Fanfic: ♥ Intenso - O Caso Portillo II ♥ FINALIZADA | Tema: Anahi e Alfonso

- Acredite em mim, você é a única pessoa que pode fazer isso por ele. - Chris apertou minha mão.

O encarei sentindo meus olhos arderem pelas lágrimas que ameaçavam escorrer pelo meu rosto. Será que ele tinha razão e eu ia conseguir ajudar meu marido, como ele me ajudou tantas vezes?

Alfonso

Cheguei em casa ao fim da tarde e sorri ao ver minha esposa me esperando. Assim que fechei a porta Any ficou de pé, a carinha séria dela denunciou que alguma coisa estava errada.

- O que foi meu amor? Algum problema com você e o bebê?

- Não, mas eu preciso falar com você. - ela respirou fundo, daquele jeito que as pessoas fazem antes de dar uma notícia ruim ou dizer algo que você não quer ouvir. - É verdade que você subornou o advogado do Jonas e agora quer caçar a carteira de advocacia dele?

- Quem te falou isso? Aposto que foi o Chris, porque ele foi atrás de mim hoje.

- Não importa quem foi, eu quero saber porque você fez isso.

- Por que pra você é tão difícil entender que eu preciso que o Jonas pague pelo que fez? Eu só quero que a justiça seja feita.

- Você não quer que a justiça seja feita Poncho, você quer se vingar.

- E se for isso mesmo? - esbravejei. - E se eu quiser me vingar por ele ter matado a minha mãe, qual o problema nisso? Eu tenho todo o direito de destruir a vida dele, como ele destruiu a minha.

- As coisas não funcionam assim, destruir a vida dele não vai trazer sua mãe de volta. - ela me olhou com os olhos marejados. - Eu sei o que você ta sentindo, a saudade que você sente da sua mãe, eu também sinto do meu pai, mas você não percebe que ta se destruindo. O que você vai ganhar se conseguir o que quer?

- Paz de espirito, descanso pra minha mãe e a sensação de que a justiça foi feita.

- E o que você ta disposto a fazer pra conseguir isso?

- O que for necessário, eu não vou parar até que ele esteja condenado, até que eu tenha certeza de que ele vai morrer atrás das grades, que ele vai perder todas as oportunidades que ele fez a minha mãe perder. Ela podia estar viva, ela levaria você para shoppings, lojas de bebês, teria te levado pra lojas de noivas quando íamos nos casar, nada disso ela vai poder fazer. Então nada mais justo do que o Jonas perder tudo também.

- Meu Deus você ta obcecado! - ela me olhou, começando a chorar. - Você não ta vendo a pessoa em que está se transformando. Poncho você não é assim, não foi com esse homem que eu me casei. Você esqueceu que me disse que tinha escolhido esse ramo pra ajudar as pessoas e não só pra protege-las? Você me disse que eu devia seguir em frente, que eu tinha que ser feliz. Graças a você eu consegui construir uma vida do seu lado, todo os dias eu consigo perdoar um pouquinho o Felipe, eu consigo viver em paz comigo mesma e você só vai conseguir essa paz se você se perdoar. Se perdoar por não ter conseguido salvar sua mãe e perdoar o Jonas.

- Eu nunca vou perdoá-lo entendeu?! - me aproximei dela. - Nunca! - gritei. - Não importa o que você ou os outros digam, eu vou fazer o que for possível pra acabar com a vida daquele desgraçado, com qualquer chance dele ser feliz.

- Chega! Pra mim chega Alfonso! - Anahí enxugou o rosto e me deu as costas.

Pensei em ir atrás dela, mas como nós dois estávamos de cabeça quente, achei melhor deixar quieto. Precisávamos nos acalmar primeiro, não ia fazer bem pra gente e pro bebê continuarmos brigando. Preparei um copo de whisky pra mim e me sentei no sofá.

Minutos depois ouvi barulhos na escada, quando me virei vi Any descendo segurando uma mala.

- O que você vai fazer com isso daí? - me aproximei dela.

- Eu to indo embora. - ela respondeu, enxugando o rosto.

- Como assim indo embora, você vai embora pra onde? - não gostei do rumo daquela conversa.

- Se você quer se destruir eu não vou ficar aqui pra ver isso. - ela respondeu. - Não é nesse clima que eu quero levar essa gestação, não é esse o pai que eu quero que o nosso filho conheça.

- Você ta me deixando? - a ficha caiu e senti que o mundo embaixo dos meus pés tinha sumido. - Você não pode fazer isso, você ta esperando um filho meu, somos casados, você não pode ir assim!

- Eu to tentando fazer o melhor pra gente e pra esse bebê, se eu continuar aqui, vamos continuar brigando, eu não quero isso, não é essa vida que eu quero e você já deixou claro que não vai mudar. Eu não vou esperar você se transformar em algo que eu vou odiar encarar todos os dias. Quando você voltar a ser o de antes, eu volto pra você e pra esse apartamento.

Anahí me deu as costas e corri até ele, me ajoelhei aos seus pés e agarrei suas pernas.

- Não vai embora! Por favor, não faz isso comigo, eu não posso perder você, não posso ficar longe de você e do nosso filho, não é justo você fazer isso comigo Any!

- É você quem está fazendo isso com a gente. - ela me respondeu chorando. - Eu não posso continuar vendo você se destruir desse jeito, se eu não posso fazer nada pra te fazer parar, eu prefiro me afastar.

- Any, por favor, tenta me entender, fica!

- Para com essa vingança então, tira essa ideia fixa da cabeça. - ela me olhou.

- Não, isso não!

- Então você não me dá escolhas! - ela respondeu.

Se desvencilhando de mim ela deu as costas e abriu a porta do apartamento. Quando a porta bateu, me inclinei sobre o piso e comecei a chorar. Rique começou a latir e arranhar a porta, mas não lhe dei atenção, eu sentia que meu mundo tinha acabado, que um pedaço vital de mim, tinha sido arrancado.

Assim que sai do apartamento entrei no carro e o motorista me levou até a casa de Maite. Fiquei imensamente aliviada quando ela abriu a porta pra mim. Aos prantos eu a abracei.

- Meu Deus, Any o que houve?

- Me deixa passar essa noite aqui com você? - supliquei a encarando.

- O que foi que aconteceu? Vem, entra aqui. - ela me conduziu pra dentro do apartamento.

Sentei no sofá e comecei a falar, assim que comecei a explicar o que tinha acontecido voltei a chorar.

- Não, por favor, Any não fica assim. - ela acariciou meus cabelos.

- Caramba que barra, eu imagino o quanto deve ta sendo difícil pra você. - Derrick me disse.

- Eu nunca pensei que nosso casamento fosse acabar assim. - enxuguei o rosto.

- Any não acabou, pensa que isso é só um tempo pra vocês se acertarem, pro Poncho ver que é uma loucura e uma grande burrice o que ele está fazendo. - Maite me consolou.

- E se ele não ver? E se ele continuar com esse plano absurdo de vingança? O que eu faço?