Fanfics Brasil - Capítulo 001 Desejo Proibido - Vondy

Fanfic: Desejo Proibido - Vondy | Tema: Hot,vondy,policial


Capítulo: Capítulo 001

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Christopher Uckermann, detento da penitenciária Arthur Kill e verdadeiro bad boy, sorriu ironicamente para o guarda que ao longo dos últimos dez minutos lheperguntava qual era o seu número de interno.


Dizer que o comportamento insolente e a expressão divertida de Ucker deixavam o homem gordo e careca agitado seria eufemismo. O cara estava quase espumando pela boca.


Era sexta-feira e já fazia cinco minutos que o guarda havia batido o ponto de saída. Mais um motivo para Christopher ser um babaca folgado.


O guarda passou a mão impaciente pela nuca roliça e seus olhos cansados se estreitaram.


– Escute aqui – disse ele em um tom baixo e ameaçador, que sem dúvida funcionava como uma faca na garganta dos outros detentos. – É muito simples.Você me dá o seu número. Eu coloco neste formulário que tenho que preencher para o seu conselheiro aqui na penitenciária e aí posso ir para casa.


Christopher ergueu uma sobrancelha, desafiadora, e ficou olhando para aquele panaca atarracado.


Sem se amedrontar, o guarda se recostou na cadeira giratória.


– Você não me dá o seu número e minha mulher fica furiosa. Ela fica furiosa e eu vou ter que explicar que um delinquentezinho metido me fez ficar esperando. Aí ela vai ficar mais furiosa ainda, berrando que o dinheiro dos nossos impostos é que garante três refeições diárias e macacões para perdedores como você. – Ele se sentou mais para a frente. – Então, última vez. Número.


Christopher olhou com indiferença para o punho do guarda segurando o cassetete acoplado ao cinto e deu um suspiro longo e entediado. Qualquer outro dia, ele estaria pronto para fazer aquele idiota perder a cabeça; ele seria espancado com um sorriso no rosto. Mas, hoje, ele não estava no clima.


– 081056 – respondeu Christopher friamente, incapaz de resistir a uma piscadela.


Com uma carranca raivosa, o guarda anotou o número no formulário, aí rodou a cadeira até uma assistente administrativa jovem e loura e lhe entregou o papel. Aquele gordo arrogante era preguiçoso demais para levantar e dar seis passos.


Christopher esperou enquanto a loura digitava o número que praticamente tinha se tornado seu nome adotivo nos últimos dezenove meses. Ele sabia quais acusações apareceriam no monitor: arrombamento de carro, porte de arma, posse de drogas, conduta desordeira e embriaguez, só para citar algumas. Ao contrário do que pensavam, ele não se orgulhava da lista de crimes e delitos que podia encher duas telas inteiras. Mesmo assim, aquilo dava a ele um senso de identidade, algo que ele procurara desinteressadamente por quase todos os seus 27 anos de vida.


Ele ainda estava à procura e, até que encontrasse aquela coisa, a lista era tudo o que ele tinha.


Tanto faz.


Ele esfregou a mão nos cabelos. Estava cansado de pensar naquilo.


O barulho do papel sendo rasgado numa antiga impressora o trouxe de volta à Terra.


– Bom, Sr. Christopher. – O guarda suspirou. – Parece que sua estadia conosco vai se estender por mais dezessete meses. Por ser pego com cocaína.


– Não era minha – disse ele secamente.


O guarda o fitou com uma expressão nada sincera de compaixão antes de sorrir.


– Que peninha.


Christopher  não respondeu, ciente de que, dali a poucas semanas, entraria com o pedido de liberdade condicional, e pegou logo o formulário.


Ladeado por outro guarda de cara fechada, Christopher passou pela mesa e atravessou um corredor longo e estreito em direção a uma porta branca, que ele abriu com um tapa barulhento. O recinto era claustrofóbico e árido e fedia a confissões. Apesar das muitas horas que ele tinha passado naquele lugar desolador, ainda sentia o pulso acelerar e as mãos suarem.


Com as costas eretas e os ombros firmes, ele andou em direção à mesa de madeira barata onde um homem grande como um gorila sorria enquanto Christopher se aproximava.


– Christopher – Sebastian Rulli, seu conselheiro, o cumprimentou. – Que bom ver você.Por favor, sente.


Christopher enfiou as mãos nos bolsos do macacão e desabou desajeitadamente na cadeira. Sebastian era a única pessoa que o chamava pelo primeiro nome. Todos os outros o chamavam de Ucker. Sebastian tinha insistido naquilo, explicando que era a única maneira de eles dois conseguirem construir um relacionamento de confiança.


Christopher tinha explicado que aquilo era um monte de mer/da.


– Tem cigarro?


Christopher olhou com desdém para o guarda parado na porta do outro lado do recinto.


– Claro.


Sebastian jogou uma carteira de Camel e uma caixa de fósforos na mesa.


Os dedos longos de Christopher lutaram contra a embalagem. Fazia dois dias desde seu último cigarro. Ele estava desesperado. Dois fósforos quebrados e uma série de palavrões depois, ele finalmente inalou a fumaça densa e inebriante. Fechou os olhos, prendeu a respiração e, por uma fração de segundo,tudo estava certo no mundo.


– Melhor? – perguntou Sebastian com um sorriso sagaz.


Soprando a fumaça por cima da mesa, Ucker confirmou com a cabeça.


E ficou impressionado ao ver que Sebastian resistiu ao desejo de abanar a fumaça para longe. Ambos sabiam que, se fizesse aquilo, encorajaria Ucker a fazer de novo; ele se apegava a qualquer sinal de fraqueza ou irritação com a tenacidade de um terrier.


Era um mecanismo de defesa, aparentemente.


Eles haviam discutido isso em uma de suas primeiras sessões. O mecanismo era tão bem executado que Ucker parecia forte, dominante e,a maioria dos funcionários e detentos da Arthur Kill haveria de concordar,intimidador pra caramba.


Sebastian pegou um arquivo de quase 20 centímetros de espessura em sua maleta e abriu, folheando os inúmeros relatórios, declarações da justiça e depoimentos que, ao longo dos anos, descreviam Ucker como uma “ameaça à sociedade”, de “personalidade forte” e um “indivíduo inteligente que não possuía a autoconfiança para reafirmar e canalizar isso de maneira correta”.


Mais uma vez, tanto fazia.


Ucker estava cansado de ouvir quanto potencial tinha. Sim, ele era inteligente e muito leal às pessoas de quem gostava, mas, até onde podia se lembrar,simplesmente parecia não conseguir encontrar o caminho certo. Durante toda a vida, ele tinha estado à deriva, nunca se sentindo bem-vindo ou confortável em um lugar por muito tempo, lidando com sua merda de família e amigos que não conseguiam ficar longe de encrenca por mais que cinco minutos.


Ao menos na prisão, a porra toda era simples. Problemas da vida real eram como mitos urbanos contados por aqueles que vinham fazer visitas de vez em quando. Não que Christopher recebesse muitas visitas.


Sebastian foi até a última página do arquivo e escreveu a data no topo da folha em branco, então apertou o botão do pequeno gravador digital que estava entre eles e começou a gravar.


– Sessão 64,Christopher Uckermann, detento número 081056 – disse Sebastian com voz monótona. – Como você está hoje?


– De boa – respondeu Ucker, apagando o cigarro enquanto acendia outro.


– Ótimo. – Sebastian fez uma anotação curta no papel à sua frente. – Então, ontem eu compareci a uma reunião relativa à sua participação em alguns cursos aqui na penitenciária.


Christopher revirou os olhos. Sebastian ignorou.


– Sei que você tem opiniões formadas sobre esse assunto, mas é importante que faça atividades que sirvam como um desafio para você enquanto estiver aqui.


Christopher jogou a cabeça para trás e franziu a testa para o teto. Desafio? O lugar todo era a porcaria de um desafio. Era um desafio superar cada dia sem perder a cabeça com alguns dos idiotas daquele lugar.


– Há algumas opções – continuou Sebastian. – Literatura inglesa, filosofia,sociologia. Eu expliquei ao Sr. Ward e aos especialistas em educação que, apesar de você ter tido problemas com seus ex-tutores, você não é mais o mesmo garoto que largou a escola aos 17 anos. Certo?


Christopher deu uma olhada cética para ele.Sebastian colocou as pontas dos dedos debaixo do queixo.


– O que você gostaria de estudar?


– Tanto faz. – Christopher deu de ombros. – Eu só queria que me deixassem na minha, por/ra.


– Tudo faz parte das condições para ter uma chance de liberdade condicional antecipada. Você precisa mostrar progresso na sua reabilitação. E, se frequentar alguns cursos enquanto está aqui pode ajudar nisso, então você tem que entrar na dança.


Christopher sabia que ele tinha razão e aquilo o deixava furioso. Desde os 15 anos,ele passava de um advogado para outro, de um oficial de condicional e de um conselheiro para o seguinte, sem ideia de como ou se um dia faria algo mais significativo com sua vida. E Christopher não fazia a mínima ideia do que fosse “significativo”.


Mesmo assim, depois de dezenove meses em Arthur Kill, ele estava começando a pensar que passar o resto de seus dias preso não era uma perspectiva tão atraente quanto tinha pensado a princípio.



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Autor(a): alinepiccinini

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 8



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  • vondyanny Postado em 04/04/2016 - 17:41:24

    Ucker é Babado Tiroteio e Confusão KKKK' CONTINUA *-*

  • candydm Postado em 01/04/2016 - 23:26:38

    To amando, e estou louca pra ver o encontro delesss, posta mais porfaa!

  • vondyanny Postado em 30/03/2016 - 16:30:46

    *-* Continua <3

  • anapoliveirar Postado em 30/03/2016 - 09:24:48

    Muito boaaaa! Continua *-*

  • jessica Postado em 30/03/2016 - 08:26:22

    Continuaaaa to adorando sua fanf

  • kahrodrigues Postado em 29/03/2016 - 22:53:47

    Continuaa!!!

  • isauckermann Postado em 29/03/2016 - 22:19:16

    agora começei a entender continua

  • Dulce Perroni Postado em 28/03/2016 - 01:52:45

    Continua pleasse


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