Fanfic: ♥ Intenso - O Caso Portillo II ♥ FINALIZADA | Tema: Anahi e Alfonso

- To cansada de você não compartilhar suas coisas comigo. - o encarei sentindo meus olhos arderem. - Há anos você usa essa desculpa de querer me proteger pra me esconder as coisas. Você acha que eu sou o que? Um brinquedinho de luxo que pode se quebrar à menor pressão? Eu sirvo pra sua diversão, pro seu prazer, mas quando a barra pesa eu não sou boa ou forte o bastante? É isso que você ta querendo me dizer?

- Any não coloca palavras na minha boca. Eu nunca te disse isso, e não penso isso de você.

- Então para de me tratar como se eu ainda fosse uma criança, como se eu não pudesse aguentar os problemas do seu lado. Eu não acredito que depois de tudo o que a gente passou, todo aquele lance com o Felipe você ainda acha que eu sou uma fraca, que preciso da sua proteção o tempo todo e que essa proteção inclui me deixar as cegas, me esconder as coisas.

- Any...

- Eu queria que você agisse de novo como agiu quando o Felipe sequestrou meus irmãos. Queria que a gente fosse uma dupla, eu acreditava nisso quando me casei com você. - enxuguei o rosto.

- Mas nós somos uma dupla sim. - ele me encarou desesperado.

- Não Alfonso. Duplas jogam juntas, compartilham os fardos, carregam o peso igualmente. Isso que você ta fazendo é individualismo. Eu to cansada de ver o quanto você não confia em mim, o quanto você tem receio de compartilhar suas coisas comigo e até coisas que tem a ver comigo por achar que eu sou uma fraca.

- Any eu não acho você fraca, pelo amor de Deus, não diz uma coisa dessas.

- Não parece! - neguei com a cabeça. - Pela primeira vez em muito tempo eu não consigo acreditar em você.

- Any...

- Pensa bem em tudo o que você ta fazendo. É só isso que eu te peço. - o encarei e dei as costas.

- Espera aonde você vai? Vamos conversar. - ele veio atrás de mim, segurou meu braço e me fez virar de frente pra ele. - Não vai embora magoada comigo desse jeito Any, por favor. - suplicou.

- Eu esperei a semana inteira você vir conversar comigo Poncho. - me soltei. - Agora meu tempo acabou, eu não tenho mais nada a dizer e preciso ir trabalhar. Se você tiver outro argumento que justifique ter escondidos as coisas de mim, conversamos depois. - dei as costas pra ele e segui em direção às escadas.

Passei correndo por Rique e abri a porta do apartamento. Entrei no elevador e segurei as lágrimas, não queria correr o risco de Alfonso me ver desabar pelas câmeras de monitoramento. Só quando cheguei à garagem e entrei no carro foi que permiti que as lágrimas escorressem livremente.

Eu entendia a sede de justiça de meu marido. Eu sabia que se algum dia ele encontrasse o assassino da mãe faria o impossível para colocá-lo na cadeia. Mas não entendia e estava farta dele me esconder as coisas usando a mesma desculpa de sempre. Estava cansada de ficar me esforçando para entende-lo quando, ao invés de me deixar ajuda-lo me contando as coisas, ele as escondia de mim.

Alfonso

Bati a porta do escritório do apartamento quando entrei e me senti um animal enjaulado enquanto andava de um lado para o outro.

- Alfonso?! - ouvi a voz de Christian me chamar.

- Aqui! - respondi.

Meu melhor amigo entrou e cruzou os braços me estudando.

- Pelo seu jeito e seu tom de voz no celular, a conversa não foi bem sucedida.

- Ela acha que eu não confio nela. Anahí ta pensando que eu a considero uma pessoa fraca. - esbravejei.

- Você falou pra ela do assassino da sua mãe?

- Sim e ela me disse isso, e que está cansada de eu esconder as coisas dela. - suspirei.

- Pensei que ela ficaria puta com você por ter esquecido o aniversário de casamento. Pelo jeito isso foi só a cereja em cima do bolo. Mas posso te falar uma coisa? Eu te avisei!

- Não começa! - o encarei sem paciência. - Pedi pra você vir aqui pra me ajudar, pra eu não ir atrás dela, se você ficar me enchendo eu te mando sumir daqui.

- Desculpa, mas você precisa ouvir umas verdades.

- Que verdades? Que eu não deveria ter ido atrás daquele filho da mãe?

- Não! - Christian me olhou de cara feia. - Que você precisa parar de tratar sua mulher como uma bonequinha de porcelana. Quantas vezes a Anahí vai ter que provar pra você que não precisa da sua proteção excessiva? Que ela é adulta e forte o bastante pra enfrentar as coisas do seu lado?

- Eu não a vejo como uma bonequinha, você sabe muito bem o que eu sinto por ela.

- Ta, mas não é pra mim que você precisa provar alguma coisa. Poncho tudo o que sua esposa quer de você, é que confie nela.

- Mas eu confio droga! - esbravejei, será que ninguém conseguia ver isso?

- Então porque você age desse jeito? O problema aqui não foi você ter esquecido o aniversário de vocês, mas sim porque você esqueceu. Que mal tinha você ter se aberto pra ela, tirar um pouco esse peso das suas costas? Quantas vezes você vai ter que tomar na cara pra aprender que esconder as coisas da Any só vai afetar o relacionamento de vocês dois?

- Eu não queria que ela sofresse, se angustiasse por minha causa. - suspirei. - Eu quero que ela seja feliz.

- Se não quer que ela sofra por você, então porque se casou com ela? Cara vocês estão juntos há 03 anos e você ainda não aprendeu a regra mais básica pra fazer um casamento funcionar. Você tem que compartilhar as coisas com ela, é isso que ela quer de você!