Fanfic: Desejo Proibido - Vondy | Tema: Hot,vondy,policial
Na manhã seguinte, Dulce entrou em seu carro, estacionado do lado de fora do seu prédio. Os pesadelos sempre a deixavam triste e tensa, pensando em por que diabos tinha aceitado um emprego para dar aulas em uma prisão.
Quando começara a dar essas aulas, havia pouco mais de um mês, os pesadelos voltaram e os conflitos com sua mãe se acirraram. O relacionamento delas sempre teve altos e baixos, mas, quando Dul ligou para contar que ia trabalhar em Arthur Kill, a discussão que se seguiu foi a mais terrível que já tiveram. Blanca Saviñon era uma mulher complicada e teimosa e jamais entenderia a necessidade de Dulce de aceitar aquele emprego.
Dul compreendia as preocupações da mãe e de alguns amigos. Apesar de não haver assassinos entre os que estavam lá, os crimes cometidos por eles eram bastante preocupantes: vandalismo, roubo de carro, uso e posse de drogas.
Contudo, tinha certeza de que era isso que queria fazer.
Porque, lá no fundo, uma promessa feita ao pai ecoava em sua alma.
Uma promessa que tinha estado lá desde que seu pai morrera. Estava lá no dia em que ela terminara o ensino médio e no dia da formatura da faculdade de Literatura Inglesa. Dar aulas era o que Dulce queria fazer desde criança, e ela havia amado cada segundo.
Ela tivera a sorte de viajar para Londres e para a China, lecionando em escolas particulares que a fizeram se apaixonar ainda mais pela profissão. Fez amigos, vivenciou outras culturas e construiu relacionamentos enriquecedores que nunca acabariam. Apesar disso, no fundo ela sabia que trabalhar em escolas que lhe pagavam 50 mil por ano não significava cumprir a promessa que tinha feito. Crianças talentosas e empenhadas não eram exatamente aquelas que ela deveria ajudar.
– Nós temos que retribuir, Dulce – dissera seu pai na noite em que morreu.
Ela havia considerado trabalhar em uma escola no centro histórico da cidade, mas essa opção também não aliviara o sentimento de dever. Trabalhar em um presídio, sim.
Precisava ficar perto de seus temores, perto de homens que não se importavam muito em burlar a lei, em virar a vida das outras pessoas de cabeça para baixo sem nunca considerar as consequências.
Precisava se aproximar para entender o que tornava uma pessoa capaz de tal comportamento. Ela odiava o próprio medo; odiava a raiz dele e sabia que tinha que encará-lo – mesmo estando apavorada.
Sua terapeuta tinha ficado bastante preocupada com a decisão e perguntava constantemente se Dul estava feliz com a escolha, se achava que aquilo era mesmo o certo a fazer e por quê. Chegara a usar as preocupações de sua mãe para tentar dissuadi-la.
Mas aquela era uma escolha de Dulce e de mais ninguém. E uma vez que a decisão foi tomada, não havia volta. O que quer que acontecesse, o que quer que sua mãe dissesse, ela arcaria com as consequências, pois sabia o que aquilo significaria para seu pai.
O prédio da Arthur Kill, em Staten Island, parecia ter saído diretamente de um episódio da série Prison Break. Guardas com cães enormes e raivosos patrulhavam torres de observação altas protegidas por cruéis cercas de arame farpado.
Dulce foi até os portões do estacionamento e esperou pelo policial que estava de serviço. Depois de pegar a identidade dela, ele desapareceu na sala de controle e logo retornou, direcionando-a para o edifício sombrio onde ela trabalhava.
Após estacionar, Dul deu uma olhada para a esquerda e viu um grupo grande de detentos jogando basquete atrás de uma cerca enorme de metal. Com os macacões laranjas amarrados na cintura, seus peitos cobertos de suor brilhavam sob o sol quente do verão. A caminhada do carro até o edifício parecia de quilômetros, ainda mais ao som dos assobios e as cantadas que vinham da quadra de basquete.
Ela apressou o passo e agarrou a maçaneta da porta gigantesca como se fosse uma tábua de salvação. Lá dentro, foi recepcionada por um risinho baixo. Dulce ergueu os olhos e viu Anthony Ward, o narcisista diretor da penitenciária.
Ward tinha seus 30 e tantos anos e um rosto redondo e jovial. Os cabelos estavam penteados com tanto gel que devia estar sufocando os fios. Ele fitou Dulce com seus olhos cinza-escuros e um sorriso rápido que revelou uma covinha funda em sua bochecha esquerda.
– Srta. Saviñon – disse ele, estendendo a mão.
Dulce o ignorou e tentou se recompor passando a mão pela saia grafite na altura dos joelhos.
– Sr. Ward.
Retirando a mão com um aceno de rosto envergonhado, ele ficou muito er/eto, na tentativa de parecer mais alto. Dul percebeu que ele fazia isso com frequência, principalmente perto dos detentos.
Não funcionava. O pobre homem tinha nascido atarracado.
– Então – começou ele. – Como está? Se adaptando bem?
Dulce sorriu.
– Sim. Acho que sim.
As aulas dela tinham sido bem tranquilas até então. E seus alunos haviam parado de usar palavrões como se fossem vírgulas ao falar com ela.
Ward ajustou a gravata.
– Ótimo. Bem, não se esqueça de que vou assistir à sua aula esta manhã. E, se precisar de alguma coisa, é só vir falar comigo.
– Farei isso. Obrigada.
Ela passou por ele, ignorando a maneira como seus olhos se fixaram em seus seios. As tendências lascivas e a inabilidade de Ward de enxergar os detentos como qualquer outra coisa que não lixo a irritavam. Ele não acreditava que os presos pudessem se aprimorar enquanto estavam encarcerados, e isso fazia com que a função de Dulce ali parecesse inútil. Como resultado, ela o evitava o máximo que podia.
Quando Dul entrou na sala de aula, ficou agradecida pela brisa gelada do ar-condicionado.
O restante do presídio parecia uma sauna. Prendendo os cabelos num coque, ela se virou quando sua assistente, Cássia, entrou, parecendo ansiosa.
Ela bufou por entre os lábios manchados de vermelho-cereja.
– Jesus, está quente como o inferno hoje – reclamou Cássia, puxando e soltando a camiseta em uma tentativa inútil de se refrescar.
Cássia tinha sido sua salvadora desde o começo. Especializada em dar assistência aos detentos com dificuldades de aprendizado, ela ajudara Dulce a conhecer seus alunos rapidamente,em especial Riley Moore, um grandalhão de personalidade excêntrica que sofria de uma dislexia terrível. Não que isso o tivesse impedido de se formar em Administração pela Universidade de Nova York. Riley era um de seus alunos preferidos.
Ele era engraçado e flertava descaradamente com as duas jovens. Ao contrário de Ward, contudo, Riley era charmoso e proferia cada palavra com certa ironia. Era difícil não se encantar com as insinuações implacáveis, porém inofensivas, que vinham do dono daqueles alegres olhos cor do céu.
Havia outros quatro alunos na sala; todos se mostravam muito empenhados e tentavam se manter na linha. Dulce tinha bastante orgulho de como havia conseguido discipliná-los. O progresso deles era fantástico.
Dois minutos depois das nove, a voz estrondosa de Riley quebrou o silêncio.
Dulce sorriu quando se virou para olhar para ele, acompanhado por um guarda e seguido dos outros alunos.
– Srta. D! – gritou ele, erguendo a mão para bater na dela. – Bom fim de semana?
– Foi ótimo, Riley. Obrigada. E o seu?
– Ah, você sabe. – Ele deu de ombros. – Causando confusão aqui e ali,fazendo os cabelos do Ward caírem mais a cada dia.
Dulce reprimiu o riso enquanto Ward entrava na sala com os outros alunos:Sam, Jason, Shaun e Corey. Jason sorriu meigamente por debaixo dos cabelos castanhos desgrenhados, enquanto Corey e Shaun ergueram o queixo como forma de cumprimento. Sam correu até sua carteira e se sentou sem lhe fazer nenhum gesto. No começo, isso deixava Dulce chateada, mas agora ela aceitava aquilo como parte da rotina que eles tinham construído. Uma rotina que, como Cássia havia explicado, era de extrema importância para os homens da Arthur Kill. Para muitos deles, uma programação era tudo o que tinham para se manter sãos. Ignorando Ward no fundo da sala, Dul deu início à aula, revisando a anterior e pedindo aos homens que descrevessem seus lugares favoritos usando metáforas e personificações. Eles começaram a escrever em silêncio.
– Muito bem – disse ela, chamando a atenção da classe de volta para si. –Quem é o corajoso que vai ler a redação em voz al...
A porta da sala foi aberta com tanta força que esmurrou a parede. Um guarda irritado, ofegante, olhou para Ward, que se levantou na hora.
– Desculpe interromper, senhor – arfou o guarda. – Mas temos uma situação na sala seis.
– Quem? – ralhou Ward, atravessando a sala furioso.
– Ucker, senhor.
Os olhos de Ward se estreitaram e sua boca se comprimiu em uma linha fina.
Quando a porta bateu atrás dele e do guarda, Dulce deu uma olhada em torno da sala.
– Ucker? – perguntou ela.
Riley riu alto, imediatamente eliminando a tensão que Ward sempre deixava em seu rastro.
– Ucker. Caramba. Esse menino não muda nem fo/dendo.
Autor(a): alinepiccinini
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 8
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vondyanny Postado em 04/04/2016 - 17:41:24
Ucker é Babado Tiroteio e Confusão KKKK' CONTINUA *-*
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candydm Postado em 01/04/2016 - 23:26:38
To amando, e estou louca pra ver o encontro delesss, posta mais porfaa!
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vondyanny Postado em 30/03/2016 - 16:30:46
*-* Continua <3
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anapoliveirar Postado em 30/03/2016 - 09:24:48
Muito boaaaa! Continua *-*
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jessica Postado em 30/03/2016 - 08:26:22
Continuaaaa to adorando sua fanf
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kahrodrigues Postado em 29/03/2016 - 22:53:47
Continuaa!!!
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isauckermann Postado em 29/03/2016 - 22:19:16
agora começei a entender continua
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Dulce Perroni Postado em 28/03/2016 - 01:52:45
Continua pleasse