Fanfics Brasil - 7 - Você Nunca Perguntou Subordinada Ao Prazer

Fanfic: Subordinada Ao Prazer | Tema: Once Upon A Time


Capítulo: 7 - Você Nunca Perguntou

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Paris era tão deslumbrante à noite quanto à luz do dia, mas eu estava nervosa demais para perceber


Alisei o caro vestido com as mãos, observando através das janelas da limusine enquanto os prédios da cidade passavam. A agitação dentro de mim naquele momento tinha mais a ver com o medo de onde estava me metendo e menos com o homem que estava ali sentado a meu lado, com uma mão enorme mantendo um aperto possessivo em minha coxa.


Há apenas 48 horas, eu estava lutando para sobreviver, preocupando-me com o fato de que não ter onde morar estava a apenas um salário de distância. Então, toda enfeitada com um vestido e um par de sapatos que custavam pelo menos três de meus salários e a caminho de uma festa de gala beneficente na companhia de um dos homens mais ricos do mundo, aquela pessoa parecia a anos-luz de distância.


Fiquei me beliscando para ter certeza de que não estava sonhando, mas, depois de fazer isso durante todo o dia, confirmei que o que acontecia era mesmo real.


— Você parece nervosa.


Aquelas palavras suaves me fizeram engolir em seco. Olhei para a mão pousada em minha perna, assistindo enquanto um polegar espesso acariciava preguiçosamente o tecido, mas não consegui manter meu olhar muito tempo assim.


— Estou apavorada – admiti, mas não consegui dizer mais nada porque minhas emoções confundiram todos os pensamentos em minha mente.


Robin emitiu um murmúrio baixo, como sinal de reconhecimento pela minha resposta, e voltamos a ficar em silêncio. A Torre Eiffel resplandecia no horizonte escuro, como um farol brilhante sobre a cidade ainda atarefada, mas nem mesmo essa visão conseguiu afastar-me de meu abatimento atual.


— Que lugar você mais gostaria de conhecer na França?


A pergunta me surpreendeu. Levantei os olhos e notei seus olhos verdes me encarando, pensativos.


— Perdão...? – indaguei.


Robin apontou para a cidade que passava pelas janelas do carro.


— A maioria das pessoas quer ver a Torre Eiffel ou visitar as vinícolas, entre tantas outras opções. E você, qual seria a coisa que mais gostaria de fazer?


Não considerei a questão relevante naquele momento em particular, mas eu sabia qual era a resposta. Sabia disso desde minha infância.


— Conhecer as praias da Normandia.


Ele piscou lentamente. Fiquei com a impressão de que eu tinha conseguido surpreendê-lo.


— Sério? – replicou.


Sorri diante da perplexidade confusa que notei em seus olhos.


— Meu bisavô foi piloto de caça da RAF; eu cresci assistindo a filmes e documentários, a qualquer coisa sobre o assunto. Acho que seu amor pelo assunto me contagiou...


— RAF? – perguntou Robin, o interesse acendendo em seus lindos olhos. — Seu bisavô era britânico?


Neguei com a cabeça.


— Canadense. Ele morreu antes de eu nascer, mas meu pai sempre me disse que ele contava as melhores histórias. – Percebi que falar sobre meu pai era uma coisa dolorosa, mas estranhamente catártica. Por quase três anos, eu tinha evitado até mesmo pensar em meus pais, mas agora essas lembranças me permitiam até sorrir e relaxar. – Ele adorava assistir a maratonas de documentários nos canais de história durante os festejos militares. Mamãe sempre o chamava de inútil, e as brigas constantes durante aqueles fins de semana, mas ela o deixava assistir aos filmes sem problema. Ele tinha uma foto na prateleira acima de nossa lareira, a qual fora tirada muito antes de eu nascer, quando ele estava na Utah Beach, fazendo pose ao lado de alguns destroços da guerra que permaneciam presos na areia.


Olhei para cima e vi Robin me observando com uma expressão estranha, como se estivesse ansiando por aquilo... Mas seu rosto se fechou imediatamente, adotando sua máscara neutra normal, deixando-me refletir sobre o que exatamente eu tinha visto. Por que um bilionário iria invejar aquela minha vidinha insignificante e trivial?


— E você? – perguntei, rezando para não parecer que estava bisbilhotando. – Alguém de sua família lutou na guerra?


Robin balançou a cabeça.


— Meu pai era muito jovem e duvido que tivesse ido, de qualquer maneira. Nossa família fez seu primeiro milhão a partir do movimento da guerra, no entanto.


Eu inclinei minha cabeça, detectando uma pitada de amargura naquela declaração.


— Eles construíram navios e armas?


— Não, eles venderam as matérias-primas necessárias para o governo e com um lucro enorme. Quando a guerra acabou, minha família estava mais rica do que nunca.


A raiva na voz dele me deixou confusa. Será que ele estava envergonhado pela conduta da família?


— Bem, nem todo mundo podia lutar na guerra – disse eu. – Meu avô paterno era um piloto de caça, mas o meu avô do outro lado não passou no exame físico e teve que ficar para trás. Ele acabou montando navios e barcos torpedeiros.


Algo cintilou em seus olhos.


— Não foi a minha intenção...


Coloquei a mão em sua perna.


— Eu sei. O que eu tentei dizer é que sua família ajudou na guerra também, não importa qual tenha sido a motivação. Não é algo por que deva se sentir culpado...


Algo me disse que o executivo nunca havia considerado a situação sob esse prisma. Como deve ter sido difícil sentir-se envergonhado da própria família, pensei, porque foi essa a impressão que tive a partir de nossa breve conversa. Ergui os olhos e vi que Robin estava me olhando silenciosamente, seus olhos me sondando. De repente, consciente de mim mesma, limpei a garganta e comecei a brincar com a bolsa que estava sobre o colo. A mão sobre meu joelho deslizou pela minha perna e se colocou ao redor de minha cintura. Então, subitamente, me arrastou para o lado até que fiquei sentada cara a cara com ele. Engoli em seco diante do olhar penetrante que me deu quando seus olhos empurraram uma mecha de cabelo para trás.


— Você está linda esta noite.


Aquela voz profunda ressoou através de mim, colocando meu corpo em chamas. Eu enrubesci e dirigi meus olhos para o lado, apenas para que ele tomasse meu queixo e puxasse suavemente minha cabeça, para que mais uma vez eu o enfrentasse. Seus olhos percorreram meu rosto e então sua mão seguiu levemente adiante, traçando a borda de minha testa e da mandíbula.


— Serei invejado por todos os homens que estiverem na festa.


Engoli em seco, a respiração sôfrega em minha garganta diante daquele olhar apaixonado. A mão por trás de mim submergiu, abrangendo todo o meu traseiro através do tecido verde do vestido, enquanto seus dedos e olhos percorriam todo meu corpo pelo decote. Suspirei, o corpo cedendo às suas exigências não ditas, deleitando-se com o momento.


Aquele dia tinha passado voando como um sonho louco, impossível. Meu chefe havia me levado a algumas das mais modernas (e mais caras) lojas de roupa da cidade em busca de um vestido para mim. Já havíamos visitado três dessas butiques antes de encontrar o que eu achei que seria o perfeito. Aparentemente Robin concordou, porque ele o comprou no ato, assim que saí do provador. Aquela peça verde sem mangas me fez sentir muito sexy, acentuando minhas curvas de uma maneira que eu jamais tinha imaginado. Então, fui levada a um salão de beleza para sofrer o restante da transformação. Os assistentes usaram um aerógrafo para aplicar a maquiagem, algo que eu nunca havia experimentado antes. Embora eu tivesse gostado de ver o processo, eles me negaram o espelho da parede, deixando-o longe de mim durante todo o procedimento. Mais tarde, no entanto, me fizeram girar ao redor dele, e, apesar de eu nunca ter me importado muito com maquiagem, o resultado de fato me impressionou. A maquiagem fez com que minha pele parecesse impecável.


A mão nas minhas costas subiu para meu pescoço, segurando apertado. Ele me puxou para perto num movimento que eu pensei que seria de um beijo, mas ele parou bem perto.


— Diga-me – disse ele, sua outra mão deslizando por baixo da fenda alta que havia na lateral do vestido. — Você já está molhada para mim?


Sempre. Engoli em seco, o coração acelerado enquanto seus dedos se arrastaram em direção à minha coxa. Ele brincou com a parte superior de minhas meias até as coxas e, em seguida, novamente em direção ao meio de minhas pernas.


O vestido verde-escuro exigira lingerie diferente daquele conjunto branco que Robin havia me dado de presente pela manhã. Ele tinha escolhido outro conjunto e então, quando voltamos para o quarto do hotel no final da tarde, insistira em me despir de minhas roupas e me ajudar a colocar a nova roupa de baixo. A coisa toda parecera incrivelmente erótica, mas Robin não fez nenhuma exigência apesar da ereção que pude ver se manifestando por baixo de suas calças. Sua aprovação, no entanto, havia aquecido outras partes em mim; era uma sensação gostosa sentir-me desejada.


Aquela lembrança em si me deixou mais quente, e eu soltei um gemido apertado, abrindo minhas pernas para seu toque inquisidor. Seus dedos deslizaram ao longo de minha calcinha, pressionando-se contra mim sem realmente me tocar. Estremeci. Escutei sua risada profunda quando ele fez isso de novo, e então levantou o queixo para beijar minha testa.


— Parece que vamos ter que esperar – murmurou, e eu dei um suspiro de decepção quando ele me colocou com firmeza ao lado dele novamente. — Hoje à noite, no entanto, você é minha. – A promessa em sua voz me fez tremer em antecipação.


Viramos na rua, indo em direção a um edifício bem iluminado. Uma multidão de pessoas se aglomerava na entrada, e eu fiquei tensa novamente. Robin apertou minha perna, e eu me forcei a relaxar, pegando minha bolsa, que estava apoiada ao lado dos meus pés. O carro diminuiu a velocidade na frente do edifício até parar completamente, e então ouvi o motorista saindo.


É hora do show, pensei, as mãos se retorcendo ao segurar a bolsa. Embora não tivesse tanta gente na rua quanto eu temia, porque a maioria já tinha entrado no edifício, ainda havia uma quantidade suficiente para fazer meu coração disparar.


A porta se abriu e Robin saiu do carro primeiro, estendendo a mão enquanto eu deslizava para a porta do carro. As luzes piscavam quando saí, muito consciente do vestido justo e dos saltos altos. O sólido braço de Robin me guiava sem esforço através da fila de pessoas, dando-me um firme apoio ao qual me segurei. Embora eu soubesse como andar de salto alto, a atenção que nós recebíamos me fez sentir como uma idiota desastrada. Fui obrigada a me concentrar para não cair ou bancar a tola. Soltei um suspiro de alívio quando chegamos até a entrada do edifício e as câmeras e os repórteres balbuciantes desapareceram ao fundo.


Robin tinha me passado muito pouca informação, talvez deliberadamente, sobre aquela festa de gala. Eu sabia apenas que ocorreria no Port de Versailles e seria um evento beneficente. O grande número de pessoas que já estavam lá, e a forma como elas se movimentavam, me deu a impressão de que ainda não tínhamos chegado nem perto do início das festividades. Uma rápida espiada na agenda de eventos apertada entre as minhas mãos confirmou minhas suspeitas de que havia muitas outras coisas acontecendo além daquilo que eu vi. Passando os olhos pela lista, apontei para um nome.


— Você não me disse que era o convidado de honra.


Robin ergueu os ombros com suposto desinteresse, como se não fosse importante, e nos guiou até a área central. Uma orquestra de música clássica tocava ao fundo, perto do palco, e algumas poucas pessoas estavam na pista de dança, mas a maioria se amontoava em grupos espalhados por todo o salão.


— Ah, meu amigo, fico feliz que tenha conseguido comparecer à nossa pequena soirée... – Um homem alto veio em nossa direção e segurou a mão de Robin em um aperto vigoroso. Ele estava vestindo um smoking, com gravata-borboleta. — Posso imaginar que você acabou de chegar?


— Olá, Jefferson – disse Robin como uma forma de saudação, um pequeno sorriso brincando em seus lábios. Sua aprovação parecia genuína, e ele obviamente tinha um carinho especial por ele. — Obrigado pela honra do convite.


Jefferson riu.


— Sempre modesto, quando tantas vezes é você quem financia esses nossos pequenos empreendimentos.


Eu pisquei e desviei um olhar para meu chefe. Ele parecia imperturbável com o elogio, e eu percebi que parecia bastante provável que a história fosse verdade. Eu não sabia que ele contribuía para obras de caridade. Na verdade, existia muita coisa que eu não sabia sobre o homem que estava ao meu lado, e minha própria ignorância começava a me frustrar.


— Quem é sua linda acompanhante esta noite? – perguntou Jefferson, chamando minha atenção de volta para o presente.


— Permita-me lhe apresentar a senhorita Regina Mills, minha mais nova assistente. Jefferson Stan é o homem responsável por todo este negócio.


Enchanté, mademoiselle.


Jefferson pegou minha mão e depositou um leve beijo sobre meus dedos. Senti a mão de Robin em minhas costas apertar, os dedos cravando no tecido de meu vestido.


— Enchantée, monsieur – cumprimentei-o em troca, então fiz um gesto abrangente para o grande salão. — Cette salle est merveilleuse. Este lugar é maravilhoso.


O rosto de Jefferson se iluminou.


Ah, mais vous parlez en français! Ah, você fala francês!


Un peu; je suis née au Québec avant  de déménager à Nova York. Só um pouco, eu nasci em Quebec  antes de me mudar para Nova York.


— Ah, franco-canadense. – Jefferson sorriu para mim, obviamente satisfeito, e eu lhe devolvi o sorriso. – Bem-vinda a Paris, mademoiselle.


Eu podia sentir o peso do olhar de Robin, mas o ignorei, fingindo estar analisando a agenda dos festejos. O livreto listava diversas apresentações de caridade durante o dia, mas chegava ao fim pela noite, deixando apenas o jantar e a cerimônia de encerramento.


— Ah, antes de ir, Robin, há uma coisa que você deve saber. – Jefferson inclinou-se perto do homem mais alto, e disse em voz baixa: – Daniel está aqui esta noite.


Robin endureceu e, quando eu olhei seu rosto, parecia feito de pedra. Jefferson fez menção de se desculpar por ter dado aquela notícia.


— Eu não sei como ele recebeu um convite, mas era legítimo e então, lhe foi dada a permissão de entrar.


Fingi estar ocupada com meu vestido, curiosa para saber sobre quem eles estavam falando, mas tentei não parecer intrometida. A mandíbula de Robin estava cerrada, marcando um músculo tensionado no queixo, mas então seu rosto suavizou-se:


— Obrigado pela notícia, Jefferson.


O homem assentiu com a cabeça e virou-se para outro casal que parecia estar chegando, já que passou ao largo. Agora que já não estávamos em frente à imprensa, eu me senti muito mais confortável para caminhar normalmente, mas ainda assim tive que me esforçar para manter-me ao lado de Robin. Suas largas passadas nos levaram para o meio do salão. De repente, senti o peso de muitos olhos sobre nós. Cerrei os dentes e tentei ignorar os olhares indiscretos.


— Você nunca me disse que falava francês.


Eu estava esperando algum comentário sobre minha troca de palavras com Jefferson e, apesar de uma vibração nervosa em meu ventre, consegui estampar um discreto sorriso de triunfo.


— Você nunca perguntou.


Minha resposta foi atrevida, por isso olhei para cima a fim de vê-lo contemplando-me, com uma expressão perplexa em seu rosto.


— Então, durante a entrevista, quando disse que tinha passaportes, assim, no plural...


Assenti com a cabeça.


— Tenho dois passaportes. Um canadense e outro americano. Minha mãe era americana, mas se mudou para o Canadá depois que se casou com meu pai. Cresci em Quebec, e então nós nos mudamos de volta para Nova York quando minha avó, mãe de minha mãe, faleceu. Eu tinha 14 anos na época.


— Você teve uma vida interessante, Srta. Mills.


Mais uma vez, conseguia perceber a aprovação em seu rosto e isso me aqueceu até a ponta dos dedos. Surpreender aquele homem era uma coisa um tanto difícil e arriscada, provavelmente, mas dessa vez eu consegui sair ilesa.


Eu senti diversos olhos assistindo aos nossos movimentos através do salão, mas ninguém se aproximou de nós, o que achei estranho. Robin parecia saber exatamente para onde estava indo, e eu tentei acompanhá-lo o melhor que podia. Nosso ritmo não permitia muito tempo para alguém se aproximar, e eu me perguntava o que poderia ser tão importante.


Infelizmente, não me foi dada a oportunidade de descobrir. Paramos perto da pista de dança, cercada por grupos conversando e rindo entre si. Ele pegou minha mão, a mesma que momentos antes Jefferson segurara, e deu um beijo suave entre os dedos. Ao contrário dele, no entanto, esse ato de gentileza enviou um formigamento por todo meu corpo; seus olhos capturaram os meus, e eu soube imediatamente que ele estava ciente de minha reação.


— Preciso conversar com uma pessoa em particular – murmurou, sua voz quase inaudível acima do ruído ambiente. — Eu não vou demorar mais do que um minuto, por isso fique aqui até eu voltar.


Então, sem mais uma palavra, ele se virou e foi embora, desaparecendo em meio ao grupo de convidados.



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Autor(a): thaystirling

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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