Fanfics Brasil - 9 - Me Solta ! Subordinada Ao Prazer

Fanfic: Subordinada Ao Prazer | Tema: Once Upon A Time


Capítulo: 9 - Me Solta !

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— Me solta! – disse entre dentes, a raiva crescente escorrendo em minha voz.


— E arruinar uma oportunidade perfeita de poder dançar com uma mulher bonita? Eu acho que não...


Ele parecia se divertir com a minha resistência. Dancei rígida em seus braços, mas minha falta de graça não o deteve nem um pouco. Ele me puxou para mais perto de seu corpo rijo, os braços como barras de ferro; meus pés mal tocavam o chão, e meu peso estava quase inteiramente suportado por seus braços.


— Parece que começamos com o pé esquerdo. Diga-me o que tenho de errado: eu cheiro mal?


O comentário absurdo me pegou desprevenida, e eu lutei para não achar graça naquilo. Involuntariamente, respirei seu cheiro: picante e doce como a canela, e eu não conseguia dizer se aquilo era uma colônia ou sua fragrância natural. Indignada com a minha reação, repliquei:


— Eu não gosto de ver as minhas amigas sendo menosprezadas e depois ser arrastada para conhecer alguém sob falso pretexto.


Daniel inclinou a cabeça para o lado, reconhecendo meus comentários contundentes.


— Marian pode ser tempestuosa e, de fato, isso é parte de seu charme. Talvez a gente possa começar de novo. Sou Daniel Maguire e você é...?


Olhei para seu colarinho, recusando-me a cruzar meu olhar com o seu, como desafio.


— Você já sabe quem eu sou...


Um dedo sob meu queixo fez meu olhar se erguer.


— Mas eu queria ouvir isso de seus lábios – retrucou ele suavemente, conduzindo-me em um amplo arco pelo salão.


Senti um súbito frio na barriga e minha mandíbula se apertou. Maldito seja meu corpo e suas reações idiotas. Suas mãos estavam em brasa sobre a minha pele, os olhos como ímãs. Igual ao seu irmão.


Recordar Robin me permitiu certo controle sobre minhas reações, sabendo que eu não precisava de outro homem que me enfraquecesse as pernas e me jogasse de joelhos, sugando toda a minha força de vontade. Um já era mais do que suficiente.


— O que você deseja? – perguntei com firmeza.


Em vez de ficar desapontado porque suas tentativas de sedução tinham sido todas ignoradas, seu olhar despertou com renovado interesse e nem um pouco de divertimento.


— Além de poder dançar com uma mulher bonita? – Ele encolheu os ombros. – Para deixar meu irmãozinho miserável e enjoado se mordendo de ciúmes.


Mordi o lábio, minhas entranhas apertando. Finalmente estava sendo honesto. Acho...


— Eu não estou interessada em participar de seus joguinhos, Sr. Maguire. – Lutei um pouco para me livrar, empurrando um casal próximo. – Prefiro não fazer uma cena, mas se não me deixar outra escolha...


— E se eu responder qualquer pergunta que você tiver sobre meu irmão? – Diante de minha expressão de surpresa, Daniel deu um sorriso irônico que quase pareceu genuíno. – Meu irmão é daqueles que mantêm seus segredos bem guardados. – Ele balançou-se mais para perto, sua boca quase mergulhando em meu ouvido. – Vai me dizer que não existem coisas sobre seu patrão que está morrendo de curiosidade de saber?


Apertei o salto de meu sapato em seu calçado escocês. Daniel fez uma careta e se afastou um pouco, mas não deixou de me segurar, continuando a me rodar sobre o piso de madeira. Sua boca exasperante inclinou-se nos cantos quando franzi minha testa. Ele sabia que me tinha.


Eu estava curiosa.


Havia tanta coisa que eu não sabia sobre meu patrão e isso me deixava desorientada quando ficava perto dele. O jeito como Robin me observava, seu olhar penetrante atravessando a minha mente, eu tinha a constante sensação de que ele podia ler todos meus pensamentos. A ideia de saber alguma coisa, qualquer coisa, sobre ele poderia desequilibrar a balança um pouco a meu favor, e esse pensamento era tão tentador quanto uma garrafa d’água para alguém morrendo de sede no deserto. Ainda assim, eu não gostava daquele sorriso no rosto de Daniel.


— Marian trabalhava para o Sr. Maguire? – gaguejei. – O outro. O meu patrão.


Seu sorriso preguiçoso se ampliou.


— Ela foi sua última assistente pessoal – falou Daniel lentamente, seus olhos me observando de maneira atenta.


Eu lutava em vão para dissimular minha reação.


— Aquela ave de rapina? Mas o que ele viu nela?


Eu não me dei conta de que tinha dito em voz alta até que Daniel jogou sua cabeça para trás e riu. Aquele som me sobressaltou, e eu corei instantaneamente. Atraímos alguns olhares dos casais que nos rodeavam, mas o baile continuou.


— Ela não foi sempre assim – disse ele, entrelaçando um pouco de humor em sua voz. – Na verdade, ela era uma menina muito doce, muito parecida com você.


— Mas então, o que aconteceu? – perguntei, determinada a não cair mais em suas armadilhas.


Ele ergueu um ombro.


— Eu a seduzi e a afastei dele, e então a transformei em minha espiã. Quando ele descobriu e a mandou embora, ela veio trabalhar para mim.


A arrogância em sua voz era um fel amargo. Tentei de novo me libertar. Para minha surpresa, ele relaxou, como se fosse me deixar ir, mas em seguida girou-me debaixo de um braço. Ele permaneceu imune a meu olhar agudo, com um sorriso irritante fixado em seu rosto, mas eu ainda tinha sua atenção.


— Próxima pergunta?


Eu estava dançando com uma cobra, mas não conseguia enxergar nenhuma maneira de escapar naquele momento. Um rápido exame do salão não mostrou nenhum alívio vindo em meu auxílio, por isso, segui em frente.


— O que Marian quis dizer quando falou sobre você ser o legítimo herdeiro dos negócios? Você e Robin são irmãos, certo?


— Ah, direto ao cerne das coisas! – Ele girou-me de novo, os olhos azuis profundamente concentrados em seus pensamentos. — O que você sabe até agora?


Não muito além daquilo que Belle havia me contado mais cedo.


— A versão da Wikipédia. Ele estava no exército, saiu e assumiu a empresa... Passou por momentos difíceis no começo.


Daniel baixou a cabeça.


— Um resumo até que decente, embora omita todos os detalhes pertinentes.


Fiz uma pausa, pensando.


— O que exatamente as Indústrias Maguire fazem? Como a sua família ganha dinheiro?


Ele arqueou uma sobrancelha, mas ainda assim respondeu minha pergunta.


— Investimentos, principalmente, em outras empresas que, em seguida, nos repassam grande parte de seus lucros. A empresa neste momento serve para manter e fazer crescer o dinheiro que já está lá, mas há muitas companhias e pessoas sob seu proverbial guarda-chuva. Nós sempre... – Ele vacilou, sua voz esmaecendo, e então continuou: – Diga-me uma coisa, como foi seu relacionamento com seu pai, enquanto estava crescendo?


Essa pergunta bizarra foi uma surpresa para mim. Meus lábios se apertaram, e eu procurei no rosto dele algum sinal de segundas intenções, mas a questão me parecia genuína, embora um pouco pessoal demais para meu gosto.


— Foi bom... – respondi cautelosamente –, por quê?


— O nosso não foi. – Aquela expressão jovial de Daniel se encheu de sombras. – Robert Maguire era uma pessoa impossível de agradar, especialmente se fosse relacionada a ele de alguma forma. Naturalmente, nós não percebemos isso até que fôssemos mais velhos e suas exigências já tivessem deformado nossa sensibilidade. Vou lhe contar a versão curta da história: eu segui o caminho que se esperava de mim, para assumir os negócios da família, enquanto Rob se rebelou contra tudo da única maneira que ele conhecia e se alistou no exército sem o consentimento de Robert. Foi a única vez que conseguiu frustrar os planos de nosso pai, e esse êxito corroeu o velho...


Ele fez uma pausa, e o silêncio se estendeu sobre nossa conversa.


— É evidente que alguma coisa aconteceu – disse eu, solicitando mais informações.


Daniel bufou, seu olhar distante e cínico novamente.


— É. O velho morreu. – Ele olhou para mim, com os lábios apertados; outro giro, e eu comecei a perceber que isso dava a ele tempo para pensar. – Ele não poderia ter programado as coisas de um jeito melhor, nem se tivesse tentado. Um ataque cardíaco o vitimou durante uma reunião do Conselho da empresa, e somente alguns poucos dias antes de Robin voltar a se alistar. Ele me surpreendeu ao aparecer na leitura do testamento, porque meu irmão caçula não tinha partido em bons termos, mas fiquei ainda mais chocado quando nosso amado pai deixou a maior parte de seu patrimônio para seu filho mais novo, Robin.


A fúria controlada que era visível nos olhos de Daniel enquanto falava guerreava com o desprezo que torcia a boca. Ele estava olhando à distância novamente, perdido em lembranças que obviamente não apreciava.


— Robin ficou com tudo, incluindo a maioria das ações da empresa, com a cláusula de que, se se recusasse a assumir, a companhia toda e todos seus ativos seriam liquidados e diluídos. Isso significaria a perda de milhares de postos de trabalho, e o colapso de uma infraestrutura cuidadosamente construída durante décadas, tudo para voltar às mãos do filho que conseguiu passar a perna nele...


A insensibilidade de todo esse assunto confundia a minha mente.


— Quer dizer que entregar a empresa inteira a Robin significou um castigo? – perguntei.


Senti um leve arrepio quando percebi que o som de minha voz tirou Daniel de suas lembranças. A expressão sombria tinha desaparecido, substituída por aquele ar divertido e presunçoso que comecei a compreender ser uma máscara.


— Nosso querido Rob sempre esteve preocupado com as pessoas mais simples – comentou ele, girando-nos animadamente ao redor da pista de dança. — É por isso que ele se juntou ao exército, você sabe, queria ajudar os outros. Então, quando o executor leu o testamento, os advogados e os demais membros do Conselho cercaram Rob, pressionando-o acerca da gravidade da situação, falando sobre quantas vidas seriam arruinadas se ele se recusasse a assumir etc. etc. Dada a predileção de meu irmãozinho por querer ser o herói, não é necessário muito esforço para adivinhar qual seria sua escolha.


— E você? – perguntei, verdadeiramente curiosa.


Se Daniel tinha contado toda a verdade, seu pai o teria despojado de sua herança por algo de que ele não tinha culpa. Embora isso não apagasse toda minha antipatia por aquele homem, pelo menos colocava as coisas em sua devida proporção.


— Eu? Eu sobrevivi... – Seu olhar viajou por cima de meus ombros, e um sorriso malicioso curvou seus lábios enquanto a canção chegava ao fim. — Isso não significa que eu não desfrute de meus pedacinhos de diversão quando a oportunidade surge.


Gemi quando ele trocou de lugar, passando um braço por trás de minhas costas e se inclinando sobre mim até que eu quase ficasse na horizontal. Agarrando seus ombros, eu olhava com os olhos arregalados aquele rosto bonito que estava a apenas alguns centímetros do meu.


— Vamos dar um show a eles, que tal? – murmurou Daniel, e então trouxe seus lábios para perto dos meus.


Fiquei imóvel, meus dedos escavando as costas de seu paletó escuro. Sua boca aproveitou-se totalmente de meu choque, a língua e os dentes brincando com meu lábio inferior. O beijo foi breve, trazendo desconforto e nervosismo, além de ansiedade, mas ainda assim consegui manter meu juízo intacto. Enquanto ele me puxava para que eu ficasse de pé, meu braço já estava em movimento. Minha mão estalou do lado de seu rosto, por causa do impulso da bofetada. O golpe surpreendeu aos dois: eu não podia acreditar que tinha feito aquilo e, aparentemente, ele também não. Vi claramente a surpresa em seu olhar, e talvez um pouco de respeito também, quando me soltou.


— O que está acontecendo aqui?


 



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Autor(a): thaystirling

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Deixei escapar um suspiro de alívio ao ouvir a voz conhecida de Robin, mas o olhar em seu rosto quando eu me virei não era nem um pouco reconfortante. Tentei caminhar até ele, mas Daniel apertou firmemente a minha mão, me puxando de volta. — Olá, mano. – A voz dele ressoou anormalmente alta, já que a orquestra havia conc ...


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