Fanfic: ♥ Intenso - O Caso Portillo II ♥ FINALIZADA | Tema: Anahi e Alfonso

Acordei me sentindo um pouco zonza. Encarei Alfonso na cama ao meu lado e suspirei, aliviada por vê-lo.

- Any! - ele ouviu meu barulho e se levantou.

- Como está nosso filho?!

- Ele nasceu muito pequeno e está na incubadora, meu amor, mas ele vai ficar bem. - Alfonso acariciou meu rosto.

- Quero vê-lo. Você já o viu? - sussurrei.

- Apenas de longe. - Alfonso respondeu.

- Quando vou poder vê-lo?! - perguntei com os olhos marejados.

- Logo! Nossos amigos, meu pai e Miguel estiveram aqui a tarde toda, eu os convenci a voltar pra casa.

- Precisa dar um aumento ao Miguel, ele foi um verdadeiro anjo.

- Eu sei! - Alfonso sorriu e beijou minha testa.

Uma batida na porta nos interrompeu e Alfonso se levantou. Quando abriu a porta, meus olhos marejaram ao ver a enfermeira trazendo meu filho dentro da incubadora.

- Hora de amamentar seu filho para que ele fique cada vez mais forte e receba alta daqui logo, logo.

Alfonso me ajudou a sentar na cama, os olhos de nós dois focados naquele ser minúsculo. Meu filho era tão pequeno, as mãozinhas e perninhas tão finas e estava ligado a tantos tubos que fiquei com medo de pegá-lo. A enfermeira o tirou da incubadora e o entregou com a mim.

- Com cuidado!

Peguei meu filho e o aconcheguei ao meu peito, ouvindo seus resmungos. Não consegui evitar e comecei a chorar. Alfonso beijou o alto da minha cabeça e quando o encarei vi que seus olhos estavam marejados.

- Ele vai ficar bem. - forçou um sorriso tentando se manter confiante.

- Sim, ele vai! - assenti.

Com a ajuda da enfermeira e tomando cuidado com os fios, que eu sabia que estavam mantendo meu filho vivo, eu afastei a camisola e o aproximei do meu peito. Estranho como nesses momentos você simplesmente sabe o que fazer. Meu filho abriu os olhos pra mim e sorri ao ver que ele tinha os olhos azuis como os meus.

- Sabia que ele tinha seus olhos. - Alfonso sorriu. - Eu sonhei com um garotinho exatamente assim.

Meu filho começou a mamar no mesmo instante e fiquei emocionada por poder alimentá-lo, saber que eu era a fonte da força que ele precisava pra se recuperar e poder sair daquele hospital. Doeu um pouco de primeiro momento, mas logo me acostumei. Angelique me aconselhou a tomar alguns cuidados para que os bicos não rachassem e a amamentação não se tornasse uma tortura.

Alfonso acariciou a cabeça do nosso bebê e vi quando enxugou uma lágrima às pressas, eu sabia que doía em nós dois ver nosso filho nesse estado, tão frágil.

Quando ele acabou de amamentar a enfermeira me ajudou a colocá-lo de pezinho e dar batidinhas em suas costas para que ele arrotasse. Depois ela o colocou na incubadora pra mim, já que graças aos pontos que eu tinha recebido, não conseguia me levantar.

- Como ele está? - Alfonso perguntou.

- Provavelmente ele vai dormir agora, aproveitem pra ficar com ele, dentro de alguns minutos virei busca-lo.

Assenti não querendo me afastar dele. Alfonso trouxe o carrinho da incubadora pra perto de mim e por um dos buracos colocamos nossas mãos e ficamos acariciando nosso filho.

- Dorme meu pequeno, seus pais estão aqui. - sussurrei.

Alfonso me olhou e forcei um sorriso, enxugando o rosto. Eu tinha fé que nosso filho ia ficar bem.

Alguns dias se passaram até Anahí poder receber alta do hospital. Infelizmente nosso filho continuaria internado até estar forte e respirando sozinho pra poder ir pra casa.

Sai da empresa naquele dia e fui visitar Jonas na cadeia antes de ir buscar Anahí na maternidade. Assim que fui revistado, fui levada para uma sala, destinada a visitas particulares. Quando Jonas entrou ele ficou surpreso por me ver.

- O que o senhor está fazendo aqui?

- Vim falar com você!

- Não imagino o que o senhor possa querer comigo. - respondeu.

- Há alguns dias meu filho nasceu, o problema é que ele veio ao mundo antes da hora, nasceu prematuro, incapaz de se manter respirando sozinho. No dia em que nasceu os médicos me informaram que ele teve uma parada cardiorrespiratória. Acreditei que meu filho morreria, que estava debilitado demais para conseguir sobreviver, então prometi à Deus que se ele se salvasse eu perdoaria você.

Jonas me encarou sem dizer uma palavra, mas vi no seu semblante que ele estava surpreso.

- Meu filho não teve mais nenhuma parada respiratória, os médicos me garantiram que as 48 horas eram cruciais para sabermos se ele sobreviveria ou não. Meu filho está reagindo, ficando cada vez mais forte, já ganhou até algumas gramas dos últimos dias pra cá.

- Fico feliz em saber.

- Acredito e vai ficar mais feliz em saber que eu contratei um advogado, um dos melhores da cidade para fazer a sua defesa.

- Está falando sério? - Jonas arregalou os olhos.

- Muito sério. - Alfonso respondeu. - Quando me dispus a colocá-lo na prisão, minha ideia era de que apodrecesse neste lugar para sempre, mas depois do que houve com meu filho eu prometi fazer diferente. Você terá um bom advogado para defende-lo e eu não moverei um dedo para interferir no que a justiça determinar à você. Se ninguém lhe contou, nas suas condições você tem chances de conseguir uma pena em torno de 10 anos, o que pode cair pra menos se você tiver um bom comportamento enquanto estiver preso. Eu prometi desistir da vingança e é isso que estou fazendo quanto a perdoá-lo ainda estou trabalhando nisso.

- Agradeço o que o senhor está fazendo. - Jonas respondeu.

- Estou fazendo o que é certo, quero dar um bom exemplo ao meu filho, quero que algum dia ele tenha orgulho de mim. - respondi.

- É o mesmo que quero com os meus filhos, senhor. - Jonas respondeu emocionado.

- Eu desejo de coração que quando sair da cadeia você retome sua vida ao lado da sua família.

- Obrigado! - Jonas assentiu.

Assim que sai do meu encontro com Jonas fui direto pro hospital, Any receberia alta e estava mais do que disposto que ela fosse comigo até o apartamento. Cheguei no hospital e a enfermeira me falou que ela estava com nosso filho. Quando cheguei no berçário a cena que vi partiu meu coração.

Anahí estava com uma das mãos dentro da incubadora, nosso filho dormia, tinha os dedinhos fechados em volta do dedo indicador dela. Com a mão livre Anahí enxugava o rosto enquanto o observava.