Fanfic: __A vila__ | Tema: Suspense; Romance; Hot e RBD

Monterrey – A vila, 19 out 2013.

Pov. Maite:

   Definitivamente, adaptar a filha de Blanca a rotina da vila não seria fácil. Resumindo: Dulce odiava-nos e pronto. Ela pediu para mim ser sincera e era exatamente o que ia fazer. Começando pela roupa, que brega, usava roupas de menininho roqueiro. Desde quando camiseta de banda é look para coletiva de imprensa? A não ser que você seja da banda, por que do contrario é ridículo. Precisava fazer algo a respeito. Rápido.

   Se Dulce já era difícil, ter o delegado desconfiando do pobre Christopher foi demais para uma manhã. Eu sei que ele não teria coragem de matar uma mosca, se fosse, teria feito quando teve oportunidade. O caso é que Christopher poderia ser tudo, menos assassino. O pior era ver aquela garota acusando meu amigo. Ela nunca tinha visto o coitado, que poder ela tinha para julga-lo assim? Christopher era sem dúvidas mil vezes melhor do que essa criatura.

   Depois que o Sr. Herrera saiu do escritório de Blanca, preparei Dulce para o almoço com o comitê administrativo da Construtora Espinosa. Em geral aparecia um ou dois sócios da empresa para fiscalizar, porém com todo o transtorno que foi a morte de Blanca mais a chagada de sua filha, bom, eu poderia esperar os treze sócios, mais imprensa sem dúvidas.

   Chegamos no salão de festas e as mesas já estavam colocadas, Sr. Chávez e Christian estavam finalizando seu trabalho. A mãe de Eddy ficou responsável pelo almoço e se tudo desse certo, a verba de novembro seria aprovada sem dores de cabeça.

   Como deduzi em meia hora esta presente todos os treze sócios, mas duas vias de jornais e uma rede de transmissão televisiva. Dulce se mostrava insegura, ria por dentro imaginado como iria me implorar para ajuda-la no quesito roupa depois da aparição de hoje.

− Dulce Maria, nós do comitê empresarial Espinosa Ltda, damos-lhes boas vindas e gostaríamos que sua estadia aqui fosse o mais confortável possível. – Começou o Sr. Costa, presidente do comitê, após todos terem sentados em seus lugares. – Entretanto preciso confessar que foi uma surpresa para nós o documento da senhora Espinosa, muitos de nós não entendíamos, mas fomos testemunhas do quanto a mesma desejava manter-se longe da senhorita. Sem rodeios, quero anunciar que todas as contas da vila estão vetadas até segunda ordem.

− Não estamos tirando sua autoridade Dulce querida... – Senhora Villar, a bruxa do sistema financeiro interrompeu Costa para se explicar. De todos os sócios, ela era a única contra o projeto social e queria acabar com ele há anos. – Mas nossa preocupação é saber o você, doce menina, pode fazer com o nome de nossa empresa. São muitas famílias dentro e fora da vila que iria se prejudicar caso você fracassasse.  

− E o que preciso fazer para provar que sou capaz e deixar a vila com suas atividades rotineiras? – Como? Dulce querendo nos ajudar? Cadê a menina chorona que ia deixar tudo em minhas mãos ontem?

− Dulce, sabemos que você não quer ser a diretora principal. Estamos dispostos a assumir em seu lugar e deixar que você tenha uma vida tranquila. O testamento disse que você teria que estar presente e trabalhando... não diz em que cargo, podemos modificar isso. Pense bem menina, seria uma dor de cabeça a menos para você. Você poderia ter uma vida de adolescente, ir aos shows de suas bandas. – Ironizou Villar.

   Por um momento achei que fosse aceitar a oferta. Sra. Villar estava disposta a tomar a vila, e Dulce não poderia aceitar, seria o pior acordo do mundo. Essa senhora uma vez apresentou um projeto a Blanca que reduzia o número de moradores e cortaria os empregos. Blanca recusou tão em cima do solto que nem em mil anos alguém poderia dizer que foi grossa com sua sócia. Foi quando percebi que Dulce procurava meus olhos em desespero pelos presentes, sei que era o que ela queria, mas balancei a cabeça sutilmente em negativa. Entendendo meu sinal a herdeira respondeu.

− Realmente não foi uma escolha minha, entretanto, nunca fugi de uma responsabilidade em toda minha vida. Não sou uma adolescente, sou adulta e dona de minhas ações. Percebo também que minhas roupas causaram uma impressão equivocada ao meu respeito, porém da onde venho roupas não diminui o caráter de ninguém.

   Dona Villar ficou tão sem graça com o alto nível da resposta de Dulce que pôs a se desculpar depois disso. Pela primeira vez senti confiança em Dulce, ela não iria desistir do projeto. Não ia desistir de nós. Sorri para ela e ela retribuiu. Afinal, delegado Herrera poderia estar certo quanto a ir devagar com Dulce, provavelmente isso poderia nos ajudar.

− Dulce... − O presidente do comitê chamou a atenção para si. − ...com essa resposta ficamos encurralados. Teríamos certeza que iria aceitar, mas assumo que gostei do seu pulso firme. Dou então uma contra proposta: libero todas as contas de novembro e as de dezembro também. Se caso até a semana do natal não houver nada que tenhamos que precisamos interferir e a senhorita nos apresentar também um projeto de melhorias para a vila, liberamos seu trabalho com todo o nosso sincero pedido de desculpas.

[...]

Monterrey – A vila, 20 dez 2013.

   Blanca escolheu o dia vinte de dezembro para a festiva de natal. Todo ano uma grande festa era dada para comemorar o término de um ano. As vitórias, realizações, graças.

   Dulce e eu tentávamos ter um bom convívio. Eu já estava de cinco meses de gestação e toda vez que iniciávamos uma briga ela saia de perto com a seguinte frase “Helena, você me deve mais uma”... no começo isso me irritava mais, depois percebi que era sua forma de se importar com minha filha.

   Will também trabalhava para me manter calma. Ele e Dulce conversaram logo depois de sua chegada, acho que foi o motivo dela ter diminuído minha carga de serviço contratando o neto do Sr. Chávez como seu assistente. Christian era um bom moço, trabalhava demais e estava ajudando Dulce com seu projeto autossustentável para a vila.

− Maite... – Dulce me chamou tímida depois da última reunião entre nós e Christian para acertar os últimos detalhes. – Gostarei de pedir sua ajuda numa coisa...

− Claro, se eu puder ajudar... faço qualquer coisa Dulce.

− É sobre minha roupa de hoje. Não que eu ligue para moda, mas esse comitê é muito pé no s*aco. Pode me ajudar, com algo mais formal?

   Cai na gargalhada em sua frente. Eu sabia que esse dia chegaria. Deus foi testemunha do sufoco que passei em cada foto que via dela com aquelas camisetas e all star nos pés. Dulce não sabia porém, era que eu e a prima da Glorinha, Anahí, já tínhamos até comprado roupas novas para ela, só estávamos esperando ela pedir ajuda. 

− Sabia que não poderia contar com você. Fica tranquila Maite, eu vou do meu jeito mesmo... não sei nem por que te pedi ajuda. – Disse vendo meu estado.

− Hey, espera, desculpa. Podemos marcar uma hora com Anahí, lembra, aquela que esta me ajudando com a roupas de gestante? Ela vai saber o que te indicar.

− Mas eu não estou grávida, não sei o que ela poderia fazer.

− Anahí é mestre em roupas, para qualquer estilo. Vou ligar para ela e vamos. Ponto final. – Finalizei a conversa tentando parecer brava, tipo mãe quando dá broncas, mas foi uma tentativa fracassada.   

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Confissão: O legal de escrever com seis pontos de vista é os detalhes de personalidade. Apaixono-me mais pela fics cada cap que releio.

Amores, podem comentar e fazer perguntas... responderei o que posso. Os mistérios eu não conto, mas dúvidas eu tiro. Bjos.