Fanfic: ♥ Intenso - O Caso Portillo II ♥ FINALIZADA | Tema: Anahi e Alfonso

Fui jogado de volta pro presente e me levantei da cadeira quando percebi que meus olhos queimavam.

- Alfonso o que foi? - Any veio atrás de mim.

Abri as portas que dava pro jardim da mansão.

- Nada só preciso ficar um pouco sozinho, volta pra dentro. - pedi sem encará-la.

- Alfonso algum problema? - Christian apareceu. - Any por que você não termina de comer, eu falo com ele.

Any me encarou antes de suspirar e entrar.

- Ta bom, me fala o que aconteceu.

- Nada Christian, volta pra sua mulher e pra sua filha. - suspirei enxugando o rosto.

- Você ficou assim depois do telefonema, o que a equipe queria em pleno domingo?

Abaixei a cabeça e apoiei as mãos na nuca.

- Nada!

- Poncho eu te conheço, o que eles falaram pra você ficar tão diferente assim? Se fosse em outra época eu diria que tem alguma coisa haver com o Felipe. Não é alguma coisa com ele é?

- Não, ele tá na mesma, ou melhor enlouquecendo mais a cada dia. - suspirei.

- Então o que houve?

- Encontraram o assassino da minha mãe.

- O que? Espera? Tem certeza que é ele? - Christian me encarou surpreso.

- Eles disseram que dessa vez não erraram, é o cara. Só precisam do meu reconhecimento pra ter certeza.

- Alfonso já faz uns 13 anos que isso aconteceu, você nem deve lembrar do rosto dele.

- É claro que eu lembro você acha que eu ia esquecer aquelas feições? Até hoje eu sonho com aquela maldita noite e me culpo por não ter feito nada.

- Poncho já falamos sobre isso, a terapeuta falou disso com você, não tinha nada que você pudesse fazer, você não era o homem que era agora, você só tinha 18 anos.

- Pois é, mas agora eu posso fazer alguma coisa e eu vou fazer. - respondi decidido.

- O que você vai fazer?

- Vou ficar frente a frente com esse desgraçado, deixar claro pra ele que eu não o esqueci e depois, eu vou colocá-lo na cadeia. - respondi cheio de ódio.

Christian suspirou, ele devia achar minha idéia absurda, mas poucas vezes na vida tive tanta certeza do que queria fazer.

Any

Alfonso abriu a porta do nosso apartamento e entrei logo atrás dele.

- Meu amor tá tudo bem? - perguntei, me sentando no sofá.

- Sim! - Alfonso assentiu, mas parecia sério demais.

Arranquei minhas sandálias e suspirei. Alguma coisa ele não estava me contando.

- Tudo bem, vamos parar com isso. Alguma coisa aconteceu e eu quero saber o que houve.

- Por que você acha que aconteceu alguma coisa? - me encarou.

- Bom porque até duas horas atrás você estava bem, curtindo o domingo na casa do seu pai, comigo e seus amigos. Ai do nada você recebe um telefonema e muda da água pro vinho.

- Any...

- Por favor, não faz isso, não esconda as coisas de mim, não depois de tudo o que a gente passou. - suspirei.

- Não tô escondendo nada de você.

- Não mesmo? - cruzei os braços. - E aquela pasta azul no seu escritório? - arqueei as sobrancelhas.

- Que pasta azul?

- A pasta azul onde você guarda os relatórios do Felipe.

- Como você encontrou a pasta? - Alfonso suspirou.

- Eu não estava espiando nas suas coisas se é o que tá achando, eu achei sem querer quando estava procurando umas coisas minhas que deixei lá.

- Any...

- Por que você não me contou? - me aproximei.

- Eu não queria perturbar você, queria que você se esquecesse dele completamente. - suspirou.

- Alfonso você recebe esses relatórios desde aquele dia em Juarez quando me encontrei com ele, porque nunca me contou que durante esses anos você continuou vigiando-o.

- Eu tinha que ter certeza de que ele nunca mais machucaria você. - respondeu acariciando meu rosto. - E tinha que ter certeza de que nunca mais você sofreria por causa dele. No dia que nos casamos eu prometi que a faria feliz, que você viveria plenamente e ia superar tudo o que aquele cara te fez.

- E você cumpriu sua promessa, todos os dias meu amor. - acariciei seu rosto. - Mas não precisava esconder esses relatórios por tanto tempo. Eu não tive coragem de ler, o que elas dizem?

- Ele está piorando a cada dia, em alguns momentos se mantém lúcido em outros não sabe de nada sobre si mesmo, ele não representa mais perigo. Eu só mantenho os relatórios como uma forma de me assegurar.

- Entendi, é bem sua cara fazer isso. - sorri.

- Me desculpa se estava diferente mais cedo, são problemas na empresa, você não tem nada haver com isso.

- Tudo bem, só quero que você saiba que eu to aqui e você sabe que pode conversar comigo, esposas também servem pra isso lembra? - sorri arqueando as sobrancelhas.

- Eu sei meu amor e não sabe como é bom saber que eu tenho você. - Alfonso sorriu e me beijou.

Poncho

Eu não estava feliz por estar mentindo pra minha esposa, mas eu ainda não podia contar à ela sobre o assassino da minha mãe. Eu precisava ver o cara antes, ter certeza que era ele. Só depois disso, ela ficaria sabendo e eu tenho certeza que a Any ficaria do meu lado.

- Meu amor. - chamei me afastando dela.

- Oi.

- Talvez eu tenha que viajar amanhã.

- Você vai viajar? Pra onde? - suspirou.

- Para Guadalupe.

- Guadalupe? Você não tem assuntos em Guadalupe. - Any me encarou confusa.

- Eu sei, mas vou precisar ir até lá amanhã.

- Tudo bem, você volta quando?

- Amanhã mesmo, nem vai dar tempo de você sentir minha falta. - sorri.

- Eu espero mesmo. - Any devolveu com um sorriso e me beijou.

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