos eram mortos, poças escuras sem vida. Eu me esforcei para me manter sob controle, apertando os lábios para não deixar escapar nenhum som. Estava determinada a não implorar e a não pedir, mas a perspectiva de morrer me deixava fraca demais e me agarrei ao retrovisor do carro para não cair.


— Não me entenda mal, não é que eu não aprecie esse nosso tempo juntos – o assassino olhou o relógio –, mas temos menos de dez minutos antes que a cavalaria chegue. Seis, se eles tiverem um método qualquer de rastrear vocês que eu desconheça. Essas fábricas formam um labirinto, é difícil sair dele mesmo com um mapa em mãos. – Esticando a mão para suas costas, ele puxou uma arma preta, acariciando o cano com a mão livre e sem tirar os olhos de mim. Ele me viu olhando e encolheu os ombros. – Sabe, foi um duro golpe para meu ego profissional quando ambos sobreviveram à minha tentativa de envenenamento. Esse vai ser um truque que não usarei mais, porém, mesmo assim, preciso corrigir meus erros.


Eu mantive meus olhos no homem, tentando desesperadamente controlar minha respiração. Uma dúzia de cenários passava pela minha cabeça, e eu tentava descobrir qual deles era o mais efetivo para fugir dali: uma luta corpo a corpo, sair correndo, mergulhar fundo no mar... Mas em cada um desses cenários, eu saía perdendo. Isso era ruim. A confiança tranquila no rosto dele me disse tudo o que eu precisava saber: suas habilidades de caça eram muito maiores do que as minhas de fuga, especialmente ali, em campo aberto. Uma dormência evidente começara a se espalhar por meu corpo enquanto eu o observava preparando sua arma. Então, vai ser assim? Sou apenas isca para atrair Robin para a morte?


Um tubo estreito apareceu em uma das mãos do homem, e ele casualmente o conectou ao cano da pistola, girando-o para fixar. O assassino inclinou a cabeça para um lado e me estudou.


— Você é muito corajosa – comentou ele. – A maioria dos meus alvos estaria implorando por suas vidas agora mesmo.


Eu faria isso se achasse que valeria a pena. O vento se levantou da água do mar, as ondas quebrando nas paliçadas de madeira abaixo de nós, balançando o chão sob meus pés. Meu próprio tremor cessou com a percepção paralisante de que eu estava prestes a morrer.


— Prefiro fazer as coisas cara a cara, como estamos agora – continuou ele –, mas a maioria das pessoas sai correndo e eu tenho de matá-las com um tiro nas costas. Negócio chato, que quase tira a dignidade e o prazer do serviço. – Ele levantou a arma e a apontou para o meu rosto. — Não se preocupe, querida, você vai rever seu amado bilionário daqui a pou...


Algo assobiou passando rente ao meu ouvido e o assassino virou de lado, caindo no chão. Fiquei ali de pé, olhando em silêncio e paralisada enquanto ele se debatia no chão, gemendo de dor e segurando o ombro, então o bom senso inundou meu corpo de volta com um sentimento de vingança. Girei o corpo para fugir, mas ainda não tinha dado um passo sequer quando uma mão agarrou meu tornozelo e eu caí no chão. Consegui me recuperar da surpresa, esfolando meus joelhos pela primeira vez desde que era criança ao me arrastar pelo chão, imensamente grata a Will por ter prendido minhas mãos na frente do corpo. No entanto, guinchei quando agarraram meus cabelos e fui puxada para trás e por cima do assassino, até me encontrar totalmente em cima de seu corpo.


— Aquele filho da puta... – murmurou ele, e não entendi sobre o que estava falando até que um pequeno dispositivo apareceu em sua mão.


O objeto tinha dois pequenos botões, um azul e outro vermelho, e se parecia muito com uma chave de carro eletrônica. Eu percebi, horrorizada, que aquilo provavelmente era o dispositivo que iria detonar a bomba presa em Belle.


— Não!


Agarrei a mão dele, lutando para pegar o controle. Alguma coisa tinha obviamente dado muito errado: ou Will o tinha traído, ou a cavalaria havia chegado mais cedo do que o previsto, mas isso realmente não tinha importância. O fato é que eu não podia permitir que ele apertasse aquele botão. Tudo o que eu conseguia ver diante de meus olhos era a expressão de pânico de Belle na hora em que ela me viu, seus gritos para não me deixar ali, mesmo com Will a levando embora, e eu não podia pensar em permitir que ela morresse. Pelo menos não sem lutar.


O assassino não esperava minha resistência, e eu quase consegui arrancar o controle de sua mão, mas ele revidou. Um de seus braços estava totalmente inutilizado, o sangue derramando-se de um grande ferimento no ombro, por isso a luta estava quase empatada entre minhas mãos algemadas e seu braço machucado. Também percebi rapidamente que ele me usava como escudo contra um novo disparo do atirador e não queria perder essa proteção, mesmo assim enrolou uma de suas pernas em minha cintura e me empurrou para baixo, tentando arrancar o dispositivo de minhas mãos.


Um vislumbre de triunfo passou pelo meu rosto quando consegui pegar o pequeno aparelho de plástico e afastá-lo de sua mão, mas antes que eu pudesse atirar o dispositivo na água, um cotovelo explodiu na lateral de meu rosto. A dor se espalhou por todo o crânio e eu, atordoada, hesitei por um segundo, o suficiente para a mão dele ficar em cima da minha, tentando arrancar o controle de meus dedos. Com um zumbido nas orelhas, tentei segurar o pequeno aparelho, mas outra cotovelada, dessa vez no meio do peito, expulsou para longe o ar de meus pulmões. Atordoada, lutava para respirar e vacilei por tempo o bastante para ele arrancar o controle de minhas mãos. A raiva e o triunfo contorciam o rosto do assassino, e eu assisti impotente ao momento em que ele apertou o botão vermelho.


Nada aconteceu.


Ele piscou, então olhou para os controles. Seu dedo deslizou novamente sobre o botão vermelho, mas o que ele esperava, evidentemente, não se materializou, pelo que pude ler em sua expressão.


— Bem, foda-se – disse ele, os ombros caindo em sinal de derrota.


Joguei minha cabeça para trás, levando meu crânio contra seu nariz e sua boca. O impacto me atordoou novamente, mas o aperto dele afrouxou e eu rolei para o lado, o mais longe que pude. Nossos olhos se encontraram quando seu braço bom levantou-se, apontando a arma diretamente para mim.


Então, a parte de trás de sua cabeça explodiu, e ele caiu de volta para o asfalto.


Com o corpo inteiro tremendo, eu lutava para respirar, mas não conseguia afastar os olhos daquela visão macabra. A histeria ameaçou me invadir, soluços forçando-se através de meus lábios enquanto eu lutava para ficar de pé, o peito doendo onde a cotovelada havia me acertado. As lágrimas, porém, não vieram, uma dormência generalizada tomou conta de mim e tudo que eu podia fazer era olhar para o rosto impassível do assassino, o buraco no seu crânio, e... aquele amontoado sangrento atrás da cabeça. Acho que vou vomitar.


Não sei por quanto tempo fiquei ali, olhando aquela poça de sangue diante de mim, até que ouvi pneus de carros se aproximando de onde nós estávamos. Entorpecida demais para me mexer, fiquei assistindo quando sedãs escuros e SUVs se moviam, cercando-nos na estreita passagem. Pessoas vestindo aqueles uniformes escuros tão familiares, e que eu tinha visto por quase uma semana, saíram dos veículos, espalhando-se pelo local. Ninguém dos que estavam a serviço de Robin se aproximou de mim, embora um dos homens tenha gentilmente recolhido o controle remoto que havia deslizado da mão do assassino quando ele foi baleado. Por mais que eu quisesse lhes dizer alguma coisa, contar-lhes o que era aquilo, não consegui levantar meus olhos do rosto do homem morto, sua expressão de espanto congelada para sempre.


Um som estranho, parecido com o de uma ventania, se aproximou e eu finalmente virei minha cabeça, para ver um helicóptero aparecer através da névoa sobre a água. Um homem alto estava de pé em um dos trens de pouso e, assim que o veículo se aproximou do solo, pulou, pousando sem esforço e correndo em linha reta na minha direção. O longo rifle traspassado sobre seu ombro batia por causa de seu andar a galope. Quando se aproximou, caiu de joelhos e imediatamente me pegou em seus braços.


Meu corpo tremia, de maneira incontrolável e selvagem, e um soluço explodiu, abrindo caminho para fora, quando finalmente cedi às emoções que tinham sido guardadas por tanto tempo. Agarrei-me a Robin quando ele me pegou com suavidade, me mantendo pressionada firmemente contra seu corpo, e fui carregada para uma das SUVs que estavam à espera.


OQ


A volta para casa transcorreu em silêncio, pelo que serei eternamente grata. Robin me manteve em seu colo, suas mãos acariciando minhas costas e meus braços em um ritmo que ajudou a me acalmar. Não havia nenhuma demanda em seu toque, quem sabe uma pitada a mais de proteção possessiva, não sei, mas eu de fato necessitava desesperadamente dessa forma de segurança. A dormência de antes tinha desaparecido, mas eu estava cansada demais para chorar ou gritar. Tudo que eu queria era enroscar-me com segurança num sofá em uma sala escura, longe de tudo e de todos, e tentar esquecer as últimas horas.


Meu cérebro, porém, insistia em reviver aquelas cenas horríveis: o guarda morrendo na minha frente na cozinha da casa, os momentos finais de Marian, os lamentos de Belle quando ela foi levada para um lugar seguro e o qual me foi negado, a cabeça do assassino explodindo em um mar de sangue. Quando encontrei uma gota daquilo que pensei que fosse sangue em uma das mangas de minha camisa, enquanto estava na SUV com Robin, quase enlouqueci tentando tirar a roupa contaminada. Apenas a voz profunda de Robin, suas mãos poderosas habilmente afastando as camadas mais machucadas de mim, me impediu de cair na histeria em que eu tanto desejava me abandonar.


Qualquer esperança de um pouco de solidão, no entanto, foi frustrada quando vi os veículos que se enfileiravam na frente da mansão, rostos desconhecidos e uniformes montando guarda na entrada. Eu choraminguei quando a porta do carro de Robin se abriu, não querendo fazer parte de mais um desses circos, apenas me agarrei a seu pescoço quando ele me levou para fora do veículo. Seus lábios roçaram meu ouvido quando perguntou, seu hálito quente em minha pele:


— Você consegue andar sozinha?


A vontade de responder que não, para ficar em segurança encostada contra o corpo dele pelo maior tempo possível, foi uma forte tentação. Eu balancei a cabeça, no entanto, uma faísca de independência começando a incitar-me para tomar o controle de mim mesma. Robin, porém, não me liberou por vários segundos ainda, enquanto caminhávamos no meio da multidão desconhecida, e gentilmente me deixou sozinha depois de passarmos pela porta da casa. Vacilei por um instante, mantendo minha mão presa em seu braço, mas ele não pareceu se importar com isso.


— Mas quem são essas pessoas? – finalmente perguntei, limpando a garganta.


Minha voz soou grossa até para meus próprios ouvidos, provavelmente devido ao meu choro mais cedo.


— Eles são funcionários do governo, estão aqui para levar meu irmão preso.


Os lábios de Robin formavam uma linha fina em meio ao seu rosto. Eu não conseguia adivinhar se ele aprovava isso ou não, mas a ideia de Daniel passar um tempo na cadeia era de fato desanimadora. No saguão, o homem olhava para um saco para cadáveres ali perto, com um olhar cansado estampado no rosto. Os olhos de Daniel seguiram o corpo quando dois homens com o uniforme do serviço funerário o levantaram e o levaram para fora. Então ele olhou para mim. O alívio brilhou rapidamente em seu rosto.


— Estou feliz que você esteja bem, minha querida – disse ele, com um leve aceno de cabeça. — Já houve muitas baixas no desastre de hoje.


— Obrigada por sua ajuda – respondi, suspirando. – Eu gostaria que as coisas não tivessem terminado desse jeito para você...


— Foi o risco que corri ao vir até aqui. – Daniel deu de ombros, um dos lados de sua boca se levantando em uma espécie de sorriso. — Mas aprecio sua preocupação. É... Uma coisa meiga...


Fiz uma careta, tentando entender se aquela declaração tinha sido um elogio ou um insulto, e esse meu dilema pareceu diverti-lo.


— Adeus, minha gentil dama – disse ele, enquanto os agentes de terno o puxavam para fora da casa. – Espero que possamos voltar a nos ver em breve.


Robin deu um passo para o lado, bloqueando a passagem através da porta.


— Mano... – começou a dizer, mas Daniel balançou a cabeça.


— Não! – disse Daniel. – Não quero ouvir isso, não importa se você estiver se desculpando ou me condenando, não quero ouvir. A verdade está aí e agora cada um de nós tem que viver com as consequências de nossos próprios atos.


Os irmãos olharam um para o outro por um momento, dois perfis que se combinavam recortados contra a fraca luz do lado de fora da casa. Finalmente, Robin saiu do caminho, e Daniel foi levado em silêncio para a viatura que o esperava. Eu observei, um tanto decepcionada, enquanto o carro que levava ele e os vários agentes se dirigia para o portão principal.


Robin procurou em volta do saguão de entrada.


— Onde está minha mãe? – perguntou a um guarda que estava próximo.


— As autoridades tomaram um breve depoimento dela e, em seguida, disseram que ela estava livre para ir embora, senhor.


Os lábios do executivo se apertaram por um breve instante, e ele deu um suspiro. Eu franzi a testa, porque esperava mais daquela mulher odiosa, mas supus que os hábitos de toda uma vida eram difíceis de abandonar. Pus uma mão no braço de Robin e logo fiquei tensa quando reconheci outra figura familiar que vinha caminhando em nossa direção.


Will trazia um olhar cauteloso em seu rosto, mas, para minha surpresa, não usava algemas. Belle não estava à vista e, embora eu quisesse muito saber se ela estava bem, me mantive em silêncio.


— Fico feliz em ver que você está bem – disse o homem para mim.


Eu me aproximei de Robin, a suspeita e a desconfiança ecoando em meu cérebro. Apesar de saber por qual motivo ele tinha me sequestrado, de conhecer a situação absurda na qual ele havia sido colocado, eu não me via em condições de perdoar suas ações. E ver aquele homem naquele momento só trouxe de volta as lembranças horríveis de um pano sobre minha boca, o aroma enjoativo da droga para dormir infiltrando-se pela minha garganta e o terror de vê-lo me abandonar ao meu próprio destino.


— Obrigado – disse Robin do meu lado, seu braço me puxando mais apertado contra seu corpo. Seu corpo permaneceu rígido enquanto ele se dirigia ao guarda-costas. — As coisas poderiam ter saído muito diferentes sem sua ajuda.


Will assentiu com a cabeça.


— Eu consegui encontrar um freezer pesado dentro de um dos prédios ali perto. Ele bloqueou o sinal por tempo suficiente para que eu pudesse desarmar a bomba que estava presa em Belle. – Seu olhar se voltou para mim. — Me disseram que devo agradecer a você pelo atraso extra no disparo.


Confusa, eu me virei para olhar para Robin. Ele ajudou? Como?


— A referência a Kosovo – explicou Robin, respondendo à minha pergunta silenciosa. — Nosso informante na missão nos levou a uma armadilha, nos dando falsas informações que ocasionaram a morte de vários de nossos companheiros. Entretanto, ele teclou as novas coordenadas pelo celular, para que pudéssemos completar a missão de qualquer maneira. – Seu olhar poderoso nunca deixou de estudar o enorme guarda-costas. – Estou feliz que o resultado tenha sido melhor dessa vez.


Will encolheu os ombros, mas seus olhos se apertaram em um estremecimento.


— Belle não está feliz com a forma como eu lidei com a situação. – Ele olhou para mim. – Ter deixado você para trás com o assassino pode ter custado meu casamento.


Parte de mim queria desesperadamente confortá-lo... Eu, mais do que ninguém, vi quanto ele adorava a esposa, mas não consegui soltar nenhuma palavra de conforto de meus lábios. Tudo ainda estava muito fresco em minha memória, muitas lembranças ruins e sensações com as quais eu deveria lidar antes de me sentir confortável na presença daquele homem. E acho que ele percebeu isso, porque vi o pesar em seu rosto.


— Gostaria de ter pensado em outra forma... – disse ele, olhando para mim.


E antes que eu pudesse esboçar qualquer reação, Robin deu um passo adiante. Seu braço já estava em movimento e seu punho explodiu no queixo de Will com um estalo poderoso. O homem cambaleou para trás, caindo no chão, enquanto Robin se erguia sobre a figura prostrada.


— Você está demitido.


Um protesto se alojou na minha garganta enquanto eu olhava alternadamente para os dois. Um momento silencioso se passou entre os dois, e então Will assentiu:


— Eu esperava algo pior.


Robin se adiantou, estendendo a mão, e ajudou Will a se levantar.


— Você ainda tem meu respeito, mas não posso me dar ao luxo de confiar em você novamente – ele disse, afastando-se. — Pegue suas coisas no barracão e saia da propriedade em meia hora; depois tratamos de encerrar nossa sociedade.


Will assentiu com sobriedade e então se virou para mim:


— Se isso vale alguma coisa, sinto muito pela forma como agi.


— Sua esposa foi sequestrada – respondi, surpreendendo-me. — Você fez o que achou que tinha que fazer e conseguiu alertar a cavalaria para me resgatar. – Eu me esforcei para encontrar as palavras para continuar, ainda em conflito sobre os acontecimentos do dia. Meu Deus... Eu estou mesmo perdoando aquele homem? — Espero que você e Belle possam resolver as coisas – concluí sem muita convicção, incapaz e sem muita vontade de absolvê-lo, naquela hora. A presença dele ainda me deixava nervosa, e me aproximei mais de Robin. Will viu meu movimento e a tristeza brilhou em seus olhos.


— Cuide dele – Will disse, a declaração me pegando de surpresa, e então se virou e caminhou em direção à porta.


Ergui os olhos para Robin, que observava a porta por onde seu velho amigo tinha acabado de passar. Ele deve ter sentido meu olhar, porque virou a cabeça para me ver. Meus lábios se abriram quando fui atingida novamente pela impressão de que ele era realmente lindo e levantei minha mão para acariciar seu rosto. Uma enorme mão escorregou e cobriu a minha, e ele deu um beijo suave na palma, o que enviou fagulhas por todo meu corpo. Sem pensar direito, atirei meus braços em volta de seu pescoço e escondi minha cabeça em seu peito, sufocando os soluços que estavam querendo se formar. Eu estou segura.


E eu sabia, sem sombra de dúvida, que estava irrevogável e loucamente apaixonada por aquele homem diante de mim. A emoção explodiu através de meu corpo, me deixando tonta com a sensação de que eu estava louca de paixão por aquele homem bruto, mas gentil, que eu tinha conhecido havia apenas poucos dias. Mesmo meu lado racional, a parte que tinha protestado contra essa tola noção antes, concordava em silêncio.


O braço de Robin cobriu meus ombros e ele beijou o alto de minha testa ao mesmo tempo que outro guarda passou pela porta. Olhei meio de lado e percebi que o jovem parecia meio nervoso.


— Eu... Senhor...


— Sim? – respondeu Robin, mantendo-me ainda firmemente presa contra seu corpo.


O jovem engoliu em seco, parecendo relutante em falar.


— Os... Hã... Os agentes do governo acabam de chegar ao portão principal, senhor – disse ele finalmente, colocando as mãos atrás do corpo e ficando em pé, em posição de sentido. A postura militar parecia dar-lhe mais confiança. — Eles estão aqui para buscar seu irmão.


Eu pisquei, confusa, e olhei para Robin. Seu rosto ficou pálido por um momento, então ele começou a xingar.


Abaixando a cabeça contra o tronco de Robin, eu escondi o sorriso provocado pelo truque engendrado por Daniel, maravilhada com os acontecimentos daquele dia.



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Autor(a): thaystirling

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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