Fanfic: ♥ Intenso - O Caso Portillo II ♥ FINALIZADA | Tema: Anahi e Alfonso

Any

Encarei o celular e suspirei ao ver que já passava das oito. Liguei para Alfonso pela décima vez, mas o celular tocou sem parar e ele não atendeu. Servi uma taça de vinho pra mim e encarei a mesa do jantar pronta.

- Tomara que ele esteja a caminho Rique. - suspirei.

Meu cachorro resmungou mexendo as orelhas, acho que se ele pudesse falar teria dito: não se preocupe, daqui a pouco ele estará aqui com uma bela surpresa e uma boa explicação.

Poncho

Me aproximei do túmulo e meus olhos se voltaram para a lápide e a inscrição sobre ela.

“Amada esposa.

Amada mãe

Querida amiga.

Sempre sentiremos sua falta.

Com amor. Seus familiares.”

Paola Herrera Rodriguez *14/04/1962  +21/08/2004

- Oi mãe, me desculpe pelo sumiço, eu sei que andei ausente nos últimos tempos. - encarei o tumulo de minha mãe e suspirei.

Me inclinei e troquei as flores antigas por um ramo novo que eu havia comprado no caminho até o cemitério.

- Sinto sua falta! - declarei com a garganta apertada. - Ainda é difícil associar que a senhora não ta mais aqui.

Sentindo um nó se formar na minha garganta, sentei no chão e apoiei os cotovelos nos joelhos.

- Eu tenho uma boa notícia pra senhora. - sorri. - O homem que lhe tirou a vida finalmente foi encontrado e eu juro para a senhora mãe, que eu vou fazer justiça. Eu prometo que só vou parar quando colocá-lo atrás das grades.

O vento soprou balançando um pouco as flores. Pelo jeito essa noite ia fazer frio.

- Eu só não entendi uma coisa. Por que o Christian que se diz tão meu amigo está contra eu colocar esse homem na cadeia? Ele é um bandido, um marginal, passou anos à solta sem que lhe fosse cobrado o que ele fez. Ele tirou uma vida. A sua vida, não é algo que possa ser simplesmente esquecido... Se ele e o restante de minha equipe soubessem que o buraco que eu carrego ainda não fechou, eles não me pediriam pra parar.

Me aproximei mais e acariciei a fotografia de minha mãe.

- É pela senhora que vou fazer isso. Vou te dar a paz e a justiça que merece. É o mínimo que posso fazer depois da educação e de todo o amor que a senhora me dedicou.

Fiquei um tempo em silêncio encarando o tumulo deixando que o vento levasse as folhas pra longe e me desse um pouco de paz de espirito. Fiz de conta que aquele vento era minha mãe se comunicando comigo.

Quando cheguei em casa já passava das dez horas da noite. Tinha perdido a noção do tempo e ficado no cemitério até o vigia me encontrar e me mandar ir embora.

Estranhei quando vi logo à minha frente uma mesa preparada para um jantar à dois. As velas no centro da mesa estavam apagadas, mas os pratos, as taças e o balde com champanhe ainda estavam ali.

Dei alguns passos à frente e encontrei Anahí dormindo no sofá, ela estava com o rosto maquiado e usava um vestido. Estava linda como sempre. Pelo jeito ela ia fazer uma surpresa pra mim, na certa pra tentar me animar e eu havia me atrasado e estragado tudo. Jurei a mim mesmo que ia compensá-la.

- Meu amor! - toquei seu rosto.

Anahí se mexeu e piscou várias vezes acordando.

- Alfonso... Que horas são? - sentou no sofá.

- Quase dez e meia. - respondi. - Eu vi que você preparou um jantar pra tentar me animar, me desculpe por ter chegado tarde, mas só te ver visto o que você fez isso já me animou bastante. - sorri. - Você é a melhor esposa do mundo.

Me inclinei para beijá-la, mas Anahí se afastou e ficou de pé, quando me encarou estava aborrecida.

- Você acha que preparei esse jantar pra te animar? - apontou a mesa atrás dela.

- Sim! - dei de ombros. - Conheço você e sei que reparou que eu não estava muito bem essa semana, esse jantar foi pra me animar não foi?! - agora eu estava começando a ficar confuso.

Anahí suspirou e foi como se ela tivesse levado uma bofetada. Seus olhos marejaram e ela me encarou como se eu a tivesse traído. Agora eu estava começando a ficar confuso, o que estava havendo com ela?

- Não acredito nisso! - mordeu o lábio e me deu as costas.

- Any o que foi? - fui atrás dela.

- Me deixa Alfonso! - ela respondeu chorando.

Subi os degraus de dois em dois e a puxei pelo braço.

- Você está brava comigo por que cheguei tarde e estraguei sua surpresa? Meu amor eu adorei...

- Cala a sua boca e não fala mais comigo!

Paralisei com o choque que levei.Em quase quatro anos de relacionamento Anahí nunca falou comigo daquele jeito. Se aproveitando do meu choque ela se soltou e subiu as escadas correndo. Alguma coisa estava muito errada. Corri atrás dela, mas não fui rápido o bastante. Quando cheguei ao nosso quarto dei com a cara na porta. Do outro lado dava pra ouvir minha esposa xingar aos prantos.

- Any me diz o que eu fiz, por favor. Se você não falar eu juro que vou colocar essa porta abaixo.

- Olha a porra da sua aliança Herrera! - ela gritou furiosa.