Fanfic: ♥ Intenso - O Caso Portillo II ♥ FINALIZADA | Tema: Anahi e Alfonso

Encarei Alfonso de volta e sem conseguir manter meus olhos nele com aquele clima pesado entre a gente abaixei a cabeça.

- Se veio aqui tentar me convencer a voltar pra casa, não vai conseguir.

- Eu vim aqui pra me explicar com você, ontem você simplesmente foi embora. Any você casou comigo, não pode simplesmente me deixar quando te der na telha, menos ainda levando nosso filho com você.

- Você sabe porque sai do apartamento.

- Eu achei que você fosse a primeira a me entender. - ele suspirou.

- E quem disse que eu não entendo você? Só que desde que o Jonas apareceu você mudou Poncho.

- Eu precisava fazer alguma coisa, Any.

- Só que você escondeu isso de mim, ficou tão obcecado com essa história que esqueceu de mim, esqueceu de me contar. Você esqueceu até do nosso aniversário de casamento.

- E eu te implorei pra me perdoar por isso e fiz o possível pra me redimir.

- E eu desculpei você, só que você foi piorando com o decorrer das semanas. Olha as coisas que você andou fazendo. Eu achei que o nosso filho ia fazer você enxergar as coisas de outra forma, mas não.

- Entende uma coisa, eu preciso colocar o Jonas na prisão. De qualquer jeito.

- Então você ta me dizendo que não vai parar?

- Não, eu vim aqui te dizer isso, ou você ta do meu lado ou você ta contra mim.

- Se você quisesse justiça eu ficaria do seu lado. Mas não é isso que você ta buscando.

- Meu Deus, você não entende. - ele elevou o tom de voz. - O que você faria no meu lugar? O que faria se o Felipe tivesse matado a sua mãe e ficado impune?

- Eu teria buscado por justiça, teria feito ele ir preso, deixaria a lei decidir. E não compare as situações, Felipe sempre foi um monstro.

- Então você acha que o Jonas não é? Que ele é santo, só porque foi lá matou minha mãe e depois se tratou? Isso não apaga o que ele fez com ela, entende isso.

- Ele cometeu um erro, fez algo horrível, mas se arrependeu. O que eu to dizendo é pra você deixar a justiça fazer a parte dela. Você não ta agindo com ética, ta levando isso pro lado pessoal.

- Você nunca vai me entender, não acredito que a mulher com quem eu escolhi passar o resto da minha vida não consegue ficar do meu lado.

- Com você obcecado por vingança? Me escondendo as coisas como fez no começo? Desculpa, mas não. Esse não é você, não é o homem por quem me apaixonei.

- To vendo que foi uma grande perda de tempo vir até aqui falar com você.

- Eu já disse o que vai me fazer voltar pra casa com você. - respirei fundo tentando evitar novas lágrimas.

- Então a gente não vai conseguir se entender nunca. - ele me encarou, os olhos tristes.

- Como sempre você quer tudo do seu jeito, mas eu não vou ceder, ou você para com esse lance de vingança e deixa a justiça fazer o trabalho dela ou não volto pra casa com você.

- Como você quiser então. - ele me olhou de cima abaixo e deu as costas.

Me sentei na cama e voltei a desabar em lágrimas. Alfonso não ia parar, ia seguir com aquilo, não se importava do nosso casamento estar sendo posto em cheque por isso. Sempre acreditei que ele me amasse mais do que tudo, ou pelo menos o filho dele que eu esperava, mas eu tinha me enganado.

Acariciei minha barriga, sem conseguir falar de tanto soluçar. Débora entrou no quarto e ao ver meu estado se aproximou preocupada.

- O que aconteceu?

- Ele não vai mudar, ele não se importa comigo e o filho, tudo que importa é essa maldita vingança dele.

- Sinto muito! Sebastian está tentando conversar com ele, Alfonso desceu transtornado, quem sabe...

- Ele não vai mudar de ideia! - abaixei a cabeça e chorei ainda mais.

Andei pelo escritório me sentindo um animal enjaulado, meu pai não parava de me recriminar.

- Ela é sua esposa, está esperando um filho seu, como você consegue fazer isso com ela?

- Como você consegue ser indiferente à essa história? - gritei, perdendo a paciência. - Ta na cara que você esqueceu da minha mãe né? O retrato dela ta lá, mas não representa mais nada pra você.

- Olha como você fala comigo, Alfonso! Eu não permito que você diga esses absurdos, eu amei a sua mãe, você acha que nunca me perguntei se estaríamos juntos até hoje se ela estivesse viva?

- Então porque você ta contra mim?

- Porque eu não eduquei você pra ser tomado pelo ódio. Eu sei o que aquela noite fez com você, eu te acompanhei nas terapias esqueceu? Acordei a noite com você gritando e chamando pela Paola, mas você ta deixando essa história te destruir. Ao invés de você se dedicar ao seu casamento, ao seu filho, você ta deixando uma vingança roubar os melhores momentos de você e pra que?

- Pra ele pagar pelo que ele fez, pai!

- Mesmo que o Jonas apodreça na cadeia como você quer, isso não vai trazer sua mãe de volta. Paola se foi pra sempre filho, eu sei que dói, mas você tem que entender isso de uma vez por todas. Nós a perdermos e você ta perdendo um monte de coisa com essa ideia fixa na cabeça.

- Eu não vou ficar aqui ouvindo esse monte de merda. - dei as costas e sai batendo a porta.

Ouvi meu pai me chamar, mas não dei atenção à ele. Entrei no carro, bati a porta e soquei o volante antes de liga-lo e sair dali cantando pneu. Que grande dia de merda.

Eu já estava no meu quarto com Débora, quando Sebastian apareceu.

- Me perdoe Anahí, mas... Eu não consegui ajudar.

Assenti imaginando que a resposta dele seria essa.

- Podem me deixar um pouco sozinha?

Sebastian assentiu e estendeu a mão pra Débora. Assim que os dois me deixaram sozinha, eu me deitei na cama, abracei meu travesseiro e comecei a chorar.

Eu estava certa quando acreditei que Alfonso não mudaria e realmente ele não mudou.

Os meses se passaram, minha barriga começou a crescer e Alfonso e eu passamos a mal nos falar. Nos encontrávamos nas consultas e tudo que ele me perguntava era como estava o bebê, ele nunca perguntou como eu estava. E por dentro eu me sentia destruída.

Minha única alegria era a criança que crescia dentro de mim, fruto da época mais linda da minha vida. A única lembrança viva que eu teria do meu amor, do nosso casamento que fora tão perfeito nos seus primeiros anos. Era pelo meu bebê que eu estava segurando as pontas, era por ele que eu trabalhava, comia, respirava e vivia. Se não fosse por ele provavelmente eu teria caído em depressão. Ele era a única coisa que supria a falta que Alfonso me fazia, que tapava parcialmente o buraco que nossa separação deixara.